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Soja responde por 21% da movimentação e lidera exportações no Paraná
Porto de Paranaguá ultrapassa 13 milhões de toneladas de soja exportadas entre janeiro e outubro, sendo 91% da soja destinada à China A produção recorde da safra brasileira e a alta demanda chinesa, que parou de importar o produto dos EUA após os embates tarifários, explicam o aumento nas vendas externas.

A soja em grão foi a commodity com maior volume movimentado nos portos paranaenses entre os meses de janeiro e outubro deste ano, de acordo com o relatório operacional da Portos do Paraná divulgado nesta segunda-feira (24). No acumulado, são 13.015.446 toneladas embarcadas, que representam, em valor FOB (valor do produto no ponto de embarque), US$ 5,2 bilhões. O volume corresponde a 21,2% de todas as cargas movimentadas em 2025 pelos portos paranaenses (61.213.363 toneladas).

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
O Brasil é o maior exportador do produto e o Paraná se destaca nessa movimentação. Ao todo, 91% da soja que sai de Paranaguá tem como destino o mercado chinês. “Estamos confiantes de que as movimentações de soja sigam em alta nos próximos meses”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O mês de outubro apresentou um crescimento de 60% na movimentação da commodity em relação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 508.876 toneladas em 2024 para 815.327 toneladas em 2025. Atualmente, 15 terminais podem movimentar soja em grão pelos portos paranaenses.
Entre os principais motivos do aumento da exportação de soja estão a produção recorde da safra brasileira e a alta demanda chinesa, que praticamente parou de importar o produto dos Estados Unidos após os embates tarifários.
Complexo soja
O Porto de Paranaguá tem a segunda maior movimentação de farelo de soja do Brasil, com 28% da exportação nacional. De janeiro a outubro deste ano, foram movimentadas 5.517.043 toneladas de farelo, que representam US$ 1,8 bilhão em valor FOB. O produto, utilizado na produção de ração animal, teve aumento de 3% em relação ao ano passado (5.333.259 toneladas). Países Baixos (Holanda), França, Espanha e Coreia do Sul foram os principais importadores.
Paranaguá segue como líder nacional na exportação de óleo de soja. Até o fim de outubro, o Porto foi responsável pelo envio de 63% de

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
toda a produção nacional, destinada a países que totalizam mais de 860 mil toneladas. O óleo pode ser utilizado nas indústrias alimentícia, farmacêutica, química e têxtil, entre outras.
Mais carga em menos tempo
O Porto de Paranaguá se prepara para aumentar ainda mais a capacidade de movimentação dentro do complexo soja. A construção do Moegão, a maior obra portuária pública do país em andamento, prevista para janeiro de 2026, vai possibilitar o aumento na recepção de grãos e farelos nos próximos anos.
O complexo vai centralizar o descarregamento ferroviário de granéis sólidos, conectando 11 terminais por um sistema de correias. A soja será uma das commodities mais beneficiadas com esse investimento.
Atualmente, cerca de 550 vagões podem ser descarregados diariamente nos terminais de exportação. Com o Moegão, esse processo será padronizado em um único ponto de descarga, aumentando para até 900 vagões por dia. “Com a obra concluída, o Moegão poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste e ampliando a produtividade, principalmente na exportação de soja”, afirmou o diretor de Operações Portuárias, Gabriel Vieira.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Outro projeto que começará a ser desenvolvido é a construção do Píer em ‘T’, que contará com quatro novos berços e um sistema de carregamento considerado o mais rápido do mundo. Os equipamentos atualmente em funcionamento conseguem levar três mil toneladas de grãos e farelos para os porões dos navios a cada hora. A nova estrutura terá condições de despejar até oito mil toneladas por hora dentro de uma embarcação.
O terceiro fator que vai ampliar ainda mais as exportações é o aprofundamento do canal de acesso, pois permitirá a atracação de navios maiores e com espaço para levar ainda mais produtos. Isso será possível com a concessão do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá, viabilizada por meio de leilão público na Bolsa de Valores do Brasil (B3).
O consórcio que venceu o certame terá que realizar todos os investimentos necessários em até cinco anos após assumir o contrato. Isso inclui o aumento do calado, que é o ponto mais profundo do navio até a superfície da água, passando dos atuais 13,3 metros para 15,5 metros em até cinco anos.
Os 2 metros e 20 centímetros de acréscimo no calado permitirão que um navio consiga carregar 14 mil toneladas de granéis vegetais sólidos a mais, sem custo adicional na operação.
Todas essas mudanças vão ampliar consideravelmente a competitividade do Porto de Paranaguá, que é um dos principais portos graneleiros do mundo. Outro acréscimo vantajoso será o aumento da segurança nas manobras dos navios e o tempo menor de operação, que reduz consideravelmente o custo do transporte das cargas que saem do Paraná.

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Exportações paranaenses de milho crescem 179% e receitas triplicam em 2025
Salto ocorreu pelo grande volume embarcado em decorrência da safra recorde do ciclo anterior e da estratégia adotada pelos produtores de escoarem o milho primeiro, já que é menos atrativo comercialmente do que a soja Dados são do Boletim Conjuntural do Deral, que aborda, também, soja, mandioca e proteína animal.

O milho aparece como o grande protagonista das exportações paranaenses, registrando uma alta de 179% no volume enviado ao mercado externo de janeiro a outubro de 2025, em relação ao mesmo período de 2024. Neste ano, o Paraná embarcou nos primeiros dez meses 3,55 milhões de toneladas do cereal, enquanto que em 2024 foram 1,27 milhão de toneladas.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
A receita gerada em 2025 foi de US$ 757,7 milhões, quase três vezes mais que em 2024, quando esse valor foi de US$ 268,2 milhões. A receita expressiva foi favorecida, também, por um leve incremento no preço internacional, que passou de US$ 210,58 para US$ 213,43 por tonelada.
Os dados são do último Boletim Conjuntural do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). O documento aponta que esse salto ocorreu pelo grande volume exportado em decorrência da safra recorde do ciclo anterior.
Além disso, resulta da estratégia adotada pelos produtores de escoarem o milho primeiro, já que é menos atrativo comercialmente do que a soja. Segundo analistas do Deral, isso demonstra um agronegócio dinâmico, em que o avanço das exportações sinaliza a importância dos mercados globais para o equilíbrio das cadeias internas.
Soja e mel
O Boletim do Deral também aborda a diversidade produtiva do Paraná e o desempenho robusto de setores como suínos, carne bovina e mel, que reforçam a resiliência do campo diante de oscilações climáticas, tarifárias e de demanda mundial.
Enquanto o milho sustenta o crescimento das exportações, a soja enfrenta um período de ajuste, com redução de 10% nos embarques do complexo (farelo, óleo e grãos). Foram exportados nos primeiros 10 meses do ano 13,56 milhões de toneladas resultando em uma receita financeira de U$ 5,53 bilhões de dólares.
Mesmo assim, alguns segmentos registraram evolução positiva: o óleo de soja, com maior valor agregado, teve aumento de 18% nas

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
exportações, e o farelo cresceu 2%. A queda se concentra na soja em grão, com retração de 15%.
Somando as exportações de soja e milho, o Paraná exportou 17,1 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2025, representando uma alta de 4,1%. Para os técnicos do Deral, isso evidencia que, mesmo com a queda no volume de soja, o embarque de granéis aumentou pela priorização do milho. A expectativa é que nos próximos três meses haja um embarque maior de soja para liberação dos armazéns pois em janeiro já começa a colheita da nova safra.
O mel brasileiro aparece entre os produtos mais impactados pelo cenário internacional. As exportações nacionais cresceram 1,5% em volume e 31,2% em receita até outubro, mas o avanço foi marcado por forte volatilidade após os Estados Unidos imporem tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o mel.
O Paraná segue como terceiro maior exportador, com 5,57 mil toneladas e US$ 18,6 milhões, quase o dobro da receita do ano anterior. A antecipação de compras pelos EUA, seguido por uma queda nos volumes após agosto evidenciam os efeitos imediatos da nova tarifa, mas a valorização dos preços do mel brasileiro tem mitigado parte das perdas financeiras. Junto com os EUA, os principais importadores do mel brasileiro são Canadá, Reino Unido, Alemanha e Países Baixos.

Foto : Jonathan Campos/AEN
Frango
Entre as proteínas animais, o frango apresenta alívio parcial nos custos. Em outubro, o custo de produção no Paraná caiu para R$ 4,55/kg, redução de 1,7% frente ao mês anterior e 2,8% em relação a outubro de 2024. Isso foi influenciado principalmente pela queda nos gastos com ração – que representa 63% dos gastos com produção. O Índice de Custos de Produção de Frango também mostra retração acumulada de 4,9% no ano, ajudando a equilibrar a atividade em meio à oscilação dos preços pagos ao produtor.
Bovinos
Na bovinocultura, o cenário externo segue determinante. As exportações brasileiras de carne bovina já alcançam 96% do total embarcado em 2024, ritmo que mantém o mercado doméstico com oferta ajustada e preços firmes, apesar de sinais de resistência por parte dos compradores. O envio de animais vivos ao exterior também cresceu, somando 842 mil toneladas no ano, alta de 12,4% sobre 2024.
Suínos
A suinocultura, por sua vez, vive um ciclo histórico. No terceiro trimestre, o país registrou recordes simultâneos de produção, exportação,

Foto: Divulgação/AEN
importação e disponibilidade interna. Foram produzidas 1,49 milhão de toneladas de carne suína, incremento de 6,1% comparado a 2024. As exportações somaram 391,97 mil toneladas, representando 26,3% da produção nacional, e também alcançaram volume recorde.
Cogumelos
No segmento de cogumelos, o Paraná mantém a terceira posição nacional, com produção de 982 mil quilos em 2024 e VBP superior a R$ 21 milhões. Os principais cultivos são dos cogumelos comestíveis Champignon de Paris, Shiitake e Shimeji. A atividade, ainda concentrada em pequenos e médios produtores, cresce impulsionada pela maior demanda por alimentos saudáveis, gastronomia oriental e proteínas alternativas.
Segundo a Seab/Deral os maiores polos produtores ficam nas regiões de Curitiba, Guarapuava, Irati, Ponta Grossa, Londrina, União da Vitória, Umuarama, Dois Vizinhos, Cornélio Procópio e Maringá.
No Paraná também é cultivado o cogumelo Agaricus blazei, conhecido como “Champignon do Brasil” e “cogumelo-do-sol”, entre outras denominações. Segundo a Associação Nacional de Produtores de Cogumelos (ANPC), ele é mundialmente apreciado por suas qualidades gastronômicas e propriedades medicinais.
Mandioca
No campo, a mandioca mantém trajetória favorável em 2025. As chuvas de novembro impulsionaram o desenvolvimento das lavouras e aceleraram o chamado “arranquio”, reduzindo atrasos causados pelo período mais seco registrado entre agosto e outubro. A produção deve atingir novo recorde, estimada em 4,2 milhões de toneladas, acima das 3,7 milhões do ano passado.
Os preços pagos ao produtor em outubro, próximos de R$ 543,57 por tonelada, representam recuperação em relação a setembro e garantem cobertura dos custos operacionais, animando os produtores e estimulando o aumento da área para 2026.
Olerícolas
A diversidade produtiva das olerícolas segue como uma das marcas do Paraná. Em 2024, todos os 399 municípios registraram cultivos comerciais, movimentando R$ 7,1 bilhões em Valor Bruto da Produção (VBP). São José dos Pinhais, Guarapuava, Marilândia do Sul, Contenda e Araucária lideram o segmento, somando 805,6 mil toneladas colhidas e R$ 1,8 bilhão em VBP. A produção abrange principalmente batata, cebola, repolho e couve-flor, e ainda uma ampla gama de folhosas, sustentadas pela demanda dos principais centros urbanos.
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Frísia vai receber 2 mil lideranças cooperativistas no Encontro Estadual promovido pelo Sistema Ocepar
Na oportunidade, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, apresentará um balanço das atividades de 2025 e as expectativas para 2026.

Na sexta-feira (28), a Frísia Cooperativa Agroindustrial vai receber, no Parque Histórico de Carambeí (PR), o tradicional Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses promovido pelo Sistema Ocepar. São esperados dois mil participantes.
O governador do Paraná, Ratinho Junior, confirmou sua presença. Parlamentares e representantes de entidades parceiras também foram convidados a prestigiar o evento.
O Encontro Estadual é realizado anualmente para celebrar as conquistas do setor. Na oportunidade, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, apresentará um balanço das atividades de 2025 e as expectativas para 2026. Em 2024, as 227 cooperativas registradas na organização alcançaram receita global de R$ 205,6 bilhões, agregando mais de quatro milhões de cooperados e gerando 146 mil empregos diretos. Já o valor exportado pelo setor chegou a US$ 7,9 bilhões.
A edição deste ano também marca o fim das comemorações do Ano Internacional das Cooperativas, instituído em 2025 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e terá como anfitriã a Cooperativa Frísia, que, em agosto, completou 100 anos de fundação.
As atividades iniciam às 8h, com a recepção das delegações de cooperativistas vindas de todas as regiões do Paraná. Às 8h45, ocorre o Painel de Autoridades. Depois, o professor, palestrante e pesquisador em Liderança, RH e Significado do Trabalho, Alexandre Pellaes, ministra palestra com o tema “Propósito e pertencimento”.
Homenagens e apresentação cultural
A programação contempla ainda homenagens ao governador Ratinho Júnior e a Cooperativa Frísia, além de apresentações do Coral Frísia, Coral de Fazendeiros do Centro Cultural Castrolanda e Coral do Sistema Ocepar. Além disso, haverá um show musical com Simão Wolf, que é maestro, professor do método Suzuki, compositor, arranjador e violinista há mais de 20 anos.
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Primeira estimativa do IBGE aponta queda de 3,7% na safra de 2026
La Niña e redução no milho puxam recuo previsto para a produção nacional, enquanto a soja avança e sustenta o resultado do próximo ciclo.

A primeira estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgada pelo IBGE, aponta cenários opostos para as duas principais culturas do país em 2026. Enquanto a soja deve estabelecer um novo recorde nacional, o milho tem previsão de forte retração após uma safra histórica em 2025.
Para a soja, o IBGE projeta produção de 167,7 milhões de toneladas em 2026, alta de 1,1% frente ao ciclo anterior. O crescimento é sustentado por um leve avanço de 0,3% na área plantada e por um incremento de 0,8% no rendimento médio, que deve alcançar 3.507 kg/ha. Caso confirmado, será o maior volume já produzido pelo país.
O milho, por sua vez, tende a registrar a queda mais significativa entre as principais lavouras. A produção total prevista é de 128,4 milhões de toneladas, retração de 9,3% (menos 13,2 milhões de toneladas) em relação à safra de 2025, que foi excepcional devido ao clima favorável no período da segunda safra.

A 1ª safra de milho deve alcançar 26,3 milhões de toneladas, avanço de 0,9%, com aumento de 3,3% na área colhida, ainda que o rendimento recue 2,4%. Já a segunda safra, responsável por mais de 70% da produção nacional, concentra a maior parte da queda: estimados 102,1 milhões de toneladas, redução de 11,6%, puxada por um recuo proporcional no rendimento.
Segundo o IBGE, a base de comparação elevada da safra 2025 e a influência do La Niña, que altera o regime de chuvas no Centro-Oeste e Sul, explicam parte das perdas estimadas para o milho. A instituição também menciona incertezas sobre a janela de plantio, já que as lavouras de verão ainda estão em desenvolvimento.
Com esses resultados, soja e milho seguem como pilares da produção agrícola nacional, mas com trajetórias divergentes à medida que 2026 se aproxima.



