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Simpósio Nordestino de Avicultura e Suinocultura começa nesta terça-feira
Integrando a programação da 7ª Feira da Avicultura e Suinocultura do Nordeste, o evento reúne produtores, técnicos e diversos especialistas da cadeia avícola e suinícola nacional.

A região Nordeste do País será palco de discussões e debates sobre manejo, insumos, proteínas e enfermidades, que estão presentes na rotina dos setores avícola e suinícola, durante o Simpósio Nordestino de Avicultura e Suinocultura. Promovido na 7ª Feira da Avicultura e Suinocultura do Nordeste, entre esta terça (19) e a próxima quinta-feira (21). O evento será realizado no Complexo Automotivo Posto Cruzeiro 7, próximo a Tacaimbó (PE). O jornal é mídia parceira do evento e a cobertura completa você confere na próxima edição.
Durante os três dias de simpósio, diversos especialistas dos setores avícola e suinícola nacionais apresentarão suas visões sobre os mercados de grãos e de proteínas animais, explanarão sobre manejo no verão, controle de ectoparasitas em aves de postura comercial e enfatizarão a importância de uma poedeira produtiva em tempos de influenza aviária. Além disso, serão abordadas a internet das coisas, as doenças de notificação de suínos e situação da Peste Suína Clássica (PSC), ambiência de aves e suínos e inovações tecnológicas.
Com a participação de produtores do Nordeste e do Brasil, o evento reunirá empresas nacionais e multinacionais dos setores de nutrição, medicamentos, transportes, máquinas e implementos, tecnologia, genética, instituições financeiras e de fomento.
“Este Simpósio será mais um momento para elevar o nível técnico da avicultura e da suinocultura nacionais. Contaremos com a participação de produtores desta região tão importante para o setor de proteína animal, que é o Nordeste, e o nosso objetivo é aprimorar as discussões sobre mercado, sanidade, enfermidades e manejo, que fazem parte do dia a dia da cadeia avícola.”, antecipa o presidente da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), Ariel Mendes.
Programação
Simpósio Nordestino de Avicultura e Suinocultura
Terça-feira (19)
08h – Painel de Grãos:
Mercado de Grãos – Herivelton Marculino da Silva, CONAB
Perspectivas para produção de grãos em Pernambuco – Gleiton Medeiros, Fazenda Medeiros Santos e Josimário Florêncio, Granja OVONOVO
09h – Proteína Animal seus mercados e correlações (ovo, suíno e frango) – Luis Rua, ABPA
09h30 – Espaço Artabas – Ambiência e Climatização em Granja de Postura Comercial – Alessandro Tetsuo, Artabas
10h – Intervalo
10h15 – Debate
10h30 – Espaço Vaccinar – Primeira semana: um fator decisivo para o sucesso da criação de aves – Claudio Franco, Vaccinar
11h – Internet das coisas: Uso de inteligência artificial e automação na produção de aves e suínos – Eric Culhari, Phibro
11h30 – Espaço Alivet – Controle de ectoparasitas em aves de postura comercial – William Dick, CCPA
12h – Espaço Phibro – Controle das síndromes respiratórias associadas ao vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas – Leandro Bianchet, Phibro
12h30 – Debate
12h45 – Almoço
14h – Painel crédito tributário e investimentos – Arnibo Braatz Júnior, Audax
15h – Reunião do Instituto Ovos Brasil – Cenário atual da avicultura de postura e suas projeções futuras, Edival Veras
Quarta-feira (20)
08h – A Importância de uma poedeira produtiva em tempos de influenza aviária – Diogo Ito, Hendrix
08h30 – Critérios de Classificação de Ovos e Certificações de Qualidade – An´Anezia Ramos, An´Anezia Ramos Consultoria e Treinamento
09h – Espaço EPE – Proteção ovariana como estratégia para melhorar a persistência de produção de ovos – Marco Aurelio Stefanoviciaus Nunes, ADM Nutrição Animal –Aditivos
09h30 – Debate
09h45 – Intervalo
10h – Espaço Magnavet – Programa de integridade intestinal em aves de postura: resultados a campo – Maria Fernanda Ferreira Menegucci Praes, Biosyn Saúde Animal
10h30 – Espaço Alivet – Novas ferramentas para otimizar a saúde intestinal em aves – Ricardo Hayashi, SanVet
11h – Lançamento Adisseo – Novas estratégias para otimizar digestibilidade e saúde intestinal – Matheus Resende e Durval Soares, Adisseo
11h30 – Espaço Suiaves – Estratégias para redução do desafio sanitário: Aditivos para redução da carga bacteriana antes e após a ingestão de alimento – Bruno Faria, ADM Nutrição
Animal
12h – Atualizações em nutrição de suínos – Fabiana Miuki Higa Abe, Polinutri
12h30 – Debate
12h50 – Almoço
14h – 1º Encontro de Suinocultores do Nordeste
15h – Espaço Nuctramix
Quinta-feira (21)
08h – Influenza Aviária – Wanessa Noadya – ADAGRO
08h30 – Prevenção das enfermidades respiratórias como base para a eficiência produtiva – Felipe Pelicioni, Ceva
09h – Sanidade de precisão: o papel das pessoas nos programas sanitários – Eva Hunka, FACTA
09h30 – Espaço EPE – Desafios respiratórios: como prevenir? – Gustavo Carvalho da Costa, MSD
10h – Debate
10h15 – Intervalo
10h30 – Peste suína clássica: desafio Nordeste – Charli Ludtke, ABCS
11h – Avanços em diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças em aves e suínos – Bia Fonseca, Universidade Federal de Uberlândia
11h30 – Manejo de dejetos na avicultura e suinocultura: técnicas e boas práticas – Claudio Bellaver, Qualyfoco
12h – Vacinas vetorizadas como estratégia na prevenção de doenças – Marcela Viana Triginelli, Boehringer
12h20 – Debate
12h35 – Encerramento

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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.
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Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio
Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.
Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.
Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.
Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”
Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.
Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.
Marco jurídico recente
Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.
Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.
Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.
Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu
A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.
Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.
Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.



