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“Ser otimista é o dever de toda liderança”, afirma Neivor Canton

Presidente da Aurora Coop relata sua trajetória, fala sobre desafios e expõe algumas perspectivas futuras.

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Neivor Canton foi eleito Empresário do Ano 2022 pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó - Foto: Divulgação/Aurora Coop

Eleito Empresário do Ano 2022, Neivor Canton chegou em Chapecó (SC) há 16 anos, integrando movimento cooperativo no setor do agronegócio. Cooperativista, filho de um casal de pequenos produtores rurais, desde cedo se dedicou ao agronegócio.

Ao agradecer o reconhecimento na noite de eleição, disse que receber o Troféu Nelson Galina é uma honra. “Receber esse reconhecimento da sociedade empresarial de Chapecó é uma honra, especialmente por poder compartilhar esse momento com dois ilustres e renomados empresários. Divido por três essa honraria”.

A lista dos três empresários mais votados foi composta por Canton, pelo empresário do ramo das comunicações e do setor hoteleiro, Alfredo Lang, que dirige o Grupo Condá de Comunicação, e pelo proprietário do Grupo Eko’7 Brasil, Paulo de Souza. A honraria é entregue anualmente pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC).

Nesta entrevista, Canton relata sua trajetória, fala sobre desafios e expõe algumas perspectivas futuras.

O que representou para o senhor a eleição de empresário do ano?

Sem dúvida, foi uma honra muito grande receber essa distinção da comunidade empresarial de Chapecó, ao lado de outros dois exitosos empresários que compuseram conosco a lista tríplice, Alfredo Lang e Paulo de Souza. É preciso destacar, contudo, que se trata verdadeiramente de um reconhecimento ao sistema cooperativista ancorado na Aurora Coop e aos seus benfazejos efeitos sociais e econômicos.

Sua atuação no municipalismo, no cooperativismo, no agronegócio e nas entidades empresariais e comunitárias foi determinante na sua eleição?

A vida é como a matemática: em nossa trajetória algumas ações se somam, outras se subtraem, mas o importante é o sinal de igualdade que deve presidir nossas ações. Acredito que, além da generosidade dos empresários que votaram em nós, nossa trajetória em importantes instituições públicas possivelmente foi levada em consideração. Refiro-me à administração municipal, Fecam, Ocesc, Fecoagro etc.

Um breve relato de sua trajetória: como o Senhor iniciou sua vida empresarial?

Sou natural de Ipumirim, tenho 68 anos de idade, sou casado com Rosane Marina de Marco Canton e tenho três filhos: Cândida, Joseane e Neivor Augusto. Comecei a trabalhar muito cedo e sempre tive participação social e associativista. Meu primeiro emprego foi de office-boy de um escritório de contabilidade, em Ipumirim, onde tive meus primeiros contatos com o mundo empresarial. Tive uma passagem pela vida pública (fui vice-prefeito e prefeito de Ipumirim/SC) e depois ingressei no universo do cooperativismo. Presidi a Cooperativa de Produção e Consumo Concórdia (Copérdia), a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro) e a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc). Quando era prefeito, comandei a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e a Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (Amauc). Concluí graduação em Direito e especialização em Direito Tributário e em Direito Administrativo. Sucedi o saudoso Mário Lanznaster na presidência da Cooperativa Central Aurora Alimentos (Aurora Coop) em 2020.

Quais eram os principais desafios, na época e quais são os principais desafios hoje?

O oeste catarinense era uma região muito isolada, carente de infraestrutura e distante dos centros de poder. Era necessária muita tenacidade para viabilizar empreendimentos em qualquer área da economia, seja na agropecuária, na indústria ou no setor de serviços. Nesse cenário, as cooperativas foram as grandes âncoras do desenvolvimento econômico da região. Hoje, com a globalização da economia, os desafios não mudaram muito em essência, mas as exigências são muitas. Precisamos produzir com eficiência e sustentabilidade para atingir os mercados mundiais. Apesar dos recursos tecnológicos que dispomos, continuamos penalizados pelas deficiências de infraestrutura das regiões produtoras.

O senhor dirige a Aurora Coop, uma empresa de alma cooperativista. O que a distingue, na essência, das empresas mercantis?

As empresas cooperativistas – como a Aurora Coop e suas 11 cooperativas filiadas – estão enraizadas nas regiões onde atuam e ali permanecem fieis aos seus cooperados, gerando desenvolvimento econômico e qualidade de vida. Os resultados obtidos são integralmente investidos nas comunidades locais. Essa realidade é uma expressão dos princípios do cooperativismo universal que a Aurora Coop defende e põem em prática desde a sua fundação. São diferenciais que a comunidade regional envolvente e o mercado reconhecem e valorizam. Atuamos para manter a sustentabilidade e a rentabilidade de toda a imensa cadeia produtiva na qual atuamos para que todos os atores envolvidos nesse encadeamento produtivo tenham, igualmente, continuidade e prosperidade.

Em qual fator reside o sucesso da Aurora Coop?

Um deles é a coesão que caracteriza o sistema Aurora Coop, que reúne as cooperativas agropecuárias, as famílias rurais no campo e os milhares de trabalhadores nas indústrias.  Outro fator é a combinação de arrojo e responsabilidade empresarial associada com eficiência gerencial, tendo como alguns balizadores o interesse pela comunidade, o respeito e a proteção dos recursos naturais na busca permanente da sustentabilidade.

Quais são seus planos empresariais para os próximos anos?

A Aurora Coop desenvolve um programa de investimentos em várias frentes, sendo a principal a ampliação e a modernização de suas fábricas e a construção de novas unidades o que envolve – no horizonte de 10 anos – alguns bilhões de reais e a geração de milhares de empregos.

Que conselho o senhor daria para um empresário que está iniciando seu negócio?

Não importa o tamanho do seu negócio ou da sua empresa, foque no objetivo principal, forme uma boa equipe e a lidere com paixão. Tome todas as “vacinas” que o empreendedorismo requer. Tenha coragem para ousar, mas procure conhecer o mercado onde você quer atuar. Inspire-se nas lideranças que mudaram o Mundo com atitudes inovadoras e ideias disruptivas.

O senhor é um empresário otimista com o futuro do Brasil? O ambiente empresarial está mais hostil hoje?

Ser otimista é o dever de toda liderança. Todo ambiente econômico, em face da competição, é naturalmente hostil. O problema não é esse. O Brasil é um país extraordinário, mas precisa melhorar seu ambiente de negócios, criando incentivos concretos ao empresário e ao empreendedor. Como fazer isso? Reduzindo a carga tributária, diminuindo o excesso de regulamentação, eliminando a burocracia, simplificando a necessidade de controles. Fator essencial é a implementação de uma política econômica – fiscal, monetária e cambial – responsável e confiável, com a adoção de âncora fiscal compatível. Dessa forma ampliaremos a confiança dos investidores do Brasil e do exterior.

Qual sua avaliação sobre o ano de 2022 que chega ao fim?

Superamos a pandemia que assolou o Brasil e o Mundo, mas foi um ano difícil em razão da conjugação, no ambiente global, das crises climática, econômica e política – aqui incluído o conflito Rússia/Ucrânia. A volta do processo inflacionário e o aumento geral nos custos de produção impactaram as empresas de um modo geral e, as famílias, em particular.  O agronegócio perseverou, manteve ou ampliou a produção de alimentos e assegurou superávit superior a R$ 140 bilhões na balança comercial.

Quais suas previsões para a economia em 2023 no Brasil e no Mundo?

No plano interno, esperamos que o novo governo conduza com responsabilidade a gestão macroeconômica, proponha e defenda as reformas que o País precisa e encoraje os empresários e o setor produtivo com políticas de incentivo. O agronegócio continuará sendo a locomotiva da economia brasileira, mas é imprescindível manter as políticas de apoio à agropecuária e à agroindústria. No plano externo, tudo indica que será um ano de imensos desafios. Há previsão de recessão na Europa e na América do Norte. China terá um crescimento menor.

Quais as reformas que o senhor considera urgente na República brasileira: a tributária, a administrativa, a trabalhista, a eleitoral?

A verdadeira reforma que precisamos é a reforma moral para o restabelecimento de valores e princípios éticos e morais de todos aqueles que ocupam cargos públicos. A nação brasileira não aceita desonestidade, irresponsabilidade, incompetência e omissão. A par disso, acredito que a mais importante – e também a mais difícil de avançar – é a reforma administrativa. Precisamos dar racionalidade ao Estado brasileiro, esse paquiderme enorme, lento, perdulário, que consome os recursos da Nação e devolve pouco. É imperioso reduzir o tamanho do Estado para que sobrem recursos para investimentos. Em termos relativos ou absolutos a máquina administrativa brasileira (em relação ao PIB) é a mais cara do Mundo.  As reformas estruturantes são todas necessárias, mas dependerão de um grande pacto nacional.

Fonte: Ascom Aurora Coop

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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