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Soja deve manter estabilidade dos preços, sustenta analista

Profissional sugere para que os produtores melhorem a produtividade e a rentabilidade investindo em tecnologias.

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Foto: Shutterstock

Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a safra de soja no Brasil em 2022/23 deve atingir um volume de 155 milhões de toneladas, o que vai configurar como mais uma safra recorde para o país, que é o maior exportador da oleaginosa e segundo maior produtor mundial deste grão.

Os números expressivos mostram que o Brasil possui excelência na produção desta cultura e segue trilhando bons caminhos na agricultura. O jornal O Presente Rural conversou com o diretor de Marketing do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), o engenheiro agrônomo Leonardo Sologuren, que faz uma análise do que os produtores podem esperar com relação a preços, custos e demandas.

Diretor de Marketing do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), o engenheiro agrônomo Leonardo Sologuren – Foto: Divulgação/Cesb

O analista ressaltou que os últimos anos foram muito influenciados pela pandemia da Covid-19 e, por conta disso, os preços alcançaram patamares muito diferenciados. “A soja obteve preços muito expressivos, porém, precisamos considerar que não é possível perdurar por muito tempo esses valores. Desta forma, acreditamos que o mercado de soja deve voltar aos padrões tradicionais”, afirma.

Leonardo reforçou que o grande mercado da soja é a produção de ração animal e que o aumento considerável na venda do produto acaba sendo um fator limitante na produção de proteína animal. “Os altos valores favorecem os agricultores, por outro lado, trazem custos diferenciados em outras atividades, como a produção de proteína animal. Desta maneira, é preciso buscar um ponto de equilíbrio para que todas as cadeias produtivas sejam viáveis”, aponta.

Taxa de juros

O consultor explica que os preços da soja atingiram patamares elevados durante a pandemia devido à valorização do dólar, bem como o aumento dos preços das commodities no mercado internacional. Com a redução das taxas de juros em vários países, os investidores buscaram ativos de maior rentabilidade, como o mercado de ações e commodities agrícolas. “No entanto, a demanda superou a capacidade de oferta, levando a um aumento global da inflação. Isso resultou em um aumento das taxas de juros para combater a inflação, levando os investidores a migrar para o mercado de renda fixa, como títulos do Tesouro. Como consequência, as empresas e o comércio enfrentaram um cenário de queda. No Brasil, houve uma valorização do real em relação ao dólar, o que resultou em preços mais baixos no mercado nacional”, observa.

Qualidade do produto

O engenheiro agrônomo apontou sobre a grande qualidade da soja brasileira, destacando que não existem doenças incontroláveis que atingem esta cultura, mas que o principal problema fitossanitário é a questão climática, o que não é possível de controlar. “A cultura da soja é bastante impactada pela questão climática, e nos últimos anos temos visto que em alguns momentos o clima prejudica mais a região Sul, e outros a região Nordeste, e vice-versa”.

Projeções

A previsão da mais uma safra recorde no país está resultando em preços mais baixos para o mercado da soja, o que traz uma estabilidade nos preços, só que mais abaixo do que aqueles altos níveis registrados durante a pandemia. “A consequência disso é que muitos produtores não estão interessados em fazer negócios nas condições atuais. A situação é semelhante em Chicago, onde os preços também estão caindo devido à boa safra nos Estados Unidos”, informa.

O analista frisa que os preços da soja variam de região para região, sendo que os valores médios pagos na região Sul do Brasil são mais elevados. Ele também indica que o mercado está invertido, ou seja, a previsão é de que os preços futuros sejam mais baixos no segundo semestre. “No entanto, há perspectivas de melhora nos prêmios da exportação no segundo semestre, mas é improvável que os preços retornem aos patamares anteriores, a menos que ocorra uma quebra significativa de safra nos Estados Unidos”, observa.

Demanda 

Quanto à demanda interna e externa pela soja, o profissional reflete que justamente esta elevação da produtividade, bem como as novas áreas dedicadas ao plantio desta cultura fazem com que a demanda interna seja menor do que a produção e isso propicia preços mais baixos.

Com relação aos países importadores, o profissional reitera que a China é grande consumidor da soja brasileira, representando mais de 70% das exportações. “Outros países, como a Índia, também importam soja, mas em menor escala devido ao menor consumo per capita de proteína. Para se ter uma ideia, os brasileiros consomem mais de 90 quilos de carne por habitante ao ano. A China consome mais ou menos 55, já a Índia consome seis quilos de carne por habitante. Essa é uma diferença muito grande e mostra que mesmo que a gente exporte para a Índia, o comércio com a China tem previsão de ser sempre maior”, pontuou.

O agrônomo destacou também que a soja pode ser usada no Brasil para outros fins que não a nutrição animal, como produção de combustíveis, o que geraria maior necessidade do grão. “Eu acredito que produzir biodiesel pode representar uma oportunidade para aumentar o consumo interno da soja, sendo que é possível e necessário encontrar um equilíbrio entre a demanda e a produção destes produtos”, finaliza.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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