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Sem infraestrutura, safra recorde desafia logística do agro brasileiro
Com 333 milhões de toneladas previstas para 2024/25, Brasil depende do transporte rodoviário e da armazenagem precária. Estudo aponta papel estratégico da tecnologia na superação de gargalos.

O Brasil caminha para mais uma safra recorde: a estimativa para 2024/25 é de 332,9 milhões de toneladas de grãos, consolidando o país como uma das maiores potências agrícolas globais. Enquanto a produção avança em ritmo acelerado, a logística segue como um dos principais desafios para o agronegócio, criando um descompasso entre o campo e os centros de distribuição. Com participação de quase um quarto do PIB nacional, o agronegócio brasileiro precisa superar barreiras logísticas, como a dependência do modal rodoviário, para manter sua competitividade.
Com isso em mente, a nstech lançou a primeira edição do relatório “Retrato da Logística de Grãos do Brasil“, que analisa os principais entraves e aponta caminhos possíveis para reverter esse cenário, com destaque para o uso intensivo de tecnologia.

Foto: Geraldo Bubniak
Em 2023, o modal rodoviário é responsável por 69% do escoamento de grãos, enquanto as ferrovias responderam por 22% e as hidrovias por apenas 9%. Esse desequilíbrio se reflete nos altos custos de frete, baixa previsibilidade e maior impacto ambiental. Segundo o relatório, o agronegócio brasileiro utiliza aproximadamente 70 mil caminhões além do necessário, como consequência de gargalos como filas em terminais e infraestrutura deficiente. “As longas distâncias entre centros produtores e portos de exportação tornam a gestão logística ainda mais complexa. Uma operação eficiente é essencial para reduzir custos e manter o Brasil competitivo”, analisa o diretor de Agronegócio da nstech, Thiago Cardoso. “Os desafios são antigos: pouca infraestrutura, predominância do transporte rodoviário e falta de capacidade de armazenagem. A grande mudança dos últimos anos é o avanço da tecnologia”, acrescenta a especialista em Logística do Agronegócio e coautora do estudo, Mariela Grisotto.
Hidrovias e ferrovias: oportunidades subaproveitadas
Entre 2010 e 2023, a participação das hidrovias no transporte de grãos subiu de 8% para 13%, impulsionada por investimentos na região Norte e mudanças regulatórias. Ainda assim, o modal continua subutilizado. Projetos nos rios Paraguai, Madeira, Tapajós e Tocantins buscam ampliar o uso desse modal, reduzindo custos e emissões.
As principais hidrovias do agro hoje são Tietê-Paraná, Araguaia-Tocantins e São Francisco. Já nas ferrovias, a discrepância é evidente: para cada quilômetro de linha férrea, há mais de 21 km de rodovia pavimentada no Brasil. Apenas um terço da malha ferroviária está ativa, concentrada em quatro operadoras, o que limita a concorrência e eleva os custos.

Foto: José Fernando Ogura
Ainda assim, há avanços. A Rumo Malha Norte, com terminal em Rondonópolis (MT), aumentou sua participação no escoamento de grãos de 24% para 31% entre 2010 e 2020. Já a VLI, operadora da Ferrovia Norte-Sul, ampliou seu market share de 4,4% para 10,8% no mesmo período.
Apesar do crescimento absoluto no volume transportado, a participação ferroviária cresceu pouco: a soja, por exemplo, saltou de 14 para 28 milhões de toneladas entre 2010 e 2020, mas o uso de trens subiu apenas de 20,1% para 22,8%. “Os projetos de multimodalidade no Brasil são a longo prazo. O hidroviário, por exemplo, tem ganhado espaço, mas a cabotagem também pode crescer muito”, salienta Cardoso.
Infraestrutura: avanços, limites e perspectivas
Apesar dos gargalos, há boas notícias. O Arco Norte, que reúne os portos da região Norte, passou de 12% das exportações em 2010 para 35% em 2024, impulsionado por investimentos privados e marcos regulatórios. A expectativa é que o Arco Sul/Sudeste, que inclui estados como Goiás e Minas Gerais, também ganhe força com novos aportes.
De acordo com a nstech, o investimento estimado para melhorias em infraestrutura rodoviária deve subir de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,05 bilhões, com destaque para o Porto de Santos, que tem capacidade dinâmica para 70 milhões de toneladas de grãos por ano.
Outro polo estratégico em expansão é o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com destaque para a Bahia na exportação de soja e o Maranhão no milho, ambos com crescimento expressivo.
Apesar do progresso, Cardoso alerta que mudanças profundas na matriz logística ainda dependem de grandes investimentos e de políticas públicas coordenadas.
Cabotagem: um caminho viável e sustentável
A navegação por cabotagem (transporte costeiro de cargas) enfrenta entraves regulatórios que limitam sua expansão. A exigência de embarcações construídas em estaleiros nacionais e a limitação à entrada de novos operadores são alguns dos obstáculos apontados.

Foto: Marilayde Costa
A modernização das regras pode destravar o potencial da cabotagem. Com portos como Santos, Paranaguá e Fortaleza, esse modal oferece uma alternativa eficiente e com menor impacto ambiental, sendo promissor para o transporte de grãos e insumos agrícolas.
Armazenagem: o elo frágil da cadeia
Outro gargalo relevante está na armazenagem. Enquanto os EUA possuem capacidade para estocar 150% da produção, o Brasil só consegue armazenar entre 60% e 70%. Isso pressiona o transporte durante a safra, encarece o frete e reduz o poder de negociação do produtor.
Pesquisa do Grupo Esalq-LOG e CNA com mais de mil agricultores revelou que 61% não têm armazéns próprios. Entre os que têm, 41,2% conseguem estocar mais de 75% da produção, garantindo ganhos de 6% a 10% para quase um quarto dos produtores. A adoção de silos bolsa vem crescendo, hoje presente em 19% das propriedades, como solução temporária para mitigar gargalos e negociar preços melhores na entressafra. “A armazenagem rápida, como o silo bolsa, não preserva a qualidade dos grãos a longo prazo. A questão vai muito além de apenas construir estruturas, é um desafio de gestão logística complexa”, exalta Mariela.
Tecnologia como motor de transformação
Em um cenário de infraestrutura limitada, a tecnologia surge como uma alavanca poderosa para otimizar a cadeia logística. Entre as ferramentas que podem diminuir gargalos no escoamento estão sistemas de agendamento de cargas, gestão de pátio, rastreamento em tempo real, canhoto digital, indicadores de desempenho e soluções de visibilidade logística. “A cadeia logística do agro não precisa esperar por obras. A tecnologia já permite mudanças imediatas, com resultados concretos”, afirma Cardoso.

Foto: Mapa
O uso da tecnologia é cada vez mais essencial diante de um cenário de custos crescentes e instabilidades climáticas. Além disso, as cooperativas vêm ganhando protagonismo nas exportações e ainda têm espaço para explorar ganhos em negociação, frete e gestão logística.
Para Cardoso, a logística do agro depende de três pilares para solução: infraestrutura, armazenagem e tecnologia. Nesse contexto, a tecnologia ganha força, uma vez que os demais caminhos têm mais custo e são de implementação a longo prazo.

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Governo define cronograma para destravar mercado de carbono e prevê normas até 2026
Nova secretaria do Ministério da Fazenda inicia estruturação do sistema que deve operar em 2030 e promete elevar competitividade, atrair investimentos e apoiar a transição para economia de baixo carbono.

Até dezembro de 2026, o governo pretende publicar todas as normas infralegais necessárias para a adoção do mercado regulado de carbono no país, disse na quinta-feira (27) a secretária extraordinária do Mercado de Carbono do Ministério da Fazenda, Cristina Reis.

Criada em outubro, a secretaria será responsável por estruturar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), previsto para entrar em operação em 2030.
A secretária disse que o mercado de carbono tem potencial para gerar oportunidades econômicas, renda e redução de desigualdades, mas lembrou que não se trata de uma “bala de prata” para enfrentar a crise climática.“Essa jornada é de quase três anos no governo atual, mas é também de muitos anos de espera pela aprovação da lei do mercado regulado”, afirmou.

Foto: Juliana Sussai/Embrapa
Segundo ela, o trabalho envolve todo um ecossistema, incluindo setor público, empresas, setor financeiro, comunidades tradicionais e povos indígenas.
Cristina Reis disse que a nova estrutura tem caráter extraordinário, com começo, meio e fim, até que o governo institua um órgão gestor permanente. De acordo com projeções citadas por ela, o mercado de carbono pode elevar o crescimento adicional da economia em quase 6% até 2040 e 8,5% até 2050.
Segundo estimativas do Banco Mundial, as emissões de gás carbônico dos setores regulados poderiam cair 21% até 2040 e 27% até 2050. O preço da tonelada de carbono pode chegar a US$ 30 por tonelada, avançando para US$ 60 numa segunda fase.
Estudos
A subsecretária de Regulação e Metodologias da nova secretaria, Ana Paula Machado, informou que o governo conduz estudos e uma análise de impacto regulatório com foco em ampliar o escopo do mercado e aumentar sua eficiência. Segundo ela, o Ministério da Fazenda pretende preparar a economia brasileira para um cenário internacional em que a precificação de carbono seja considerada irreversível. “Um país como o Brasil precisa estar equipado para monitorar emissões, precificar o carbono no processo produtivo e se inserir de forma competitiva no cenário internacional”, disse.
Para ela, o Estado deve estar preparado para apoiar os agentes econômicos na transição para uma economia de baixo carbono.
Janela de oportunidade

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a criação da Secretaria Extraordinária do Mercado de Carbono aproveita uma “janela de oportunidade” aberta com a reforma tributária. Ele explicou que o órgão integrará a estratégia do governo para fortalecer o Plano de Transformação Ecológica e modernizar instrumentos de financiamento, como o Fundo Clima.
Durigan destacou que o governo segue uma programação contínua desde 2023 para avançar na agenda de descarbonização. “A nova secretaria é um passo concreto e fundamental para que a gente estruture o mercado de carbono regulado no Brasil. Este é o primeiro passo de anos de trabalho”, afirmou.
A Fazenda avalia que a regulamentação do mercado de carbono deve estimular investimentos em atividades de baixo carbono, contribuir para a competitividade da indústria e apoiar a transição ecológica do país.
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Paraná é reconhecido nacionalmente por projeto que leva internet ao campo
Conectividade Rural conquista o Prêmio Espírito Público ao transformar a realidade de comunidades rurais com expansão de torres, inclusão digital e inovação produtiva.

O projeto Conectividade Rural, do Governo do Paraná, foi um dos vencedores da 7ª edição do Prêmio Espírito Público, do Instituto República.org, que reconhece projetos e servidores da administração pública brasileira. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27), durante a cerimônia da premiação, em Brasília.
Ao todo, a iniciativa contou contou 858 inscritos de todo o País, concorrendo em sete categorias. O Conectividade Rural ficou entre os 14 finalistas gerais e foi campeã na categoria Gestão e Transformação Digital, em que concorreu na final contra a iniciativa App Servidor, do Rio Grande do Sul.
Coordenada pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), o projeto visa melhorar a qualidade de vida de moradores de zonas rurais, impactar na produção e produtividade na atividade agropecuária e promover a democratização do acesso à internet através da ampliação da cobertura de conexão móvel em diversas regiões do Paraná.
O projeto é executado pela SEIA, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, Secretaria da Fazenda e 17 órgãos estaduais e instituições do Paraná. Também envolve 15 players do setor privado, como operadoras e empresas de tecnologia, e mais seis entidades representantes da sociedade civil.
O secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani comemorou o prêmio e destacou a importância do programa para melhorar a vida dos cidadãos de áreas rurais, e impulsionar o desenvolvimento no campo. “Conquistar uma premiação nacional como essa é motivo de orgulho, e também mostra que estamos no caminho certo para ampliar o acesso à conectividade em todas as regiões do Paraná. Esse projeto serve não só para melhorar a vida dos produtores, mas criar condições para que o agro paranaense continue crescendo com inovação”, afirmou.
Para o coordenador do projeto, Julio César Oliveira, o Conectividade Rural é uma ação que está mudando a realidade do campo. “Não é só no aspecto social, como no econômico também. Aumenta a geração de empregos, aumenta a arrecadação, e assim o PIB cresce e o Paraná prospera. Receber esse prêmio mostra que dá para fazer política pública de verdade, que transforme a vida das pessoas.”
Recentemente o projeto de ampliação móvel do Governo do Estado recebeu um aumento nos investimentos por meio do Programa de Melhorias do Sistema de Telecomunicação e Conectividade Rural do Paraná – ParanáConectado, sancionado pela lei nº 22.788/2025.
Com a nova lei, o projeto de Conectividade Rural passa a fazer parte das ações do ParanáConectado, que além de trabalhar para ampliação internet banda larga e telefonia móvel, vai possibilitar que agricultores usem de ferramentas digitais para consultar dados meteorológicos, acompanhar cotações de produtos, adquirir insumos e vender mercadorias pela internet, além de ampliar o acesso à educação e à segurança rural.
Mais conexão
O projeto de Conectividade Rural já realizou o mapeamento técnico de 980 localidades desconectadas, o que permitiu a contratação de 541 torres de internet e telefonia desde 2023, quando os trabalhos foram iniciados. Dessas, 350 torres já foram instaladas.
Com as instalações, 88 municípios de diversas regiões do Estado, receberam cobertura, desde o Litoral, com Guaraqueçaba, até o Oeste e Sudoeste, em municípios como Cascavel, Toledo, Palotina e Francisco Beltrão. Também foram contempladas cidades dos Campos Gerais (Ponta Grossa e Castro), Norte e Noroeste (Londrina, Maringá e Paranavaí), Centro-Oeste (Campo Mourão) e Centro-Sul (Guarapuava).
As estruturas beneficiaram uma série de comunidades como populações ribeirinhas, escolas rurais, comunidades indígenas, além de produtores agrícolas, áreas de cooperativas e até a região da fronteira com o Paraguai.
Para isso, o programa contou com a governança dos órgãos envolvidos e fomento via compensação de ICMS (sem uso direto de recursos públicos).
Colunistas
Produção On Farm avança com marco legal e puxa nova onda de inovação no agro
Biofábricas nas propriedades, gestão digital e conectividade aceleram o uso de biológicos, reduzindo gastos e fortalecendo a agricultura regenerativa.

O agronegócio brasileiro vive um momento de forte crescimento, conforme apontam dados do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor registrou alta de 6,49% no primeiro trimestre de 2025. O investimento no segmento também segue em expansão, alcançando R$ 608 bilhões, segundo o Boletim de Finanças do Agro, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Nesse cenário positivo, o modelo On Farm vem ganhando protagonismo por sua capacidade de gerar impacto econômico, ambiental e tecnológico. Com a aprovação do Projeto de Lei PL 658/2021 na Câmara dos Deputados, o chamado Marco Civil do Setor de Bioinsumos, a produção On Farm, passa a contar com regras claras e estruturadas. Essa regulamentação define parâmetros para a multiplicação de microrganismos diretamente nas propriedades rurais, garantindo aos agricultores o acesso a produtos de qualidade, fiscalizados e seguros para o consumidor.
Vantagens do modelo On Farm

Artigo escrito por Laerte Nogueira, Squad Leader da Everymind; e Bruno Arroyo, gerente de Marketing Estratégico da Agrobiológica.
Além da segurança jurídica, que protege o produtor e exige um cadastro simples dos biológicos multiplicados On Farm (quando para uso próprio), o modelo traz impactos diretos na agilidade do manejo. Com as biofábricas instaladas nas propriedades, o próprio produtor, com apoio de um time técnico, ganha autonomia para produzir seus biodefensivos e bioestimulantes, reduzindo custos logísticos, por exemplo.
Outro ponto importante é o avanço na qualidade dos prestadores de serviço e das empresas do segmento. A nova legislação permite que os bioinsumos sejam tratados conforme suas características, sem passar pelos mesmos trâmites burocráticos dos produtos químicos. Isso oferece ganhos significativos em registro e disponibilização de novas ferramentas biológicas no mercado.
Com a segurança jurídica estabelecida, o setor tende a atrair ainda mais investidores, impulsionando a inovação em biotecnologia e acelerando o desenvolvimento do modelo. Além disso, com a agricultura de precisão cada vez mais presente e a busca constante por produtividade, o On Farm se consolida como um grande aliado do produtor rural.
Tecnologia apoia avanço do On Farm
Nos últimos anos, a evolução tecnológica das empresas que atuam com o modelo On Farm aproximou essa produção, antes artesanal, de um padrão industrial. Produtos e processos avançam significativamente. Um exemplo são os meios de cultura para fungos, que hoje apresentam alto grau de eficiência e estabilidade.
A tecnologia está presente em todas as fases do processo, desde a biotecnologia aplicada aos meios de cultura e aos biorreatores, até a gestão completa da produção. Essa integração permite ao produtor ser mais preciso e ágil na proteção de suas lavouras contra pragas, doenças ou impactos climáticos, realizando a produção em larga escala dentro da própria fazenda.

Foto: Shutterstock
O avanço da conectividade rural também tem papel essencial nesse cenário, uma vez que a expansão das redes 4G e 5G e o uso de conexões via satélite possibilitam a coleta de dados em tempo real das biofábricas, favorecendo análises rápidas, maior controle de produção e agilidade nos processos de cadastro e fiscalização.
Além dos biorreatores cada vez mais tecnológicos, os softwares de gestão têm contribuído para otimizar a operação, tendo em vista que essas ferramentas permitem que fornecedores de meios de cultura, que são a matéria-prima para o On Farm, administrem contratos de comodato dos biorreatores, antecipem pedidos e renovem contratos com mais eficiência, integrando o campo à gestão digital.
Redução de custos
A redução de custos é um dos principais atrativos do modelo On Farm, pois o produtor precisa adquirir apenas uma pequena quantidade de inóculo para multiplicar os biológicos na própria fazenda, alcançando rendimentos até sete vezes maiores em volume. Isso reduz gastos em toda a cadeia, desde embalagens e fretes até revendas intermediárias.
Aumento da eficiência
A eficiência operacional também é ampliada, a multiplicação dos biológicos próxima à lavoura permite aplicações mais rápidas e eficazes no combate a pragas, doenças e na correção de deficiências do solo. Em algumas situações, a economia pode variar entre 45% e 60%, com respostas agronômicas altamente positivas. O uso de microrganismos benéficos tem se mostrado eficiente no manejo do solo, reduzindo a pressão de patógenos e pragas.
Impacto ambiental e desafios
O uso de insumos biológicos já é, por si só, uma prática sustentável, pois promove uma proteção natural e regenerativa das lavouras, além de contribuir para a saúde do solo. Com o Marco Legal dos Bioinsumos (Lei nº 15.070), o modelo On Farm facilita a expansão dessa prática, permitindo a produção em escala e o uso mais amplo dos biológicos.
Ao substituir manejos químicos, o produtor reduz custos e amplia o uso dos bioinsumos em frentes como o manejo do solo e controle de nematoides, além de melhorar o aproveitamento de nutrientes. Essas ações contribuem diretamente para o avanço da agricultura regenerativa no país.
No entanto, o principal desafio enfrentado pelo modelo é a formação e qualificação de equipes técnicas para operar as biofábricas com segurança e eficiência. Outro ponto crítico é a fiscalização sobre o uso e a eventual comercialização indevida dos biológicos multiplicados para uso próprio.
Por outro lado, com regulamentação sólida, suporte tecnológico e investimentos crescentes, o setor tem diante de si uma oportunidade única de unir produtividade, sustentabilidade e inovação, elementos essenciais para o futuro da agricultura nacional.



