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Sem manejo, carência ou descarte, homeopatia previne e trata as principais doenças da pecuária moderna

O uso da homeopatia permitiu o controle efetivo da infestação por carrapatos nos bovinos. O custo do tratamento homeopático foi 84% menor quando comparado ao tratamento do grupo controle.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Das cinco doenças mais comuns e prejudiciais à pecuária, três são transmitidas por parasitas: a babesiose e a anaplasmose (contágio via carrapato) e a tripanossomíase (contágio por moscas hematófagas). Portanto, não é difícil perceber que o controle estratégico de tais vetores é fundamental para quem deseja obter o sucesso no segmento. Nesse caso, o termo “estratégico” refere-se não só ao conceito primordial de “investimento x benefício”, mas também visando atender as exigências de um mercado cada vez mais focado na sustentabilidade.

Quando se trata de “investimento/ benefício”, a grande questão é apresentar ferramentas com eficácia comprovada para o controle desses e outros vetores, onde, não importa o tamanho, a produção seja suficiente para custear o tratamento.

E ainda, mesmo que os insumos caibam no orçamento, a necessidade de mão de obra em excesso e caros equipamentos para a sua aplicação pode inviabilizar o uso de alguns métodos.

Já no quesito sustentabilidade, é preciso atenção às aspirações de um mercado que já descobriu a importância de se produzir com o mínimo de resíduo, e de alarmante histórico de resistência a certas moléculas.

Para completar a lista de exigências do mercado atual, o bem-estar dos animais é uma grande preocupação do consumidor atual, o que deve ficar ainda maior com o passar do tempo.

Não é de hoje que a homeopatia apresenta ferramentas que vão ao encontro destas e outras aspirações da produção pecuária. O uso veterinário populacional da terapêutica é uma realidade que contribui e facilita o trabalho do homem do campo, simplificando o manejo, reduzindo a mão de obra e favorecendo o bem-estar dos animais.

Óbvio que tais ferramentas não alcançariam o sucesso e o seu desenvolvimento de mercado se não possuíssem eficácia comprovada.

Controle de parasitas com uso de complexo homeopático
Com resultados extremamente favoráveis na prevenção e tratamento de diversas patologias a homeopatia tem sido utilizada em caráter populacional há mais de três décadas. Sua segurança é inquestionável, uma vez que suas formulações ultra diluídas e dinamizadas excluem os riscos de intoxicação mesmo em casos de superdosagem.

Pelo mesmo motivo, os ricos de contaminação são nulos, e, portanto, os animais que consomem tais medicamentos não passam por qualquer período de carência, seja para o consumo da carne, seja para a produção de leite.

Há ainda o benefício da utilização simplificada, que não requer manejos complicados, seringas agulhas ou outros dispositivos. Os animais consomem os medicamentos misturados na própria alimentação, seja em procedimentos mecanizados, como os vagões forrageiros, por exemplo, seja na simples mistura no cocho, com a mão mesmo, se requerer, nem mesmo, o uso de luvas, tamanha segurança dos produtos.

Estudo 1
Para assegurar a eficácia e segurança dessas tecnologias, experimentos científicos são realizados frequentemente em parceria com instituições de ensino e pesquisa.

É o caso do trabalho realizado na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Unidade Cachoeira do Sul, pela bacharel em Agronomia, Natália Freitas Scherer; sob a orientação da professora doutora Mônica Vizzotto Reffatti e da co-orientação do médico-veterinário, Sinval Corrêa de Freitas Filho.

Apresentado a seguir, o trabalho objetivou avaliar o uso de homeopatia no controle do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, em bovinos de corte pastejando em campo natural. Foram avaliados dois grupos de vacas com cria ao pé, da raça Braford, dos quais um grupo recebia sal mineral adicionado do produto homeopático (VH), e outro grupo apenas sal mineral (VA).

Foi estabelecido que, na presença de 20 ou mais teleóginas, acima de 4mm, seria realizada intervenção química para controle da infestação. Também foram avaliados tamanho, postura, peso e eclodibilidade dos ovos de teleóginas coletadas em ambos os grupos.
Os resultados podem ser observados na tabela a seguir, contendo o número de teleóginas com mais de 4mm e teleóginas que realizaram postura, e número de intervenções químicas realizadas em vacas com cria ao pé, recebendo tratamento homeopático ou alopático.


Conclusão
A utilização de produto homeopático foi eficiente no controle da infestação por carrapatos, em bovinos de corte na pastagem natural, apresentando-se como excelente alternativa aos acaricidas químicos tradicionalmente utilizados.

Estudo 2
O segundo foi realizado em Inconfidentes, MG, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais pela engenheira agrônoma Stela Soares Zamboin, sob orientação do Dr. Edu Max da Silva e com apoio do médico veterinário Ricardo Melotti.
O objetivo foi controlar a infestação de carrapatos nos animais em lactação da raça holandesa preto e branco (HPB), sob sistema intensivo, utilizando medicamento homeopático na dieta.

Durante os meses de janeiro a julho, o rebanho de 30 vacas em lactação foi dividido em dois grupos, sendo um grupo tratado (GT) e um grupo controle (GC). Os animais do GT receberam 30g vaca/dia do medicamento homeopático via dieta total, 1 vez ao dia.
Os grupos foram monitorado quanto à infestação de carrapatos (contagem de teleóginas a cada 21 dias) e quantidade de banhos químicos realizados. No início do experimento todos os animais receberam banho carrapaticida.

Conclusão
O uso da homeopatia permitiu o controle efetivo da infestação por carrapatos nos bovinos. O custo do tratamento homeopático foi 84% menor quando comparado ao tratamento do grupo controle.

O manejo com o medicamento homeopático é simples e objetivo, dispensando o uso de contenção animal, equipamentos de segurança, livre de risco de intoxicação para funcionários e animais, não causa resistência e resíduo zero.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura, commodities e maquinários agrícolas acesse gratuitamente a edição digital Bovinos, Grãos e Máquinas.

Fonte: Por Ricardo Melotti, médico-veterinário da Real H, e Dener Dias, jornalista. 

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Dia de Campo da Embrapa destaca tecnologias para recuperar pastagens e elevar a produtividade

Evento em São Carlos (SP) apresentará, na prática, sistemas ILP e ILPF capazes de aumentar a renda, melhorar o solo e mitigar emissões na pecuária.

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Foto: Juliana Sussai

Tecnologias que podem aumentar a produtividade e a rentabilidade da fazenda serão apresentadas na prática durante o Dia de Campo na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), no dia 05 de dezembro.

Técnicos e produtores terão a oportunidade de conhecer, no campo, estratégias para a conversão de pastagens degradadas por meio da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e de sistemas integrados com árvores (ILPF).

Foto: Juliana Sussai

A imersão prática faz parte da programação do X Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, que começa no dia 04 de dezembro.

No Dia de Campo, na manhã do dia 05, vão ocorrer demonstrações de tecnologias de grande impacto econômico e ambiental, pois esses sistemas de produção têm potencial para mitigar gases de efeito estufa (GEE) e para o sequestro de carbono. Serão três estações.

Na primeira, pesquisadores vão apresentar como converter pastagens degradadas com a ILP. Recomendações para identificar o estado de degradação da pastagem e para implantar sistemas integrados, aliando práticas de manejo conservacionista do solo, para viabilizar maior oferta de pasto em períodos críticos do ano. Como inserir a ILP nas propriedades pecuárias para proporcionar, no mesmo hectare cultivado, soja para produção de grãos e, em seguida, uma pastagem de alta qualidade. A Unidade de Referência Tecnológica para recuperação de pastagens degradadas está sendo implantada pela Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com a Baldan Implementos Agrícolas.

Já na estação 2, serão apresentados dados econômicos do sistema ILPF de longa duração e o cultivo consorciado de milho com braquiária entre as árvores. Os especialistas também vão falar das vantagens técnicas da ILPF como estratégia de mitigação de riscos para a agropecuária brasileira. Ao implantar o modelo, o pecuarista diversifica a renda, melhora a produtividade sem aumento de área, reduz o ciclo produtivo e, ainda assim, diminui as emissões de gases de efeito estufa. É uma forma de produzir carne de forma equilibrada com o meio ambiente.

Saúde do solo e bem-estar animal serão abordados na estação 3, na qual os produtores e técnicos vão conhecer a integração da pecuária de leite com árvores. O componente arbóreo proporciona conforto térmico aos animais em comparação com os sistemas tradicionais, a pleno sol. As árvores oferecem sombra às vacas, impactando o bem-estar e a produtividade. Os sistemas mais conservacionistas, como a ILPF, ainda contribuem para um solo mais saudável. Segundo o pesquisador Alberto Bernardi, as propriedades químicas, físicas e biológicas melhoram nesses modelos, promovendo altas produtividades e melhorando o vigor da pastagem ofertada aos animais, resultando em maior produção e renda.

Ao apresentar essas estratégias sustentáveis a produtores e técnicos, a Embrapa  contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2, 12 e 13, promovendo uma pecuária mais eficiente, responsável e em harmonia com o meio ambiente.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Caso de raiva em bezerro reacende alerta sanitário no Paraná

Morte registrada em Ortigueira impulsiona reforço na vacinação e na vigilância, enquanto o Estado já soma 218 casos confirmados da doença em 2025.

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Foto: Adapar

A morte de um bezerro diagnosticado com raiva em Ortigueira, nos Campos Gerais, reacendeu nesta semana o alerta para o enfrentamento da doença no Paraná. Considerada uma das zoonoses mais perigosas, a doença representa um grave risco tanto para a saúde pública quanto para a economia agropecuária do Estado, mobilizando órgãos oficiais a intensificarem as ações de vigilância e prevenção.

O vírus da raiva é transmitido por um tipo de morcego hematófago e é letal para os animas e para os humanos. O ciclo é este: o morcego morde o animal para chupar o sangue e transmite a raiva; outros animais e o ser humano contraem o vírus por meio de contato com o animal doente e a raiva se espalha e contamina os demais.

Foto: Arnaldo Alves

A presença da doença no Paraná é controlada: no ano passado, foram 258 casos de raiva comprovados em herbívoros; em 2025, foram mais de 400 investigados, sendo 218 casos confirmados até agora.

A vacina antirrábica é a única defesa eficaz contra a doença. “É uma vacina de baixo custo, pode ser aplicada pelo próprio produtor e deve ser dada anualmente. Isso precisa ser feito de maneira preventiva, porque depois que o animal já apresenta sinais clínicos não adianta mais”, salienta Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal, da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná).

Segundo ele, pela portaria nº 368/2025 da Adapar, 30 municípios no Estado têm obrigatoriedade de vacinar contra a raiva. O que não significa que a vacinação não seja necessária em outras regiões.

Estão na lista da portaria os municípios de Boa Vista da Aparecida, Braganey, Campo Bonito, Capanema, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Diamante D’Oeste, Foz do Iguaçu, Guaraniaçu, Ibema, Itaipulândia, Lindoeste, Matelândia, Medianeira, Missal, Planalto, Pérola D’Oeste, Quedas do Iguaçu, Ramilândia, Realeza, Rio Bonito do Iguaçu, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Três Barras do Paraná e Vera Cruz do Oeste.

A medida obriga a vacinação em herbívoros domésticos com idade a partir de três meses, incluindo búfalos, cavalos, bois, asnos, mulas, ovelhas e cabras.

Agilidade no controle e conscientização

A agilidade no controle de uma zoonose é crucial. Nesse quesito, o Paraná é pioneiro no uso de técnica molecular para diagnóstico de raiva em herbívoros. Isso é feito através do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, da Adapar, primeiro laboratório da Rede Nacional de Agricultura a usar esse tipo de tecnologia. “Antes, levava alguns dias para comprovarmos um diagnóstico de raiva; agora conseguimos o resultado em menos de 24 horas”, conta Dias.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Mas a verdadeira barreira para conter o surto da doença passa primeiramente pelo cuidado com o rebanho ainda no campo. Essa conscientização dos pecuaristas – no que tange à vacinação e atenção aos sintomas – é muito importante. Além de ser letal para animais e humanos, a raiva impacta em uma grande cadeia produtiva, que envolve exportações, produção e consumo interno.

Por isso, o produtor deve comunicar a Adapar imediatamente sempre que os animais apresentarem sinais neurológicos como isolamento, andar cambaleante, perda de apetite, algum tipo de paralisia e salivação abundante.

Fonte: AEN-PR
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Brasil precisa negociar com mercados externos como cadeia, não como elo, defendem entidades da pecuária

Setor reforça que articulação conjunta é fundamental para atender às novas exigências internacionais, como a lei antidesmatamento da União Europeia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Segundo maior produtor de carne bovina do mundo, o Brasil lida com compradores externos cada vez mais exigentes. Uma alternativa para equalizar as regras entre exportadores e importadores é realizar as negociações em cadeia, para evitar que os elos envolvidos tenham maior ou menor impacto.

O tema foi debatido na última quinta-feira (06), durante o evento online “Diálogo Inclusivo – Sustentabilidade na Pecuária: como produzir mais e melhor frente às novas exigências do mercado internacional”, promovido pela Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e a Fundação Solidaridad. “A Mesa está aqui para dialogar como cadeia. Levar o Brasil ao papel de protagonista e fazer com que essa pecuária sustentável seja aliada do clima e da segurança alimentar”, disse a gerente executiva da entidade, Michelle Borges.

Foto: Divulgação

Ela ressaltou que a entidade realizou uma série de diálogos às vésperas da Conferência do Clima (COP 30), que ocorre em Belém (PA) neste mês, e formulou um documento que mostra como a pecuária brasileira pode ser uma atividade de impacto positivo para o mundo.

Especificamente sobre as exigências de compradores externos, João Paulo Franco, líder da área de produção animal da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), também defendeu o diálogo conjunto. “Precisamos sentar à mesa para fazer a negociação e a gente precisa ir como cadeia, como corrente, e não como elo, pois o elo perde força de barganha quando vai sozinho”,  pontuou.

Thiago Rocha, assessor técnico do Sistema FAESP/SENAR-SP, destacou que uma das principais exigências de compradores internacionais é a lei antidesmatamento da União Europeia, conhecida como EUDR.

Quando entrar em vigor, a legislação vai impedir que países do bloco europeu importem e comercializem produtos provenientes de áreas com desmatamento ou degradação florestal a contar de 31 de dezembro de 2020. A regra se aplicará a todos os países fornecedores.

Franco, da CNA, afirmou que trata-se de uma regra importante, vinda de um parceiro relevante para as exportações brasileiras, capaz de promover evoluções na pecuária ao longo do tempo. Para ele, é possível que o cenário se assemelhe ao que ocorreu quando surgiu a demanda da China de forma mais contundente pela carne bovina brasileira. “A China tinha uma demanda por carne vinda de animais precoces e colocou um prêmio para isso. Com o passar do tempo, o mercado se adequou a esse tipo de produção”, disse.

Ainda que nem todos os produtores consigam se adequar de imediato às exigências da EUDR, pois o desmatamento em áreas legais é permitido no Brasil, a carne ainda teria vazão no mercado interno e para outros compradores internacionais. “Cerca de 70% dos animais abatidos ficam no mercado interno, 30% são exportados e uma parte disso vai para a Europa. Cada país tem sua regra, a China olha de um jeito, a Europa de outro, os Emirados Árabes de outro”, comentou o representante da CNA.

Assista ao diálogo na íntegra clicando abaixo.

Fonte: Assessoria Mesa Brasileira
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