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Soja e carnes lideram aumento das exportações do agronegócio brasileiro

Aumento das vendas para o México e a valorização de produtos como carne suína e farelo de soja deram impulso ao resultado alcançado das vendas externas em fevereiro.

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Fotos: Claudio Neves

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgou os dados das exportações do agronegócio em fevereiro, totalizando US$ 11,2 bilhões, aumento de 2,2% em relação ao mês de janeiro, e 2,7% inferior a fevereiro de 2024.

Principais destaques

Com o andamento da colheita no Mato Grosso, a exportação de soja cresceu em fevereiro em relação a janeiro, alcançando o volume de 6,4 milhões de toneladas, aumento de 501% frente a janeiro de 2025, mas ainda 3% menor que fevereiro de 2024. Os preços foram 10% menores do que em 2024 na mesma comparação, a US$ 398,2/t.

Os derivados também foram mais exportados neste mês. O óleo de soja apresentou um aumento de 252% nas exportações, associado à decisão do governo de manutenção do B14. O volume enviado foi de 112 mil toneladas, vendidas a US$ 1.008,8/t, valor 3% menor que fevereiro de 2024. Para o farelo de soja, o volume enviado foi de 1,7 milhões de toneladas, 8,4% maior que em fevereiro de 2024, a US$ 356,2/t, 23% a menos na mesma comparação.

Os embarques de carne bovina in natura seguiram em alta, atingindo o volume de 190 mil toneladas, 6,7% maior em relação ao mesmo mês do último ano. Os preços da tonelada  embarcada caíram 2% frente ao último mês, mas foram 8,9% maiores que em fevereiro de 2024, com a tonelada embarcada a US$ 4.927,4/t.

Com relação à carne de frango in natura, houve um aumento do volume em 8% em relação a fevereiro de 2024, atingindo 406 mil toneladas enquanto os preços subiram 7% na mesma comparação, mas caíram 1,5% frente a janeiro de 2025. A média da tonelada embarcada foi de US$ 1.837,7.

Na comparação com fevereiro de 2024, apesar dos envios terem caído para os quatro principais importadores, houve um aumento de 273% nas exportações para o México, que foi o sexto principal destino da carne de frango, no entanto, ainda é cedo para falar que esse movimento está relacionado às tarifas.

Para a carne suína in natura, os envios foram recordes para fevereiro, 20% superiores ao ano passado e atingiram 101 mil toneladas, impulsionados pela demanda das Filipinas, que dobrou os embarques e adquiriu 20% do total embarcado pelo Brasil. O preço médio também aumentou 2,2% frente a janeiro de 2025 e subiu 11% com relação a fevereiro de 2024, para US$ 2.506,2/t.

Com relação aos embarques de milho, houve um aumento na demanda iraniana,  que triplicou, importando 40% do total. Ao todo os envios somaram 1,4 milhão de toneladas em fevereiro, ainda 16% menor com relação ao último ano, já os preços ficaram em US$ 225/t, estável na mesma comparação, mas 3,4% maiores que em janeiro de 2025.

Com a safra chegando no fim, os embarques do setor sucroenergético também diminuíram. A quantidade exportada de etanol caiu 72% com relação ao ultimo ano, para 41 mil m3, com preços em alta de 19%, para US$ 599,9/m3. Os envios de açúcar VHP também caíram, 41%, com a exportação de 1,5 milhão de toneladas, a US$ 455,6/t, 12% menor que no último ano. Para o açúcar refinado na mesma comparação foram embarcadas 317 mil t, queda de 27%, a USD/t 512,2,14% a menos.

Exportações destinadas ao México

No ano de 2024, dentre os produtos do agronegócio, o Brasil exportou para o México USD 2,92 bi, o que representou 1,78% do total, um número relativamente baixo, enquanto a China foi responsável por 30% da receita e os Estados Unidos 7,3%, o 2° principal destino.

O restante das exportações é mais pulverizado, sendo que o 3° maior destino é a Holanda com 3,3%, assim, todos os outros países que são parceiros comerciais do Brasil possuem um share reduzido. Porém, a relevância do México tem crescido, sendo que em termos de receita o país representava 0,56% das exportações do agronegócio brasileiro em 2014, e em 2024 representou 1,78%, aumento de 218%.

Houve um aumento expressivo dos envios do setor de carnes para o México no ano passado, sendo que as exportações de carne bovina in natura tiveram um aumento de 802,9% ante 2023, somando 46 mil toneladas. Os envios de carne de frango, subiram 23,3%, para 211 mil toneladas e a carne suína in natura, cresceu 51%, para 43 mil toneladas. Apesar do México ainda comprar pouco relativamente do Brasil, os envios das carnes podem seguir crescendo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que são um dos principais fornecedores desses produtos para o país da América Central.

Outro produto que apresentou um aumento considerável foi o café verde, onde houve um crescimento de 51% nas importações do México, para 76 mil toneladas, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos também são um player importante para o Brasil neste mercado.

Dado que os americanos são importantes fornecedores de produtos agrícolas para o México e a participação mexicana entre os destinos das exportações brasileiras é relativamente baixa, em caso de escalada tarifária, pode haver oportunidades para as exportações para o país.

Fonte: Consultoria Agro Itáu BBA

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Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul

Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

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Foto; Divulgação/Mapa

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.

A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.

Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.

Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.

Visita ao parque de inovações da LG

Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.

A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.

CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis

A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.

Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.

Fonte: Assessoria Mapa
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Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro

Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

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Foto: Shutterstock

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por RhizoctoniaFusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.

Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.

Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.

O desafio do manejo

O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.

Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP

A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.

Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.

Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.

Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.

A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.

Fonte: Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
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Notícias 02, 03 e 04 de dezembro

Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro

Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

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Fotos: Divulgação/C.Vale

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).

A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.

A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.

Antecipação estratégica

A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.

Raio X – Dia de Campo 2025/26

147 empresas participantes

45 cultivares de soja

58 híbridos de milho

16 cultivares de mandioca

65 parcelas de agroquímicos

17 parcelas de produtos biológicos

63 parcelas de programas nutricionais

17 parcelas com tratamento de sementes

14 parcelas de tecnologia de aplicação

16 espécies forrageiras

9 parcelas de plantas de cobertura de solo

4 instituições de pesquisa

1 instituição de ensino

4 instituições financeiras

Fonte: Assessoria C.Vale
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