Suínos
Sinsui 2025 se debruça sobre as falhas reprodutivas na suinocultura
Evento acontece nesta semana, de terça (13) a quinta-feira (15), em Porto Alegre (RS).

Apesar dos avanços na reprodução de suínos, as falhas reprodutivas continuam sendo um dos principais gargalos nas granjas brasileiras. A avaliação é do médico-veterinário Fernando Bortolozzo, doutor em Reprodução Animal, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador técnico do 17º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que acontece nesta semana, de terça (13) a quinta-feira (15) em Porto Alegre (RS). O Jornal O Presente Rural é parceiro de mídia do evento mais uma vez. Acompanhe a cobertura pelas plataformas digitais.

Médico-veterinário, doutor em Reprodução Animal, professor da UFRGS e coordenador técnico do 17º Sinsui, Fernando Bortolozzo: “A cada ano, vemos um incremento de 0,2 a 0,3 leitão por leitegada. Em 10 anos, isso representa de dois a três leitões a mais por parto. Mas o aumento não tem sido acompanhado pelo número de tetas, o que pode exigir adaptações no manejo” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
Bortolozzo destaca que falhas no manejo do grupo de cobertura, baixa qualidade de matrizes e fluxo inadequado de leitoas de reposição estão entre os principais entraves. “É preciso ter matrizes em boas condições para garantir boas taxas de retenção e tamanho de leitegada. Problemas como catabolismo lactacional e falta de reposição comprometem o lote de cobertura e impactam negativamente os índices reprodutivos”, afirma o especialista, que será um dos palestrantes do painel “Falhas reprodutivas na suinocultura: apesar do progresso, ainda temos gargalos”.
Segundo o doutor em Reprodução Animal, granjas que enfrentam dificuldades na formação dos lotes de cobertura, tanto em número quanto em qualidade, estão mais propensas a apresentar falhas. Leitoas e fêmeas de primeiro parto, por exemplo, são mais vulneráveis devido ao desgaste na lactação, o que pode levar à chamada síndrome do segundo parto e reduzir a longevidade das matrizes.
Erros persistentes
Entre os erros mais persistentes no manejo reprodutivo, Bortolozzo aponta três pontos críticos: fluxo inadequado de leitoas de reposição, catabolismo excessivo na lactação e ausência de controle do escore corporal das matrizes. “É comum inseminar fêmeas ainda debilitadas após o desmame ou permitir que engordem demais durante a gestação, o que também prejudica o desempenho”, alerta.
Eficiência reprodutiva
A nutrição tem papel decisivo na eficiência reprodutiva e deve ser ajustada em três momentos-chave: garantir o peso ideal das leitoas ao momento da inseminação, manter o escore corporal das matrizes gestantes e assegurar alto consumo alimentar na lactação para evitar perdas excessivas de peso.
Sanidade
No aspecto sanitário, embora a maioria das falhas reprodutivas tenha origem não infecciosa, doenças como parvovirose, leptospirose e erizipelose podem afetar de forma significativa os índices, especialmente em caso de falhas na imunização. Além disso, o professor chama atenção para a importância da biosseguridade para evitar a entrada de doenças exóticas como a PRRS, da qual o Brasil permanece livre.
Genética
A genética, por sua vez, tem contribuído para o aumento do número de leitões nascidos. “A cada ano, vemos um incremento de 0,2 a 0,3 leitão por leitegada. Em 10 anos, isso representa de dois a três leitões a mais por parto. Mas o aumento não tem sido acompanhado pelo número de tetas, o que pode exigir adaptações no manejo”, observa.
Para melhorar os resultados reprodutivos no curto prazo, Bortolozzo é direto: “Fazer o simples bem feito. Aplicar corretamente as recomendações da genética, nutrição e sanidade já traz resultados significativos. E, diante de dúvidas, é essencial buscar apoio técnico com quem fornece o material”, aponta.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



