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Soja brasileira será testada na Coreia do Sul para fabricação de produtos alimentícios

Embrapa Cerrados envia grãos da oleaginosa de cinco cultivares para testes no país coreano.

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Fotos: Divulgação/Embrapa Cerrados

Embrapa Cerrados e a Korea Agro-Trade Center São Paulo, empresa da Coreia do Sul, assinaram recentemente um memorando de entendimento para estabelecer uma parceria entre as empresas. O objetivo da empresa coreana é buscar no Brasil cultivares de soja não-transgênica com bom desempenho para fabricação de produtos alimentícios, bastante consumidos na Ásia. O principal produto é o tofu, um queijo vegetal feito a partir do leite de soja. Outros produtos de grande consumo naquele país é o missô, uma pasta fermentada de grãos, e bebidas que têm como base a oleaginosa.

“Neste primeiro momento, enviamos grãos de soja de cinco cultivares desenvolvidas pela Embrapa Cerrados para serem testados na Coreia do Sul. São materiais ricos em proteína, o que é importante para essas indústrias alimentícias. A partir de testes de processamento dos alimentos, podemos melhorar esses materiais até conseguirmos uma cultivar que atenda essa demanda”, explica Sebastião Pedro, chefe-geral da Embrapa Cerrados.

Ele completa: “Essa parceria visa identificar cultivares de soja convencional com genética da Embrapa desenvolvida para cultivo no Cerrado que atendam os padrões de consumo da população sul-coreana”. A parceira também compartilhar as informações sobre as características que atendem o mercado sul-coreano. A partir disso, vamos organizar a cadeia produtiva para viabilizar o fornecimento desses grãos para o mercado da Coreia do Sul. Ele completa: “Testar nossos materiais nesse mercado é o primeiro passo para este intento”.

Young Jung, diretora da Korea Agro-Trade Center São Paulo, conta que, em seu país, a soja é a segunda cultura alimentar mais importante, atrás apenas do arroz. Mais de 80% da soja que consomem é proveniente dos Estados Unidos. Atualmente, a Coreia do Sul importa 180 mil toneladas de soja convencional, sendo 60% usadas para produção de tofu. A empresa de Jung atua em diversos países do mundo com exportação de alimentos para a Coreia do Sul. O objetivo, com essa parceria, é diversificar os fornecedores de soja para produção de tofu, visando à segurança alimentar de seu país.

O acordo tem o apoio da Embaixada da República da Coreia no Brasil. Ao saber da composição dos materiais selecionados pela Embrapa Cerrados, que contêm 42% de proteína, o adido comercial da Embaixada, Kong Sung Ho, demonstrou grande satisfação pela boa proporção de proteína, principalmente para a produção de tofu. Sung Ho ressalta: “Com o estabelecimento desse acordo, esperamos continuar aprofundando as relações entre os dois países, tanto no setor público quanto no privado, especialmente na agricultura”.

Apesar disso, Sebastião Pedro, também pesquisador com atuação em melhoramento genético de soja, explica que a quantidade de proteína pode se alterar de acordo com o local onde é produzida a soja e ainda pelas condições climáticas. Ele ressalta que a Coreia do Sul é um importante cliente para o Brasil. “Essa aproximação, por meio do memorando de entendimento, permitirá que possamos entender qual é a real necessidade quanto ao tipo de qualidade de soja que o país precisa e vamos atender à medida em que entendermos essa necessidade”, garante.

Nicho de mercado especial
Sebastião Pedro lembra que, no início da produção de soja no Cerrado, o objetivo era produzir soja ordinária, para fabricação de farelo para alimentação animal e óleo. “O Brasil é um líder na produção de alimentos no mundo e o Cerrado hoje é responsável por 60% da produção agrícola do País. A pesquisa agora está buscando fortalecer a produção de soja para o consumo humano, com proteína e óleo de alta qualidade”, informa.

Na maioria das propriedades agrícolas, a soja é uma commodity, negociada por peso, e não por sua qualidade. Dentro dessa realidade, a soja para o consumo humano é um nicho de mercado. Por se tratar de cultivares convencionais, elas precisam ser produzidas em áreas separadas dos cultivos transgênicos, para não haver contaminação. Após a colheita, os grãos precisam ser armazenados e transportados separadamente. “É muito trabalhosa a logística da soja convencional. O cuidado já começa com a semente, que tem ser pura, não contaminada. Dentro do mercado de soja não-transgênica, a soja especial para produção de tofu é outro nicho, ainda mais específico. O grão tem que ser produzido para atender essa destinação, que tem como clientes países asiáticos, como Coreia e Japão, que estão dispostos a pagar o custo adicional por essa logística diferenciada”, detalha o chefe-geral.

Jung alerta ainda que, por se tratar de uma soja convencional, os materiais da Embrapa passarão por inspeções de segurança, para aferir se as amostras não contêm grãos transgênicos, e só depois seguirão para os testes de processamento.

Sebastião Pedro reforça que, por se tratar de um nicho de mercado especial, é importante que seja feito o acompanhamento da cadeia, garantindo que sejam aplicadas as boas práticas agrícolas, visando a sustentabilidade da produção e a segurança para o consumo humano: “Primeiro, vamos identificar uma soja que seja ideal para o mercado sul-coreano e depois vamos organizar a produção no Brasil com certificação de origem para garantir a qualidade do nosso produto”.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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