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Soja brasileira supera recordes, mas demanda fraca limita valorização

Valor médio recebido pelas exportações de soja do Brasil em 2023 foi de R$ 158,61/sc de 60 kg, 12,4% inferior ao de 2022, o que está atrelado, também, à desvalorização do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana teve média de R$ 5,00 neste ano, a menor desde 2019.

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Foto: Danilo Estevão

As ofertas nacional e mundial de soja foram recordes na temporada 2022/23. No Brasil, apesar de um cultivo mais longo e de dificuldades no período de colheita, a produtividade foi expressiva. Inclusive, foi o avanço na colheita brasileira que compensou as menores ofertas dos Estados Unidos e da Argentina e que garantiu uma produção global recorde na safra 2022/23, de 374,39 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês). Como resultado, as cotações da soja foram pressionadas em 2023.

Foto: Fernando Dias

O Brasil colheu um recorde de 160 milhões de toneladas de soja em 2022/23, significativo crescimento de 22,6% sobre a temporada anterior. Já os EUA colheram 116,22 milhões de toneladas, queda de 4,3%. Na Argentina, o impacto do fenômeno climático La Niña foi mais intenso, refletindo em forte escassez hídrica. Com isso, a produção foi de apenas 25 milhões de toneladas de soja, o menor volume desde a temporada 1999/2000.

Diante da maior oferta brasileira, o ano de 2023 iniciou com queda nos valores dos prêmios de exportação de soja no País, que, inclusive, registraram patamares negativos, o que não era visto desde junho/21, considerando-se um contrato de primeiro embarque.

Entre março e abril, além da maior oferta doméstica, houve significativo aumento no interesse de venda, devido à necessidade de o produtor “fazer caixa” para despesas relacionadas ao custeio das atividades de campo. Diante disso, as cotações da soja no mercado físico foram pressionadas de forma acentuada nesse período, e os prêmios de exportação foram os menores desde 2004.

De maio a junho, a atenção de agentes se voltou ao clima no Hemisfério Norte, que, naquele momento, favorecia o início das atividades de campo da safra 2023/24. Já no segundo semestre do ano, as indústrias brasileiras estiveram mais ativas nas aquisições da soja em grão. Esse cenário elevou a disputa entre compradores domésticos e externos da oleaginosa, resultando em alta nos preços nacionais. Além disso, sojicultores brasileiros estiveram retraídos nas vendas envolvendo grandes volumes, com uma parcela mostrando preferência por segurar o remanescente da safra 2022/23, apostando em negócios posteriores a valores maiores.

De setembro a outubro, os preços voltaram a se enfraquecer, influenciados pela desvalorização externa, que, por sua vez, esteve atribuída à entrada da safra 2023/24 de soja nos EUA e ao elevado remanescente da safra 2022/23 no Brasil.

Já no último bimestre de 2023, as cotações foram sustentadas pela firme demanda, sobretudo externa, e pelas adversidades climáticas para o cultivo da safra 2023/24 no Brasil. Do lado da exportação, em 2023 (de janeiro a dezembro), o Brasil embarcou volume recorde de soja, de 101,8 milhões de toneladas, 29,3% acima da quantidade escoada em todo 2022. Os envios à China (principal destino do grão nacional) cresceram 38,9%, somando 74,49 milhões de toneladas no acumulado do ano.

Chamou a atenção o fato de a Argentina ter sido, em 2023, o segundo maior destino da soja brasileira, com 4,02 milhões de toneladas da oleaginosa escoadas ao país vizinho.

O valor médio recebido pelas exportações de soja do Brasil em 2023 foi de R$ 158,61/sc de 60 kg, 12,4% inferior ao de 2022, o que está atrelado, também, à desvalorização do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana teve média de R$ 5,00 neste ano, a menor desde 2019.

Quanto aos preços internos, no balanço de 2023, prevaleceram as baixas. Os Indicadores da soja Esalq/BM&F Bovespa Paranaguá e Cepea/Esalq Paraná registraram em 2023 as menores médias anuais desde 2019, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de novembro), a R$ 149,35/sc e a R$ 142,11/sc de 60 kg, respectivas quedas de 17,2% e de 19,6% frente às de 2022.

Derivados

Os preços do farelo e do óleo de soja também registraram os patamares mais baixos desde 2019, em termos reais. As quedas nas cotações dos derivados, no entanto, foram limitadas pela firme procura, sobretudo externa – demandantes internacionais elevaram as aquisições no Brasil, devido à menor oferta na Argentina.

De acordo com o relatório do USDA, as exportações de farelo de soja do Brasil somaram 21,34 milhões de toneladas na temporada 2022/23 (de outubro/22 a setembro/23), o que levou o Brasil a se posicionar como o maior fornecedor mundial desse subproduto, à frente da Argentina (que, até então, era o principal exportador global de derivados de soja). Vale ressaltar que o Brasil não liderava as vendas externas de farelo desde a safra 1997/98.

Em 2023 (de janeiro a dezembro), o Brasil exportou um recorde de 22,6milhões de toneladas de farelo de soja, 11% acima do escoado em 2022, de acordo com a Secex. Além disso, o consumo doméstico por farelo de soja cresceu pela 20ª safra seguida, alcançando volume recorde de 20,3 milhões de toneladas na safra 2022/23, de acordo com dados do USDA.

De 2022 para 2023, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do farelo de soja caíram 4,6%, em termos reais. No caso do óleo de soja, o produto negociado na região de São Paulo (com12% de ICMS incluso) se desvalorizou 30,7% entre 2022 e 2023, com a média a R$ 5.530,90/tonelada, a menor desde 2019, em termos reais. Neste caso, a pressão veio da queda na demanda, sobretudo por parte do setor industrial.

De acordo com a Secex, o Brasil escoou 2,14 milhões de toneladas de óleo de soja neste ano, 10,45% abaixo do volume de 2022. À Índia, maior importador global de óleo, foram exportadas 1,2 milhão de toneladas em 2023, queda de 23,32% frente ao anterior.

Fonte: Assessoria Cepea

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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