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Sem exportar para a Rússia, suinocultura brasileira encontra sérias dificuldades

Diferente dos torcedores que estão de olho na Rússia em razão da Copa do Mundo, o mercado de suínos do Brasil está de olho no retorno das exportações do Brasil para os russos

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Em tempos de Copa do Mundo na Rússia, quando o mundo se volta para o país sede do maior evento na história do futebol, o mercado de suínos do Brasil também está de olho na Rússia, porém, por outra razão: a liberação das exportações de carne suína brasileira para aquele país, suspensas desde novembro do ano passado. Apesar de vários anúncios de que voltariam a importar o produto do Brasil, já se passaram mais de seis meses e isso ainda não aconteceu. Desde que as exportações foram suspensas, a suinocultura nacional entrou em queda livre e vive mais uma grave crise, com vários fatos complicadores.

No caso das exportações para a Rússia, elas representam cerca de 40% do volume exportado de carne suína brasileira e, dessa forma, os impactos no mercado interno, somados a outros fatores, deixam as granjas à beira do caos. Mas a suspensão das exportações para os russos não é o único problema do suinocultor brasileiro, que vive uma sucessão de fatos que agravam sobremaneira a vida nas granjas, com constantes crises nos últimos anos. A de 2016, por exemplo, provocada pela quebra na safra do milho, com aumento do preço do grão, sepultou de vez a margem do produtor de suínos.

Nessa somatória de problemas enfrentados pelo suinocultor se inclui a Operação Carne Fraca em março de 2017, e a consolidação dos preços dos dois principais componentes da ração animal, o milho e o farelo de soja, em patamares que elevaram o custo de produção acima de um nível suportável a quem produz proteína animal sob as atuais condições de mercado.

A situação só não é mais grave ainda porque a menor oferta de animais pesados para abate e a procura para normalização de estoques depois do desabastecimento pela paralisação dos caminhoneiros provocaram uma recuperação do preço do suíno vivo no mercado interno, embora bem lentamente.

Paralisação dos caminhoneiros

A propósito, a recente paralisação dos caminhoneiros agravou a situação já caótica do produtor de suínos do Brasil, gerando grandes prejuízos e imensos transtornos, com problemas de abastecimento nas granjas e consequente perda de eficiência dos planteis. Mesmo com o produtor reduzindo em até 50% a ração diária dos seus animais e evitando mortes nas granjas, a falta de ração e insumos provocou a perda de peso dos animais e afetou o índice de eficiência de forma considerável, com enormes prejuízos na hora da entrega dos lotes.

O produtor Jacir Dariva, das Granjas Dariva, localizadas no sudoeste do Paraná, que na condição de presidente da Associação Paranaense dos Suinocultores esteve à frente das negociações para liberar caminhões com rações e insumos durante todo o movimento dos caminhoneiros no Paraná, observa que “em razão da redução da alimentação e com ração não específica para a fase em que o animal se encontrava, houve uma grande mortalidade em leitões em várias granjas do estado. Os animais sofreram alterações em seu aparelho digestivo, uma vez que não tiveram a alimentação adequada para a fase de vida que se encontravam”, explica Dariva.

Diante disso, o primeiro semestre de 2018 foi de novos prejuízos, cujas perdas estimadas em São Paulo ultrapassaram R$ 30 milhões nos primeiros cinco meses do ano. Nos demais estados produtores, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, por exemplo, a situação não é diferente e se estima que os prejuízos relacionados aos índices de eficiência da produção em decorrência da paralisação dos caminhoneiros estejam no patamar dos produtores paulistas.

Para se ter ideia da extensão do problema, o prejuízo para o produtor, por animal abatido, no pior momento da atual crise, girou entre R$ 60 e R$ 100. “Somente o estado do Paraná deve ter abatido um volume em torno de 4 milhões animais que foram comercializados com um prejuízo em média de R$ 70 por animal, o que já dá para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo para a suinocultura paranaense”, ressalta Jacir Dariva.

Em razão de toda a conjuntura vivida pela atividade, a terceira semana do mês de junho se encerrou com o quilo do suíno vivo cotado no Rio Grande do Sul a R$ 3,35 no mercado independente e a R$ 2,87 em média, posto na indústria, no setor de integração. Em Santa Catarina, as vendas não aconteceram em melhores condições, apesar da Bolsa de suínos catarinense apontar R$ 3,60 o quilo, enquanto que o Paraná e São Paulo, que tentaram puxar o preço para a faixa dos R$ 4 estabelecido como preço referência, o mercado também não foi favorável ao produtor. Em São Paulo, a arroba suína foi comercializada a R$ 70. Para vendas fora do estado, ainda incidem 6% de ICMS, nos casos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e o produtor precisa arcar também com o frete, que acaba de ter alta em consequência do movimento dos caminhoneiros.

Quanto às exportações, desde o embargo russo às carnes brasileiras, China e Hong Kong se estabeleceram como os maiores destinos dessa proteína animal, sendo que de janeiro a maio deste ano, esses países asiáticos receberam 56,2% das exportações nacionais. Somente no mês de maio, China e Hong Kong ampliaram as compras em 41,9% e em 55,6%, respectivamente.

Entendendo o problema

Apesar de complexo e cheio de complicadores, o problema de quem produz suínos no Brasil é de fácil entendimento: não há margem para o produtor, que vende seus animais com preço abaixo do custo de produção. A saca de milho se consolida na faixa entre R$ 40 e R$ 42, e o farelo de soja em R$ 1.560 a tonelada (cotação de junho na região Sul), sendo ambos os principais componentes da ração animal. Já o suíno vivo não consegue recuperar seu preço de venda, hoje na faixa entre R$ 3,30 e R$ 3,60 o quilo, muito aquém do necessário e abaixo do custo de produção, sem qualquer margem para o produtor. Isso justifica o desespero nas granjas, mesmo para o produtor que desenvolve suas atividades pelo sistema de integração, pois não consegue ver avanços em sua atividade. E nem todos os produtores integrados são verticalizados, ou seja, também precisam arcar com os custos de produção, como é o caso dos que mantém contrato com as cooperativas.

Dívidas e fluxo de caixa

Diante desse cenário de coisas, o produtor com dívidas de custeio ou de empréstimos contraídos ainda em épocas de investimentos nas granjas está além da faixa do desespero e não consegue sequer pagar o percentual da entrada exigida pelos bancos nas renegociações, enfrentando ainda graves problemas de fluxo de caixa. Um pingo de esperança é uma possível repactuação de dívidas, com dois anos de carência e dez anos para pagar. Caso isso se confirme, talvez seja a medida que permita ao produtor se manter na atividade. Do contrário, muitos terão que abandonar a suinocultura, levando consigo enormes dívidas e a negativação de seus nomes, além de provocarem desemprego em massa nas granjas.

Comparações

Em uma análise sobre os últimos períodos da atividade, alguns produtores fazem questão de lembrar que há dois anos o preço médio praticado pela arroba suína chegou a R$ 76, e que há um ano o preço ainda se mantinha numa faixa razoável, em R$ 74. A vantagem é que a saca de milho à época estava cotada abaixo de R$ 30, chegando a ser comprada a R$ 26,82 (preço neste mesmo período, em 2017). Ou seja, com uma arroba suína era possível comprar quase 2,5 sacas de milho. Hoje, mesmo com a arroba suína cotada em R$ 70 em São Paulo, a saca de milho está entre R$ 42 e R$ 44, ou seja, uma arroba compra pouco mais de 1,5 saca de milho. Nessa mesma análise para um comparativo entre o preço da arroba suína e o da saca de milho, o preço da arroba atualmente deveria estar entre R$ 112 e R$ 123, o que equivaleria a R$ 6 o quilo do suíno vivo, algo praticamente impossível e improvável de ocorrer no atual momento do mercado de suínos.

O fatotr Rússia

Na opinião do presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) e diretor da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Valdecir Folador, a liberação das exportações para a Rússia é a única medida mais significativa na tentativa de se reverter o atual quadro da suinocultura brasileira, para dar certo alento ao produtor.

“Não vejo outra opção para resolver de forma mais rápida, neste segundo semestre, o problema de preço do suíno, do que o retorno imediato das exportações para a Rússia, que é a única saída imediata para esta crise. Os preços do milho e do farelo de soja estão estabelecidos e somente se voltarmos a exportar para os russos poderemos recuperar nosso preço, fazendo com que o produtor volte a respirar um pouco. É uma situação que preocupa a todos os segmentos da suinocultura, sejam do mercado livre, independente, ou do sistema integrado, verticalizado ou não”, frisa Valdecir Folador.

Para ele, dentre os demais complicadores está a paralisação dos caminhoneiros, o que agravou o problema nas granjas, pois influenciou diretamente na queda da produtividade, com redução dos índices de eficiência na hora da entrega dos lotes. “Enquanto o produtor lutava para evitar mortes de animais por falta de alimentos, reduzindo ao máximo a ração diária, já sabia que isso iria influenciar, como de fato influenciou, diretamente no peso e nos índices de produção, gerando grandes prejuízos na hora da venda dos seus animais”, diz Folador, que estima um prejuízo para os produtores gaúchos em torno de R$ 20 milhões, somente em razão da baixa de peso dos seus animais, enquanto a situação não se normalizava. “O prejuízo é muito maior se considerada toda a cadeia produtiva, com transtornos para todos os elos da produção”, acrescenta.

Crescimento responsável, com previsibilidade de consumo

Outro fator importante a ser analisado em termos de suinocultura nacional são os investimentos de grandes grupos em ampliações de suas plantas frigoríficas voltadas para abates de suínos no Brasil. Se por um lado isso pode ser visto como algo que fomente à atividade, de outro lado as lideranças suinícolas destacam a necessidade de se fazer um crescimento responsável no setor, com previsibilidade de consumo.

“A cadeia produtiva de suínos no Brasil precisa olhar com cautela para os grandes projetos do setor e defender um crescimento responsável e dentro de uma previsibilidade de consumo futuro. Lá fora, o mercado é bem disputado e aqui o consumo ainda não chegou num nível desejado, apesar dos aumentos nos últimos anos e de todo o marketing da carne suína no Brasil”, ressalta Valdecir Folador.

Caso não haja mercado para colocar toda a produção prevista após a conclusão desses novos investimentos nas unidades frigoríficas do Brasil, teme-se que haja problemas para a parte inicial do processo produtivo, nas granjas. “Quem mais perderá será o produtor, e depois os demais elos da cadeia. Por isso, precisamos crescer com responsabilidade e ampliar de acordo com a previsão de aumento da procura por nosso produto. O ideal é buscar novos mercados lá fora e aquecer o mercado interno”, complementa Folador.

“Trapalhadas do governo”

Por fim, um fato que não deixa de ser percebido pelo setor do agronegócio, incluindo a suinocultura, é a influência negativa de medidas e ações governamentais no mercado e os reflexos negativos da atual crise política e econômica no Brasil, que se arrasta nos últimos anos e não consegue se reverter a curva em declive.

Para o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Jacir Dariva, “o produtor não precisava pagar por todos as trapalhadas que o governo promoveu no mercado de carnes, incluindo a desastrosa Operação Carne Fraca em março do ano passado. Houve enormes prejuízos para quem está no mercado de produção de proteína animal com aquela operação e agora, mais recentemente, com a questão da carne de frango, com embargos feitos pelo próprio governo brasileiro, prejudicando as relações com o mercado exterior”, diz ele, ao observar que um volume muito grande de carne deixou de ser exportada, com repercussões diretamente no mercado interno. “As fontes de proteína animal acabam concorrendo entre si, provocando uma situação que não é salutar a nenhuma cadeia”, acrescenta.

Dentre as questões relacionadas diretamente à suinocultura do Paraná, o presidente da entidade que representa os criadores de suínos do estado defende que seja rapidamente resolvida a situação do status sanitário do Paraná. “Esse processo de elevação do nosso status sanitário precisa chegar ao seu término o mais rápido possível, para que tenhamos mais opções lá fora para a carne suína do Paraná. O mundo precisa confiar mais em nossa sanidade, que já está elevada, mas que precisa de reconhecimento por parte da Organização Mundial da Saúde Animal, e isso o mais rapidamente possível”, conclui Dariva.

Fonte: Assessoria

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Combate a agrotóxicos ilegais se multiplica com ações integradas

Evento em Campinas discutiu ações de empresas e do poder público para reduzir ocorrências; destinação de produtos apreendidos foi debatida.

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Atuar na descapitalização de organizações criminosas que atuam no contrabando ou falsificação de agrotóxicos químicos e biológicos tem sido uma estratégia adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no combate às fraudes e crimes envolvendo o produto. O assunto foi debatido nesta terça (23), no Workshop sobre Agrotóxicos Ilegais realizado em Campinas (SP). O evento foi promovido por uma associação de empresas de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atuam nas áreas de sementes, biotecnologia, defesa vegetal e agricultura digital, a Croplife-BR. 

O Mapa participou do evento na abertura e com uma palestra técnica. O superintendente do ministério no Estado de São Paulo, Guilherme Campos, lembrou que o setor produtivo cobra, com muita justiça, ações de combate à ilegalidade das autoridades competentes. “Vamos fazer a nossa parte para que o mercado de agrotóxicos ilegais seja erradicado da atividade produtiva no campo”, disse. 

Fotos: Divulgação/Mapa

O auditor fiscal federal agropecuário, Julio Cesar Lima, chefe da Divisão de Fiscalização de Agrotóxicos e Afins, lembrou em sua palestra que as ações tomadas por diferentes atores, como polícia militar nos Estados, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Mapa, Receita Federal, Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Federal, entre outras, acabam multiplicando o combate aos produtos ilegais. 

Segundo ele, a recente inclusão do Mapa no Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), em 2019, incrementou a fiscalização sobre contrabando e adulteração de agrotóxicos. A divisão que Julio chefia já realizou nesses quatro anos 37 operações e 26 treinamentos teórico e em serviço para instituições parceiras. 

“Eventos como este de Campinas, onde explicamos desde o conceito de agrotóxicos até as rotas de contrabando, acabam estimulando ainda mais as ações de repressão”, afirmou. Segundo o auditor do Mapa, no passado esses produtos entravam no Brasil pelos países vizinhos, mas agora já são descobertos produtos ilegais chegando em portos e aeroportos brasileiros. 

Com a ação integrada entre várias instituições, há troca de informações e documentos oficiais que permitem ampliar as punições. Por exemplo, mesmo que o Mapa não tenha participado de uma determinada operação, os boletins de ocorrência ou autos de infração lavrados por outra instituição podem embasar o processo administrativo na instância do ministério. Desta forma, as penalidades previstas em diferentes legislações vão se acumulando. 

Outro assunto tratado no workshop foi a dificuldade de encontrar espaços disponíveis para armazenar os produtos ilegais apreendidos. Uma alternativa apresentada por Julio foi utilizar a estrutura de empresas de pesquisa que descartam corretamente seus componentes químicos. Esses resíduos são despejados em tanques, onde o líquido evapora e resta apenas a parte sólida, menos volumosa. Essa borra pode ser destinada à incineração, em uma condição mais favorável. O servidor sugeriu parcerias público-privadas para viabilizar essa medida.  

Dados apresentados no workshop indicam que cerca de 25% dos agrotóxicos utilizados no Brasil são ilegais. Legislação recente do Mapa alterou o valor da multa aplicada, passando do teto de R$ 40 mil para R$ 150 mil para casos considerados gravíssimos, como o contrabando. 

Empresas produtoras de agrotóxicos legais que participaram do evento apresentaram aplicativos e medidas investigativas que estão adotando para ajudar a identificar produtos suspeitos e conter o avanço de organizações criminosas. Uma delas afirmou que investe em processos punitivos até o final, por meio de ações judiciais. 

Fonte: Assessoria Mapa
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Economia Verde do Paraná alcança R$ 140 bilhões e já representa 32,9% do PIB

Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões. Os dados são de 2020. Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).

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Foto: Alex Adam/SEPL

O Governo do Paraná lançou nesta quarta-feira (24) dois importantes estudos desenvolvidos pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com foco na construção de indicadores econômicos: o PIB da Economia Verde Paranaense e a atualização da Matriz Insumo-Produto do Paraná (MIP).

O primeiro traz dados que enfatizam a representatividade econômica desse estrato produtivo para além da sua importância em termos de sustentabilidade. Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões. Os dados são de 2020. Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).

A condição favorável do setor primário (agricultura) se deve à inexistência de atividades reconhecidamente danosas na estrutura produtiva, como a extração de madeira em florestas nativas, caça de animais, retirada de vegetação natural para a produção de carvão e coleta de palmito não plantado, entre outras. Em relação aos Serviços, o estudo aponta aderência à Economia Verde nas subatividades de transporte, armazenagem e correio, além da administração pública. O desafio é maior na Indústria por causa dos pesos do refino de petróleo e da fabricação de automóveis.

Outro aspecto positivo da matriz paranaense é que os chamados Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUPs), que abrangem a geração de energia elétrica e o saneamento, entre outros, estão integralmente incorporados à Economia Verde, refletindo a utilização de fontes renováveis e os benefícios gerados em âmbito social, incluindo as questões de saúde da população.

A Economia Verde é entendida como um modelo econômico que tem o objetivo de melhorar o bem-estar da população, ao mesmo tempo em que procura reduzir os riscos ambientais e promover o uso racional dos recursos naturais. Além disso, as ações propostas envolvem a mitigação dos danos ambientais e a aplicação de medidas para a amenização dos impactos das mudanças climáticas.

A discussão sobre esse setor é tendência mundial e abrange sustentabilidade, transição energética, clima, segurança alimentar e descarbonização das cadeias, áreas em que o Paraná ocupa excelente posição em relação a outros estados e países e caminha para avançar ainda mais. “O Paraná foi reconhecido, por três vezes consecutivas, como o Estado mais sustentável do Brasil e está bem posicionado naqueles grandes atributos verdes. Temos que gerar agora um ambiente favorável para que as empresas possam se capitalizar dessa realidade”, disse o secretário de Planejamento, Guto Silva.

Segundo ele, com esse recorte do PIB da Economia Verde, vai ser possível alavancar novos negócios e trazer as empresas e entidades para esse debate. “Isso é importante para que a gente possa ter um olhar a longo prazo, em que o Paraná possa gerar emprego, aumentar sua renda e, sobretudo, aproveitar essa tendência verde para o qual o mundo tem dado cada vez mais atenção”, complementou.

Os dados estão baseados em informações detalhadas do cálculo do PIB do Estado, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ipardes, e a seleção de atividades definida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), amparada em diversas pesquisas de entidades internacionais.

“Com esse novo índice, é possível observar a parcela da produção estadual de bens e serviços que está comprometida com a sustentabilidade, não somente ambiental como social, podendo subsidiar a elaboração de políticas públicas que buscam conciliar o desenvolvimento com a redução dos riscos ambientais e o uso racional dos recursos naturais”, afirmou o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.

Matriz insumo-produto

Já a Matriz de Insumo-Produto do Paraná construída pelo Ipardes com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda mede os impactos de intervenções públicas ou privadas na economia local (produção, emprego e renda) das atividades econômicas, de projetos governamentais e do setor privado de determinada região. O ano base do relatório é 2018.

A mensuração dos efeitos socioeconômicos das obras de infraestrutura ou da instalação de grandes empreendimentos produtivos é um dos exemplos do uso da MIP, que também pode subsidiar o desenho de políticas de desenvolvimento. A análise setorial por meio da MIP permite identificar quais os setores preponderantes sob diversas óticas, tais como geração de renda e emprego, inter-relação setorial, multiplicadores de valor adicionado e de impostos, entre outras.

A MIP paranaense foi construída com base na Tabela de Recursos e Usos (TRU) do Estado, que, por sua vez, traz informações obtidas por meio de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) fornecidas pela Secretaria da Fazenda.

“O PIB da Economia Verde do Estado e a Matriz Insumo-Produto do Paraná são documentos técnicos que têm a função de embasar não só políticas públicas, mas iniciativas dos demais setores produtivos e realizar o diagnóstico e o monitoramento do impacto social, econômico e ambiental dessas atividades”, complementou Callado.

Presenças

Participaram do lançamento dos estudos os secretários estaduais da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o ex-governador e secretário do Codesul/PR, Orlando Pessuti, e representantes de entidades de setores produtivos.

Fonte: AEN-PR
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Subsecretaria de Tecnologia da Informação trabalha para modernizar Ministério da Agricultura

Objetivo é deixar o órgão mais contemporâneo, focado no desenvolvimento de inovações tecnológicas para o serviço público e para a sociedade.

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Foto: Divulgação/Mapa

Uma das áreas de atuação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é o de sistemas com informações voltadas para o agronegócio. Para isso, a Subsecretária de Tecnologia da Informação (STI) trabalha no desenvolvimento de inovações tecnológicas para os servidores e para a sociedade.

Um exemplo foi o lançamento, no início do mês de abril, da versão eletrônica da emissão de Certificados Sanitários Nacionais (CSN) para o trânsito de produtos de origem animal no território brasileiro. A iniciativa visa dar mais eficiência e rapidez neste processo, trazendo benefícios tanto para o serviço público quanto para as empresas que as utilizam, além de melhor rastreabilidade e maior segurança.

Já foram mais de mil requerimentos e cerca de 500 pedidos analisados. A ferramenta foi desenvolvida dentro do Sistema de Informação Gerencial do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF), em um trabalho conjunto com a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). “O trabalho realizado hoje aqui no Mapa é para deixar um legado de um Ministério contemporâneo, mais moderno, mais eficiente, mais rápido, com menos gargalos, para que tudo isso funcione mais rápido”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

De acordo com o subsecretário Camillo Mussi, o próximo passo será a implementação da extensão para a emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSI), de acordo com as tratativas e aceitação dos países importadores. A medida deve beneficiar as exortações dos produtos brasileiros.

Além disso, também está em fase final de desenvolvimento a certificação sanitária eletrônica internacional de produtos de origem vegetal, chamada de E-Phyto. “Isso vai trazer uma rapidez nas exportações brasileira de produtos vegetais, além da diminuição de custos para o Brasil e a diminuição do tempo de armazenamento de cagas no porto”, afirma Mussi.

Cada Secretaria do Mapa conta com profissionais de desenvolvedores e gerentes de projetos da STI para a criação de novos programas, modernização de sistemas e manutenção. Além disso, a Portaria Mapa nº 614/2023 apresenta as diretrizes para as contratações de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação no Ministério.

Outro ponto de trabalho é a garantia de segurança de sistemas. Atualmente a Subsecretaria é responsável pela gestão dos servidores do Mapa, das Superintendências Federais de Agricultura (SFAs); do Instituto do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); e do Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA).

Só no Mapa são mais de 10 mil usuários, além de mais de 176 pontos espalhados entre os estados, desde as SFAs e laboratórios. É a segunda maior estrutura de gestão tecnológica entre os Ministérios.

A STI realiza campanhas de conscientização de segurança da informação e links de transmissão com segurança de proteção na ponta de dados. Foram 83 instalações de aquisição de soluções de segurança, distribuídos entre os órgãos.

Entre as novidades que estão por vir, Mussi revelou que a partir do mês de maio, as Superintendências, os Laboratórios e as demais estruturas, contarão com rede de Wi-Fi sem fio com mais segurança e proteção.

Há também a elaboração de painéis de acompanhamento, chamado de dashboards, sendo uma realização em parceria com as Secretarias e os outros órgãos, como Sistema PesqBrasil e o lançamento que irá ocorrer em maio do Cadastro de Agricultor Familiar 3.0.

Foram lançados ainda a Política de Segurança da Informação o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (Pdtic) 2023-2025. Além disso, o Comitê Segurança da Informação (CSI/Mapa) realiza reuniões ordinárias e extraordinárias, conforme a legislação.

Além disso, foi trabalhado pela STI a automatização dos controles das demandas recebidas pelo Mapa na Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação, conhecida como Fala.BR. A medida gerou evolução no atendimento, com melhor monitoramento e controle das demandas, cuja resposta dentro do prazo foi facilitada. O próximo passo, em elaboração, será o Plano de Dados Abertos, parceria entre a STI e a Ouvidoria.

Para todos estes trabalhos, ações e execuções, a Subsecretaria de Tecnologia teve o investimento de 71 milhões em 2023. Para este ano, a previsão de investimento é de 80 milhões.

Fonte: Assessoria Mapa
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