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Sindicato Rural de Guarapuava festeja 50 anos em grande estilo

Cerca de 450 pessoas prestigiaram o evento alusivo à data

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Um jantar de celebração marcou, na última quinta-feira (07), no Spazio Vecchia, em Guarapuava, PR, os 50 anos de fundação do Sindicato Rural. O evento, que relembrou o surgimento da entidade, em 18 de outubro de 1967, contou com a presença de 450 produtores associados à entidade, membros da atual diretoria e de gestões anteriores, instituições e empresas parceiras, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e de autoridades.  A ocasião foi também espaço para dirigentes da entidade e convidados enfatizarem a importância do setor rural para a economia, no passado e na atualidade, nos níveis local e nacional.

Na abertura da programação de comemoração, em seu pronunciamento de saudação, o presidente do Sindicato Rural, o agrônomo e agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho, destacou o papel do sindicato. Em seguida, teve lugar a apresentação de um video institucional da entidade, apresentando atividades e conquistas ontem e hoje. Em poucos minutos, o filme mostrou como os produtores rurais, unidos em torno de uma instituição de representação, podem obter avanços importantes para suas atividades.

Representando a FAEP, o diretor secretário Livaldo Gemin também se dirigiu ao público e enalteceu o jubileu da entidade. Em entrevista, disse que participar da celebração do jubileu do Sindicato Rural de Guarapuava era uma obrigação, em agradecimento aos produtores rurais que, através de sua entidade, apoiam a Federação da Agricultura. “Agora, cada vez mais, precisamos de que o produtor rural venha, se congregue, esteja junto com o seu sindicato, pois os desafios estão aí e virão mais ainda numa época difícil do nosso país”, afirmou. 

Em nome do município, o prefeito de Guarapuava, Cezar Filho, saudou a diretoria do sindicato e aos produtores rurais presentes. Ele observou que atualmente, no entanto, com o fim da Contribuição Sindical, é necessário que o segmento mantenha o apoio a suas entidades de representação, como os sindicatos rurais. “Aproveitei o momento para dar meu testemunho do quanto faz diferença ter uma entidade respeitada, que tem legitimidade e competência para representar os interesses dos seus sindicalizados. Esta é a marca dos sindicatos rurais por todo o Brasil. Graças a esta força e a estas condições, temos hoje um agronegócio forte, que tem grande capacidade de interlocução junto aos governos. É importante que isso se mantenha”, comentou. Para o prefeito, mais do que nunca, se coloca neste momento “a importância da consciência dos agricultores de que precisam se manter bem representados”.

Lançamento

A programação da noite reservava ainda mais emoções para quem conhece a história de Guarapuava, cujo surgimento remonta à primeira década do século XIX. Num município que teve no setor rural, com a pecuária, uma de suas primeiras atividades, o Sindicato Rural decidiu, neste ano de seu jubileu, apoiar o lançamento da 3ª edição, revista e ampliada, de um livro que busca resgatar todo aquele passado: “Guarapuava – Seu território, sua gente, seus caminhos, sua história”, do ex-prefeito Nivaldo Krüger. Mas a diretoria da entidade decidiu fazer uma surpresa para o próprio autor: além de convidá-lo para o jantar e homenageá-lo, realizou na ocasião um pré-lançamento do livro. Krüger recebeu, das mãos do presidente do sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, um exemplar de sua obra. “Esta é expressão da generosidade das pessoas. Fiquei emocionado”, declarou ele após a homenagem. O presidente do Sindicato Rural voltou a dirigir a palavra ao público e fez questão de enfatizar que “ninguém faz nada sozinho”. Com isso, abriu a etapa final do protocolo, de reconhecimento ao trabalho das diretorias que estiveram à frente da entidade e do apoio dos associados. Para receber homenagem, em nome dos ex-diretores, Botelho chamou os ex-presidentes presentes ao evento, Cláudio Marques de Azevedo e Armando Araújo; e representando os sócios mais antigos, o presidente da Coamig, Edson Bastos.

Ao final do cerimonial, os associados puderam conferir o cardápio sofisticado de um jantar à altura do momento, assinado por Kiko Dalla Vecchia. E para harmonizar com os sabores apresentados pelo chef e sua equipe, a programação de comemoração dos 50 anos do Sindicato Rural de Guarapuava trouxe uma atração musical de destaque: a música de Yassir Chediak. Violeiro, cantor, compositor, apresentador de TV, produtor e ator, ele criou em 1998 o site violacaipira.com.br para os amantes do gênero e, como autor de trilhas sonoras e ator, participou de filmes e novelas (Globo), tendo entre alguns de seus sucessos sua versão de “Anunciação” (Alceu Valença) e “Estradas”, no seriado Carga Pesada. O músico participa ainda de programas como Brasil Caminhoneiro (SBT). O resultado não podia ser outro: com seu jeito simples, de quem conhece bem o interior de que fala em suas canções, Chediak encantou o público com um som ao mesmo tempo campeiro e moderno, emoldurando com poesia uma noite que também entrará para a história de quem dela participou.

Ao comentar em entrevista este meio século de história do Sindicato Rural de Guarapuava, o presidente da entidade considerou que o momento se destaca devido à própria atuação da entidade, sublinhou que a ocasião mostra que os produtores estão unidos e comentou que o jantar foi uma forma de agradecer e valorizar os associados e as parcerias: “Esta comemoração de 50 anos é uma data marcante, principalmente pelo serviço que o Sindicato Rural tem feito durante estas cinco décadas. É marcante também porque mostra a união do setor, da classe rural em prol dos seus objetivos. Este jantar é uma maneira do sindicato celebrar esta data com seus associados, com produtores e parceiros”.

Ele completou que o sindicato se tornou importante em Guarapuava e no Paraná e assinalou a necessidade dos produtores continuarem dando suporte à entidade. “O apoio do sócio, da classe produtora rural, das demais entidades, é de fundamental importância. Isso tem demonstrado nestas últimas décadas o crescimento e o respeito que o Sindicato Rural tem ganho perante a sociedade, as entidades e também a seu quadro de sócios. Cada vez mais o sindicato tem uma representação firme, forte e atuante, não só em nível municipal, como regional, mas também estadual. O Sindicato Rural hoje é uma entidade que é escutada. São levadas em consideração as suas demandas, seus questionamentos. Cada vez mais, acho que precisamos dessa integração entre produtores, sócios, e entidades representativas”, disse. 

Botelho mencionou que também dentro do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), o Sindicato Rural de Guarapuava tem representado os produtores rurais ao tomar parte nas comissões técnicas estaduais da entidade: “O sindicato está tendo um respaldo muito grande dentro da própria Federação da Agricultura, participando das comissões. Em várias comissões estaduais, o sindicato está participando e sempre levando o nome de Guarapuava e região, sempre representando bem os seus setores”.

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava completou que, na atualidade, a capacitação e a difusão de conhecimentos, há muitos anos proporcionada pela entidade, se tornou ainda mais importante, diante de duas realidades: de um lado, as transformações da tecnologia e da economia; de outro, a demanda dos produtores por conhecimento. Ele sublinhou que, por meio de parcerias com instituições como o SENAR-PR, na viabilização de cursos, ou com universidades e empresas do agronegócio, em eventos técnicos da agropecuária, o sindicato visa contribuir para que o produtor tenha melhores resultados econômicos e também melhor qualidade de vida: “Capacitação nunca é demais e, num mundo competitivo, acho que essa informação, essa tecnologia, esses sistemas de gestão, são primordiais para o produtor rural. A capacitação é também muito importante para os colaboradores e para os familiares. Temos uma pareceria muito grande com o SENAR-PR. Estes cursos são gratuitos, estão abertos para os produtores e seus colaboradores e precisamos que, cada vez mais, toda esta parte técnica seja profissional”.

Com este mesmo objetivo, completou o presidente do sindicato, a entidade também vem difundindo conhecimento ao apoiar e/ou receber, no transcorrer de sua história, encontros técnicos da agropecuária que promove em parceria com diversas instituições e empresas do agronegócio. Ele assinalou que, além disso, o sindicato tem sediado eventos regionais de iniciativas estaduais para o setor rural, como a reunião do Plano Pecuária Moderna que aconteceu em outubro de 2015, no anfiteatro, para definir seu comitê regional, e o curso que o plano lançou depois para padronizar o conhecimento entre diferentes profissionais da assistência técnica. Conforme acrescentou, o sindicato recebeu, já em 2017, outro evento importante, no dia 30 de maio, quando foi um dos locais de lançamento regional do programa Pró-Solo (do governo do Estado e cerca de 20 parceiros), que visa conscientizar e divulgar no meio rural técnicas de produção que preservem o maior bem das propriedades. Botelho recordou que sindicato e parceiros têm até mesmo lançado iniciativas, como o Simpósio Regional da Bovinocultura de Leite, cujas edições, em 2015 e 2017, ocorreram no anfiteatro da entidade e em propriedades da região. “A grande questão hoje é que informação existe. O que se precisa é fazê-la chegar ao produtor rural. O sindicato faz a sua parte, de tentar divulgar esta informação para produtores e técnicos e com isso levar a região de Guarapuava a alcançar melhores índices e resultados, quer sejam financeiros ou sociais”, contextualizou.

Revista do Produtor Rural

Outra tendência que o sindicato percebeu foi a da importância que a informação ganharia entre os séculos XX e XXI. Primeiro, a entidade, que já publicava o boletim Informe Rural, deu início, em junho de 2007, na gestão liderada por Cláudio Marques de Azevedo, a uma inovação: o boletim foi substituído pela Revista do Produtor Rural. Editada a cada dois meses e direcionada aos associados, a revista nasceu com a missão de abordar, em nível regional, notícias e reportagens sobre os mais diversos aspectos do setor rural. Aos poucos, se firmou como referência em informação agropecuária no Paraná e agora já marca sua presença em 10 dos 50 anos de história do Sindicato Rural de Guarapuava. “A Revista do Produtor Rural é uma ferramenta de divulgação, não só dos assuntos relacionados diretamente com o Sindicato Rural, mas também uma maneira de levar informações de pesquisadores, de cientistas, empresas. É hoje reconhecida uma das revistas de ponta em nível estadual, senão em nível nacional”, analisou Botelho.

Tendências

Como o tempo não apenas segue em frente mas traz transformações por vezes inimagináveis, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava destaca que a entidade também pensa no amanhã. Qual seria o quadro do agronegócio no curto e no médio prazo? Prever com exatidão é impossível, mas ele elencou algumas tendências a seu ver relevantes e o papel de uma entidade de representação dos produtores, como o sindicato, que faz parte do Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná. “O mundo vem com mudanças, como o país também. Precisamos nos adaptar e ser capazes de nos transformar para poder acompanhar estas mudanças. As empresas que não tiverem capacidade de se adaptar podem desaparecer. Para o produtor, é a mesma coisa”, alertou. 

O próprio destaque que o setor agrícola adquiriu no Brasil, por ter se tornado uma força de destaque na economia, exige, para Botelho, que os produtores e suas entidades reforcem ainda mais sua união. “O setor do agronegócio há mais de uma década vem sustentando o crescimento do Brasil. Por isso, tem muita gente de olho neste filão: empresas que querem participar do mercado ou o governo, que quer participar deste lucro também, com aumento de impostos. Estamos entrando num período em que os produtores, as entidades, têm de estar extremamente unidos. Ninguém gosta de perder posições conquistadas. Para isso, precisamos estar unidos, porque unidos somos mais fortes”, concluiu.

Fonte: Assessoria

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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