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Sistema que integra lavoura e pecuária alia produtividade e sustentabilidade no Pampa

O trabalho é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Núcleo de Inovação Tecnológica em Agropecuária (Nita), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Pato Branco, e a Fazenda Espinilho.

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Fotos: Danilo Sant`Anna

Um modelo que integra lavoura e pecuária (ILP), mantido pela Embrapa Pecuária Sul (RS) no município de Lavras do Sul (RS), vem mostrando bons resultados na produção de grãos, especialmente soja e sorgo, e na pecuária de corte. Os dados foram coletados na Unidade Demonstrativa instalada na Fazenda Espinilho, e os trabalhos têm como objetivo aprimorar os sistemas integrados com base na conservação e melhoria dos recursos naturais, como água e solo. No caso da pecuária, o modelo busca ter forragens pastejadas durante todo o ano, ou o “pasto pastado 365 dias do ano”, como um dos pilares de melhoria do sistema, visando à redução e eliminação dos vazios forrageiros, especialmente nas transições entre as estações quente e fria do ano e durante o verão, quando a lavoura de grãos ocupa grande parte da área útil da propriedade.

O trabalho é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Núcleo de Inovação Tecnológica em Agropecuária (Nita), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Pato Branco, e a Fazenda Espinilho.

Segundo o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Danilo Sant’Anna, os experimentos realizados buscam desenvolver sistemas integrados mais diversos e sustentáveis. São desenhos que visam reduzir a dependência de insumos externos, aumentar a resiliência, diminuir riscos, tanto produtivos como econômicos e ambientais, e que possam proporcionar maior renda e segurança aos produtores ao longo do tempo. “Os arranjos testados têm como base aumentar, ao mesmo tempo, a produtividade e a renda do produtor, tanto na parte agrícola como na pecuária, sob bases sustentáveis, conservando e melhorando os recursos naturais utilizados, como solos e água, entre outros”, ressalta o pesquisador. O solo é um dos recursos mais impactados por esse trabalho, com o aumento rápido e progressivo da fertilidade, a partir da aplicação dos processos e tecnologias do sistema integrado proposto, em que a fase pecuária cumpre um importante papel nesse sentido. O Sistema Plantio Direto e o Sistema Pasto sobre Pasto estão na base desses processos.

Apesar do pouco tempo de início e das fortes estiagens que ocorreram nos últimos anos na região, os resultados que estão sendo obtidos na Fazenda Espinilho são promissores. De acordo com Sant’Anna, a produção pecuária obtida com o sistema proposto, principalmente durante o verão, tem sido muito importante para dar sustentação à propriedade. “O sistema Pasto sobre Pasto se mostrou muito robusto e produtivo, em especial durante o verão, com o uso do capim-sudão BRS Estribo, que nos últimos dois anos manteve a produção elevada mesmo com as estiagens ocorridas, o que se justifica pelo sistema radicular profundo dessas plantas, principalmente quando submetidas ao pastejo adequado.”

Já nas culturas de grãos, que foram muito afetadas pelas estiagens, as lavouras implantadas após o sistema das pastagens, produziram mais que as áreas do sistema convencional da propriedade. No último verão (2022/2023), quando a estiagem foi a mais severa, a área de soja, implantada após o sistema de Pasto sobre Pasto com capim-sudão no verão anterior, produziu quatro sacas a mais por hectare em relação às áreas convencionais que não fizeram essa rotação. “Em anos normais, em outras áreas acompanhadas com esse sistema, as produtividades das lavouras subsequentes podem aumentar de 10% a 20%, ou até mais”, enfatiza o pesquisador.

O trabalho pretende oferecer ao setor produtivo alternativas mais sustentáveis em relação aos modelos convencionais de produção de grãos, em especial da soja e do sorgo, e dos sistemas de produção pecuária, normalmente baseados somente em pastagens de inverno no Sul do País. Nesse sentido, um dos pressupostos dos sistemas avaliados é a presença do componente pecuário rodando no sistema com pastagens tanto de inverno como de verão, utilizando o Sistema Pasto sobre Pasto, visando não somente aumentar a estabilidade e a renda, mas também o impacto positivo na produção de grãos. Segundo Sant’Anna, isso se dá com a aceleração da melhoria da fertilidade dos solos, o aprofundamento de raízes e a maior retenção e infiltração de água nos solos, representando redução dos custos de produção das lavouras e incrementos na produtividade, entre outros benefícios.

Ele pontua ainda que está sendo avaliado, em comparação com o modelo convencional de produção da região, um sistema biodiverso de produção no qual três componentes principais rotacionam entre si ao longo dos anos. São eles: lavoura de soja no verão e aveia e azevém no inverno; lavoura de sorgo grão no verão e aveia e azevém no inverno, e pecuária de corte com pastagens de verão (capim-sudão) e inverno (aveia e azevém) com uso do sistema Pasto sobre Pasto. “A maior diversidade de plantas e raízes vivas, convivendo na mesma área e ao mesmo tempo associadas ao uso adequado de diferentes práticas e processos agrícolas, como o plantio direto, não revolvimento do solo, e, principalmente, a presença do componente animal em pastagens adequadamente manejadas, não somente no inverno, mas também no verão, rotacionando também com áreas de lavoura, permitem melhor estruturação do solo, incremento da capacidade de captação de água e nutrientes, aumento da fixação de carbono, e potencialização dos organismos vivos que habitam no solo, entre outras melhorias”, aponta Sant’Anna.

Para o pesquisador, o trabalho visa também simular e criar uma visão de futuro com o planejamento de todo o sistema de produção funcionando com os conceitos implementados e avaliados na área experimental. Além do sistema de soja, sorgo e pastagens de inverno e de verão, a fazenda conta com mais de 50% da área utilizada com campos nativos e campos nativos melhorados, nos quais um dos objetivos é intensificar o uso e manejo desse sistema pastoril natural, integrando-o como base forrageira perene no planejamento de todo o sistema de produção. “Com a diversificação e práticas conservacionistas é possível desenvolver sistemas altamente produtivos e rentáveis, mas que mantenham a sustentabilidade e a conservação dos recursos naturais”, finaliza.

Oferta de forragem o ano todo

Uma das técnicas que está sendo avaliada é o sistema Pasto sobre Pasto (foto acima), um conjunto de práticas e processos aplicados na alimentação animal com pastagens, concebido por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul. Esse sistema pressupõe mesclar diferentes plantas forrageiras na mesma área, iniciando novos ciclos de crescimento de pastos, uns sobre os outros, sem remover as diferentes forrageiras em produção. Com isso é possível manter maior estabilidade na oferta de forragem ao longo do ano, principalmente nos períodos críticos de transição entre as estações frias e quentes, quando ocorrem os conhecidos vazios forrageiros.

O sistema baseia-se no aumento da diversidade forrageira e na sobreposição de plantas forrageiras com características que se complementam ao longo do tempo e no mesmo espaço. “A ideia é ter, ao mesmo tempo, mais de uma forrageira na mesma área, sobrepondo, no caso do Sul do Brasil, espécies da estação fria com outras da estação quente e vice-versa”, explica a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Márcia Silveira. Com as estações do ano bem definidas, a Região Sul do Brasil é privilegiada por possibilitar grande diversidade forrageira nas estações frias e também nas estações quentes do ano. Se, por um lado, essa grande diversidade de plantas e também de ambientes produtivos, solos e até mesmo uma grande variabilidade nas condições ambientais como temperaturas e chuvas impõe desafios e grande complexidade aos sistemas, também oferecem um elevado número de alternativas para se compor sistemas mais sustentáveis de produção.

E é justamente essa diversidade que o sistema Pasto sobre Pasto utiliza para poder proporcionar sistemas mais rentáveis, produtivos e resilientes. Segundo Sant’Anna, essas pastagens e o componente animal associado a elas representam uma das principais bases para, de fato, compor sistemas realmente mais sustentáveis de produção, juntamente às diferentes alternativas de culturas de grãos possíveis no Sul do País. Dessa forma, pode-se produzir diversos alimentos todos os dias do ano em um sistema integrado de produção que funciona em todas as áreas da propriedade, que está sendo chamado de Sistema Integrado 365.

O Pasto sobre Pasto não é um modelo pronto. Demanda planejamento, monitoramento e adequação. É um sistema de princípios, práticas e processos agropecuários que deve ser ajustado a cada propriedade e região, respeitando as especificidades de cada propriedade e sistema de produção. Cabe ao produtor, assessorado por um técnico capacitado, decidir quais as melhores opções para suprir as necessidades de forragem do rebanho no seu sistema de produção e de que forma o sistema pastoril vai rotacionar e interagir com a produção de grãos, quando houver. “Principalmente nas áreas de integração lavoura-pecuária, onde a complexidade dos sistemas aumenta, o produtor deve buscar entender as características de seu sistema e pensá-lo integralmente, com uma visão sistêmica da propriedade, adequando os arranjos de rotação, escolhendo os processos e também as mesclas forrageiras mais adequadas para cumprir os diferentes objetivos do sistema de produção. Nesse sentido, o sistema pode ser aplicado, com as devidas adequações, a qualquer propriedade no Brasil”, reforça Sant’Anna

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sul

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Vanir Zanatta assume presidência da Ocesc

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Internacionalizar o setor e ampliar sua representação política e institucional são algumas das metas de Vanir Zanatta, novo presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), eleito nesta semana, em Florianópolis (SC), durante Assembleia Geral que reuniu cerca de duas centenas de dirigentes. O novo presidente sucede Luiz Vicente Suzin, que encerrou seu segundo mandato à frente da instituição.

Fotos: Divulgação/MB Comunicação

Em discurso de posse, Zanatta antecipou as metas de sua gestão, entre elas, o aumento do protagonismo das cooperativas dos ramos de crédito, agropecuário e saúde, entre outros. “Até quando vamos crescer somente dentro do Brasil?”, indagou, apontando que “o mercado internacional é amplo e precisa ser trabalhado pelas cooperativas”.

O dirigente quer mostrar a força e a importância do cooperativismo no sistema econômico e social catarinense. Iniciará um planejamento estratégico para a Organização e valorizará os vice-presidentes “como legítimos representantes dos ramos do cooperativismo, tomando decisões estratégicas sempre em conjunto”.

O novo presidente da Ocesc lembrou que “somos diferentes, não somos uma sociedade de capital, mas de pessoas. Temos que entender que para fazer o social precisamos ter o econômico sadio.”

Outras metas anunciadas são reavaliar o regimento interno, criar conselhos consultivos por ramo, implementar o Conselho de Ética, ativar o Conselho Estadual do Cooperativismo (Cecoop) e dinamizar a representação sindical.

Zanatta prestigiará encontros de jovens e mulheres cooperativistas e o Fórum de Dirigentes Cooperativistas e estimulará a sucessão nas propriedades rurais e nas cooperativas. Também pretende fortalecer a Frente Parlamentar do Cooperativismo de Santa Catarina (Frencoop) – que atua na Assembleia Legislativa – e eleger maior número de representantes do sistema, sem manifestar preferências partidárias ou ideológicas.

Durante o evento Vanir Zanatta realizou uma homenagem para Luiz Vicente Suzin

O presidente que deixou o cargo Luiz Suzin disse que, em seus oito anos de gestão, enfrentou obstáculos diversos, “alguns sem precedentes, com a pandemia que testou nossa resiliência como nunca. No entanto, a nossa capacidade de adaptação foi mais forte e obtivemos crescimento em vários aspectos”. Suzin foi homenageado com uma placa entregue pelo seu sucessor.

A última assembleia presidida por Luiz Vicente Suzin – assessorado pelo  superintendente Neivo Luiz Panho – tratou também de assuntos administrativos, como relatório de atividades, prestação de contas, aprovação de orçamento, etc.

Dirigentes

O Conselho de Administração da OCESC eleito para o quadriênio 2024/2028 está assim constituído: presidente: Vanir Zanatta, do ramo agro; vice-presidentes do ramo agro: Romeu Bet de Chapecó e Vanduir Martini de Concórdia; vice-presidentes do ramo crédito: Rui Schneider da Silva, do sistema Sicoob, e Uwe Stortz, do sistema Ailos; vice-presidente do ramo infraestrutura: Patrique Alencar Homem, da Fecoerusc; vice do ramo consumo: Hercílio Schmitt, da Cooper de Blumenau; e vice do ramo saúde: Luiz Antônio Deczka, da Unimed Federação.

Foi eleito também o Conselho de Administração da Ocesc para o quadriênio 2024/2028

Líder

O presidente recém-eleito Vanir Zanatta tem 59 anos de idade. É natural de Jacinto Machado (SC). Graduou-se em Ciências Contábeis pela Univille, de Joinville (SC). Em 2006 cursou Gestão de Cooperativas pela Unisul. Pós-graduou-se em Administração pela Unesc. Há 34 anos é presidente da Cooperativa Agroindustrial Cooperja, de Jacinto Machado. É sócio-fundador da Credija (Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Litorânea), a qual presidiu por 14 anos. Também foi fundador e presidente da Acijam (Associação Empresarial de Jacinto Machado).

É presidente da Brazilrice (Cooperativa Central Brasileira de Arroz). Ocupa a vice-presidência da Fecoagro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina), é representante do ramo agropecuário das cooperativas catarinenses junto a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e membro na Câmara Setorial do Arroz Nacional pela Brazilrice.

Zanatta também presidirá o Conselho de Administração do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina (SESCOOP/SC).

Ocesc

A Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) reúne 249 associadas dos ramos agropecuário, crédito, infraestrutura, transporte, saúde, consumo, trabalho, produção de bens e serviços. No conjunto, essas cooperativas mantêm 4,2 milhões de catarinenses associados (cooperados) e faturam R$ 85,9 bilhões/ano.

Fonte: Assessoria Ocesc
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Ministério da Agricultura e Pecuária comemora sete anos do programa de integridade

Durante esse período, o Mapa investiu no aperfeiçoamento de normas e instrumentos designados ao acesso à informação, correição, ética, canal de denúncias e outros envolvendo a alta administração, servidores e colaboradores. 

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Conjunto de princípios, normas, procedimentos e mecanismos de prevenção, detecção e remediação de práticas de corrupção e fraude e de outros desvios de conduta que impactem a confiança, a credibilidade e a reputação institucional, o programa de integridade do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) foi implantado há sete anos. 

Por ter participado de projeto-piloto das ações de integridade no âmbito do Programa de Fomento à Integridade da Controladoria-Geral da União (CGU), o Mapa foi pioneiro na instituição do Programa de Integridade, criado em abril de 2017. Em 2019, o programa teve o nome alterado para Mapa Íntegro. 

Durante esse período, o Mapa investiu no aperfeiçoamento de normas e instrumentos designados ao acesso à informação, correição, ética, canal de denúncias e outros envolvendo a alta administração, servidores e colaboradores – o público interno. 

O Ministério ainda avançou na identificação dos riscos para a integridade pública, mapeando possíveis eventos de conflito de interesses, nepotismo, desvios de conduta, desvios éticos, fraude e corrupção. Dessa maneira, é possível mitigar essas ocorrências, protegendo a integridade e imagem do Ministério.  “O programa de integridade está em constante aperfeiçoamento e adequação às mudanças. O objetivo é fortalecer os instrumentos de integridade –ferramentas, normas e instâncias -, saindo de casos reativos para a construção de uma cultura de integridade, baseada em gestão de riscos e prevenção”, explicou a assessora Especial de Controle Interno do Mapa, Carolina Carballido. 

Reconhecimento nacional de integridade

A compreensão do Ministério da Agricultura em tornar a pauta, cada vez mais, uma responsabilidade compartilhada, originou a criação, em 2018, do Selo Mais Integridade. A medida visa incentivar empresas e as cooperativas do agronegócio a adotarem medidas anticorrupção, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.

Extensão do Mapa Íntegro, o Selo Mais Integridade é uma ferramenta para que o fomento à integridade vá além do órgão e alcance as partes relacionadas. Desde a sua criação, 118 selos já foram entregues a empresas e cooperativas do agro.

Ele garante a essas instituições a marca de reconhecimento de possíveis parceiros internacionais; melhor classificação de risco em operações de crédito junto às instituições financeiras oficiais; e maior engajamento com outras corporações nacionais que se relacionam com o mercado internacional e precisam comprovar a prática de ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança, em português).

Já o Cadastro AgroÍntegro é mais uma inciativa para promover a cultura da integridade no campo, destinada a reconhecer ações iniciais efetivas das organizações agropecuárias que demonstrem a implementação de práticas de integridade, ética e transparência, ainda que em estágio inicial.

Diretrizes estratégicas

Com intuito de auxiliar o entendimento sobre como fazer, de fato, integridade na governança, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) elaborou uma estratégia dividida em três grandes grupos: Sistema, Cultura e Prestação de Contas. 

Em primeiro lugar, um sistema de integridade coerente e abrangente, com compromisso, responsabilidade, estratégia e padrões. Logo depois, uma cultura de integridade pública com toda sociedade, liderança, baseada em mérito, capacitação e abertura de diálogo. E, por último, uma real prestação de contas, com gestão de riscos, cumprimento, fiscalização e participação social. 

Conforme a OCDE, a integridade pública se refere ao alinhamento consistente e à adesão de valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados no setor público.

Fonte: Assessoria Mapa
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GT de Agricultura do G20 faz primeira reunião presencial e avança em acordos entre os países

Encontro reuniu representantes de 30 países, incluindo os membros do G20 e convidados, além de organizações internacionais.

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O Grupo de Trabalho (GT) de Agricultura do G20, composto pelas 19 maiores economias mundiais e dois blocos regionais, realizou sua primeira reunião presencial sob a presidência brasileira nos dias 29 e 30, nas dependências do Serpro, em Brasília.

Desta vez, sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o encontro reuniu representantes de 30 países, incluindo os membros do G20 e convidados, além de organizações internacionais, visando buscar soluções para um futuro sustentável e próspero para a agricultura e sistemas alimentares.

Fotos: Albino de Oliveira/MDA

Durante o primeiro dia, foram abordados temas como o papel da agricultura familiar no combate à fome e à pobreza, a mecanização sustentável dessa agricultura para elevar a produção de alimentos e a transformação dos sistemas alimentares, além da coordenação de iniciativas internacionais de apoio aos agricultores. No segundo dia, o grupo focou apresentação de comentários sobre a minuta da declaração ministerial que será assinada na última reunião do GT de Agricultura, em setembro.

A agenda também incluiu visitas aos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), bem como a estabelecimentos de agricultores familiares e uma cooperativa de laticínios, onde os participantes puderam observar diretamente os efeitos das políticas públicas brasileiras para o setor agrícola.

O GT de Agricultura inclui representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), MDA, Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O grupo, coordenado por Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, e copresidido por Fernanda Machiaveli, secretária Executiva do MDA, foca em temas como segurança alimentar, agricultura sustentável, inovação tecnológica, adaptação às mudanças climáticas e ações contra a fome e a pobreza.

De acordo com o secretário Roberto Perosa, o Ministério da Agricultura tem trabalhado para fomentar oportunidades e buscar novos mercados para os produtos dos pequenos, médios e grandes produtores brasileiros em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). “Estamos visitando diversos países na intenção de possibilitar a abertura de novos mercados tanto para as commodities quanto para os produtos dos pequenos proprietários rurais. A gente quer que os produtos cheguem aos mais diferentes locais e com isso promover um comércio justo. Além de dar oportunidade aos pequenos produtores de ter acesso ao mercado remuneratório internacional”, destacou.

O encontro presencial do GT serviu de preparação para a Reunião Ministerial que ocorrerá em setembro, no Mato Grosso, liderada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e para a Cúpula de Líderes que acontecerá no Rio de Janeiro em novembro. A próxima reunião do GT está agendada para junho em Brasília, precedida por um encontro de cientistas organizado pela Embrapa em maio.

G20

O Brasil, que assumiu a Presidência temporária do G20 em 1º de dezembro, planeja mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e cerca de 20 reuniões ministeriais durante seu mandato, que se encerra em 30 de novembro de 2024. Essas atividades culminarão com a Cúpula de Chefes de Governo e Estado em novembro de 2024, no Rio de Janeiro, marcando a primeira vez que o Brasil ocupa tal posição no formato atual do grupo.

Fonte: Assessoria Mapa
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