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Suínos / Peixes

“Sistema verticalizado representa o futuro da piscicultura brasileira”, sustenta presidente da Peixe BR

Integração e cooperativismo são caminhos para oferta de mais peixe de cultivo no mercado, destaca Francisco Medeiros. Atualmente, brasileiro come só 4 kg/per capita/ano de peixes criados em cativeiro.

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Fotos: Divulgação/Peixe BR

A produção e consumo de peixes de cultivo vem crescendo em níveis de botar inveja a outros produtores de proteína animal. De acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade criada em 2014, que reúne os diferentes elos da cadeia produtiva dos peixes de cultivo, a piscicultura brasileira é a atividade de proteína animal que mais cresce nos últimos anos. Somente entre 2016 e 2020, diz a entidade, a produção aumentou 25%, passando de 640 mil toneladas para 803 mil toneladas. Em 2020, o crescimento foi de 5,93% sobre 2019 (758.006 t).

Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR: “A integração ainda não ganhou relevância, mas o sistema cooperativo é importante – especialmente no Oeste do Paraná, onde estão cooperativas importantes, como Copacol e C. Vale”

Apesar da evolução do mercado, hoje o brasileiro come muito pouco peixe. São apenas 10 kg/per capita/ano. Desses, apenas 4 kg são peixes de cultivo. O consumo baixo fica mais evidente se comparado a outras proteínas animais. “Há muito espaço para crescimento. Atualmente, o consumo de pescado no Brasil gira em torno de 10kg/hab/ano e apenas 4kg/hab/ano são de peixes de cultivo – especialmente tilápia. A título de comparação, o brasileiro come 16kg/hab/ano de carne suína, mais de 30kg de carne bovina e 46kg de carne de frangos”, menciona o presidente executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros.

Para ele, o modelo de integração e cooperativismo é que vão ser pilares para o crescimento desse modelo de negócio. “A piscicultura brasileira está presente em cerca de 230 mil estabelecimentos agropecuários, de acordo com último Censo do IBGE. Os produtores independentes representam a expressiva maioria. A integração ainda não ganhou relevância, mas o sistema cooperativo é importante – especialmente no Oeste do Paraná, onde estão cooperativas importantes, como Copacol e C. Vale. A Copacol, aliás, é a maior produtora de tilápia do Brasil. A Peixe BR entende que o sistema verticalizado, seja em cooperativas ou integrações, representa o futuro da piscicultura brasileira. Nesse caso, a atividade seguirá os passos da avicultura e da suinocultura como sistemas de produção”, destaca Medeiros. Nesse modelo, as agroindústrias oferecem insumos e assistência técnica para o produtor rural, além de garantir a compra, processamento e distribuição da produção. Em contrapartida, o produtor rural cria os peixes, arca com custos como energia elétrica e mão de obra, além de manutenção de tanques escavados.

Panorama

De acordo com Medeiros, a tilápia segue com o primeiro lugar no aumento da produção, com tendência de alta. “O crescimento da produção é liderado pela tilápia, que representa cerca de 60% da produção de peixes de cultivo no Brasil, seguida pelos peixes nativos – particularmente da região amazônica, com destaque para o tambaqui – que participam com cerca de 35% – e outras espécies. Com esse resultado, o Brasil está entre os quatro maiores produtores de tilápia do mundo, atrás de China (1,9 milhão t), Indonésia (1,9 milhão t) e Egito (0,94 milhão t)”, destaca o presidente da Peixe BR. “A Peixe BR concluirá o novo levantamento da produção de peixes de cultivo no Brasil em janeiro de 2022. Pelas análises preliminares, a entidade confia no aumento da piscicultura como um todo em linha com o avanço dos últimos anos, com destaque – mais uma vez – para a tilápia, que deve crescer em dois dígitos”, sustenta o dirigente.

O Brasil é privilegiado e a piscicultura está presente em todas as regiões do país. O Sul lidera com 31,1% da produção, seguido pelo Nordeste, com 18,8%, Norte (18,6%), Sudeste (17,6%) e o Centro-Oeste (13,9%). Os dados referem-se a 2020. Medeiros enumera condições favoráveis para o país ampliar a produção e o consumo de peixes de cultivo. “Considerando a extensão territorial, o clima, a água e o espírito empreendedor dos produtores brasileiros, temos muita confiança no aumento da produção e consequente maior consumo de peixes no Brasil, tendo em vista o crescimento também da indústria de processamento e o aumento da linha produtos”, evidencia.

Exportações

Mercado ainda muito tímido, mas que começa a chamar a atenção é o externo. Apesar de exportar somente cerca de 1% de tudo que produz, o país tem clientes importantes, como Estados Unidos, e espera o fim do embargo par a carne de peixe de cultivo do Brasil pela União Europeia.

“Praticamente 99% da produção é consumida internamente. As exportações ainda representam muito pouco, porém estão em rápido crescimento. O último relatório oficial de exportações refere-se ao terceiro trimestre de 2021.

Puxadas pela tilápia, as exportações da piscicultura atingiram U$S 5,6 milhões no período, com aumento de 71% em relação ao mesmo recorte de 2020. Na comparação direta com o segundo trimestre de 2021, o aumento também é expressivo: 43%. Entre janeiro e setembro de 2021, as exportações totalizam US$ 12,8 milhões. As informações são do Ministério da Economia, foram compiladas pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura”, frisa.

Uma observação adicional, lembra Medeiros, é que “o Brasil exporta peixes de cultivo para mercados premium, especialmente os Estados Unidos. Nosso país está, desde 2018, fora de outro mercado muito importante: o europeu. Isso ocorre por uma restrição da União Europeia ao pescado brasileiro – motivada por questões sanitárias de barcos de pesca. Ou seja, a piscicultura paga por algo que não tem culpa. A Peixe BR interage com a Secretaria da Aquicultura e Pesca (SAP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para resolver a questão, mas até o momento não há resposta positiva da União Europeia”, explica.

Desafios e oportunidades

Para o presidente da Peixe BR, as regulamentações ainda são entrave para o crescimento mais acelerado do setor. De acordo com ele, projetos parados significariam a produção de 3,5 milhões de toneladas de peixes por ano. “A maior dificuldade da piscicultura como um todo é a regulamentação ambiental. Essa atribuição é dos estados e segue em ritmo aquém do necessário. Em termos federais, a Mapa /SAP vem acelerando a aprovação de áreas de cessão de águas da União para fortalecer a atividade. Aliás, todos os processos pendentes representam potencial de produção de 3,5 milhões de toneladas/ano”, cita.

Ele destaca as oportunidades para os próximos anos. “Tanto no mercado interno quando em termos globais, a piscicultura brasileira tem excelentes oportunidades de crescimento. Atualmente, a atividade movimenta cerca de R$ 7 bilhões por ano e gera 1 milhão de empregos diretos. Há potencial para muito mais e o crescimento ano após ano mostra que estamos no caminho certo. A produção deve continuar em crescimento nos mesmos níveis – com destaque para a tilápia. O consumo interno também deve crescer, devido especialmente à maior divulgação das qualidades nutricionais dos peixes de cultivo, além do aumento da oferta de diferentes produtos. Otimismo também em relação às exportações, com reabertura – em breve, esperamos – do mercado europeu.

Piscicultura mundial e o Brasil

De acordo com Medeiros, o mundo produz mais de 170 milhões de toneladas de pescado, sendo esta a principal proteína animal do planeta e o pecado brasileiro terá cada vez mais relevância. “Mais de 50% dessa produção são de aquacultura (criação em cativeiro). E esse percentual está em crescimento, mostrando que os peixes de consumo têm muito potencial nos próximos anos, inclusive porque é preciso dobrar a oferta de alimentos de origem animal para atender à crescente população mundial. Nesse cenário, o Brasil desponta com muitas condições de aumento da produção devido à autorização de novas áreas para produção, sem dizer as próprias condições de oferta de água, clima e dimensões do país – além dos diversos sistemas de produção e das dezenas de espécies com potencial econômico. O Brasil tem um tremendo potencial de crescimento da produção e do consumo. Em termos de produção, representamos muito pouco, mas as condições positivas permitem esperar rápido fortalecimento da cadeia produtiva e da representatividade em termos mundiais”, aponta o presidente da Peixe BR.

Para Medeiros, a aceitação da carne de peixe e sua ligação com uma alimentação saudável é que permite sonhar em uma evolução constante do setor de peixes de cultivo. “Podemos dizer que não há grupos que não aceitam o peixe em sua dieta. Afinal, é uma proteína saudável e nutritiva. Os peixes de cultivo são criados de acordo com rígidas normas de segurança, além de manejo alimentar e sanitário. Peixe faz bem para pessoas de todas as idades e, inclusive, são aceitos por grande parcela dos defensores dos produtos naturais”, frisa.

Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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