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Sem subvenção, produtores vão para safra 2023/24 sem seguro rural
Com recursos insuficientes para 2023 e sem orçamento para 2024, produtores consideram não contratar cobertura, colocando em risco as lavouras.
Desde a implementação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), em 2006, o produtor e presidente do Sindicato Rural de Palmeira, na região Centro-Sul do Paraná, Luciano Turra Agottani, contrata seguro rural, utilizando recursos do programa para as lavouras de milho, feijão, trigo e soja. Porém a realidade será outra na safra 2023/24. Sem previsão de recursos para o PSR, Agottani decretou que não vai fazer a contratação da ferramenta de gestão de risco. “Não vou me sujeitar a pagar esse valor, senão eu quebro”, afirma, ampliando: “Na nossa região, o risco de veranico é menor. Tem mais [perigo] de granizo, mas ainda assim o pessoal está preferindo assumir o risco a pagar o seguro no valor cheio. Está muito caro”.
Há quase duas décadas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) disponibiliza recursos para auxiliar produtores rurais do país a contratarem seguro rural com custo reduzido. O PSR incentiva a política de gestão de riscos no setor produtivo, minimizando prejuízos causados por eventos climáticos e garantindo a proteção de mais de 112 milhões de hectares.
Porém, apesar dos resultados alcançados com a política de subvenção, o Plano Safra 2023/24, anunciado em 27 de junho, não trouxe previsão de recursos para o PSR. Do R$ 1,06 bilhão que havia sido disponibilizado para 2023, mais de R$ 898 milhões já estavam comprometidos até agosto. O saldo restante, pouco mais de R$ 106 milhões, não será suficiente para atender a demanda dos produtores que começam o plantio da safra de verão em setembro. “O programa é uma importante ferramenta de gestão de riscos que faz parte do planejamento da safra dos produtores do Paraná e do Brasil. Há anos trabalhamos para levar essa conscientização ao campo e, como resultado, somos o Estado que mais faz a contratação. A falta de garantia de subvenção causa preocupação e insegurança no meio rural, além de ir contra o esforço que temos feito, ano após ano, para disseminar a cultura do seguro rural.”, aponta o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette.
Ao longo das quase duas décadas do PSR, os produtores paranaenses contrataram mais de 580 mil apólices, próximo de 40% do total nacional (1,5 milhão). Sem garantia de orçamento para atender a demanda do restante deste ano e em 2024, a tendência é a redução do interesse pelo seguro rural, na contramão de um mercado que vinha registrando crescimento contínuo. Com a ausência de recurso para subvenção, os agropecuaristas vão pagar de 20% a 40% a mais pelo valor do seguro, a depender da atividade agropecuária segurada e do tipo de cobertura especificado em apólice. Os produtores de grãos devem ser os mais impactados, por ser a modalidade agrícola que concentra a maior parte das operações e dos recursos do PSR.
Essa alta nos preços já está se refletindo nos números. Segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), as contratações para a safra de verão estão abaixo das expectativas, provavelmente por conta da falta de recursos. Até agosto, no âmbito do PSR, 19,63 mil produtores paranaenses contrataram 33,82 mil apólices, cerca de 34% dos contratos no país (99,78 mil). A área segurada no Estado está em 1,7 milhão de hectares e o valor, em R$ 8,5 bilhões. No ano passado, foram 46,89 mil apólices contratadas por 26,31 mil produtores, que garantiram o seguro de 2,4 milhões de hectares, no valor de R$ 11,21 bilhões.
De acordo com o produtor rural Milton Bernardtt, que planta soja, milho e trigo em Toledo, no Oeste do Paraná, a maioria dos agricultores não pretende contratar seguro rural sob essas condições. “Na nossa região, o seguro já não está tão atrativo. A cobertura está muito baixa e a gente fica desamparado em vários aspectos. Antes eles cobriam 50 sacas por hectare, agora está na faixa das 30 a 35 sacas. Se você já acionou seguro alguma vez, pior ainda”, expõe o produtor rural em Toledo, Milton Bernardtt.
Procurado pela reportagem da revista Boletim Informativo, o Mapa ratificou que a escolha de não anunciar valores para o PSR no Plano Safra ocorreu para evitar expectativas no setor. “Em diversas ocasiões, os valores anunciados não correspondiam ao orçamento de fato aprovado, o que ocasionava certa frustração aos produtores. Dessa forma, considerando ainda que o orçamento do PSR é classificado como uma despesa discricionária, o que o torna ainda mais suscetível a alterações, optamos este ano por um posicionamento realista”, afirma o Departamento de Gestão de Riscos do órgão, em resposta ao Boletim Informativo.
Entidades do setor produtivo, como a Faep, reforçam a preocupação de que a falta de recursos desestimule a contratação de seguros, o que pode acarretar prejuízos para a cadeia produtiva e impactar a produtividade agrícola. De acordo com Jefrey Albers, coordenador do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR, com a terceirização dos riscos para as seguradoras, em caso de perdas, os produtores permanecem capitalizados para pagar seus financiamentos e continuar na atividade, garantindo a produção agrícola nas próximas safras.
“Na prática, no caso de uma intercorrência climática, o produtor sem seguro ficará descapitalizado e, na safra seguinte, terá que fazer financiamento. Basta uma quebra de safra para ele não conseguir pagar e precisar prorrogar suas dívidas. Por outro lado, um seguro mais caro e sem subvenção vai reduzir significativamente a margem de lucro dos produtores, colocando em risco até a viabilidade financeira do negócio”, exemplifica Albers. “O setor produtivo depende do crédito das instituições financeiras. É mais caro para o governo pagar o custo da renegociação de dívida com os recursos que são equalizados, do que o montante que o PSR apoia”, complementa o consultor em seguro rural, Luiz Antonio Digiovani.
Gastos com indenização
A falta de subvenção ocorre em um momento em que o setor produtivo sente o peso do encarecimento dos contratos de seguro, devido à alta sinistralidade registrada nas últimas safras. Em 2022, foram R$ 10,5 bilhões pagos em indenizações, aumento de 47,1% em comparação com o ano anterior, de acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Apenas no Paraná, líder em indenizações, foram R$ 3,3 bilhões, enquanto a arrecadação foi de R$ 2,3 bilhões.
Além dos gastos com indenizações – o que resulta em prêmios mais caros nos anos seguintes –, o aumento dos custos de produção e a alta dos preços das commodities também contribuíram para que os valores dos contratos passassem por reajustes. “No cenário geral não houve queda na demanda por contratação de seguro rural. Mas, como os preços das apólices subiram, a subvenção consumida aumentou. O resultado é a necessidade de um orçamento maior para cobrir a mesma área”, explica Digiovani.
Com praticamente o mesmo orçamento, o número de apólices contratadas no Brasil reduziu em mais de 40%. No Paraná, a queda foi praticamente na mesma proporção – de 82,26 mil apólices em 2021 para 46,89 mil em 2022. A participação do programa federal no mercado de seguros é mais um exemplo da redução do acesso dos produtores à subvenção: em 2021, o PSR representou 98% do mercado, contra 65% em 2022.
Outro efeito sentido pelos produtores é que, diante do impacto dos últimos prejuízos, muitas seguradoras passaram a oferecer coberturas menores ou, até mesmo, deixaram de ofertar produtos para a agropecuária em 2023.
Na avaliação do Mapa, a decisão de ordem técnica em não anunciar orçamento para o programa não vai na contramão do incentivo à cultura do seguro rural. “Entendemos que essa decisão demonstra seriedade na condução da política pública, sem promessas, sem criar expectativas que podem não ser atendidas no futuro, como já ocorreu em anos anteriores. Vamos pautar a gestão do PSR de maneira transparente, principalmente, na questão orçamentária”, afirma o Departamento de Gestão de Riscos do Ministério.
Faep pede mais recursos ao governo federal
Em fevereiro deste ano, a FAEP solicitou ao Mapa que fossem disponibilizados R$ 2,5 bilhões para o PSR no Plano Safra 2023/24, além de um cronograma de liberação oportuna de recursos, considerando o calendário agrícola. Outra demanda refere-se à transferência do orçamento do programa para o caixa das operações oficiais de crédito gerenciadas pela Secretaria do Tesouro Nacional. Os pleitos foram inclusos no documento “Propostas para o Plano Safra 2023/24”, elaborado em parceria com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).
No dia 18 de abril, o Mapa publicou resolução que aprovou a distribuição do orçamento de R$ 1,06 bilhão para o exercício de 2023 – metade do montante que havia sido previsto no anúncio do Plano Safra 2022/23. No anúncio de liberação, o Ministério já informou que o valor seria suficiente para atender apenas metade da demanda de produtores e, por isso, solicitaria a suplementação do orçamento. No fim de junho, a Junta de Execução Orçamentária (JEO) negou os pedidos, no valor de R$ 1,2 bilhão.
No dia 13 de julho, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) encaminhou um ofício aos ministérios da Fazenda, Agricultura e Planejamento solicitando a liberação de R$ 1 bilhão para 2023 e aprovação de R$ 3 bilhões no orçamento anual de 2024. No dia 17 de agosto, em uma agenda do Ministério da Agricultura, o ministro Carlos Fávaro disse que a pasta está trabalhando junto com a equipe econômica para aumentar o valor alocado para o PSR. Até o momento, no entanto, ainda não há garantia de que os recursos pleiteados serão disponibilizados.
Segundo Jônatas Pulquério, diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola (SPA), as solicitações estão em andamento, mas não há definição sobre eventual suplementação orçamentária para o PSR em 2023. Em relação aos recursos para o próximo ano, é preciso aguardar as definições internas do governo, que no dia 31 de agosto enviou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 ao Congresso Nacional. Até o fechamento desta reportagem, não foram divulgados detalhes do documento.
Riscos climáticos não devem ser subestimados
Ainda que o mercado de seguro rural não pareça tão atrativo, a recomendação é que o produtor não deixe suas lavouras sem proteção. Os chamados eventos extremos estão cada vez mais comuns em decorrência das mudanças climáticas. Nas últimas safras, o Brasil, principalmente a região Sul, sofreu os impactos do fenômeno climático La Niña, que causou seca prolongada e temperaturas extremas no Paraná.
Apenas nos últimos cinco anos, as seguradoras pagaram aos produtores rurais, aproximadamente, R$ 20 bilhões em indenizações decorrentes de eventos climáticos. Sem o seguro, esse prejuízo seria absorvido pelos produtores, muitas vezes por meio de refinanciamentos que reduzem sua capacidade de crédito para as safras seguintes.
Para a safra 2023/24, o El Niño é esperado por quase a totalidade dos meteorologistas. No Brasil, a expectativa é de mais chuvas para a região Sul e seca para o Norte, o que pode contribuir para a redução de interesse pelo seguro rural no Paraná. Ainda assim, especialistas alertam para os riscos de excesso de chuvas em momentos cruciais do calendário agrícola, como o plantio. “A contratação do seguro é indispensável. As questões climáticas estão cada vez mais preocupantes, com registro de sinistros e indenizações todos os anos. Ficar desprotegido é um risco imenso, com probabilidade de prejuízos muito maiores do que o custo adicional do seguro, podendo levar até a saída da atividade. É um conjunto de riscos que podem impactar todo o setor”, destaca Digiovani.
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Transformação industrial: avanços tecnológicos vão redefinir mercado em 2025
Uso de inteligência artificial e automação em larga escala trarão mudanças profundas para setores como gestão financeira, agronegócio e logística.
Em 2025, a tecnologia transformará profundamente diversos setores da economia. De IA generativa à automação, o avanço da revolução digital trará ganhos em eficiência, segurança e agilidade. Essas inovações tecnológicas vão além da otimização de processos, aprimorando a experiência do cliente e assegurando maior conformidade regulatória. Nos próximos anos, o mercado contará com soluções que abrangem desde a automação de tarefas rotineiras até o uso da inteligência artificial para análise de dados e decisões estratégicas. Confira:
IA Generativa: inteligência e mais produtividade
A inteligência artificial generativa está transformando a forma como empresas utilizam dados para automatizar processos, otimizar operações e analisar informações. A tecnologia, que surgiu em 2022, conquistou popularidade rápido, atingindo mais de 100 milhões de usuários em dois meses – uma adesão recorde, segundo relatório do UBS. Esse ritmo acelerado reflete um interesse crescente entre empresas de diversos setores que buscam na IA generativa mais do que uma ferramenta operacional, mas um ativo estratégico para transformar negócios, melhorar a produtividade e ampliar o alcance da inovação.
Estudos da Gartner apontam que cerca de 25% das empresas já utilizam IA em algumas áreas, especialmente em atendimento ao cliente e marketing, volume que deve aumentar significativamente nos próximos anos.
No entanto, para Carlos Valle, diretor-executivo de Tecnologia e Desenvolvimento da Senior, o verdadeiro diferencial competitivo da IA Generativa virá quando a tecnologia for integrada a áreas estratégicas, como planejamento e gestão de operações. “O mercado está começando a perceber o potencial da IA generativa para proporcionar insights que apoiem decisões de alto impacto e otimizem processos críticos. Na Senior, soluções com IA generativa vêm sendo aplicadas em sistemas como RH e Logística para automatizar tarefas como análise de dados e manutenção preditiva, promovendo uma gestão mais ágil e precisa”, afirma.
Agronegócio: tecnologia a serviço da produtividade
Especialistas apontam que as novas ferramentas tecnológicas não só otimizam a produtividade, mas também ajudam a enfrentar desafios como escassez de mão de obra qualificada e crescente demanda por sustentabilidade. ”A IA assume um papel estratégico ao transformar dados em informações práticas e acionáveis, fundamentais para decisões que aumentam a rentabilidade e a sustentabilidade das produções”, afirma a head de produtos do Agronegócio da Senior Sistemas, Graciele Lima. “Por exemplo, algoritmos de IA podem identificar comportamentos de pragas e sugerir manejos preventivos, o que diminui perdas e reduz o uso de defensivos”, exemplifica.
Outra grande aposta está na automação e no monitoramento de safras em tempo real. Com sensores conectados e sistemas de IA, produtores conseguem ter uma visão completa de toda a cadeia produtiva, da colheita ao escoamento. Para 2025, uma das inovações é o AgroCheck, uma ferramenta que utiliza inteligência artificial para monitorar e classificar cargas de grãos, alertando para desvios de qualidade e sugerindo ações corretivas. “O AgroCheck é uma solução de ponta que traz segurança e evita desperdícios. O controle de qualidade passa a ser automatizado e contínuo, sem necessidade de supervisão constante, o que aumenta a eficiência nas operações durante a colheita”, explica Graciele.
Mais um destaque é o AgroVerus, que utiliza reconhecimento óptico de caracteres (OCR) para capturar dados de equipamentos de campo e integrá-los automaticamente aos sistemas de gestão. Segundo a especialista, “essa tecnologia elimina etapas manuais e o risco de erros, promovendo maior precisão no controle de insumos e gerando relatórios em tempo real para tomadas de decisão mais seguras”.
A rastreabilidade dos insumos e a segurança digital das informações representam grandes avanços em direção a um agro mais sustentável e transparente. “Os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à origem dos alimentos, e essas ferramentas permitem ao produtor garantir uma produção rastreável e ecologicamente responsável”, completa.
Logística: roteirização e monitoramento em tempo real
As empresas estão investindo em tecnologias que prometem revolucionar a maneira como mercadorias são armazenadas, movimentadas e entregues. Sistemas avançados de IA, integrados a tecnologias como ERP (Enterprise Resource Planning) e WMS (Warehouse Management System), tornam a cadeia de suprimentos mais ágil, eficiente e precisa.
A IA está transformando as decisões logísticas ao automatizar processos como roteirização, picking (separação de produtos), armazenamento e entrega, oferecendo uma visão em tempo real das operações.
A roteirização — planejamento das rotas mais eficientes para a entrega de produtos — é uma área crítica em que a inteligência artificial traz melhorias significativas. A IA analisa uma ampla gama de variáveis em tempo real com algoritmos inteligentes, como condições de trânsito e ocupação dos veículos. Isso otimiza as rotas, minimizando o consumo de combustível, reduzindo o tempo de entrega e aumentando a segurança. “Com a IA aplicada à roteirização, o sistema ajusta rotas automaticamente em resposta a imprevistos, garantindo a entrega no menor tempo possível e com o menor custo” explica o head de produtos de Logística da Senior Sistemas, Anderson Benetti. “Isso não só melhora a eficiência operacional, como também a experiência do cliente, que se beneficia de entregas mais rápidas e previsíveis”, afirma.
Além disso, o monitoramento em tempo real, integrado ao ERP e WMS, proporciona uma visão detalhada de todo o processo logístico, desde a compra e até a entrega final. O ERP age como o sistema central da empresa, integrando todas as áreas operacionais, enquanto o WMS gerencia armazéns, otimizando controle de estoques e movimentação de mercadorias. Já o TMS gerencia fretes e transporte, garantindo as melhores opções de entrega e rastreabilidade na última milha.
Gestão de Acesso e Segurança
O mercado de Gestão de Acesso e Segurança deverá aumentar a intensidade do uso de soluções que usam algoritmos e inteligência artificial, principalmente nas camadas de vídeo. “Os analíticos de vídeo são a frente que mais está encontrando formas de se desenvolver e entregar dados realmente interessantes. O uso desses dados para a gestão de riscos corporativos operacionais é muito bem-vinda e esperada”, aponta Silvano Barbosa, head de produto na Senior.
Dentre as novidades da companhia no segmento, está uma solução de analíticos de vídeo para reconhecimento facial integrado com o controle de acesso, para: Permitir análise forense do fluxo das pessoas em um empreendimento; incrementar o controle de acesso; Permitir fazer um controle de acesso via câmeras de CFTV em locais onde uma barreira não é possível, com alertas em tempo real de qualquer não conformidade; Trazer outros analíticos como contagem de pessoas, mapas de calor e intrusão, com dados incrementais para aumentar a condições de lidar com os riscos do empreendimento em apenas uma única solução.
Conforme Silvano, também está previsto um modelo único de controle de acesso móvel, novas features que integram o controle de acesso aos sistemas de login dos computadores, um produto muito esperado pelo mercado que faz a digitalização e possibilidade de acompanhamento em tempo real das rotinas de fiscalização de entrada e saídas de veículos e de cargas para parques logísticos, indústrias, agronegócio, onde houver a necessidade desse tipo de controle.
“Vamos aumentar a quantidade de equipamentos de hardware ao qual estamos conectados permitindo liberdade real ao cliente na escolha dos equipamentos no seu negócio, e ampliando a aplicação de identificação facial para gestão de ponto
Notícias Em Palotina - Paraná
Obras do contorno viário para acesso à C.Vale se aproximam de 20%
Construtora está empregando quase 160 trabalhadores e 52 máquinas e equipamentos. O prazo para a execução é de 20 meses.
As obras do contorno viário de Palotina, no Oeste do Paraná, vão completar, no início de dezembro, quatro meses de sua retomada com velocidade de execução superior ao projetado no cronograma original. O avanço físico dos trabalhos estava em 15% do total, no dia 8 de novembro, seis pontos acima do previsto para a data. Quando a obra completar quatro meses, no dia 1º de dezembro, praticamente um quinto dos trabalhos estará concluído. A C.Vale, gestora da obra, calcula que a execução estará em 19% de sua totalidade contra 11% do previsto.
A construtora Castilho atua em três frentes de trabalho. No trecho 1, entre a Avenida Ariosvaldo Bittencourt e a PR 364, sentido a Assis Chateaubriand, estão sendo montadas vigas e pré-lajes do viaduto que será erguido sobre o atual trevo do complexo agroindustrial da C.Vale. No trecho 2, sentido Palotina a Francisco Alves, a empreiteira está fazendo a terraplenagem, drenos e bases do pavimento. Essas mesmas atividades estão sendo executadas no trecho que liga Palotina a Terra Roxa.
A construtora está empregando quase 160 trabalhadores e 52 máquinas e equipamentos. O prazo para a execução é de 20 meses, mas o ritmo mais acelerado que o previsto está alinhado com os planos da Castilho de finalizar a obra antes do fim do período contratual.
O contorno viário terá 15,2 quilômetros de pistas, viaduto, trevos e rotatórias ligando Palotina a Assis Chateaubriand, Terra Roxa, Francisco Alves e Toledo.
A obra está orçada em, aproximadamente, R$ 170 milhões e vai facilitar o fluxo de entrada e saída de veículos do complexo agroindustrial da C.Vale, em Palotina. O local concentra um abatedouro de frangos, um frigorífico de peixes, uma fábrica de rações, incubatório avícola e esmagadora de soja. A cooperativa projeta circulação de 5.500 veículos por dia até 2030 nas rodovias que conduzem ao complexo.
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Epagri completa 33 anos: sustentabilidade é o nosso presente
Profissionais da Epagri pautam rotina de trabalho na busca pela sustentabilidade.
“Atentos à realidade mundial, nossos profissionais pautam sua rotina de trabalho na busca de soluções capazes de garantir o desenvolvimento econômico dos meios rural e pesqueiro catarinenses, sem perder de vista a sustentabilidade ambiental e social”, sentencia o presidente da Epagri, Dirceu Leite.
Para comemorar essas mais de três décadas de história, o site inicia hoje uma série de reportagens que vão apresentar como pesquisa e extensão – as atividades fins da Epagri – atuam para ajudar famílias agricultoras e pescadoras a produzir alimentos de forma limpa, rentável e com baixo impacto ambiental. As matérias serão publicadas periodicamente, até novembro de 2025, quando a Epagri estará comemorando 34 anos e o Brasil sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Plano Estadual ABC+ 2020-2030
A série de reportagens vai apresentar projetos desenvolvidos pela Epagri que integram o Plano Estadual ABC+ 2020-2030, que mira na baixa emissão de carbono na agropecuária. O Plano pretende consolidar Santa Catarina no cenário mundial de produção limpa de alimentos.
O Plano Estadual ABC+ 2020-2030 dá continuidade a ações desenvolvidas pela Epagri no Plano ABC 2010-2020. A proposta é estimular a adoção e manutenção de tecnologias já consolidadas na fase anterior, como o Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH).
Santa Catarina conta com 183 mil estabelecimentos agropecuários. Destes, 78% são de agricultores familiares. A Epagri atende, em média, 130 mil famílias agricultoras por ano, que recebem orientação técnica para implantação de tecnologias capazes de produzir alimentos de qualidade, com baixa emissão de carbono.
Créditos de carbono
Entre 2022 e 2024, as tecnologias difundidas pela Epagri dentro do Plano Estadual ABC+ foram aplicadas em 76.686 hectares do território catarinense e responsáveis pela mitigação de 5.844.038 toneladas de carbono equivalente (CO2eq). Dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) são os principais gases causadores do efeito estufa. Para efeito de cálculo, esses gases são transformados em carbono, o que os pesquisadores denominam carbono equivalente. Os agricultores que aplicam tecnologias sustentáveis poderão vender esses créditos de carbono quando seu comércio estiver regulamentado no Brasil.
Nesses dois anos, a Epagri capacitou 13.142 pessoas para aplicação das tecnologias sustentáveis. A meta é alcançar 70 mil capacitados até 2030.
Conheça a seguir as tecnologias difundidas pela Epagri dentro do Plano Estadual ABC+ 2020-2030, que serão tema das reportagens a serem publicadas nos próximos 12 meses. Os dados publicados são referentes ao período entre 2022 e outubro de 2024, com exceção dos bioinsumos, cujos dados referem-se a 2023. No caso dos bioinsumos e da terminação intensiva de bovinos à pasto (TIBP), os números são estimativas que levam em consideração o trabalho da Epagri em parceria com outras cerca de 20 instituições que integram o Plano Estadual.
Manejo e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD)
Há muitos anos a Epagri difunde em Santa Catarina a produção de leite e carne bovina à base de pasto. Quando bem aplicado, o sistema apresenta inúmeras vantagens na comparação com a criação confinada. Entre os benefícios, estão o menor custo para o produtor e a maior sustentabilidade ambiental. Pastagens naturais têm a capacidade de transformar a pecuária em um sistema carbono zero ou até mesmo remover o gás carbônico (CO2) da atmosfera em grande escala. As raízes dessas plantas, que crescem em maior profundidade, permitem o acúmulo e armazenamento de carbono no solo. Também viabilizam mais infiltração e armazenamento de água, aumentando a quantidade, distribuição proporcional, profundidade e decomposição das raízes ao longo do perfil do solo. Pastagens também atuam na redução da erosão e aumentam a capacidade adaptativa para secas prolongadas.
Sistema Plantio Direto de Grãos (SPDG)
Aplicado em 48.909 hectares, mitigou 47.441,86 toneladas de CO2eq. Nesse sistema o solo permanece coberto e protegido durante o ano inteiro, seja por plantas vivas específicas ou pela palhada formada por elas quando mortas. Ao manter o solo permanentemente coberto, o SPDG permite a conservação dos recursos naturais, melhorando a qualidade química, física e biológica do solo. Promove maior disponibilidade de água, ao mesmo tempo em que torna o ambiente favorável ao crescimento das raízes das culturas, o que aumenta a eficiência no uso desse recurso natural. Reduz as perdas de produtividade e a vulnerabilidade dos grãos às pragas. Contribui ainda para reduzir os impactos negativos de eventos extremos de chuva.
Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH)
Assim como o SPDG, o SPDH é baseado na cobertura permanente do solo por plantas vivas ou palhada. Desta forma, aumenta a eficiência no uso de insumos, reduz a perda de solo, de água e de nutrientes por erosão, e diminui também a amplitude térmica e a temperatura do solo. Promove menor dependência de insumos externos e menos uso de combustíveis fósseis. Torna possível melhorar o uso da água de irrigação. É uma tecnologia desenvolvida pela Epagri, em parceria com agricultores familiares catarinenses, que já vem sendo difundida para outros países.
Sistemas Irrigados (SI)
Aplicados em 1.309 hectares, mitigaram 3.966,12 toneladas de CO2eq. A irrigação reduz a vulnerabilidade das lavouras a períodos de seca. Consequentemente, diminui o risco de perdas de colheita devido a eventos climáticos extremos. O resultado final mais visível para a sociedade é a maior estabilidade de produção, que permite oferta de alimentos durante todo o ano.
Integração lavoura-Pecuária-Florestas (iLPF)
O princípio básico dessa tecnologia é manter o gado de leite em espaço compartilhado com florestas plantadas. O benefício mais visível e imediato é a garantia do bem-estar da vaca, que se abriga à sombra das árvores nos dias mais quentes, aumentando a produção de leite. O sistema ainda reduz efeitos do déficit hídrico na propriedade, ao mesmo tempo em que preserva solo e água. Minimiza perdas de pastagens em regiões sujeitas a inversão térmica, fenômeno natural caracterizado pela retenção temporária do ar frio próximo da superfície.
Manejo de Resíduos da Produção Animal (MRPA)
Total de metros cúbicos de resíduos manejados: 4.171.233. Mitigou 5.547.739,73 toneladas de CO2eq
A decomposição de resíduos e a estabilização adequada dos efluentes reduzem a emissão de gases do efeito estufa (GEE) resultantes do processo de fermentação. Também diminui a dependência de fertilizantes e de energia externos, pelo uso da fertirrigação.
Florestas plantadas
Aplicada em 786 hectares, mitigou 100.250,70 toneladas de CO2eq.A indústria florestal é uma das atividades mais importantes para a economia catarinense, sendo que as florestas plantadas ocupam 11% do território do estado. Uma grande vantagem do sistema é que árvores plantadas podem remover gás carbônico da atmosfera mais rápido do que florestas que regeneram naturalmente, em taxas elevadas de acúmulo, particularmente nas fases iniciais de estabelecimento. As florestas plantadas também aumentam a captação de água em maior profundidade e simplificam os ciclos da água em seus arredores. Isso cria habitat para vários animais e espécies vegetais, resultando no aumento da biodiversidade. Têm alto potencial de gerar produtos e bioprodutos para diferentes usos.
Terminação Intensiva de Bovinos à Pasto (TIBP)
Total de Kg de carcaça de animais abatidos com menos de 24 meses: 33.771.983. Mitigou 385.000,61 toneladas de CO2eq
Intensifica o manejo alimentar na fase final de produção de bovinos para abate, adotando a suplementação ao pasto. Essa estratégia eleva o fornecimento de energia, principalmente por meio de grãos, farelos, aditivos e coprodutos. Uma das grande vantagens é que reduz as emissões de metano diretamente, ao diminuir a fermentação no rúmen, e indiretamente, ao encurtar o ciclo de produção e possibilitar o abate de animais mais jovens. Otimiza o uso dos recursos de forragem e aumenta a produtividade do sistema, permitindo maior flexibilidade e ajuste na estratégia de uso das pastagens.
Bioinsumos
Monitoramento de 2023 aponta aplicação em 649.623 hectares, mitigando 1.156.329 toneladas de CO2eq
Nessa tecnologia, microorganismos são inoculados nas sementes para otimizar a captação de nitrogênio da atmosfera, eliminando a necessidade de correção do solo com uréia, produzida a partir do petróleo. Estimula o crescimento das raízes, permitindo um maior aproveitamento da água disponível no solo. Melhora os atributos físicos e químicos do solo. Reduz o uso de fertilizantes químicos à base de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), tanto pelo fornecimento de nutrientes via microrganismos quanto pelo aumento da eficiência do uso de fertilizantes pelas plantas. Estimula o sistema de defesa das plantas.