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Seguro rural e tecnologia de monitoramento de safra ajudam produtores de soja a driblarem imprevistos

Para 58% dos sojicultores, o uso de tecnologias agronômicas, como imagens de satélites e softwares agrícolas, é importante para prever os problemas da lavoura.

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Foto: Divulgação

Apesar do aumento dos custos de produção de soja para a próxima temporada, os sojicultores brasileiros ainda têm motivos para comemorar. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir cerca de 150,36 milhões de toneladas de soja na safra 2022/23, o que representa um recorde na produção dessa oleaginosa.

Além do aumento da produtividade, a Conab também espera que a maior disponibilidade do grão permita que cerca de 92 milhões de toneladas sejam exportadas na próxima temporada. Isso representa um aumento de 22,2 % em relação à safra passada, o que também é considerado um recorde para a cultura.

A alta produtividade da safra 2022/23, bem como a relevância da produção no mercado de commodities, são apenas alguns dos motivos que explicam por que o Brasil se tornou um dos principais players do agronegócio mundial.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o investimento dos produtores brasileiros em ciências, tecnologias adequadas e inovações pode ser apontado como a principal razão para o sucesso do agro brasileiro.

No caso da cultura da soja, o impacto do uso de tecnologias é ainda maior e foi o principal responsável pelo crescimento do valor bruto da produção agrícola nos últimos 40 anos.

Diante desses resultados, não é de se estranhar que cada vez mais sojicultores estejam interessados em usar recursos tecnológicos para maximizar seus ganhos agrícolas.

A tecnologia está por trás do sucesso da produção de soja
Os produtores de soja já perceberam que a tecnologia é a principal aliada para automatizar processos e melhorar a gestão da fazenda. Como resultado, é possível aumentar a eficiência da produção, reduzir custos operacionais, maximizar a produtividade e ainda melhorar a rentabilidade da safra.

Por conta disso, o interesse dos produtores em investir em tecnologias agrícolas deve continuar crescendo nos próximos anos.

Segundo o Guia da Soja, elaborado pela Climate Fieldview, 58% dos produtores acreditam que o uso de tecnologias agronômicas, como imagens de satélites e softwares que permitam a prescrição precisa de insumos – é eficiente para prever os problemas da lavoura.

Dentre as tecnologias agrícolas que podem ser usadas na fazenda, 42% dos produtores de soja consideram as tecnologias de monitoramento agrícola essenciais para garantir maior previsibilidade da safra.

Além disso, 26% dos sojicultores apostam no uso do Seguro Rural para evitar surpresas negativas. Além desses recursos, 25% afirmam que preferem usar tecnologias relacionadas a previsões climáticas e 16% preferem o uso de máquinas com telemetria.

Com o apoio dessas e de outras tecnologias agrícolas, os produtores conseguem fazer a identificação precoce de infestações por pragas e doenças, falhas no plantio, entre outros problemas que podem atingir a produção.

Assim, eles conseguem agir com mais eficiência e agilidade para solucionar o problema, evitando que eles se agravem.

Conhecer tendências é importante para evitar prejuízos
Os sojicultores que devem obter os melhores resultados na safra 2022/23 são aqueles que conseguiram não só se planejar, mas também usar as tecnologias a seu favor. Mas, para usar esses recursos, o primeiro passo é conhecê-los.

Com base nos interesses indicados no Guia da Soja e no parecer dos especialistas do setor, é possível apontar pelo menos quatro grandes tendências que podem ser adotadas pelo sojicultor nas próximas safras:

1. Monitoramento da fazenda
O monitoramento agrícola é um processo que utiliza informações georreferenciadas e imagens de satélite para obter dados e permitir a avaliação mais precisa das condições da lavoura.

Esse tipo de monitoramento é resultado dos avanços da computação para análise e interpretação de dados e imagens.

Além disso, sua eficiência também é consequência da portabilidade do Sistema de Posicionamento Global (GPS) e de outras ferramentas de comunicação, especialmente a internet.

Graças a essas tecnologias, o agricultor obtém dados mais precisos e seguros para fazer previsões climáticas, estimativas de riscos, inspeções, entre outras ações.

Além disso, todas essas informações podem ser integradas a softwares de gestão agrícola, que usam as imagens de satélite com histórico de plantio e uso do solo, entre outros dados, para acompanhar o desenvolvimento da lavoura de forma remota.

2. Telemetria
A telemetria se refere ao conjunto de tecnologias usadas para coletar e compartilhar dados entre equipamentos que fazem operações no campo.

Com isso, além de realizar suas funções, as máquinas agrícolas, como tratores, pulverizadores e colheitadeiras, passam a coletar, armazenar e transmitir dados agrícolas de forma remota.

Para isso, são instalados dispositivos no maquinário, como sensores, que permitem a identificação da velocidade de deslocamento, consumo de combustível, distância percorrida, entre outras informações operacionais.

Com esses recursos, o produtor consegue identificar com antecedência falhas no funcionamento do maquinário. Esse diagnóstico também pode ser feito enquanto o equipamento ainda está em operação no campo.

De qualquer forma, essa identificação precoce torna a calibração e manutenção das máquinas mais eficientes e precisos. Como resultado, o sojicultor evita problemas relacionados ao mau funcionamento do maquinário.

3. Seguro Rural
Embora não seja uma tecnologia, a contratação do seguro rural é uma tendência que veio para ficar e, portanto, merece a atenção do produtor. Esse tipo de seguro é uma ferramenta de política agrícola que garante ao produtor proteção contra prejuízos causados por problemas sanitários, instabilidade climática e oscilações do mercado agrícola.

Por isso, a contratação do seguro rural está associada a uma gestão agrícola mais assertiva, reduzindo os riscos associados à atividade e contribuindo para a estabilidade financeira do produtor.

Além disso, esse instrumento também estimula o aumento da área cultivada e o uso de tecnologias, já que atua como garantia adicional de acesso ao crédito com taxas de juros mais baixas.

Vale lembrar que qualquer pessoa física ou jurídica que cultive espécies listadas no Plano Trienal do Seguro Rural (PTSR) pode contratar o seguro rural. A contratação é feita por meio de um corretor ou através de uma das seguradoras habilitadas.

4. Outras tecnologias da Agricultura 4.0
A chamada agricultura 4.0 é se diferencia por apresentar um conjunto de tecnologias capazes de coletar e integrar dados agrícolas, otimizando a gestão da lavoura.

Também chamada de quarta revolução da agricultura, ela representa um novo período da evolução da agricultura e é caracterizada pelo uso de softwares, sistemas e equipamentos para agilizar todos os processos da fazenda, desde o plantio até a colheita.

Dessa forma, o produtor tem acesso a dados mais precisos, mapas agrícolas e diagnósticos, que facilitam a tomada de decisões sobre o manejo da lavoura. Assim, é possível reduzir os gastos com insumos e defensivos, além de melhorar a rastreabilidade e a qualidade da produção agrícola.

Como resultado, pequenos, médios e grandes produtores tornam sua gestão mais inteligente e ainda conseguem maximizar seu lucro, ganhar competitividade no mercado e aumentar a produtividade da safra.

Para isso, o produtor pode usar diversos recursos tecnológicos característicos da Agricultura 4.0, como drones, sensoriamento remoto, softwares de gestão agrícola, blockchain e equipamentos com inteligência artificial.

A utilização de todos esses recursos explica por que os sojicultores brasileiros conseguem aumentar sua produção e bater recordes de safra mesmo diante de cenários adversos.

Portanto, o produtor que também quer maximizar seus resultados pode se inspirar nesse exemplo e começar a investir em tecnologias agrícolas para otimizar a lavoura de soja.

Fonte: Ascom Climate Fieldview

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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

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Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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