Bovinos / Grãos / Máquinas
Sindifrigo MT pede cautela e diplomacia diante da taxação imposta pelos EUA
Entidade alerta para os riscos econômicos da retaliação apressada e defende protagonismo da diplomacia e dos empresários na construção de uma saída para o impasse.

Diante da iminente entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a carne brasileira, o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo MT) expressou preocupação com os impactos econômicos e institucionais da medida. Em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Bellincanta, o setor defende uma resposta pautada pela diplomacia e pela racionalidade, alertando para os perigos de decisões precipitadas em um contexto já fragilizado.

Presidente do Sindifrigo MT, Paulo Bellincanta: “Tarifas globais impostas de forma indiscriminada, sem análise caso a caso, são erros que podem prejudicar tanto quem exporta quanto quem importa” – Foto: Divulgação
A carne bovina, destaca Bellincanta, é um alimento essencial e, ao mesmo tempo, um produto de elevado valor agregado, fruto de um processo produtivo complexo. “Nos últimos meses, o setor todo, do produtor rural à indústria, tem operado com margens muito curtas, sem espaço para grandes oscilações de preço”, afirma.
Nesse cenário, mudanças abruptas como a tarifa imposta pelos EUA geram desequilíbrio em toda a cadeia.
Segundo o presidente do Sindifrigo MT, em um mercado globalizado os preços se equilibram naturalmente pela concorrência, e as diferenças se dão principalmente pelos custos logísticos e pela carga tributária, justamente os fatores mais suscetíveis à ação do Estado. “A história tem cobrado caro por erros crassos cometidos por governos mundo afora”, pontua.
Bellincanta alerta que decretos e normas governamentais mal calibradas podem ser tão ou mais destrutivas que catástrofes naturais. “Tarifas globais impostas de forma indiscriminada, sem análise caso a caso, são erros que podem prejudicar tanto quem exporta quanto quem importa. Errar em uma guerra é permitir que o míssil estoure dentro da própria trincheira”, compara.
Diplomacia sob pressão
Para o Sindifrigo MT, a via diplomática é a única capaz de evitar um conflito comercial de maiores proporções. Bellincanta reconhece que rediscutir acordos e tarifas é algo comum no cenário internacional, mas ressalta que isso deve ocorrer em “uma esfera técnica e diplomática, não sob pressão e nem em contextos ideológicos”. “A esperança que nos resta é a de que, ainda que os ‘generais’ queiram, os ‘soldados’ não permitirão”, diz, em tom crítico à condução mais ideológica de decisões políticas.
O dirigente frisa que a negociação precisa contar com o “olhar do empresário que produz e faz a riqueza acontecer”, e que as respostas devem priorizar o desenvolvimento, a geração de empregos e as divisas necessárias para o avanço da saúde, educação e segurança no país.
Reciprocidade como parte da estratégia, não como fim
Embora reconheça a importância da Lei da Reciprocidade Econômica como instrumento de negociação, Bellincanta considera que a eventual adoção de retaliações por parte do Brasil deve ser pensada com cautela. “Sob pressão, recebemos uma taxação injusta e desleal. Não será com pressão de um decreto de reciprocidade que sentaremos na mesa de negociação — ainda que ele faça parte da estratégia”, pondera.
O presidente do Sindifrigo conclui reforçando que o momento exige menos emoção e mais estratégia. “Passem a bola à diplomacia e aos empresários, e ao final evitaremos muitos mísseis estourando em nossas cabeças ou nossos pés”, ressalta

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Pará prorroga rastreabilidade de bovinos e bubalinos até 2030
Medida visa garantir sanidade, transparência e acesso a mercados internacionais para produtores do estado.

O Governador do Pará, Helder Barbalho, assinou, na terça-feira (02), o decreto nº 5.074, que amplia o prazo da rastreabilidade bovina e bubalina no estado. Com o decreto, a identificação dos bovinos e bubalinos pode ser feita até 31 de dezembro de 2030. A assinatura ocorreu durante a 64ª edição do Encontro Ruralista, organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e realizado na sede da entidade.
A medida ocorre para atender o setor produtivo. Antes, os produtores tinham até 01º de janeiro de 2026 para identificar o rebanho movimentado com brincos (visual e eletrônico) estando com a Guia de Trânsito Animal (GTA) em dia, e até 1º de janeiro de 2027 para a identificação total de todo o rebanho bovino e bubalino, conforme estabelecia o decreto do programa Pecuária Sustentável do Pará.
O novo decreto considera que o processo de identificação individual e a rastreabilidade de bovinos e bubalinos no Estado do Pará, no âmbito do Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), constitui atividade permanente e sistemática das ações de Defesa Sanitária Animal do Estado do Pará e que, portanto, terão seus prazos estendidos.
A identificação dos bovinos e bubalinos movimentados, para qualquer finalidade, inclusive abate, cria, recria, engorda, leilões e exportação, deverá ocorrer até 31 de dezembro de 2030. “Queremos mostrar a capacidade produtiva com integridade, com boas práticas e, acima de tudo, fazer um grande chamamento ao mercado nacional e internacional para poder valorizar quem produz de forma correta, sustentável e responsável e isso está sendo feito no Pará. Hoje, com a ampliação desses prazos, atendemos o setor produtivo e provocamos os mercados a valorizar aqueles que produzem com regularidade ambiental, agregando valor e boas práticas, assegurando esse movimento: de um Estado que produz e de um Estado que respeita o meio ambiente”, afirmou o governador.
Programa Pecuária Sustentável
O Programa Pecuária Sustentável do Pará foi lançado durante a COP 28, em Dubai, e é a maior iniciativa de rastreabilidade individual do Brasil. A proposta é promover uma nova pecuária no estado, conciliando desenvolvimento econômico e regularização ambiental. Com parceria entre setor público e privado, ele prioriza a alta produtividade, segurança sanitária, a transparência e responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva, visando a produção de carne de qualidade com sanidade animal e livre de desmatamento.
O objetivo do programa é implementar a rastreabilidade animal, um dos eixos de comprovação da origem dos animais, abrindo espaço de comercialização da carne produzida no Pará para os mercados internacionais exigentes, como o europeu e o chinês, além do fortalecimento da confiança dos consumidores. A meta do programa é rastrear 100% do rebanho bovino movimentado no Pará, agora, até 31 de dezembro de 2030.
Dados do Sistema de Gestão Agropecuário (SIGEAGRO) da ADEPARÁ apontam que o Pará tem o segundo maior rebanho do país, com 26 milhões de bovinos, e o primeiro em bubalinos com 782 mil cabeças de búfalos, mais de 70% concentrados no Marajó.
Anúncio do novo prazo ocorreu durante o 64º Encontro Ruralista
Com a participação de lideranças, produtores e representantes do Sistema FAEPA/SENAR/FUNDEPEC, além de autoridades, a edição 2025 do encontro discute temas estratégicos como a prestação de contas das entidades, os resultados do Agro na COP30, mercado de carbono, impactos da expansão de áreas protegidas, reforma tributária e financiamento para o agro.
A gestão e o desenvolvimento rural também fazem parte da pauta, incluindo regularidade fiscal (ITR), logística, saúde no campo, pecuária de leite, fundo eventos, temas fundiários e ambientais, comunicação, educação formal, energia e iluminação pública, irrigação, além das ações e programas do Senar, PS-JA, FPR, NCR e o fortalecimento dos núcleos e sindicatos, entre outros de fundamental importância para o setor. “A ideia de trazer as lideranças e discutir o assunto é exatamente buscando o desenvolvimento do Estado. Hoje nós avançamos muito! Primeiro com a presença do governador, que a respeito da rastreabilidade bovina prorrogou até 2030”, afirmou o presidente da Faepa, Carlos Xavier.
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Bezerro inicia dezembro em trajetória de alta no mercado brasileiro
Indicador Cepea/Esalq registra avanço contínuo em Mato Grosso do Sul, refletindo estabilidade e demanda firme após um novembro de valorização consistente.

O Indicador do Bezerro Cepea/Esalq para Mato Grosso do Sul registrou avanço contínuo no início de dezembro de 2025. Na terça-feira (02), o valor alcançou R$ 3.060,31, alta diária de 0,57% e elevação mensal acumulada de 0,96%, com equivalência de US$ 573,95.
Na sessão anterior, segunda-feira (01°), o indicador havia sido cotado a R$ 3.043,08, variação positiva de 0,39% no dia e igualmente 0,39% no mês, com valor em dólar de US$ 567,85.
Já no fechamento de novembro, no dia 28, o preço se manteve estável em R$ 3.031,19, acumulando naquele momento 3,30% de alta no mês e registrando US$ 568,49. Na última quinta-feira (27), houve leve recuo de 0,05%, com o indicador em R$ 3.031,13, enquanto a variação mensal se mantinha em 3,29%, e o equivalente em dólar era de US$ 566,14.
Na quarta-feira (26) o valor foi de R$ 3.032,60, alta diária de 0,36%, acumulando 3,34% no mês e equivalendo a US$ 568,33.
Os dados mostram um mercado firme para o bezerro sul-mato-grossense, com preços iniciando dezembro em trajetória de alta após um novembro marcado por avanços consistentes.
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Mercado do boi entra em dezembro em ritmo de estabilidade
Indicador Cepea/Esalq mantém a arroba em R$ 321,60, com variações mínimas nos últimos dias e cenário de equilíbrio entre oferta e demanda.

O Indicador do Boi Gordo Cepea/Esalq iniciou dezembro estável, repetindo na segunda-feira (1º) o valor de R$ 321,60 por arroba, sem variação diária ou mensal. Em dólares, o indicador fechou o dia cotado a US$ 60,32.
O movimento de preços nos últimos dias de novembro foi marcado por pequenas oscilações. Na sexta-feira (28), o valor também foi de R$ 321,60, com leve alta de 0,09% no dia e avanço mensal acumulado de 0,86%. Na quinta-feira (27), o indicador registrou R$ 321,30, elevação de 0,06% em relação ao dia anterior.
Já no dia 26, o preço caiu 0,05%, para R$ 321,10, enquanto no dia 25 houve o recuo mais expressivo da semana, de 0,37%, com a arroba cotada a R$ 321,25.
Apesar das pequenas flutuações ao longo do período, os dados mostram um mercado relativamente estável, com o indicador se mantendo próximo do patamar de R$ 321 por arroba e variações moderadas tanto no curto quanto no médio prazo.



