Notícias EuroTier 2022
Soluções para redução dos GEEs através de conceitos inovadores de alojamento e alimentação de animais serão temas da EuroTier 2022
Feira ira apresentar novidades no que diz respeito a redução de gases de efeito estufa através de aumentos de eficiência, conceitos inovadores de alojamento de animais, métodos de alimentação adaptados e compromisso com o bem-estar animal; sementes e defensivos agrícolas inovadores; agricultura de carbono;

O pacote regulamentar ‘Fit for 55’ proposto pela Comissão da UE também exige que o setor agrícola atinja as metas de proteção climática da UE, o que vai gerar grandes desafios ao produtores europeus.
Para contribuir nessa melhora da produção com menos agressão ao clima a EuroTier 2022 vai apresentar nos seus 4 dias de feira soluções que contribuam para a redução ainda maior nos gases de efeito estufa, seja através de aumentos de eficiência, conceitos inovadores de alojamento de animais, bem como através de métodos de alimentação adaptados e amplo compromisso com o bem-estar animal.
O EnergyDecentral, que está programado para ocorrer paralelamente a EuroTier de 15 a 18 de novembro no recinto de feiras de Hannover, mostrará como as energias regenerativas estão abrindo caminho para um futuro com maior neutralidade e contribuição com o clima.
Segundo especialistas europeus, os agricultores desempenharão um papel central para que se atinja os objetivos de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa e na limitação do aquecimento global, uma vez que a agricultura é responsável por cerca de 20% das emissões mundiais de CO2. Com soluções personalizadas que consistem em sementes e agentes inovadores de proteção de cultivos, bem como soluções para agricultura digital e gerenciamento de fertilizantes, eles poderão reduzir especificamente as emissões de CO2, ligar o carbono no solo e preparar suas fazendas para atender aos requisitos decorrentes das mudanças climáticas. Todos esses métodos agrícolas estão sendo agrupados sob o termo ‘agricultura de carbono’. Essas atividades estão focadas em solos, que são capazes de reter grandes quantidades de carbono quando são manejados de forma sustentável.
Além de reduzir o CO2, a discussão em torno do clima na EuroTier será cada vez mais voltada para o metano (CH4). Depois do dióxido de carbono, esse gás é o segundo maior causador do aquecimento global e é consideravelmente mais nocivo ao clima, já que seu efeito estufa é cerca de 25 vezes maior. Se suas emissões continuarem a aumentar no ritmo atual, a influência do metano por si só tornaria impossível atingir a meta que é de reduzir em 1,5 graus Celsius. Este é o resultado de um estudo atual da McKinsey & Company realizado pelo Woodwell Climate Research Center no Estado Federal de Massachusetts, nos EUA. Outro fator importante segundo o estudo é o crescente número de ruminantes em todo o mundo, o que impõe grandes desafios ao setor agrícola.
Estratégias para reduzir o metano
As soluções para reduzir o metano serão apresentadas no Fórum DLG ‘Milk & Cattle’. Especialistas expressarão suas opiniões sobre questões atuais na produção de leite e pecuária e também abordarão aspectos de proteção climática.
Em contraste com as emissões de amônia, as opções técnicas para reduzir as emissões de metano são poucas e distantes no momento. Uma opção sensata é a conversão consistente de resíduos da pecuária em energia nas usinas de biogás.
O aumento da fermentação do chorume não só é capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa do manejo do gado, mas também pode fornecer energias renováveis ao mesmo tempo. Em termos da revolução energética e dos esforços que estão sendo feitos para alcançar a neutralidade climática até 2050, é o grande fator crítico do setor. Outra vantagem é que o armazenamento do lodo à prova de gases em uma usina de biogás permite evitar até dez vezes o volume de gases de efeito estufa em comparação com o armazenamento convencional. E se uma usina combinada de calor e energia também for operada, a lama pode ser usada adicionalmente para gerar eletricidade e calor. Os expositores da EnergyDecentral apresentarão durante o evento como exatamente isso pode funcionar. A feira que é líder para o fornecimento descentralizado de energia acontecerá paralelamente à EuroTier nos pavilhões de feiras em Hannover.
A alimentação e a forma como a alimentação é realizada também contribuem substancialmente para minimizar as emissões de metano. Como parte do projeto ‘SusCatt’ da UE, por exemplo, pesquisadores da Universidade Christian Albrecht (CAU) em Kiel irão demonstrar que a produção de leite a pasto é capaz de combinar rendimentos de leite muito altos com emissões muito baixas de metano e, portanto, pode contribuir à proteção do clima. “Isso também é benéfico para a diversidade de espécies ao mesmo tempo – sem rações importadas, porque a proteína necessária na ração é fornecida pelo trevo”, diz o Dr. Carsten Malisch, coordenador científico do estudo.
Emissões mais baixas graças a feeds inovadores
Outras opções que serão apresentadas durante a EuroTier visando melhorar o desempenho alentar dos animais e menos emissão de gases ou dejetos, são os aditivos que visam inibir as enzimas responsáveis pela síntese de metano no intestino. Será apresentado o primeiro aditivo alimentar aprovado na UE que tem um impacto comprovadamente positivo no meio ambiente, influenciando as emissões de metano. Sua segurança para animais, consumidores e meio ambiente também foi confirmada mediante estudo já realizado, onde com a adição de apenas um quarto de colher de chá à ração por dia é capaz de reduzir as emissões de metano em uma média de 30%. A Arla Foods vem testando o aditivo alimentar em um projeto piloto envolvendo 10.000 vacas e os resultados iniciais tem atendido às expectativas.
Outro tópico sobre o qual a pesquisa aplicada está se concentrando em nível internacional são as algas. Eles também podem ajudar a melhorar a pegada de carbono da pecuária no futuro. Pesquisadores da Universidade da Califórnia estão examinando os efeitos dessa nova fonte de alimentação. Sua pesquisa mostra que, dependendo do nível de seu conteúdo na alimentação nos animais de engorda, as algas vermelhas reduzem as emissões de metano em até 80%. Os cientistas conseguiram demonstrar que este suplemento alimentar também é capaz de reduzir as emissões de metano do animal a longo prazo sem influenciar a qualidade do leite e da carne. As vendas do primeiro aditivo alimentar do mundo para ruminantes à base de algas vermelhas originárias de cultivos marinhos e de aquários começaram no início de junho na Austrália.
Gestão eficiente de nitrogênio, desde a alimentação até a fertilização
O óxido de dinitrogênio (N2O), comumente conhecido como gás hilariante ou óxido nitroso, não deve ser esquecido no debate em torno do alcance das metas climáticas globais. É quase 300 vezes mais prejudicial ao clima do que o dióxido de carbono e é produzido quando o nitrogênio é convertido no solo. Como regra, uma média de 0,6 por cento do nitrogênio aplicado em terras aráveis escapa para o ar. Métodos de alimentação com nitrogênio reduzido, como os da agenda do DLG Spotlight ‘Feed for Future’ no estande 21, são, portanto, uma alavanca fundamental para reduzir as emissões de óxido nitroso. O objetivo é alcançar uma alta eficiência de nitrogênio com baixos balanços de N, pois quanto menores forem os excedentes do balanço, menor será a lixiviação de nitrato. Métodos de fertilização de precisão, bem como técnicas de espalhamento que estão perto do solo, como os métodos de mangueira de arrasto ou sapata de arrasto, ou a tecnologia de injeção e fenda facilitam a aplicação precisa de nitrogênio. Os inibidores de nitrificação reduzem adicionalmente as emissões de óxido nitroso durante as primeiras semanas após a fertilização.
No entanto, o maior potencial é prometido pela fertilização de baixa emissão, voltada para as necessidades da cultura, pois evita excedentes de nitrogênio e, portanto, emissões de óxido nitroso dos solos utilizados na agricultura. As recomendações de fertilização baseadas em análises de solo e plantas fornecem valores de orientação para avaliar as necessidades de nutrientes. Isso permite evitar a fertilização excessiva, que levaria a emissões. A rotação adequada de culturas e o consórcio podem melhorar ainda mais a qualidade do solo. A possibilidade em que o nitrogênio sintético pode ser substituído, pelo menos em parte, por nitrogênio de fontes sustentáveis será tratado no DLG Spotlight ‘Feed for Future’. Além do uso de fertilizantes orgânicos, o cultivo de leguminosas fixadoras de nitrogênio também será discutido de 15 a 18 de novembro nos pavilhões da feira.

Notícias
Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul
Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.
A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.
Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.
Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.
Visita ao parque de inovações da LG
Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.
CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis
A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.
Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.
Colunistas
Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro
Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.
Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.
O desafio do manejo
O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.
Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP
A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.
Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.
Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.
Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.
A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.
Notícias 02, 03 e 04 de dezembro
Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro
Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).
A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.
A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.
Antecipação estratégica
A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.
Raio X – Dia de Campo 2025/26
147 empresas participantes
45 cultivares de soja
58 híbridos de milho
16 cultivares de mandioca
65 parcelas de agroquímicos
17 parcelas de produtos biológicos
63 parcelas de programas nutricionais
17 parcelas com tratamento de sementes
14 parcelas de tecnologia de aplicação
16 espécies forrageiras
9 parcelas de plantas de cobertura de solo
4 instituições de pesquisa
1 instituição de ensino
4 instituições financeiras



