Notícias Segundo Embrapa
Sistemas ILPF alteram a dinâmica de ocorrência de pragas
Em sistemas de ILP com rotação anual, não foram encontradas cigarrinhas nas pastagens, eliminando a aplicação de químicos de controle

Aumento da ocorrência de inimigos naturais, ausência de cigarrinha na pastagem e de lagarta desfolhadora no eucalipto são algumas das diferenças em sistemas integrados de produção agropecuária quando comparadas a sistemas solteiros de cultivo. As observações são resultado de pesquisas conduzidas na Embrapa Agrossilvipastoril (MT). Elas mostram mudanças na dinâmica de insetos em função da interação entre duas ou mais espécies e da estratégia de ILPF adotada.
Essa alteração no comportamento e na ocorrência de pragas traz benefícios tanto na diminuição dos custos com o controle quanto na redução dos riscos envolvendo perdas de produção.
Em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), a modalidade de integração mais utilizada no País, quando a estratégia envolve a rotação anual, com lavoura no verão seguida de pastagem no inverno, não há a ocorrência da cigarrinha. A praga é uma das mais relevantes para as forrageiras. O inseto adulto suga a seiva da folha e libera enzimas que causam o amarelamento e posterior morte das folhas do capim. Com isso, o pasto perde produtividade e a capacidade de suporte de animais.
De acordo com o pesquisador Rafael Pitta, como nessa estratégia de ILP a pastagem é semeada entre fevereiro e março, a forrageira terá maior volume de massa já no fim do período chuvoso, o que não dá tempo para o desenvolvimento da praga devido a suas características biológicas.
“Quando começam a reduzir as chuvas, a cigarrinha deposita o ovo no solo e ele fica em estágio de hibernação esperando as próximas chuvas. O ovo de março, abril, só vai eclodir em setembro e outubro, quando começa novo período de chuvas. Nesse momento, o capim já está sendo dessecado para servir de palhada para a lavoura”, explica Pitta.
Com a ausência da praga, os produtores deixam de ter de fazer o controle químico da cigarrinha. Em áreas de pastagens solteiras, são necessárias, em média, duas aplicações de inseticidas a cada período chuvoso, custando cerca de R$ 80 por hectare somente em produtos.
ILPF
Em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta com eucalipto, com renques de linhas triplas, a pesquisa mostrou que a lagarta desfolhadora (Glena unipennaria) não ocorre nos sistemas integrados. A praga é comum em sistemas de monocultivo de eucalipto e causou cerca de 50% de desfolha, no mesmo experimento, em áreas de controle cultivadas somente com a árvore.
Conforme a pesquisa, a praga não foi encontrada em áreas de integração de árvores com lavoura (ILF) nem em sistemas silvipastoris (IPF). Como o mesmo ocorre na bordadura de monocultivos de eucalipto, pesquisadores chegaram à conclusão de que a incidência de luz é a responsável pela mudança no comportamento.
“Observamos isso em sistemas com linhas triplas de eucalipto. Talvez em áreas com maior número de linhas esse efeito da bordadura possa não ser observado em todas as árvores”, pondera o cientista.
A lagarta desfolhadora do eucalipto é uma praga de grande impacto na cultura, sobretudo em regiões com maior cultivo da espécie, como Minas Gerais e São Paulo. O controle pode ser feito com produtos químicos ou biológicos e é caro, uma vez que depende de maquinário específico e com grande consumo de água.
Diversidade biológica na ILPF
A integração de lavoura com árvores também resultou em maior diversidade de espécies de insetos no sistema produtivo. A pesquisa mostrou que a biodiversidade presente nos monocultivos de eucalipto e de soja se somam nesses sistemas. Essa variedade aumenta a resiliência do sistema.
“Na lavoura de soja essa biodiversidade é maior ainda. Isso é importante pois, em um possível ataque de alguma praga, a existência de inimigos naturais reduz os danos que poderiam ser causados. Essa biodiversidade reduz o risco do produtor”, afirma Pitta.
Comportamento semelhante também já foi observado em pesquisas analisando os microrganismos do solo em sistemas ILPF. Nesse caso, a maior diversidade de organismos antagônicos, ou seja, que controlam agentes causadores de doenças, pode reduzir a incidência de fitopatologias.
“Os sistemas integrados mostram uma resiliência maior na manutenção desses inimigos naturais. Na nossa visão, trata-se de um sistema produtivo que favorece esses inimigos naturais, podendo torná-lo menos suscetível às doenças”, avalia o pesquisador e chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrossilvipastoril, Anderson Ferreira.
Mudança de comportamento
Outra variável encontrada nos sistemas de integração lavoura-floresta é o comportamento de alguns insetos-praga. Na lavoura de soja, os percevejos marrons demonstraram maior ocorrência na faixa que não é afetada pela sombra das árvores. Já os percevejos barriga verde tiveram comportamento oposto, preferindo as áreas que ficam sombreadas em parte do dia.
De acordo com Pitta, essa informação é relevante para direcionar a forma de amostragem no campo antes de decidir pelo controle da praga. Uma amostragem privilegiando áreas com sombra, ou a faixa central dos renques, pode não refletir a real situação do talhão.
Efeito adverso
Embora as pesquisas indiquem benefícios dos sistemas integrados, as observações mostraram ao menos um problema que deve ser observado pelos produtores. Em sistemas de ILPF há maior ocorrência de formigas cortadeiras. A praga é mais comum em silvicultura, mas, com a integração, acaba afetando também lavoura e pastagem.
Rafael Pitta explica que há quatro espécies mais comuns de formigas cortadeiras. Algumas delas preferem cortar gramíneas e outras leguminosas. Em ambos os casos, deve-se fazer o controle para evitar perdas.
“Na época da seca, tem que usar a isca granulada. Na época da chuva, a formiga não carrega a isca para o ninho, então a estratégia é usar o termonebulizador, injetando a fumaça no olheiro do formigueiro. Assim, o produto chegará a todas as câmaras do formigueiro”, explica o pesquisador.

Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
Notícias
Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
Notícias
Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



