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VOZ DO COOP

Suínos / Peixes No Paraná

Segurança oferecida por cooperativas estimula a produção de tilápias

O Paraná é o maior produtor de tilápia do Brasil. A produção cresceu 9,3% em 2021, consolidando ainda mais a liderança do estado na piscicultura brasileira. Foram 188 mil toneladas no ano passado contra 172 mil toneladas no ano anterior.

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A tilápia se consolida cada vez mais como a espécie mais cultivada no Brasil. De acordo com a Peixe BR, em 2021 foram produzidas 534 mil toneladas no país, com aumento de 9,8% sobre o desempenho do ano anterior (486.155 t). Com esse resultado, a tilápia é responsável 63,5% da produção nacional de peixes de cultivo. A espécie está presente em todas as regiões do país, com maior ou menor relevância. “Mesmo na região Norte, tradicional polo de criação de peixes nativos, a tilápia começa a aparecer, a partir da liberação de cultivo por alguns governos estaduais. Naquela região, em 2021 foram produzidas 860 toneladas, um volume pequeno, mas que representa incremento de quase 40% sobre o ano anterior (620 t)”, destaca a PeixeBR.

Importantes tecnologias são incorporadas à atividade na propriedade de Paulo Michelon, como o arraçoamento automático – Fotos: Divulgação/C.Vale

O Sul lidera, com folga, a produção de tilápia. “A espécie representa 86% de todos os peixes de cultivo na região. No total, são 231.900 t nos três estados sulistas: cerca de 43,4% da produção nacional. O Sudeste vem a seguir com perto de 27% da produção total de tilápia (144.340 t), com destaque para São Paulo e Minas Gerais. Juntos, Sul e Sudeste detêm 70% do cultivo no país. O Centro-Oeste também avança no cultivo de tilápia, já representando em torno de 11,5% (61.650 t) e se aproxima do Nordeste, que com 95.300 toneladas no ano passado participa com 18% do total.

O Paraná é o maior produtor de tilápia do Brasil. A produção cresceu 9,3% em 2021, consolidando ainda mais a liderança do estado na piscicultura brasileira. Foram 188 mil toneladas no ano passado contra 172 mil toneladas no ano anterior. A PeixeBR destaca que a liderança tem relação direta com o modelo de produção definido. “As cooperativas têm papel de destaque no desempenho da atividade no estado”, aponta.

A segurança oferecida pelas cooperativas é que deu o start para que produtores realmente acreditassem na atividade. Isso porque, antes da entrada das cooperativas na produção de tilápias, os poucos produtores levavam muitos calotes de frigoríficos de outros estados, que compravam a produção, mas tinham dificuldades em fazer os pagamentos ou por vezes sequer pagavam os produtores.

Produtor de tilápia Paulo Alexandre Borba Michelon: “Entramos na atividade motivados pela cooperativa, que em 2017 inaugurou um frigorífico de peixes que nos trouxe segurança para produzir” – Foto: Arquivo/Jonathan Campos/AEN

E foi essa segurança que atraiu a atenção do piscicultor Paulo Michelon, de Palotina, na região Oeste do Paraná. Hoje ele produz 2,5 milhões de tilápias por ano. “Desde 2018 estou na produção de tilápias. Entramos na atividade motivados pela cooperativa, que em 2017 inaugurou um frigorífico de peixes que nos trouxe segurança para produzir. Hoje a piscicultura representa a principal atividade da propriedade. Cultivo um lote por ano, algo em torno de 2,5 milhões de tilápia por ciclo”, aponta. Mas a ideia é ampliar a produção. “Com uma cooperativa nos passando segurança e nos dando todo o suporte, começamos a criar coragem para ampliar”, diz, sem revelar o quanto pretende aumentar a produção.

A cooperativa entrega os alevinos, ração e assistência técnica, com a garantia da compra da produção, industrialização e venda. O produtor entra com a propriedade, mão-de-obra e gastos como energia elétrica e medicamentos.

As principais tecnologias da atualidade são empregadas nos açudes escavados de Paulo Michelon. “Hoje trabalhamos com o arraçoamento todo automatizado tanque a tanque, monitoramento de qualidade de água semanal, entre outros fatores. Para o futuro, estamos implantando um sistema de monitoramento de sondas tanque a tanque para medir instantaneamente parâmetros necessários para um bom manejo”, destaca Michelon.

Desafios e oportunidades

Paulo Michelon com técnico da C.Vale durante assistência técnica a campo

Para o produtor, a produção de peixes tem alguns desafios, mas também muitas oportunidades. “Um dos grandes gargalos que encontramos no cenário atual é a burocracia ambiental, desde a implantação do projeto e liberações, prazos, agilidade, entre outros fatores para renovação (de licenças). Também o que nos preocupa muito para o futuro são os custos que não param de subir, principalmente energia elétrica”, apontou. Ele menciona, no entanto, que a proteína vai ser cada vez mais requisitada pelos consumidores por seu apelo de saudabilidade. “Aos meus olhos vejo no peixe uma proteína que irá se destacar muito nos próximos anos e ganhar espaço, por ser uma proteína com um apelo muito saudável e com por termos uma nova geração vindo por aí com uma grande exigência em qualidade vida e buscando saúde”, acredita Paulo Michelon.

É o mesmo pensamento das lideranças da cooperativa C.Vale, para quem Paulo Michelon produz. “Com a pandemia, a preocupação das pessoas com a qualidade de vida aumentou. Acredito que essa é uma tendência que vai ganhar cada vez mais força porque as pessoas estão se conscientizando da importância de uma alimentação mais saudável. O peixe se encaixa bem nessa tendência por ser uma carne mais leve e magra”, analisa o presidente da C.Vale, Alfredo Lang.

Hoje a C.Vale produz 150 mil tilápias/dia, com peso médio de 950 gramas. São mais de 1,1 mil pessoas empregadas nesse segmento, desde a produção de alevinos ao abatedouro. A produção de rações está em 66 mil toneladas/ano. Ao todo a cooperativa tem 45 milhões de peixes alojados em 762 hectares de lâmina d’água em 16 municípios.

Novas tecnologias

A cooperativa tem investido em tecnologias, melhoramento genético e nutrição para expandir ainda mais a produção e ampliar a produtividade. “O melhoramento genético está focado, principalmente, no ganho de peso diário e na resistência a doenças. Já ocorreram avanços bem significativos nos últimos anos, mas ainda há um longo caminho a percorrer, a exemplo do que houve com o frango. Combinando o melhoramento genético com ajustes na nutrição será possível incrementar bastante a performance do peixe”, destaca o presidente.

Presidente da C.Vale, Alfredo Lang: “Temos planos de ampliar a produção, mas isso vai ser feito conforme o interesse do produtor e também do consumidor. Ou seja, a atividade tem que ser rentável para ser atrativa ao produtor e também para a indústria. Isso passa, em boa parte, pela melhoria da renda do consumidor”

Lang também aponta tecnologias que a C.Vale emprega, dos açudes até a mesa do consumidor. “São várias. Uso de ração produzida a partir de matéria prima de alta qualidade para melhorar a digestibilidade, ajuste na qualidade da água com biorrreguladores e probióticos, monitoramento da oxigenação da água durante as 24 horas do dia com acionamento automático dos aeradores”, enumera, reforçando o compromisso que a cooperativa tem em manter a qualidade da água. “Temos uma grande preocupação em manter a água com boa qualidade porque é um ativo fundamental para a piscicultura”, justifica o presidente.

A C.Vale, que é uma das líderes do mercado de tilápias, pretende seguir investindo para aumentar a produção, mas está orientada pela vontade dos associados e acenos do mercado e da economia, sustenta Lang. “Temos planos de ampliar a produção, mas isso vai ser feito conforme o interesse do produtor e também do consumidor. Ou seja, a atividade tem que ser rentável para ser atrativa ao produtor e também para a indústria. Isso passa, em boa parte, pela melhoria da renda do consumidor. Quando a renda cresce, a primeira reação das pessoas é melhorar a qualidade da sua alimentação. O maior estímulo à produção vem do crescimento da demanda”, crava o líder cooperativista.

Ele destaca que, tão importante quanto produzir, é cuidar do status sanitário do sistema produtivo. “Quando a produção cresce, o risco de surgimento de doenças cresce junto, seja pelo confinamento, seja pela alta densidade de peixes. Nós temos uma equipe voltada à sanidade que monitora os peixes desde a fase de alevinos até o abate para prevenir o surgimento de doenças e para que o uso de medicamentos seja o mais racional possível”, pondera.

Cautela

Apesar dos investimentos e da expectativa de ampliar cada vez mais a produção, o presidente da C.Vale aponta para um momento de cautela por parte dos cooperados, especialmente por conta dos custos de produção. “Os custos de produção subiram com a valorização do milho e da soja e com a alta da energia elétrica. Isso acabou afetando a rentabilidade da piscicultura e alguns produtores estão segurando investimentos. As indústrias tiveram que se ajustar em busca de maior eficiência para compensar a redução das margens de lucro”, menciona Alfredo Lang.

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Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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