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Soja: de produção recorde à menor colheita das últimas três safras
Estimativa reduziu para 16,86 milhões de toneladas a produção de soja desta safra no Paraná
A expectativa começou boa para a safra de soja 2018/19 do Paraná, mas a estiagem, principalmente em dezembro acabou com o otimismo. A redução foi de 12% na produção do Estado em relação à safra passada e 14% em comparação com a projeção inicial, divulgada em agosto pela Seab.
A estimativa, divulgada no dia 24 de janeiro, reduziu para 16,86 milhões de toneladas a produção de soja desta safra, contra uma estimativa inicial divulgada em agosto de 2018 de 19,6 milhões de toneladas. Com isso, o recorde esperado foi reduzido à pior produção dos últimos três anos.
Segundo a técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ana Paula Kowalski, o prejuízo é de cerca de oito sacas por hectare, sendo que considerando a cotação atual de R$ 69,29/saca, a perda é de R$ 554 por hectare. “Este valor é superior à margem bruta média das últimas seis safras, o que significa dizer que o produtor não conseguirá arcar com o custo total de produção na temporada 2018/19”, diz a técnica em relatório.
Para a região de Cascavel, no Oeste do Estado, o custo total estimado para a safra 2018/19 é de R$ 4.340/ha, com uma produtividade de nivelamento de 63 sacas/ha, de acordo com dados do Projeto Campo Futuro. Ou seja, a lavoura precisaria atingir, no mínimo, esta produtividade para cobrir o custo total de produção. A estimativa atual de produtividade para a região é de 53 sacas/ha, conforme a Seab.
“A situação é mais grave ainda, considerando que o Paraná vem de uma safra de inverno bastante prejudicada, também pela falta de chuvas para o milho safrinha (quebra de 25% na produção inicialmente estimada). O trigo sofreu igualmente com a estiagem em algumas regiões e com o excesso de chuva na fase final do ciclo em outras (quebra de 15% na produção)”, comenta Ana Paula.
De acordo com ela, a esperança era de recuperação dos prejuízos na safra de verão, a principal em lucratividade para os produtores. Mas, desde o final do ano, o que se viu foi a deterioração da condição das lavouras.
Outros Estados
O Mato Grosso do Sul foi outro Estado duramente afetado pela estiagem e as altas temperaturas. A estimativa inicial era de produção de 10 milhões de toneladas de soja. Agora espera-se a colheita de 8,95 milhões de toneladas, redução de 11%, de acordo com levantamento da Famasul e Aprosoja/MS.
Em Goiás, a Aprosoja/GO estima perda de 15% na safra, reduzindo a produção de soja para 10 milhões de toneladas, enquanto a estimativa inicial era de 11,8 milhões de toneladas.
Argentina e Paraguai
Os prejuízos na safra sul-americana não se restringem ao Brasil. Argentina e Paraguai também enfrentaram e ainda enfrentam clima adverso. Os dois países estão entre os cinco principais exportadores de soja do mundo, junto com o Brasil e os Estados Unidos que ocupam a 1ª e 2ª posição, respectivamente.
No caso da Argentina, o plantio da soja está sendo prejudicado pelos excessos hídricos que ocorrem de forma mais severa nas províncias do Chaco, Santiago del Estero, Santa Fe e Entre Ríos, no Nordeste do país. Juntas, estas regiões respondem por pouco mais de 3,6 milhões de hectares.
A Bolsa de Cereales de Buenos Aires reduziu a estimativa de área plantada em 200 mil hectares até o momento, por conta do excesso de chuvas. A expectativa agora é semear 17,7 milhões de hectares contra 17,9 previstos inicialmente. Como a previsão é de mais chuvas, mas perdas ainda podem ser registradas até o final da safra.
Por outro lado, as demais regiões produtoras do país apresentam boas condições, incluindo as províncias de Buenos Aires e Córdoba, que concentram a maior parte da área de soja do país. Esta situação discrepante entre regiões deve gerar resultados bastante heterogêneos para a condição das lavouras e produtividade do país.
No Paraguai, a situação é semelhante à que ocorre no Paraná, sendo a falta de chuvas responsável pelos prejuízos registrados neste início de colheita. A produção estimada em 10 milhões de toneladas pela Câmara Paraguaia de Exportadores e Comerciantes de Cereais e Oleaginosa, foi reduzida em 1 milhão de toneladas. As produtividades registradas até o momento estão em torno de 2 mil kg/ha, mesma situação verificada no Paraná.
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Inaugurada nova unidade industrial da Aurora Coop
Cooperativa investiu R$ 587 milhões em avançada unidade de processamento de carnes para os mercados interno e externo
A Aurora Coop – terceiro maior grupo agroindustrial brasileiro da proteína animal – inaugurou na última terça-feira (16), em Chapecó, uma das maiores e mais avançadas indústrias de processamento de carnes do Brasil. Designado de IACH II (Indústria Aurora Coop Chapecó II), o empreendimento amplia a presença da cooperativa no segmento de industrializados.
O presidente Neivor Canton destacou a relevância da instauração de mais uma planta industrial para o cooperativismo catarinense e brasileiro. “A inauguração dessa moderna e avançada indústria de processamento de carne é um eloquente testemunho do triunfo do cooperativismo como ideologia associativista e do modelo de negócio fundado na ética e na sustentabilidade”.
Canton enfatizou que a diversificação do portfólio busca fortalecer a posição da Aurora Coop no mercado brasileiro e, também, como player global. “É fundamental investir na produção e no lançamento de linhas de produtos inovadores, gerando valor para os nossos produtores rurais cooperados, colaboradores, clientes e consumidores, sem esquecer da gestão sustentável da cadeia produtiva”.
“Há 55 anos, o cooperativismo é o grande protagonista dessa história que é contada por mais de 100 mil famílias no campo e na cidade. O resultado todos nós já conhecemos: alimentos de excelência na mesa de milhares de consumidores do brasil e do mundo”, observou o presidente da Aurora Coop.
Presente na cerimônia de inauguração, o governador do Estado de Santa Catarina, Jorginho Mello declarou que a Aurora Coop, sua capacidade técnica e sua numerosa geração de empregos são um orgulho para o estado catarinense e para todo o país. “Não tenho dúvida que todos nós temos orgulho do que a Aurora Coop fez nesses 55 anos. É uma honra quando vemos em supermercados produtos dessa cooperativa, levando o nome de nosso estado para o mundo.” O governador apontou ainda a potência do sistema cooperativista catarinense ao afirmar que se tornou um grande protagonista mundial.
A entrega do termo de licença ambiental de operação e o descerramento da placa inaugural da Indústria Aurora Coop Chapecó II marcaram o encerramento da cerimônia.
IMPONENTE
O novo complexo industrial impressiona pela sua amplitude. Ocupa uma área territorial de aproximadamente 15 hectares inseridos dentro uma gleba com 241 hectares, no bairro Efapi. O conjunto é formado por 37 edificações (industriais, administração, suporte e tratamento de efluentes), totalizando área construída de 31.402 metros quadrados.
Os produtos se destinam para os mercados interno e externo, com previsão de exportação para o Reino Unido, Emirados Árabes Unidos (EAU) e União Europeia (UE). O faturamento da nova indústria está projetado em R$ 86,2 milhões/mês, o que incrementará a receita operacional bruta da Aurora Coop para 2024 em 4,2%.
A nova indústria da Aurora Coop possui um elevado grau de automação, presente em todas as etapas do processo produtivo, em diferentes níveis, atingindo a robotização ao final das linhas. O setor embalagens, em destaque na automação, conta com robôs, empacotadoras, controles rigorosos de pesagem e geração de etiquetas.
A fábrica foi projetada e construída de forma a garantir a qualidade do processo e evitar o contrafluxo. Entre os diferenciais tecnológicos destacam-se a linha de formação com alta precisão de peso e formato; o congelamento por leito fluidizado; a equalização de temperatura com uso de nitrogênio; o sistema de grelhamento dos produtos; e os fornos de cozimento que garantem maior sabor e qualidade dos produtos cozidos.
Diferenciais de sustentabilidade estão presentes na nova planta industrial, com a utilização de cavaco como fonte de biomassa. Proveniente de florestas próprias de eucalipto, plantadas no entorno da fábrica, essa alternativa reduz o consumo de lenha e aumenta a eficiência na geração de calor e vapor. Embalagens, por outro lado, são do tipo monocamada, facilitando o processo de reciclagem.
A capacidade instalada para produção diária é de 176 toneladas de empanados, 88 toneladas de cozidos, 14,3 toneladas de desfiados, totalizando um volume de 278,3 toneladas/dia com operação em três turnos (22 horas trabalhadas). Com uma média de 25 dias trabalhados, a produção mensal atingirá 4.400 toneladas de empanados, 2.200 toneladas de cozidos e 357,5 toneladas de desfiados, totalizando 6.957,5 toneladas/mês. A nova indústria atingirá plena capacidade de produção em até sete anos.
Foram gerados de imediato 354 empregos diretos para iniciar as diversas linhas de produção. Porém, o quadro funcional chegará a 700 trabalhadores – quando atingir a plenitude produtiva – com a indústria operando de segunda-feira a sábado, em três turnos.
Quatro linhas de produção já estão ativas: frango desfiado, peito de frango cozido (íntegro, cubos e tiras), empanados grandes formados e empanados pequenos formados e cortes íntegros. A fábrica foi projetada prevendo a futura instalação de uma quinta linha, que poderá ser complementar às linhas existentes ou possibilitar a industrialização de novos produtos do mix da empresa.
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Custos de produção de frangos de corte e de suínos caem em março
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente
Os custos de produção de suínos e de frangos de corte caíam no mês de março nos estados líderes em produção e exportação segundo os estudos registrados pela Embrapa Suínos e Aves em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias). Em Santa Catarina, o custo de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo chegou aos R$ 5,61, queda de 1,42% em relação a fevereiro. No ano, o acumulado é de -9,52%, o que fez o ICPSuíno cair para 321,12 pontos. O custo com a alimentação dos suínos determinou esse recuo, caindo a R$ 4,09, o que representou 73,33% do custo total
Já os custos de produção do quilo do frango de corte no Paraná produzido em aviário tipo climatizado com pressão positiva foram de R$ 4,27 em março, queda de 2,39% em comparação com fevereiro. No ano, o acumulado é de -3,14%, o que fez o ICPFrango cair para 330,66 pontos. Assim como na suinocultura, o custo com a alimentação das aves determinou esse recuo, caindo a R$ 2,84, participando em 66,39% do custo total.
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente. Os custos de produção são uma referência para o setor produtivo. Entretanto, suinocultores independentes e avicultores sob contratos de integração devem acompanhar a evolução dos seus próprios custos de produção.
Aplicativo Custo Fácil – O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das granjas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de graça para aparelhos Android, na Play Store do Google.
Planilha de custos do produtor – Produtores de suínos e de frango de corte integrados podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. A planilha pode ser baixada de graça no site da CIAS.
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Doze exportadores de carne bovina confirmam presença no SIAVS
ABIEC comanda ação com agroindústrias do setor; outras empresas participarão com estande próprio
Doze das maiores empresas exportadoras de carne bovina do Brasil já confirmaram presença e novas empresas estão previstas para participar do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), maior evento dos setores no Brasil, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).
Duas exportadoras de carne bovina – a JBS Friboi e a Marfrig – já confirmaram participação com estandes próprios no SIAVS.
Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) comandará um espaço exclusivo para os exportadores de bovinos em meio ao SIAVS. Nove empresas confirmaram presença: Cooperfrigu, Frigol, Astra, Iguatemi, Naturafrig, Frigosul, Zanchetta, Agra e Barra Mansa.
Em outra área consorciada do evento, a Frigoestrela marcará presença no pavilhão das agroindústrias de carne suína.
Ao todo, em torno de 70 agroindústrias produtoras e exportadoras de carne de frango, carne suína e carne bovina, além de ovos e peixes de cultivo, confirmaram presença no SIAVS. Elas se somam a mais de 200 empresas fornecedoras da cadeia produtiva de proteína animal do Brasil, incluindo equipamentos, genética, rações, laboratórios e outros.
Principal centro dos negócios das cadeias produtivas no Brasil, o SIAVS deverá reunir mais de 20 mil visitantes do Brasil e de outros 50 países, incluindo importadores de dezenas de mercados estratégicos e clientes do varejo e atacado brasileiros.
“A confirmação massiva de empresas frigoríficas de bovinos reforça o novo perfil do SIAVS, que se consolida como grande palco de negócios, do fomento ao desenvolvimento técnico e dos debates políticos e conjunturais destes setores que já geraram mais de R$ 1,2 trilhão para o país em duas décadas de exportações”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
Realizadora do SIAVS, a ABPA preparou uma série de atrações para o principal evento das cadeias produtivas. Os detalhes serão divulgados por meio das redes sociais @siavsbr e pelo site do evento.