Avicultura
Simpósio Nordestino sobre postura analisa questões técnicas, mercado e sanidade
Totalmente presencial, ao longo de três dias, foram analisados o panorama da produção e abastecimento, legislação, sanidade, nutrição, sistemas produtivos, custos e industrialização de ovos.

O Simpósio Nordestino de Produção, Processamento e Comercialização de Ovos, realizado pela Facta entre os dias 23 e 25 de novembro, em Recife (PE), proporcionou aos participantes ao longo dos três dias analisar o panorama da produção e abastecimento, legislação, sanidade, nutrição, sistemas produtivos, custos e industrialização de ovos.
A mestre e doutora em Medicina Veterinária Preventiva, presidente da Coesa-MG e membro do corpo técnico da Facta, Josiane Tavares de Abreu, abordou o tema da biosseguridade na prática. Segundo ela, a biosseguridade contempla, entre outros pontos além de isolamento, controle de trânsito e higienização, constituindo na verdade um programa de gerenciamento de riscos, constituído de outros pontos fundamentais para a implementação e a manutenção de um programa de biosseguridade, como os itens de quarentena, medicação e vacinação; monitoramento, registro e comunicação dos resultados; programa de erradicação de doenças; processos de auditorias e atualização constante do programa; programa de educação continuada da equipe e a criação de um plano de contingência.
“Inseridos nesses elos encontram-se o cuidado com a qualidade do material genético recebido, a qualidade da cama de aviário, a qualidade da água e a manutenção dessa qualidade até chegar as aves, a qualidade das matérias-primas na fábrica de ração, do controle necessário para evitar a contaminação entre diferentes fontes, produtos acabados e matérias-primas, da capacidade de realizar all in all out, aplicação dos conceitos de ‘área limpa’ e ‘área suja’ e respeitando sempre o fluxo de pessoas, veículos e equipamentos da área limpa para a área suja, do tempo de vazio sanitário entre lotes, o controle de pragas e manejo adequado dos resíduos gerados na unidade produtiva, dentre outros pontos”, elencou.
De acordo com Josiane, a prevenção de enfermidades em um sistema de produção avícola depende de um programa de biosseguridade de amplo espectro, operacionalizado dentro de uma sequência de planejamento, implementação e controle e auditoria. “Todo programa de biosseguridade deve sempre se basear na realidade epidemiológica e nos prováveis desafios que venham a acontecer. O processo se inicia primeiro mapeando os riscos da região e da empresa, de posse desse mapeamento, se já existem no programa atual de biosseguridade, se precisam ser revisados e melhorados, quem fará essa revisão e o treinamento da equipe e quem auditará os processos”, pontou. “E, após auditagem, se os pontos levantados como não conformes serão analisados, revisados, implementados e como saber que funcionou”, disse. “Ou seja, é um processo contínuo de melhorias e ajustes e precisam de profissionais qualificados e com tempo para realizar essa tarefa”, explicou.
Nutrição de precisão para galinhas de poedeiras
Outro destaque do Simpósio Nordestino de Produção, Processamento e Comercialização de Ovos foi o debate promovido pelo professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal da Paraíba, Fernando Guilherme Perazzo Costa. Segundo ele, a nutrição de precisão baseia-se na premissa de atendimento das demandas nutricionais em cada fase da vida das aves, ou seja, com a evolução tanto das galinhas quanto dos ovos, a reavaliação da dieta pode propiciar maior balanceamento das mesmas e assim, maior e melhor utilização pelo animal.
“Com os avanços genéticos na produção de aves, as necessidades nutricionais tendem a se especificarem cada vez mais. Diversos fatores estão relacionados com a qualidade da ração fornecida às aves, dentre eles, os próprios ingredientes utilizados nas formulações, o processo de inclusão e mistura dos mesmos, a forma de armazenamento e a distribuição das rações, e esses processos podem ser melhorados com a adoção de boas práticas de fabricação”, ressaltou.
A boa formação da poedeira nas fases de cria e recria através de programas nutricionais e manejo adequado é essencial, segundo Perazzo, para um adequado retorno econômico na fase de produção, constituindo uma ferramenta importante para a garantia de elevados níveis de produção. “Na avicultura, o conceito de zootecnia de precisão vem sendo utilizado, uma vez que, os custos com alimentação são responsáveis por grande parte do custo da produção de aves”, destacou. “Ela permite o fornecimento de uma ração balanceada, utilizado os conhecimentos das necessidades nutricionais aliada ao conhecimento do valor nutritivo dos alimentos, resultando em uma ração com um custo baixo e um máximo desempenho dos animais, diminuindo assim o desperdício de nutrientes”, explicou.
“Portanto, a implementação de tecnologias que desenvolvam melhorias à produção animal em conjunto com a minimização dos custos de produção torna-se desejável, sendo a nutrição de precisão uma técnica viável para a junção desses dois fatores principais”, avaliou.
Utilização de aditivos permitidos na alimentação das aves com objetivo de minimizar o uso de antibiótico
O professor da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, José Henrique Stringhini, trouxe o tema da utilização de aditivos em dietas de aves. Ele discutiu aspectos quanto ao uso de aditivos em dietas de poedeiras e, principalmente, pontuou a saúde intestinal como um aspecto básico para que a inclusão de aditivos na dieta promova a saúde das aves e que consolide o bom desempenho esperado para as linhagens modernas de poedeiras comerciais.
Ele explicou que essa prática tem sido um desafio importante nos últimos anos, especialmente desde 2006, com o banimento do uso de antibióticos promovido pela União Europeia. “Além disso, as mudanças no uso terapêutico com antibióticos na Comunidade Europeia ainda têm atualizações com a orientação do tratamento individual dos rebanhos em detrimento do individual, como proposto em 2022”, afirmou.
Esses fatos trazem a luz, de acordo com sua explicação, a diferentes recomendações na busca por alternativas de aditivos alimentares, incluindo pesquisas e trabalhos de campo que suportam essa tomada de decisão. “Porém, comparado ao mercado de frangos de corte, o volume de informações ainda é pequeno frente a necessidade e desafios que o setor enfrenta, mas a base de conhecimento acumulado é bastante importante para permitir a utilização de forma técnica e assertiva”, avaliou.
Uso de enzimas e efeitos no desempenho e saúde intestinal de galinhas poedeiras comerciais
Na criação de galinhas poedeiras industriais os custos com a alimentação são onerosos representando cerca de 75% do custo total da produção, e aproximadamente 85% desse total é representado pelas fontes de proteína e energia. O que justifica também a inclusão das enzimas nas rações como uma alternativa visando a redução do custo relacionado com a alimentação.
De acordo com Stringhini, as enzimas são adicionadas às dietas das aves de modo geral, visam diminuir os efeitos dos fatores antinutricionais presentes nos ingredientes que as compõem. As enzimas utilizadas apresentam função nutricional de forma indireta, isso quer dizer que esse aditivo auxilia no processo digestivo melhorando a eficiência de digestibilidade de determinados componentes químicos dos ingredientes das rações.
Ingredientes de origem vegetal, de acordo com Stringhini, apresentam compostos que não são digeridos pelas enzimas endógenas das aves, que se constituem em fatores antinutricionais, sendo que a suplementação com enzimas em rações permite a liberação de nutrientes como nitrogênio e fósforo. “Com isso, reduzem consideravelmente a excreção desses nutrientes complexados no meio ambiente, e maximizam o uso nutrientes pelas aves”, afirmou.
De acordo com ele, os frangos de corte e poedeiras sintetizam enzimas em quantidades insuficientes não conferindo grande participação no processo de digestão, havendo a necessidade de inclusão de enzimas exógenas para reduzir os efeitos dos fatores antinutricionais dos ingredientes da ração como os inibidores de tripsina e o ácido fítico. “As enzimas apresentam distintos mecanismos de atuação diante de diferentes substratos, tanto na forma isolada como em complexos enzimáticos que podem ser eficazes na liberação de múltiplos nutrientes da dieta. Por conta da atuação das enzimas exógenas na liberação de nutrientes antes indisponíveis para o animal, é possível ajustar a inclusão de muitos ingredientes colaborando na redução final dos custos”, detalhou.
Probióticos, prebióticos e simbióticos como aditivos alternativos
O uso de probióticos nas dietas avícolas vem crescendo, pois não resulta no desenvolvimento de bactérias patogênicas resistentes, se constituindo em alternativa para substituir a utilização de antibióticos nas dietas. “A utilização de probióticos em dietas com alta energia e alta densidade de nutrientes acarreta em melhor digestibilidade, equilíbrio intestinal e melhora o desempenho de poedeiras”, afirmou Stringhini.
“Por sua vez, os prebióticos são definidos como ingredientes alimentares não digestíveis e utilizados por bactérias benéficas no trato gastrointestinal, contribuindo para melhorar a saúde intestinal do hospedeiro”, detalhou. “Além disso, prebióticos podem atuar como barreira para proliferação de patógenos transmitidos por alimentos, como Campylobacter e Salmonella. Com base nessas características, os prebióticos podem atuar como substitutos aos antibióticos nas dietas das aves”, detalhou.
Já os simbióticos são produtos que combinam cepas bacterianas probióticas com compostos prebióticos. “Em estudos realizados com simbiótico em que se avaliou o perfil da microbiota intestinal em poedeiras com e sem desafio com Salmonella, foi evidenciado que o uso do simbiótico contendo quatro cepas probióticas Lactobacillus reuteri, Enterococcus faecium, Bifidobacterium animalis e Pediococcus acidilactici e um prebiótico frutooligossacarídeo protege contra a infecção por Salmonella enteritidis”, afirmou Stringhini.
“Nunca se deve desvincular a utilização de aditivos com outras técnicas que permitam a utilização de ingredientes de qualidade, sem comprometer a composição e a contaminação das dietas, e associar as técnicas de biosseguridade, higiene e desinfecção, além da aplicação de vacinas e medicamentos com assessoria técnica de profissionais da área”, afirmou Stringhini.
Uso racional de antimicrobianos
O professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Oliveiro Caetano de Freitas Neto, trouxe o debate sobre o uso racional de antimicrobianos. Segundo ele, a produção de alimentos de origem animal é parte importante da economia dos países e primordial para a nutrição das populações. “No entanto, esse tipo de atividade exige muita responsabilidade dos produtores e profissionais envolvidos. É preciso que os sistemas de produção animal respeitem as normas de bem-estar, não comprometam o meio ambiente e, ainda, que o alimento gerado apresente qualidade nutricional e não ofereça risco à saúde das pessoas”, afirmou.
Neto contou que os antimicrobianos são recursos indispensáveis para tratar infecções em humanos e animais, contribuindo para a saúde e bem-estar dos indivíduos. “No entanto, nos últimos anos, tem sido observado aumento na ocorrência global de resistência aos antimicrobianos (AMR) em microrganismos de diversos gêneros. Essa alteração biológica ocorre naturalmente, geralmente por meio de mudanças genéticas. Todavia, o uso indevido e excessivo de antimicrobianos tem acelerado esse processo”, explicou.
E complementou: “Bactérias resistentes são encontradas em pessoas, animais, alimentos e no meio ambiente (água, solo e ar), podendo desencadear infecções graves e de difícil tratamento e diante do cenário atual de AMR no mundo e das ações globais de enfrentamento deste problema, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) anunciou o projeto ‘Trabalhando Juntos Para Combater a Resistência aos Antimicrobianos’, financiado pela União Europeia (UE)”, disse, ampliando: “O projeto é liderado pela representação regional da OPAS em colaboração com as representações regionais da FAO e OMSA (antes denominada OIE), com apoio da equipe de instrumentos de política externa da UE em Brasília e das Direções Gerais da Saúde e da Segurança dos Alimentos (Sante) e de Investigação e Inovação (RTD), da Comissão Europeia”.
Neto disse ainda que, do ponto de vista clínico, os antimicrobianos são extremamente importantes para a manutenção da saúde e bem-estar animal e humana seu acesso deve ser garantido. “Entretanto, o seu uso inadequado representa risco para a Saúde Única.
Os médicos-veterinários desempenham um papel fundamental para assegurar a utilização responsável e prudente desses recursos e devem entender a importância de seguir as recomendações de prevenção à AMR e a promoção do uso racional de antimicrobianos em animais, visando preservar a eficácia desses medicamentos essenciais para o futuro”, explicou.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.





