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Sucessão rural e juventude cooperativista: programas estruturados renovam o campo
Formação, diálogo entre gerações e cooperativismo estruturado fortalecem a permanência dos jovens no campo e garantem futuro para as propriedades rurais.

Manter os jovens no agro é uma estratégia essencial para garantir continuidade e inovação nas propriedades familiares. A C.Vale e o Sicredi desenvolvem programas que vão além da simples capacitação técnica: atuam na construção de legado, no diálogo entre gerações e no preparo de futuros líderes do campo.
Na C.Vale, o Programa Cooperjúnior envolve filhos e netos de cooperados em uma jornada de formação que se estende ao longo do ano. Os encontros ocorrem na Universidade C.Vale, em Palotina (PR), e combinam palestras, oficinas, visitas institucionais e dinâmicas voltadas ao desenvolvimento de liderança, trabalho em equipe e soluções técnicas para o campo.

Analista de Cooperativismo da C.Vale, Andréia Campanholi Botelho: “O Cooperjúnior tem sido um elo importante na construção da sucessão da propriedade e dos negócios com a cooperativa” – Foto: Divulgação/C.Vale
Desde 2014, o programa já formou mais de 530 jovens. A proposta é acompanhar o desenvolvimento dos participantes por meio de uma trilha contínua de formação que inclui o Cooperjúnior, a Formação de Liderança Jovem e o Núcleo Jovem da cooperativa. O conteúdo aborda temas como princípios do cooperativismo, inovação, mercado, sustentabilidade, sucessão e comunicação. “O programa conta com 10 encontros que levam até os jovens os princípios cooperativistas e como eles são praticados dentro da cooperativa. Após esta imersão, os jovens desenvolvem o senso de pertencimento e permanecem na jornada através do Núcleo Jovem, com palestras, treinamentos e comitês educativos oferecidos pela cooperativa”, destaca a analista de Cooperativismo da C.Vale, Andréia Campanholi Botelho.
Ela observa que o fortalecimento do vínculo familiar com a C.Vale é um dos aspectos mais relevantes do programa. “O Cooperjúnior tem sido um elo importante na construção da sucessão da propriedade e dos negócios com a cooperativa, incentivando os jovens a permanecerem no campo e a enxergarem na cooperativa um parceiro para a realização de seus projetos de vida”, pontua.
Formação cooperativista
Outra iniciativa da C.Vale é o Programa de Formação de Lideranças Jovens, voltado para pessoas entre 16 e 30 anos, com seis módulos de formação focados em gestão rural, oratória, sucessão familiar e governança cooperativista. Os participantes são filhos de cooperados de diferentes regiões de atuação da cooperativa e saem preparados para assumir funções tanto nas propriedades quanto dentro do ambiente institucional da cooperativa.
Segundo Andréia, a C.Vale realiza uma avaliação contínua do impacto dos treinamentos, acompanhando a trajetória dos participantes ao longo dos anos. “A cooperativa mantém um olhar atento ao caminho percorrido pelos jovens que participam dos programas. Muitos deles, anos depois, passam a integrar comissões dentro e fora da cooperativa, liderar projetos nas comunidades e até assumir funções de representação dentro da própria C.Vale, como comitês educativos e conselhos de administração e fiscal”, relata.
Ela acrescenta que o retorno vem também das famílias e das lideranças locais. “A cooperativa colhe relatos constantes de pais, comunidade e lideranças que testemunham o amadurecimento, a responsabilidade e o senso de coletividade desenvolvidos pelos jovens ao longo do processo. Outro sinal claro do sucesso da formação cooperativista é que, a partir deste contato, os jovens se dispõem a participar de projetos, reuniões e eventos ligados à governança cooperativista e ao futuro do agronegócio, bem como ações sociais visando a sustentabilidade e prosperidade da região em que estão inseridos”, explica.
Para a analista, o maior resultado é a transformação de mentalidade. “Jovens que antes viam a cooperativa apenas como uma fornecedora de serviços, após o Cooperjúnior enxergam nela uma parceira estratégica para a vida e para o futuro das suas famílias”, enaltece.
Atualmente, o programa Cooperjúnior é desenvolvido em uma microrregião que abrange quatro municípios, em que se concentram também o Núcleo Feminino, o Núcleo Jovem e os Comitês Educativos, com o propósito de manter vivos os princípios e valores que deram origem à cooperativa. “Com a expansão contínua do nosso quadro social, temos a intenção de levar não apenas o Cooperjúnior, mas também outros programas de formação e desenvolvimento de lideranças para todas as regiões onde a C.Vale está presente”, adianta.
Planejamento sucessório

Diretor de Negócios da Sicredi Aliança PR/SP, Gilson Metz: “Ao participarem do Programa Herdeiros do Campo, os jovens passam a ver de fato a propriedade como uma empresa que precisa de um olhar para a gestão, utilizar técnicas de administração, conhecer o mercado, tendências, cenários e tecnologias” – Fotos: Divulgação/Sicredi Aliança PR/SP
Assim como a C.Vale investe em formação de jovens líderes para garantir a continuidade das atividades no meio rural, a Cooperativa Sicredi Aliança PR/SP também aposta no fortalecimento das futuras gerações por meio da educação e do planejamento.
Um dos destaques é a realização do programa Herdeiros do Campo, promovido pelo Sistema Faep/Senar no Paraná e desenvolvido pelo Sicredi em sua área de atuação. A proposta é despertar a família rural para o planejamento sucessório em três dimensões: propriedade, família e empresa.
Com carga horária de 46 horas, o programa tem como público-alvo produtores rurais e seus familiares, exigindo a participação de duas ou mais gerações por família, com idade mínima de 15 anos. Essa exigência garante que o processo sucessório seja discutido de forma prática, envolvendo todos os atores que compõem a dinâmica da empresa rural.
Durante o curso, os participantes são convidados a vivenciar situações reais e desenvolver, ao longo das etapas, um plano sucessório próprio para sua propriedade. O conteúdo é construído por meio de atividades interativas, oficinas e análises de cenários, com abordagem voltada à realidade do setor agropecuário.
Entre os temas tratados estão governança nas empresas familiares rurais, herdeiros x sucessores, mediação de conflitos, aspectos jurídicos da sucessão, visão estratégica da empresa rural, formação de preços, indicadores econômicos e gestão de custos de produção. Um dos pontos centrais do programa é o estímulo à construção de confiança, à gestão emocional dos negócios e à prática da comunicação eficaz para que as decisões sejam tomadas de forma coletiva e sustentável.
A metodologia valoriza o diálogo entre gerações, o entendimento do papel de cada membro da família e a preparação de um plano de ação prático, que servirá de base para o futuro da empresa rural. “Então vamos pensar no futuro?”, esse é o convite que o programa faz às famílias cooperadas.
De acordo com o diretor de Negócios da Sicredi Aliança PR/SP, Gilson Metz, o impacto do programa é perceptível no dia a dia das propriedades rurais atendidas, mesmo que não exista uma métrica quantitativa para avaliação. “Pelo nosso modelo de negócios estamos muito próximos dos associados, seja em eventos, na própria comunidade, na visita de um gestor à propriedade ou pelo acompanhamento da movimentação financeira dos produtores, conseguimos verificar à vontade desses jovens, principalmente após os treinamentos do Programa Herdeiros do Campo, de continuar na propriedade, de enxergar nela um empreendimento com visão mais empreendedora e conectada com aquilo que se exige hoje de uma verdadeira empresa rural”, afirma.
Além de oferecer formação, o programa também provoca mudanças importantes na rotina das famílias envolvidas. “Eles passam a ver de fato a propriedade como uma empresa que precisa de um olhar para a gestão, utilizar técnicas de administração, conhecer o mercado, tendências, cenários e tecnologias. Talvez aquele conceito do passado, em que bastava o conhecimento técnico da atividade, hoje já não é suficiente. É preciso se conectar com outras frentes”, acrescenta Metz.
Para garantir a efetividade do diálogo entre gerações, a cooperativa mantém suporte contínuo aos participantes, inclusive após o encerramento das atividades formais do curso. “Nos colocamos sempre à disposição no pós-evento, com uma equipe de gestores especializados, com condições de dar suporte à sucessão não só no aspecto financeiro, mas na gestão da propriedade como um todo”, explica o diretor.
Segundo Metz, temas como o êxodo rural e a evasão de jovens do campo são tratados de forma estruturada dentro do Programa Herdeiros do Campo, o que torna a iniciativa ainda mais relevante. “Para nós, enquanto instituição financeira, o programa é muito importante, principalmente no que trata de êxodo rural, da evasão de jovens do campo. Por isso, no nosso entender, é um grande diferencial, porque nós, enquanto sociedade, precisamos que o jovem permaneça no campo, que as atividades rurais tenham continuidade, especialmente pelos investimentos que os pais fazem, muitas vezes de prazos alongados e que são tão importantes para essa atividade, que por consequência também beneficia o mercado urbano”, destaca.
O executivo reforça ainda que a continuidade das atividades rurais depende do envolvimento das novas gerações com a realidade da propriedade. “A importância de os jovens estarem conectados, darem continuidade, estarem presentes, sabendo do que acontece na propriedade, é justamente para que, do seu jeito, do seu modo, possam perpetuar isso ao longo das gerações. Existe sempre um conflito entre gerações, mas entendemos ser importante esse diálogo, porque na atividade é necessária uma atualização e um olhar mais modernos, assim como também não se pode desprezar a opinião dos antecessores, porque a essência, o jeito simples que sempre foi conduzido a propriedade a trouxe até aqui, e isso não pode ser desprezado. Por isso a importância desse equilíbrio entre pais e avós com filhos e netos, para que esse programa de fato tenha validade e êxito, e a atividade rural possa, por consequência, continuar prosperando”, salienta.
Benefícios na prática
Entre as famílias que vivenciaram na prática os benefícios do Programa Herdeiros do Campo está a de Rudi Ignácio Kuffel, que atua há mais de três décadas com pecuária leiteira. A trajetória começou com uma produção modesta, de 20 a 30 litros de leite por dia. “Se não fôssemos aumentar a produção, iríamos sair do mercado. Passamos então a investir na propriedade”, conta o produtor. Com foco na melhoria contínua, hoje a produção alcança 1,3 mil litros por dia.
O patriarca da família conta que desde pequena a filha Cláudia demonstrou afinidade com a atividade e, atualmente, cursa Medicina Veterinária, atuando lado a lado com os pais na condução da propriedade. A participação no Herdeiros do Campo foi um marco na jornada da família. “É difícil unir pais e filhos para estudarem a mesma coisa, então o curso foi algo inovador, bem diferente, agregou muito conhecimento pra nós”, exalta Cláudia, destacando que um dos principais aprendizados foi compreender que a sucessão não acontece de forma imediata, mas sim gradualmente. “O programa nos prepara para este momento da sucessão. Auxiliou a mostrar que ela ocorre aos poucos, que não é de uma hora para outra”, relatou.
O envolvimento da nova geração, aliado à experiência dos pais Rudi e Inês, aponta para um futuro promissor. “Eu me vejo tocando a propriedade. Quero continuar na atividade leiteira, progredindo ainda mais, aumentando o número de animais e a produção, inovando em genética”, anseia Cláudia, determinada a dar continuidade ao legado da família com uma visão voltada à inovação e ao crescimento.
Permanência no campo
Tanto na C.Vale quanto no Sicredi, o investimento em formação jovem mostra resultados práticos: aumento da adesão de jovens aos quadros associativos, maior envolvimento nas decisões da propriedade e melhora na gestão técnica e financeira.
Se o êxodo rural ainda ameaça a sustentabilidade de pequenas e médias propriedades, programas como esses oferecem uma alternativa concreta: preparar quem já está no campo para assumir o protagonismo com conhecimento, planejamento e conexão com o futuro da agricultura e da pecuária brasileira.
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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



