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VOZ DO COOP

Notícias Replantio recorde

Sob impacto do El Niño, safra de soja apresenta perdas irreversíveis em todos os estados brasileiros

Volume de perdas supera 15,3 milhões de toneladas

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Foto: Eduardo Monteiro/Rally da Safra

A colheita da soja avança e consolida o cenário de quebra da safra brasileira de forma irreversível, em razão do El Niño de forte intensidade. Com o clima irregular ao longo do plantio e durante o desenvolvimento das lavouras nas diferentes regiões – com falta de chuvas e altas temperaturas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul do país – a safra apresenta quebra que já supera 15,3 milhões de toneladas em todos os estados.

Diferente da temporada 2015/16, quando o fenômeno El Nino também foi de alta intensidade, nessa temporada os estragos foram maiores, principalmente devido à maior precocidade das lavouras. Uma das consequências foi o replantio recorde de 2,9 milhões de hectares, sem contar as áreas abandonadas para dar lugar ao algodão.

“O replantio acaba gerando prejuízo não apenas à safra de soja, pois incorre em novos custos e parte de um potencial produtivo menor, como também à segunda safra de milho, pois compromete a janela ideal para a semeadura”, explica o coordenador da expedição Rally da Safra, André Debastiani.

O Rally da Safra aponta para o ciclo 2023/24 de 153,8 milhões de toneladas – 3,7% inferior à temporada passada, com uma produtividade média de 56,1 sacas por hectare (60 na safra 2022/23). A área plantada cresceu 2,9% para 45,7 milhões de hectares. Com levantamentos quinzenais de safra, a consultoria começou a revisar seus números em outubro e desde então alterou suas estimativas a cada levantamento, em função da piora do quadro climático.

“Essa safra tinha potencial para ultrapassar 169 milhões de toneladas diante do aumento de área, do bom nível tecnológico utilizado no campo e provável cenário de recuperação do Rio Grande do Sul que, na temporada anterior, deixou de produzir 8 milhões de toneladas”, diz Debastiani.

Neste mês de janeiro, as equipes técnicas do Rally da Safra 2024 iniciam, em campo, a avaliação das condições das áreas plantadas. As áreas visitadas respondem por 97% da área de produção de soja e 72% da área de milho.

Os trabalhos começaram no último dia 12, com os técnicos percorrendo o Oeste do Mato Grosso e a região da BR 163, em áreas de soja precoce. O baixo volume de chuvas, aliado às altas temperaturas em outubro e dezembro do ano passado, acarretou perdas de estande e abortamento de vagens, afetando seriamente as lavouras mais precoces. O clima favoreceu também a incidência de pragas. O replantio no estado é recorde e ultrapassa 1 milhão de hectares (8,5% da área).

“As lavouras que estão sendo colhidas agora são as piores e as mais afetadas pela seca. As áreas com variedades de ciclo médio e tardio, apesar de também terem sofrido, apresentam melhores condições, pois receberam chuvas após a segunda quinzena de dezembro. O receio agora recai sobre o possível excesso de chuvas durante a colheita nas próximas semanas”, expõe Debastiani.

O estado tem uma produtividade média pré-rally, estimada em 52,5 sacas por hectare, contra 63,8 sacas por hectare na safra passada.

O Sudoeste de Goiás traz um cenário muito semelhante ao do estado do Mato Grosso, com atraso significativo na regularização das chuvas e altas temperaturas. O início da colheita na região confirma resultados abaixo da expectativa dos produtores. A estimativa pré-rally é de 56 sacas por hectares, cerca de 65,5 sacas por hectare na temporada 2022/23.

A Bahia surpreende com um quadro crítico e o maior percentual de replantio: 15% da área – algumas lavouras foram replantadas três vezes. O clima irregular com altas temperaturas em novembro e dezembro prejudicou as lavouras, com as chuvas normalizando apenas em janeiro. No estado, a produtividade média pré-rally é projetada em 58,5 sacas por hectare (67 na temporada passada).

No Maranhão, Piauí e Tocantins, o retorno das chuvas em janeiro favoreceu o bom desenvolvimento das lavouras, mas, em função do calendário de plantio mais tardio, ainda necessita de chuvas para garantir produtividade estimada em 54,8 sacas por hectare nos três estados juntos (61,2 na safra anterior).

No Mato Grosso do Sul, agora é a vez da região Norte apresentar quebras, diferente do que aconteceu na safra 2021/22, quando o Sul do estado puxou a produtividade média para baixo. A produtividade estimada é de 59 sacas por hectare (64 na safra passada).

Em Minas Gerais, a queda na produção, por enquanto, é menor devido ao plantio mais tardio. A estimativa pré-rally é de 59 sacas por hectare (65,3 sacas em 2022/23).

Técnicos do Rally avaliam também, neste mês, o Oeste do Paraná. Ao contrário de outros estados, o Paraná registrou o melhor início de safra da história, com chuvas nas regiões Oeste e Norte que permitiram um bom avanço do plantio e desenvolvimento inicial das lavouras. No Sudeste e Sudoeste já há queda de potencial pelo excesso de chuvas, baixa luminosidade e alta presença de doenças. A produtividade pré-rally é estimada em 60 sacas por hectare (66 na safra passada).

No Rio Grande do Sul, o ritmo de semeadura ficou abaixo da média em função do excesso de chuvas e solo encharcado. Algumas regiões semearam com muita umidade no solo, ocasionando irregularidade no estande. Com as chuvas acima da média nos meses de novembro e dezembro, as lavouras se desenvolvem de forma satisfatória até o momento, embora com porte mais baixo e menor enraizamento. Atenção à região Sul do estado que pode passar por um período de veranico nas próximas semanas e merece atenção. A projeção é de 55,5 sacas por hectare (36,9 no ciclo passado).

“O trabalho de campo do Rally, visitando cada uma das regiões de produção de soja do Brasil, torna-se fundamental para mensurar os impactos da irregularidade climática na safra de soja. Isso só é possível por meio da coleta de amostras e medição de população de plantas, número de grãos por planta, peso dos grãos e condições fitossanitárias das lavouras. E esse trabalho segue até o final de março com toda a nossa equipe”, diz o coordenador da expedição.

Em campo

Roteiro das três primeiras equipes do Rally:

. no Paraná, a equipe 1 deixou Maringá e percorreu lavouras nas regiões de Campo Mourão, Goioerê, Palotina, Toledo e Cascavel, chegando em Foz do Iguaçu.

. já na região da BR 163, os técnicos da equipe 2 deixaram Cuiabá sentido Nova Mutum, visitando áreas em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop.

. no Oeste do Mato Grosso, a equipe 3 avaliou a soja nas regiões de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio.

As próximas equipes irão ao Sudeste do Mato Grosso, Norte do Mato Grosso do Sul e Sudoeste de Goiás a partir de 27 de janeiro.

As equipes técnicas irão percorrer mais de 80 mil km por 12 estados – Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia – para avaliar as condições das áreas de soja durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita até 24 de março. Outras seis equipes avaliarão as lavouras de milho segunda safra em maio e junho. Entre os meses de abril e maio, técnicos da Agroconsult e das empresas e marcas patrocinadoras visitarão produtores rurais nas regiões da BR-163, no Mato Grosso, no Sudoeste de Goiás, no Planalto do Rio Grande do Sul e Oeste do Paraná. No mesmo período serão realizados eventos técnicos em Não-Me-Toque (RS), Cascavel (PR), Rio Verde (GO) e Luís Eduardo Magalhães (BA).

Nesta edição, o Rally estará presente ainda nos principais eventos do agronegócio: Show Rural, em Cascavel (PR); ExpoDireto, em Não-Me-Toque (RS); Show Safra, em Lucas do Rio Verde (MT), e Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO).

O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados clicando aqui.

Fonte: Rally da Safra

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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