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Bovinos / Grãos / Máquinas

Segundo semestre promete ser melhor para a pecuária de corte, avalia Cepea

Avaliação é do pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino Carvalho, que faz panorama do cenário para a segunda metade de 2023.

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Foto: Shutterstock

A pecuária brasileira é uma atividade de extrema importância para o agronegócio nacional, mas também enfrenta desafios anuais que exigem a atenção constante dos produtores. Além de focar na genética, nutrição e manejo dos rebanhos, os pecuaristas precisam estar cientes dos preços de compra e venda, fundamentais para garantir a saúde financeira do negócio. Nesse sentido, tanto o panorama interno quanto as movimentações do mercado internacional merecem um olhar vigilante.

A busca pela excelência na criação de animais é inegociável para os pecuaristas, uma vez que a qualidade genética e a alimentação adequada são fatores decisivos para garantir animais mais saudáveis e produtivos. Contudo, não basta apenas se dedicar ao aprimoramento dos aspectos internos do negócio. O contexto econômico e as tendências do mercado mundial também influenciam diretamente a pecuária brasileira, sendo necessário acompanhar de perto as oscilações de preços e as oportunidades de exportação.

Ao adentrar o mercado internacional, o pecuarista se depara com um cenário dinâmico, onde fatores geopolíticos, demanda global e questões sanitárias podem impactar diretamente nas negociações. Por isso, estar atento às flutuações dos preços no mercado externo é uma estratégia essencial para garantir vantagens competitivas e ampliar os horizontes de negócios.

Pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino Carvalho – Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com o pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Thiago Bernardino Carvalho, o primeiro semestre foi bastante penoso para o setor. “Agora (meados de julho) estamos em um período de alta oferta, depois de um cenário de restrição de produção, somado a uma manutenção dos embarques para a China. O movimento de maior oferta de animais disponíveis para abate fez com que o volume de carne no atacado aumentasse. Somado aos embargos às exportações, houve uma pressão nas cotações (para baixo) ao longo da cadeia”, explica Carvalho sobre o porquê da situação enfrentada pela pecuária.

Segundo semestre

No entanto, as perspectivas para o segundo semestre são de condições mais favoráveis ao pecuarista, de acordo com o pesquisador do Cepea. “O produtor pode esperar um volume de oferta menor entre julho e começo de setembro, com uma elevação de gado pronto para o abate a partir de setembro até o final do ano. Além disso, podemos ainda aguardar por preços mais firmes no curto prazo e pressionados entre outubro e novembro”, avalia.

O pesquisador destaca que os principais desafios para o pecuarista são a gestão da comercialização e a forte dependência do mercado chinês. “O pecuarista que não consegue trabalhar produtividade e margem realmente vem deixando dinheiro na mesa e queimando a gordura dos últimos três anos”, cita. Porém, para Carvalho, há uma luz no fim do túnel para o pecuarista que deseja continuar tendo lucratividade com a atividade. “Há oportunidades que podem ser aproveitadas, como a baixa dos custos e melhores condições de produção, por exemplo. Além disso, trabalhar com eficiência nos quatro pilares da atividade – produção, financeiro, comercialização e pessoas – é fundamental para o sucesso”, diz.

Carvalho ressalta, ainda, as inúmeras oportunidades que se apresentam ao produtor no cenário do mercado internacional. Além da demanda por qualidade, há também uma busca por volume, tornando a oferta brasileira ainda mais atrativa. Ele cita que mercados como o japonês e o sul-coreano destacam-se como promissores para o Brasil, representando imensos potenciais de crescimento para o setor. Com isso, os produtores têm a chance única de expandir suas operações e consolidar o país como um importante player global na indústria agropecuária. “Este mercado internacional busca quantidade, assim como qualidade. Sem contar que mercados como o japonês e o sul-coreano se mostram como grandes potenciais para o Brasil”, menciona.

Resumão

A pecuária brasileira enfrenta desafios anuais que demandam atenção constante dos produtores. Além de foco na genética, nutrição e manejo do rebanho, é fundamental estar atento aos preços de compra e venda para garantir a saúde financeira do negócio, tanto no mercado interno quanto no internacional.

No primeiro semestre, o setor enfrentou dificuldades com uma alta oferta e embargos às exportações, resultando em pressão nas cotações. Contudo, as perspectivas para o segundo semestre são mais favoráveis, com previsão de oferta menor e preços mais firmes, especialmente a partir de setembro.

Os principais desafios para o pecuarista são a gestão da comercialização e a forte dependência do mercado chinês. Porém, há oportunidades para melhorar a produtividade, reduzir custos e trabalhar com eficiência nos pilares da atividade: produção, financeiro, comercialização e pessoas.

No cenário internacional, há inúmeras oportunidades, com destaque para mercados como o japonês e o sul-coreano, que buscam não apenas qualidade, mas também volume. Isso torna a oferta brasileira ainda mais atrativa, permitindo a expansão das operações e o fortalecimento do Brasil como importante player global na indústria agropecuária.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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