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Sistema portátil monitora a qualidade do leite cru em segundos no local de produção

Equipamento SondaLeite usa feixes de luz para classificar o leite como normal, Lina ou ácido, no local de produção. É uma ferramenta capaz de eliminar a interferência humana, minimizando os prejuízos da cadeia leiteira, especialmente para os pequenos produtores.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Em fase experimental de validação, uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa, com o apoio da iniciativa privada, é uma alternativa à carência de técnicas rápidas e motorizada para avaliar a qualidade do leite cru no local de produção. O sistema digital permite acesso aos dados da análise de forma remota via conexão de rede sem fio (Wi-fi). Chamada de SondaLeite, uma inovação capaz de detectar com precisão e em segundos um problema multifatorial que traz grandes prejuízos à cadeia produtiva brasileira, a incidência do leite inevitavelmente não ácido (Lina).

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Embrapa Clima Temperado (RS), com o apoio da Dairy Equipamentos , com sede em Curitiba (PR), o SondaLeite utiliza flashes de luzes para constatar em 25 segundos as diferentes condições do leite cru , se normal, Lina ou ácido.

Com os resultados obtidos na fase experimental de validação, a tecnologia entra no processo de licenciamento para a iniciativa privada, a fim de que seja realizada a produção em escala e disponibilizada ao setor leiteiro uma maneira confiável de detectar a estabilidade do produto.

O caso mais crítico de identificação é o Lina, uma alteração na qualidade do leite devido à perda de estabilidade da caseína, principal proteína do leite. A instabilidade ocorre quando o leite submetido ao teste de álcool, também conhecido como Alizarol, talha. Ao coagular na presença da solução alcoólica é confundido com o leite ácido sem, no entanto, há acidez elevada.

Mas o teste de álcool, utilizado há mais de cem anos, apresenta resultados subjetivos assim como outros falsos positivos ou falsos negativos para a acidez. Ele é realizado em cerca de três minutos, momentos antes da coleta do leite nas fazendas. Esse teste é realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária ( Mapa ), para avaliar a qualidade do produto quanto à acidez e à estabilidade térmica, conforme preconiza a Instrução Normativa 76, de 26/11/2018.

Conforme a norma, antes da coleta nas unidades de produção, o leite deve ser agitado e passar pela prova do álcool na concentração mínima de 72 ºGL. O leite deve estar estável diante do teste, ou seja, não apresentar precipitação. Para que o leite seja aceito nas industrializadas, é preciso uma composição química mínima de 3% de gordura, 2,9% de proteína e 8,4% de extrato desengordurado, e o produto deve ser estável ao álcool ou alizarol a 72%.

Os testes usados ​​tradicionalmente estão sujeitos a falhas humanas por serem de decisão conforme a capacidade e experiência do analisador. Também apresentam pouca confiabilidade para estimar a estabilidade térmica do leite. Mesmo assim, são utilizados e empregados como pedidos para a tomada de decisão de captação ou não do leite antes mesmo de sair da propriedade rural.

Diante da necessidade de um teste rápido que identifica as diferentes condições do leite cru – normal, Lina e ácido –, adequadas ao processamento térmico, o SondaLeite é uma ferramenta com potencialidade para eliminar a interferência humana, efeitos benéficos, minimizar os prejuízos da cadeia leiteira, especialmente aos pequenos produtores, e suprir a carência do mercado para detecção rápida do Lina.

O Lina tem sido um desafio para a bovinocultura de leite e não tem causa totalmente esclarecida. Muitos estudos associam o Lina a fatores nutricionais, deficiência nutricional, restrição alimentar, deficiência de energia, excesso de proteína associada à deficiência energética, excesso de proteína degradável no rúmen, deficiência de proteína metabolizável, acidose metabólica, acidose ruminal, alterações na dieta, férias em estágio inicial ou final de lactação.

Direto no campo
O projeto de desenvolvimento do SondaLeite teve início em 2019, mas sofreu interrupção por causa da pandemia da Covid-19. No final do ano passado, as pesquisas foram retomadas com a realização de novos testes de detecção da estabilidade do leite cru.

O sistema portátil, robusto, rápido nos resultados e de fácil condução poderá ser utilizado diretamente no campo, acoplamento em caminhões de coleta a granel, bem como no laboratório e até mesmo instalado nos tanques de resfriamento, em laticínios e cooperativas.

Além de monitorar a qualidade do leite, com resultados controlados, pode ser incrementado para funções múltiplas, como detectar mastite e também adulterações. As novas funcionalidades podem ser incluídas com incrementos na instrumentação do aparelho, o que aumentará o seu leque de aplicações.

Equipamento pode ser utilizado diretamente no campo e também em laticínios e cooperativas – Fotos: Divulgação/Embrapa

Equipamento usa luz para avaliar o leite
O pesquisador da Embrapa  Washington Luiz de Barros Melo  explica que, para eliminar a interferência humana no processo de análise da acidez do leite cru, ele pensou em um instrumento espectroscópico computadorizado associado a um método estatístico de análise.

Trata-se de uma sonda dedicada à avaliação de amostras líquidas nos locais de produção e coleta, por meio de uso da luz privativa e captada por componentes semicondutores que fazem parte do sistema sensor. O aparelho é composto por partes: câmera de medição; sistema óptico com diodo emissor de luz (LED, na sigla em inglês) e computador embarcado.

A tecnologia, desenvolvida no Laboratório de Fototérmica da Embrapa Instrumentação, pode ser operada por qualquer sistema operacional de computador, celular ou tablet. “O SondaLeite funciona como qualquer espectrofotômetro, porém, como a iluminação é em comprimento de onda discreta, o tempo de aquisição de dados ocorre em alguns segundos”, diz ele.

De acordo com Melo, a amostra de 100 mililitros de leite dentro do equipamento recebe luzes em comprimento diferentes de onda, que incluem infravermelho próximo (NIR), passando pelo visível (Vis) até o ultravioleta próximo (UVA).

“Ao incidir sobre o leite, as partes destas luzes são controladas e as partes refletidas. As luzes refletidas são detectadas e gravadas em sinais elétricos, que são armazenadas na memória do computador embarcado no SondaLeite. Estes dados coletados formam o espectro do leite, que é mantido à análise estatística. O resultado indica, então, a condição de estabilidade do leite”, conta o pesquisador.

Segundo Melo, os testes com o SondaLeite estão sendo realizados em leites de animais de diferentes raças, entre elas Holandês e Jersey, e em rebanhos com procedências de diferentes laticínios do Sul do País. A composição do leite – gordura, proteínas, açúcares, minerais –, pode influenciar nos resultados espectrais; assim, é necessário o estudo estatístico dos casos.

“As amostras foram avaliadas também quanto à acidez titulável (°Dornic); pH; estabilidade ao álcool/alizarol em diferentes graduações e ocorrência de Lina”, relata o responsável pelo projeto.

Amostras de leite de diferentes raças e rebanhos foram encaminhadas para o Laboratório de Qualidade do Leite da Embrapa Clima Temperado (Lableite), certificado pela Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL) para análise da composição química (teores de gordura, proteína bruta, lactose e sólidos totais) por infravermelho; contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana total (CBT) por citometria de fluxo. Os resultados estão sendo comparados com os espectros de refletância do SondaLeite.

Sonda Leite no Sul
A pesquisadora  Maira Balbinot t i Zanela , médica-veterinária à frente das atividades na Embrapa Clima Temperado, conta que o SondaLeite está sendo avaliado para uso no desenvolvimento da metodologia de diagnóstico diferencial, a fim de identificar o leite normal, o leite ácido e a Lina .

Para esta identificação, ela relata que são realizadas diversas análises: o teste do álcool em diferentes graduações, o teste de acidez titulável em graus Dornic, o teste do pH, indicando a ocorrência de Lina. Estes resultados são comparados com aqueles obtidos pelo SondaLeite. “A pretensão é que o SondaLeite consiga diferenciar o Lina, o leite normal e o leite ácido. Assim, pode-se oferecer uma nova forma de avaliação da qualidade do produto nas unidades de produção de leite, evitando o desejável do Lina”, diz a pesquisadora.

Segundo ela, os resultados preliminares indicaram que existem boas possibilidades de diferenciação, mas devido à interrupção dos testes por causa da pandemia de Covid-19, é necessária uma metodologia mais ampla para concluir a validação da metodologia, considerando a diversidade de raças, manejo e sazonalidade. “Buscamos com o SondaLeite um outro teste, que substitua o teste do álcool ou alizarol, para que se possa ter um diagnóstico diferencial. O Lina terá outro destino do que simplesmente ser descartado pelo produtor rural. Esse descarte, além de trazer prejuízos a toda a cadeia produtiva e redução da matéria-prima para a indústria e consumidor, também pode resultar em um passivo ambiental pelo descarte de matéria orgânica”, expõe.

A Embrapa Clima Temperado atua há duas décadas no Projeto Lina, a partir de queixas de produtores de leiteiros da Região Sul, que questionavam os motivos dos

resultados obtidos com o teste de álcool. “Como essa prova não diferencia o leite ácido e a Lina, está sendo desenvolvido um novo de diagnóstico para a qualidade do leite nas propriedades com o auxílio do método SondaLeite. O teste do álcool faz com que toda a cadeia produtiva tenha prejuízo: produtor que perde o produto e a renda; a indústria que recebe um volume menor de leite; e o consumidor que tem menos oferta do produto à sua disposição”, lembra a pesquisadora  Maira.

De acordo com ela, as estimativas de perdas do produto variaram muito; entre as causas estão o descarte do leite por falsa acidez elevada e por resultado positivo ao teste do álcool – considerando-se produção de leite média de 213 litros por unidade de produção de leiteira (UPL) e ocorrência em torno de dez dias, estima-se uma perda média de 2,13 mil litros/UPL em caso de Lina. “Além disso, ocorre prejuízo aos produtores de leite por testemunha da matéria-prima – considerando-se dois reais por litro de leite, estima-se uma perda de 4.260 reais por UPL”, calcula Maira.

Diagnóstico evita problemas
O diagnóstico do Lina soluciona problemas entre produtores e laticínios que refletem em toda a cadeia produtiva. Entre eles, o diagnóstico equivocado da qualidade do produto nas propriedades; as próprias perdas de leite e da renda; choques entre produtores e indústria e redução dos derivados lácteos ao consumidor.

Zanela lembra que o Lina pode ser pasteurizado (processo que dá garantia de segurança alimentar), o que resolveria o problema do descarte do leite, que poderia ser beneficiado em produtos lácteos pasteurizados (queijo, iogurte, bebida láctea, requeijão, entre outros).

Cadeia do leite
De acordo com dados do Mapa, o Brasil tem mais de um milhão de produtores de leite e é o terceiro maior produtor mundial, com mais de 34 bilhões de litros por ano. A produção está concentrada em 98% dos municípios brasileiros, com predominância de pequenas e médias propriedades. O setor emprega perto de 4 milhões de pessoas.

A Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura, estima que, para 2030, permanecerá no campo os produtores mais eficientes, que se adaptaram à nova realidade de adoção de tecnologia, melhorias na gestão e maior eficiência técnica e econômica.

Apresentação na Agrishow
A tecnologia, com patente já concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial ( INPI ) desde 2021, está sendo apresentada no estande da Embrapa na Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação ( Agrishow ), que teve início na segunda-feira (1º) e se estende até sexta-feira (05) , em Ribeirão Preto (SP).

Fonte: Assessoria Embrapa Instrumentação

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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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