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Notícias Projeções apontam cenário positivo

Setor lácteo deve crescer na próxima década, mas 2022 será de cautela

Fatores decorrentes da pandemia, como desemprego, redução de renda e o endividamento das famílias brasileiras, continuarão impactando o setor em 2022, levando-o a se adaptar a custos de produção ainda mais altos.

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Divulgação/iStock

Cautela é a recomendação dos especialistas da Embrapa Gado de Leite (MG) para o setor lácteo no ano que se inicia. Fatores decorrentes da pandemia, como desemprego, redução de renda e o endividamento das famílias brasileiras, continuarão impactando o setor em 2022, levando-o a se adaptar a custos de produção ainda mais altos. Mas se, por um lado, as análises conjunturais sugerem que o ano novo não será muito diferente daquele que passou, projeções apontam um cenário positivo para a próxima década, com um crescimento esperado de 36%, impulsionado pelo aumento da população mundial e pela elevação do poder aquisitivos nos países da Ásia, África e América Latina.

Especialistas recomendam cautela ao setor lácteo para 2022, mas veem espaço para o crescimento sustentável da cadeia produtiva do leite brasileira

Na última reunião de conjuntura de 2021, a equipe do Centro de Inteligência do Leite apresentou números que sugerem atenção por parte dos agentes produtivos. Para o analista José Luiz Bellini, o esperado fim da pandemia não se concretizou, mantendo as incertezas na economia mundial. “Nos dois últimos anos, praticamente todas as cadeias mundiais de produção e suprimento sofreram com a elevação dos custos e problemas de abastecimento, provocando inflação generalizada”, argumenta. Segundo Bellini, embora tenha havido avanços substanciais no combate ao vírus, persistem incertezas que impactam a produção de bens e serviços com repercussão ao longo das cadeias produtivas. As ações de estímulo dos governos das principais economias mundiais para alavancar o crescimento econômico afetado pela Pandemia, também geraram processo inflacionário global.

Se em 2020 a cadeia produtiva do leite colheu bons frutos devido ao auxílio emergencial de R$ 600,00, concedido pelo governo federal, o mesmo não aconteceu no ano que se encerrou. O dólar se manteve numa taxa elevada, numa curva de ascensão que antecede à pandemia.  Nos últimos três anos o aumento da taxa cambial chega a 44%. Esse foi um dos fundamentos econômicos que elevou a inflação a dois dígitos, algo que não acontecia desde 1994, contribuindo para que a renda das famílias caísse 20% em relação a 2019.

Outros fatores que prejudicam o consumo, com forte impacto no ano que se inicia, segundo os especialistas do Centro de Inteligência do Leite são o elevado desemprego (12,6%) e a taxa de endividamento das famílias brasileiras (67%). Fechando o cenário macroeconômico, a taxa Selic, regulada pelo Banco Central para conter a inflação, chegou ao seu maior nível desde 2017 (9,25%), encarecendo os investimentos e o crédito e, com isso, inibindo o consumo.

Exportações pesam positivamente balança do leite no Brasil
Mas se o cenário atual é preocupante, “diversas projeções apontam para um futuro mais promissor”, conforta Bellini. A Tetra Pak, maior produtora mundial de embalagens para o setor lácteo, revela que a demanda global por alimentos lácteos deve crescer 36% na próxima década, puxada pelo aumento da população mundial e pela elevação do poder aquisitivos nos países da Ásia, África e América Latina. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) segue a mesma linha e afirma que a produção mundial de leite irá crescer em todo o planeta.

Os especialistas do Centro de Inteligência do Leite concordam que há muito espaço para a cadeia produtiva do leite brasileira crescer, de modo sustentável. O aumento da demanda mundial deve levar o agronegócio do leite nacional a investir, cada vez mais, na exportação, que hoje é tímida. O Brasil fechou 2021 com cerca de 142 milhões de litros exportados e um saldo negativo na balança comercial de lácteos acima de 800 milhões de litros. Para Bellini, “o grande desafio do setor é tornar o Brasil autossuficiente e aumentar, de forma substantiva, a sua presença no mercado internacional de lácteos”. Para que isso ocorra, ele lista algumas recomendações a pecuaristas e laticinistas:

  1. Aumentar a escala de produção;
  2. Aumentar a produtividade total dos fatores de produção;
  3. Obter assessoria técnica profissional, integral e continuada;
  4. Dar suporte aos esforços de exportação;
  5. Reduzir a ociosidade das plantas beneficiadoras;
  6. Melhorar a governança da cadeia, estabelecendo vínculos estratégicos a longo prazo;
  7. Melhorar a logística e reduzir custos de produção;
  8. Investir no aumento da qualidade da matéria-prima e dos produtos lácteos.

Custos altos x baixa margem de lucro: conta não fecha para produtores brasileiros
O aumento nos custos de produção de leite foi um dos piores agravantes na atual crise do setor. O índice de custo de produção, calculado pela Embrapa Gado de Leite (ICPLeite) já vinha de uma elevação de 10,7% em 2020 e atingiu 30,0% em 2021, reduzindo a margem de lucro dos produtores. Segundo o pesquisador da Embrapa Samuel Oliveira, o que mais impactou esse índice foi a alimentação do rebanho. A produção e compra de volumosos teve um aumento de 75%, a alimentação concentrada, 26% e o sal mineral, 53%.

Os outros fatores que pesaram nos custos foram a alta da energia elétrica e a dos combustíveis, com elevação de 27% em 12 meses, lembrando que o preço do petróleo também impacta o preço dos fertilizantes. O pesquisador explica que a valorização das commodities está na raiz desses aumentos. O preço da soja e do milho, presentes na formulação da ração concentrada, por exemplo, encontram-se numa curva ascendente há cinco anos, disparando nos anos de pandemia.

Segundo análises da Embrapa Gado de Leite, custos mais elevados de produção e a redução de preços reais recebidos pelos produtores da ordem de 5% em 2021, impactaram negativamente as margens de lucro. Em 2020, o preço real líquido do leite pago ao produtor fechou o ano em R$ 2,44. Já em dezembro do ano passado, o valor ficou em R$ 2,13.  No mercado spot (compra de leite entre laticínios) o recuo foi ainda maior: dados de dezembro do ano passado, em Minas Gerais, apontavam um preço médio de R$ 2,08. Na entressafra daquele ano, o leite no mercado spot mineiro atingiu o pico de R$ 2,78.

Quanto ao atacado dos produtos processados pelos laticínios, os principais produtos registraram queda real de preços em 2021. O leite UHT registrou queda de 8,9% passando de R$3,88/litro em 2020 para R$3,53/litro em 2021. O queijo muçarela, produto que mais subiu de preço no primeiro ano de pandemia, fechou o ano passado próximo do seu preço histórico (R$ 27,30/kg – em 2020, o produto chegou a ser vendido pela indústria por cerca de R$ 30,00/kg).

Segundo Bellini, os valores na indústria foram impactados pelo aumento dos custos de produção, logística e energia. Os especialistas reconhecem que o atual preço dos derivados esteja sendo influenciado pela acanhada demanda em função da diminuição de renda das famílias.

A ajuda que vem do céu
Em contrapartida, um dos fatos positivos que surge na aurora de 2022 vem do céu: a expectativa é que o clima interfira positivamente no agronegócio. Apesar de poucas chuvas nas regiões Sul, a safra de grãos deve caminhar para um bom volume este ano.

Segundo Bellini, trata-se de um fator que pode manter o preço do concentrado no atual patamar ou mesmo reduzir o custo da ração, lembrando que o item alimentação foi um dos grandes fatores da alta dos custos de produção de leite em 2021.

Outra expectativa positiva se concentra no Auxílio Brasil para a população de baixa renda, que deve ser canalizado para a compra de alimentos. No entanto, o também pesquisador da Embrapa Gado de Leite Glauco Carvalho não acredita que o Auxílio Brasil terá o mesmo impacto no setor que teve o Auxílio Emergencial do governo durante o primeiro ano de pandemia.

Fonte: Embrapa Gado de Leite

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Asgav promove campanha de valorização da carne de frango produzida no Rio Grande do Sul

Por meio deste movimento, o setor avícola quer destacar a procedência e a qualidade do produto que é disponibilizado no mercado gaúcho.

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Foto: Shutterstock

Incentivar o consumo de carne de frango produzida no Rio Grande do Sul. Este é o objetivo da 3ª etapa da Campanha de Valorização das Marcas produzidas no estado, promovida pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). Por meio deste movimento, o setor avícola quer destacar a procedência e a qualidade do produto que é disponibilizado no mercado gaúcho. Com o slogan “Carne de Frango do RS, a gente reconhece pelo sabor”, o intuito é reforçar o trabalho de divulgação em veículos de imprensa e redes sociais, como já ocorreu nos dois ciclos anteriores. A campanha começou nesta segunda-feira (22) e vai se estender até 30 de julho, com foco principal nas redes sociais e comunicação estratégica.

A continuidade desta ação da Asgav é fortalecer o consumo interno da carne de frango produzida no Rio Grande do Sul. O presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, comenta que a ideia desta nova etapa é de uma campanha criativa e dinâmica para conscientizar a população sobre os benefícios de levar para as suas mesas um produto gaúcho. “Este é um movimento contínuo e proativo da Asgav em busca de alternativas para melhorar as condições de competitividade para o setor, pois valorizar a produção local é valorizar milhares de pessoas, famílias, produtores e trabalhadores do nosso Estado”, esclarece.

Raio x da avicultura

Atualmente, o Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil. Tem 7,3 mil produtores e 21 frigoríficos.

A média de produção de carne de frango do estado é de 1,8 milhão de toneladas.

As vagas de trabalho criadas pelo setor são significativas. São 35 mil empregos diretos e 550 mil empregos indiretos.

Fonte: Assessoria Asgav
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Copacol é modelo em produção de energia renovável

Sistema de geração de energia por meio do biogás da Copacol tem capacidade para processar anualmente 15 mil toneladas de resíduos orgânicos, com potencial econômico de R$ 7 milhões por ano, e gera energia limpa.

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Com práticas sustentáveis do campo até a indústria e investimento contínuo em produção de energias alternativas, reflorestamento, destinação adequada de resíduos e reuso de água, a cooperação da Copacol com a natureza se torna um exemplo para empresas em todo o Brasil. O Projeto de Biogás da Cooperativa instalado na Unidade de Produção de Leitões (UPL), na comunidade do Carajá, município de Jesuítas (PR), por exemplo, proporciona sustentabilidade econômica e ambiental à Cooperativa que é modelo na produção de energia renovável.

Fotos: Divulgação/Copacol

Em operação desde dezembro de 2022, a UPL produz cerca de 20 megawatts de energia por dia, volume que atende toda a capacidade da própria Unidade, enquanto o excedente atende parte da demanda do CD (Centro de Distribuição) na comunidade de Nossa Senhora da Penha, município de Corbélia. O sistema de geração de energia por meio do biogás da Copacol tem capacidade para processar anualmente 15 mil toneladas de resíduos orgânicos, com potencial econômico de R$ 7 milhões por ano, e gera energia limpa. Esse exemplo de utilização de energia limpa na produção da Cooperativa foi apresentado durante o 6º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, realizado na cidade de Chapecó (SC).

O gerente de Meio Ambiente da Copacol, Celso Brasil, e o supervisor Operacional de Meio Ambiente, Everson Garghetti, representaram a Cooperativa no evento, que contou com a participação de representantes de empresas nacionais e internacionais que utilizam do biogás como fonte de energia renovável para dar sustentabilidade aos seus negócios. “Apresentamos um case do nosso Projeto de Biogás: ideia, implantação, monitoramento, funcionalidade e operação do sistema energético que, a partir de resíduos sólidos, dá sustentabilidade ambiental e econômica para a Cooperativa. Mostramos, junto ao painel voltado para macrobiota, toda a sistemática operacional dos biodigestores e o uso de micronutrientes nos bios que permitiram agregar o montante de 180 metro cúbicos de dejetos de suínos e 45 toneladas de resíduos das atividades industriais de aves e peixes diariamente, contribuindo para a geração do biogás que produz energia limpa”, destaca Brasil.

Copacol e o meio ambiente
Ser sustentável faz parte dos princípios da Copacol. Por isso, a valorização de práticas ambientais torna a Cooperativa uma referência em respeito ao meio ambiente. Somente no ano passado foram 6,7 mil toneladas de resíduos orgânicos processados pela Usina em Jesuítas.

Além disso, R$ 3,8 milhões foram economizados com a produção de energia elétrica nas três UPL’s, em Cafelândia, Formosa do Oeste e Jesuítas, e na UPD (Unidade de Produção de Desmamados) em Jesuítas.

Fórum
O Fórum trouxe uma abordagem sobre uma nova tendência das empresas que atuam na geração do biogás, energia que pode ser transformada em biometano para produção de combustível limpo, dando mais sustentabilidades aos negócios das empresas que estão utilizando essa fonte de energia. “O evento trouxe a seguinte abordagem: biogás é o gás bruto e o biometano é o gás que passou pelo processo de purificação, onde é extraída toda a impureza e é transformado em combustível limpo de alta qualidade, nos níveis do GNV [Gás Natural Veicular]. Diante disso, percebemos que a tendência é a utilização do biometano, sendo mais viável seu uso e aplicação nas atividades das empresas ao invés do uso do biogás de forma direta”, explica o gerente.

Fonte: Assessoria Copacol
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Portos do Arco Norte respondem por 43,3% das exportações de milho

Na sequência, o porto de Santos aparece com 32% da movimentação nacional acumulada em março de 2024 contra 25% no mesmo período do exercício passado; o porto de Paranaguá, 4% contra 18,8% do ano passado; enquanto pelo porto de São Francisco do Sul foram registrados 15,1% dos volumes embarcados contra 11,5% em igual período do exercício anterior.

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Foto: Cláudio Neves

As exportações de milho pelos portos do Arco Norte cresceram nos primeiros meses deste ano, de acordo com os dados divulgados pelo Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na última sexta-feira (19). O documento destaca que estes portos responderam por 43,3% da movimentação acumulada nacional em março de 2024, contra 36,2% no mesmo período do ano anterior.

Na sequência, o porto de Santos aparece com 32% da movimentação contra 25% no mesmo período do exercício passado; o porto de Paranaguá, 4% contra 18,8% do ano passado; enquanto pelo porto de São Francisco do Sul foram registrados 15,1% dos volumes embarcados contra 11,5% em igual período do exercício anterior. Os estados que mais atuaram nas vendas do cereal para exportação foram: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Maranhão.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Já os índices de preços para o milho, apesar da época de entressafra, continuam com sua trajetória de queda, ainda decorrentes da superprodução do ano anterior. As exportações em março atingiram 0,43 milhão de toneladas contra 1,71 milhão observadas em fevereiro e 1,34 milhão de toneladas ocorridas no mesmo período de 2023.

A redução de 20,8 milhões de toneladas na estimativa de produção do cereal em relação à safra anterior provocou também a diminuição nos estoques de passagem. Apesar disso, as estimativas de consumo interno, com previsão de aumento de 5,5% em relação ao exercício passado, beneficiam dois segmentos em razão dos baixos preços de exportação: o da produção de proteína animal, que terá melhorado seus níveis de rentabilidade, e o da produção de etanol, hoje concentrada, principalmente, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Com relação às rotas de exportação da soja, pelos portos do Arco Norte foram expedidos 35,3% das exportações nacionais, contra 37,5% do exercício passado. Por Santos foram escoados 35,9%, contra 43,3% do exercício anterior. As exportações de soja pelo porto de Paranaguá totalizaram 16% do montante nacional contra 8,7% do mesmo período do ano anterior, e pelo porto de São Francisco foram escoadas 6,8% contra 3,7% do ano anterior. A origem das cargas para exportação ocorreu, prioritariamente, dos estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Fretes

Nos dados coletados sobre preços de fretes rodoviários, o Boletim aponta que houve tendência de alta mais significativas nas rotas com origem no Distrito Federal, que registrou variações positivas em algumas praças, notadamente com destino à Uberaba (MG) e Santos (SP).

Em contrapartida, diversos estados apresentaram média de preços mais baixos, como na Bahia, onde foi observada queda nas cotações devido à redução na demanda por serviços de frete; em Goiás, com a diminuição da demanda por fretes na região devido à retenção da safra por parte dos produtores; no Maranhão, pelo escoamento da produção ocorrer ainda muito lentamente; em Mato Grosso do Sul, com a redução significativa dos preços em quase todas as praças acompanhadas, atribuída à retração da comercialização da soja e à lentidão dos negócios relacionados ao milho; e no Piauí, que apresentou leve redução nos valores dos preços na maioria das rotas de escoamento, apesar do aumento significativo na demanda e mercado aquecido.

O Boletim destaca ainda a inclusão do estado de São Paulo na pesquisa, cujo resultado apontou também para a queda nas cotações de frete devido ao atraso na comercialização da soja, o que reduziu a procura pelo transporte de grãos. Já outros estados pesquisados tiveram flutuações mais leves nos preços de frete, como Mato Grosso, onde as cotações seguiram em patamares próximos aos registrados nos meses anteriores, sem a esperada valorização; no Paraná, com fretes para soja e milho variando conforme a região; e em Minas Gerais, pela alta do dólar e o excesso de caminhões, que mantiveram os preços estáveis.

Nesta edição, a pesquisa da Conab coletou dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. O Boletim traz também informações sobre a movimentação de estoques da Conab, realizada por transportadoras contratadas via leilão eletrônico. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Abril/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
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