Conectado com

Notícias Agromensais Itaú

Soja brasileira deve enfrentar preços menores para a safra 2023/24

Por outro lado, produtores devem ser beneficiados c om margens favorecidas pela queda dos custos de produção.

Publicado em

em

Foto: Wenderson Araujo/Trillux

A safra 2022/23 foi mais uma de estoques globais apertados, o que ajudou a sustentar  os preços da soja no mercado internacional. A grande quebra da safra argentina e a redução da produção americana mantiveram o balanço global de oferta e demanda da oleaginosa apertado e, mesmo a super safra do Brasil, não foi suficiente para elevar os  estoques mundiais. No Brasil, o recorde de 156 milhões de toneladas de produção, somado a uma comercialização reticente, pressionou os prêmios para o grão e penalizou a formação do preço ao produtor. Em Sorriso, entre janeiro e junho deste ano, a saca caiu 28% enquanto na CBOT, a desvalorização foi de 7,4%. Quando comparamos ao mesmo período do ano passado, as baixas em Chicago e Sorriso foram de 9,5% e 22%, respectivamente.

A média de produtividade do Brasil para a safra 2022/23, de acordo com a Conab, foi de 58,5 sacas de soja por hectare, alta de 16% em relação à safra anterior, o que, junto ao
aumento de 6% na área plantada, resultou em produção recorde. A grande produção, somada ao atraso na comercialização, culminou em prêmios negativos e menor rentabilidade para o produtor brasileiro. O cenário para a safra 2023/24 começa a se desenhar e com ele, a perspectiva de uma grande produção global da oleaginosa. Segundo o USDA, a produção mundial de soja deve crescer10%, para 405 milhões de toneladas, marcando um novo recorde. Após as quebras de safra registradas em decorrência do fenômeno La Niña, a nova temporada
deve ser beneficiada pelo El Niño, fenômeno oposto. Com isso, o órgão americano projeta um crescimento de 1% para a safra dos EUA e um retorno a normalidade para a safra da Argentina, que deve colher em torno de 50 milhões de toneladas de soja.

Nos Estados Unidos, o plantio da safra 2023/24 foi acelerado, beneficiado por um clima mais seco e quente em maio. Em junho, o clima no Meio-Oeste se mostrou irregular, com chuvas abaixo da média em diversas áreas do cinturão de grãos. A redução da área plantada projetada com o grão, junto com uma certa irregularidade climática, vem trazendo consequências para o número de produção, que será menor que o projetado inicialmente, em maio. Ainda estamos no meio do período de desenvolvimento da safra americana e a consolidação dos números está sujeita à revisões, ainda dependendo da evolução do clima nos próximos dias. Porém, por conta de uma safra americana menor que a esperada, a curva de preços futuros em Chicago
subiu um degrau. Devemos observar um aperto um pouco maior da oferta, dando sustentação aos preços no curto prazo, mas cedendo à medida que a safra da América do Sul entrar no mercado.

Na Argentina, depois de uma seca prolongada em decorrência da La Niña, o mês de junho trouxe boas chuvas para o país e a expectativa para a safra 2023/24 é de aumento para a área plantada e produtividade, com o El Niño trazendo mais chuvas para a América do Sul. Para o Brasil, a expectativa é de novo aumento para a produção, com elevação da área
plantada e da produtividade. Com isso, é esperado que um novo recorde para a produção nacional seja alcançado, com um volume de 163 milhões de toneladas. O El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, exerce influência no clima global e, em território brasileiro, seus efeitos podem ser simplificados da seguinte forma: geralmente, anos de El Niño tendem a apresentar mais chuvas para a região Sul do Brasil e menos precipitação para o Matopiba. O fato de a região Sul, segunda maior produtora nacional do grão, ser beneficiada, pode refletir em números melhores de produção.

Nosso cenário supõe uma expansão de 1% para a área plantada com a oleaginosa em 2023/24, para 44,5 milhões de hectares, abaixo da tendência média de aumento anual registrada nos últimos cinco anos, de 4%.

Após experimentarem um aumento expressivo para os custos de produção na safra 2022/23, a perspectiva para a 2023/24 é de redução para os custos operacionais, o que pode ser atribuído à forte queda nos preços do fertilizante e ao arrefecimento de parte dos demais insumos de produção. Com a relação de troca com fertilizantes bem mais  favorável para a safra 2023/24, a tendência é que seja feito o investimento em tecnologia (sementes, defensivos e adubação), algo que também ajuda a amenizar parte da variabilidade trazida pelas condições climáticas em todo o país. A demanda deve seguir em firme trajetória de crescimento, com o grão sendo utilizado para a produção de alimentos, ração e combustíveis. O mercado global
projeta um uso cada vez maior da soja para a produção de biocombustíveis, com a crescente pressão por fontes de energia renováveis e sustentáveis. Ao mesmo tempo,
espera-se que o aumento do consumo de carne crie uma demanda adicional por ração.

A China é o principal impulsionador da demanda global, respondendo pela maior parte das importações de soja em todo o mundo. Espera-se que a demanda chinesa cresça
em 2023/24, dando tração às exportações do Brasil, que podem alcançar 96,5 milhões de toneladas e apresentar mais um ano de crescimento.

Queda nos custos

Os custos de produção devem apresentar queda importante em relação à safra 2022/23, calcados na forte redução dos preços do adubo e no arrefecimento das cotações de alguns defensivos. Os custos com fertilizantes para a safra 2023/24 devem cair aproximadamente 20%, sendo este o item com maior influência na redução do custo operacional, para o qual projetamos queda em torno de 10% sobre a safra  2022/23.

Do lado dos preços, a projeção de um balanço global de oferta e demanda mais confortável para o grão, além de mais uma projeção de recorde de safra para o Brasil, devem seguir influenciando negativamente as cotações, porém isso não significa piora expressiva na rentabilidade para a safra 2023/24. Projetamos leve redução das margens nominais em relação a 2022/23, com os valores em BRL/ha praticamente estáveis, com projeção de queda para os custos maior que a queda dos preços.

Os preços em Chicago e o câmbio impactam diretamente a formação do preço ao produtor no Brasil. Diante da perspectiva de preços em queda na CBOT e o câmbio  atuando como uma variável de difícil previsão, é importante que os produtores fiquem atentos às oportunidades de hedge, diante das perspectivas de um mercado global mais abastecido. Além disso, quando olhamos as cotações convertidas em BRL, uma valorização da moeda nacional poderia colocar pressão adicional nos preços locais. Diante desse cenário, é prudente que os produtores se protejam de quedas adicionais com vistas a minimizar o risco de corrosão de margens. Especial atenção ao tema deve ser dada pelos players que possuam grandes compromissos a serem pagos na próxima safra. Nesse sentido, fazer o uso de ferramentas que contribuam com essa gestão de risco e possibilitem a fixação de piso de preços pode fazer muito sentido.

Fonte: Consultoria Agro/Itaú BBA

Notícias

IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano

Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).

Publicado em

em

Fotos: Marcello Casal

O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.

No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.

No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.

No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.

Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.

A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Notícias

ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro

Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/ABCZ

Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.

A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.

Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian: “Temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”

A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.

Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.

O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.

Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.

Fonte: Assessoria ABCZ
Continue Lendo

Notícias

Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro

Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.

No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.

No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.

Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.

No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a  liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.