Avicultura
Sistemas de ambiência devem ser prioridade em novos galpões
Independentemente do sistema de criação, os produtores estão cada vez mais preocupados em fornecer a ambiência ideal às aves.

Quando o assunto é bem-estar animal uma das grandes preocupações do avicultor é com relação à ambiência nos aviários, fator que exerce influência direta nos principais custos de produção: alimentação e energia elétrica. Ao assegurar conforto térmico das aves, umidade apropriada, qualidade da cama e do ar é possível garantir um melhor desempenho dos animais.

Técnico agrícola, graduando em Ciências Biológicas e especialista em Ambiência, Leandro Corrêa: “A tendência são galpões que operam com menor custo de energia elétrica, mantêm as aves com ciclo produtivo por mais tempo e com melhor controle sanitário” – Fotos: Divulgação/AGA
O técnico agrícola, graduando em Ciências Biológicas e especialista em Ambiência, Leandro Corrêa, destaca a importância de planejar um bom projeto do sistema de climatização dos galpões, fazer manutenções periódicas dos sistemas instalados na granja, levar em consideração o clima no local, dimensões do galpão, tipo de material utilizado para isolamento, modelo de sistema de contenção das aves e volume de animais alojados no momento da escolha do sistema de climatização e, principalmente, o dimensionamento dele.
“Além disso é recomendado que haja uma discussão técnica sobre as necessidades e desafios inerentes ao conforto térmico das aves. É indispensável ter uma equipe de manutenção e responsável técnico pela ambiência munidos de treinamentos sobre a operação e cuidados com os sistemas de forma geral, pois por trás de todas as insatisfações e prejuízos causados pela climatização estão as negligências desde o início do projeto, seja por falta de conhecimento operacional e/ou equipes de profissionais frente à demanda”, ressalta Corrêa.
Independentemente do sistema de criação, os produtores estão cada vez mais preocupados em fornecer a ambiência ideal às aves. Conforme o especialista, percebe-se no setor uma grande evolução nos projetos atuais, onde já é possível acompanhar construções de galpões voltadas para atender todas as necessidades das aves no quesito ambiência, com menor consumo de energia elétrica e sistemas de supervisório, softwares que permitem o acompanhamento ou intervenção remota. “A tendência são galpões que operam com menor custo de energia elétrica, mantêm as aves com ciclo produtivo por mais tempo, com melhor controle sanitário e, finalmente, com uso de dietas mais econômicas, sem comprometer performance ou qualidade dos ovos, tornando viável esse investimento”, evidencia o profissional.
Em relação às tecnologias já usadas e aquelas que precisam ainda ser difundidas para melhorar a ambiência das granjas, Corrêa cita três delas. Na primeira elenca a necessidade de utilizar materiais de melhor valor isolante nos projetos de galpões, que vão de meios mais econômicos como cortinas de PVC dupla e de boa gramatura, à utilização de telhas e placas isotérmicas. Na sequência, aponta a inclusão de inlets (janelas laterais) e sensor de CO2 em todos os projetos de climatização de galpões, independentemente da fase de criação. “Estes dois equipamentos são indispensáveis para se fazer o manejo correto da qualidade do ar, temperatura e umidade relativa, sem comprometer o conforto térmico dos animais”, afirma.
E por fim menciona a escolha de controladores de ambiência mais tecnológicos e não apenas fáceis de operar, pois a complexidade existente tem como finalidade proporcionar o gerenciamento do maior número de informações do lote e de sistemas instalados, ou seja, fazer o acompanhamento integral de ambiência e produção dos galpões.
Fatores que interferem na produção das aves
Na postura comercial, segundo Corrêa, os fatores que mais interferem na produção das aves, na maioria dos galpões, são os mesmos: falhas na manutenção de temperatura e qualidade do ar. “Atualmente, esses dois fatores são os que mais interferem na produção das aves. Isso porque, além de estarem diretamente ligados a maior incidência de mortalidades e problemas respiratórios, o mau manejo da temperatura e qualidade do ar também compromete o desenvolvimento e formação das aves na fase inicial, geram maior gasto metabólico e desbalanço eletrolítico”, explica o especialista.
Controle de ambiência
Para estabelecer o controle de ambiência e, principalmente, o conforto térmico para as aves, Corrêa diz que é necessário fazer uso de sistemas que possuam equipamentos tecnológicos, que monitoram e gerenciam o funcionamento dos equipamentos instalados, de forma estratégica, a manter dentro dos limites ideais todos os fatores inerentes ao conforto térmico, como intensidade luminosa, temperatura, umidade relativa e velocidade do vento.
Quando o objetivo é melhorar o controle ambiental nas granjas, o profissional enfatiza que não há como fugir do conceito de sistema de ventilação por pressão negativa, pois é o único sistema que permite o controle integral dos fatores que interferem no ambiente e conforto térmico das aves. “Os galpões que empregam esse sistema necessariamente são bem construídos, com estrutura, acabamento, isolamento e vedação, e possuem a relação de equipamentos e dispositivos tecnológicos indispensáveis para monitorar as condições ambientais e atuar em todos os fatores inerentes a ambiência e conforto das aves”, evidencia.
Entre os principais equipamentos e tecnologias utilizados para isolamento térmico, Corrêa cita materiais de melhor valor isolante na construção dos galpões como telhas isotérmicas, popularmente conhecidas como sanduíche, e lã de vidro, no isolamento do teto, e placas isotérmicas no isolamento das laterais dos galpões, com o propósito de se ter a menor interferência de temperatura do meio externo para o interno.
Em relação ao sistema de climatização são usados exaustores com ventilação variável, que evitam incrementos fortes de ventilação por ter o aumento gradativo de rotação; pad cooling (almofada de resfriamento) de PVC, mais robusto e resistente diante da maior necessidade de manutenção; inlets que auxiliam no controle da umidade, temperatura e qualidade do ar, sem gerar desconforto para as aves com excesso de vento; tunnel door (janelão da entrada de ar principal), que além de ser confeccionado com material de maior valor isolante (placas isotérmicas), possui o sistema de abertura por cremalheiras, garantindo maior precisão no manejo e menores necessidades de manutenção; controladores de ambiência (hardware e software) sofisticados, que além de empregarem sensores que monitoram e registram constantemente a temperatura, umidade, CO2, NH3, pressão, intensidade luminosa e velocidade do ar no interior das instalações, também manejam de forma automatizada e precisa a ambiência através dos atuadores instalados. “E ainda os controladores possuem sistemas de segurança integrados, que além de emitir sinais de alertas sonoros e visuais diante de inconformidades dos parâmetros ou acidentes, se comunicam com os profissionais cadastrados para agir em casos de emergência”, salienta o técnico agrícola.
Bem-estar e segurança das aves
De acordo com o especialista em Ambiência, para garantir o bem-estar e a segurança das aves o projeto de climatização deve ser levado em consideração antes ou durante a definição da planta do galpão. Isso porque em novas construções não é o sistema de climatização que deve se adaptar ao galpão e sim o contrário. “Sabendo o que deve ser instalado, onde e em que quantidades, possivelmente vai reduzir bastante a reincidência de problemas e falhas comuns causadas, principalmente, por subdimensionamentos de estruturas, redes elétricas e equipamentos”, pontua Corrêa.
Conforme recomendação das casas genéticas, a temperatura ideal para as aves dentro das granjas varia entre 33 e 35°C na fase inicial e 20 e 21°C na fase de crescimento e final. “A temperatura de sensação térmica das aves é maior ou menor em relação à temperatura absoluta do galpão, a depender, principalmente, da umidade e velocidade do ar no interior das instalações”, pontua.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




