Notícias De 07 a 11 de março
Segmento de máquinas agrícolas está animado com a volta da Expodireto Cotrijal
O setor de máquinas e implementos agrícolas conta os dias para o início da 22ª Expodireto Cotrijal. A feira simboliza o reencontro das marcas com os agricultores, após dois anos de pandemia.

A crise provocada pelo coronavírus impactou na cadeia de suprimentos para as indústrias. Ainda hoje faltam componentes eletrônicos, aço, borracha e plástico. Por outro lado, a demanda seguiu constante devido ao preço das commodities agrícolas em um patamar elevado e com o produtor capitalizado, além das exportações aquecidas.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida do setor, em 2021, subiu 21,6%, com vendas internas e exportações chegando a R$ 222,4 bilhões. O resultado tem como origem o crescimento de 25,3% das vendas no mercado doméstico, que somaram R$ 168,1 bilhões, e do aumento de 34,2% das exportações, para US$ 9,38 bilhões.
Para 2022, o clima é de otimismo, apesar das dificuldades vivenciadas em muitas regiões produtoras do país em função do clima. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) projeta que o agronegócio do Brasil deve crescer 5% até o final deste ano. Um novo ânimo parte do retorno das feiras agropecuárias, que permitirão o reencontro da indústria com o seu público-alvo.
Feira é estratégica
Conforme o diretor de vendas da Massey Ferguson, Alexandre Stucchi, a feira é um momento que proporciona a conexão entre a marca e produtos com um número maior de produtores, bem como, a possibilidade de apresentar todo o portfólio, permitindo a interação com o agricultor.
“A Expodireto Cotrijal, nesse contexto, é estratégica e importante para que possamos voltar a nos aproximar dos produtores rurais do Rio Grande do Sul, um dos principais celeiros de nosso país. Após dois anos sem participar de feiras agrícolas, estamos animados com a possibilidade de apresentar os destaques do portfólio de produtos da Massey Ferguson, com soluções inovadoras e tecnológicas”, afirma Stucchi.
Conexão com o produtor
Para o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy, a Expodireto Cotrijal permite levar ao agricultor gaúcho e do resto do país as melhores novidades em tratores, colheitadeiras, pulverizadores, enfardadeiras, plantadeiras e soluções para a agricultura digital, proporcionando condições para que o agro brasileiro produza cada vez mais.
“O retorno das feiras é importante porque, acima de tudo, nos permite o contato direto com os produtores, de poder olhar nos olhos de cada um e apresentar as tecnologias que estamos desenvolvendo para trazer maior produtividade com menor custo de operação para o cliente”, relata Kerbauy.
Tecnologia e inovação são fundamentais
O diretor de Marketing de Produto da Case IH para a América Latina, Rodrigo Alandia, destaca que as feiras são importantes para o setor agrícola porque permitem contato mais direto com os agricultores, para que eles conheçam e tenham apoio de especialistas quanto às soluções oferecidas.
“A Expodireto é uma feira que foca em tecnologia e negócios, pilares que estão alinhados com os da Case IH. Acreditamos que a tecnologia e a inovação são aspectos fundamentais para o aumento da eficiência e da rentabilidade no campo e é por esse motivo que trabalhamos dia a dia, para levar as melhores e mais completas soluções para o aumento da produtividade com ótimo retorno de investimento”, afirma Alandia.
Oportunidade única
O diretor de vendas da Valtra, Alexandre Vinicius Assis, ressalta que as feiras agrícolas são primordiais e uma oportunidade única, pois possibilitam a interação com o produtor rural a fim de entender suas demandas e apresentar tecnologias e soluções em maquinários com foco sempre em alavancar a produtividade.
“Em especial a Expodireto Cotrijal é uma feira importantíssima, está localizada em uma região estratégica do nosso segmento agrícola, abrangendo diferentes perfis de produtores rurais, agregado a uma estrutura e organização do evento que faz dela uma referência no Brasil. Além disso, a dinâmica da feira também é importante para a sociedade local, pois além de representar aquecimento econômico regional, fomenta a modernização do agronegócio, agregando valor e conhecimento”, disse Assis.
Novidade
A 22ª edição da Expodireto, promovida pela Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial, traz como grande novidade uma plataforma virtual. De 07 a 11 de março, a feira acontece de forma presencial no parque de exposições, em Não-Me-Toque (RS), mas também poderá ser acessada através da Expodireto Digital, que possibilitará uma experiência de visitação aos principais ambientes físicos do parque. Os expositores ocuparão o tradicional espaço físico, mas também terão oportunidade de apresentar suas novidades em estandes digitais.
A Arena Agrodigital, que estreou com sucesso em 2020, será ampliada em 2022, com 26 estandes para empresas, quatro espaços para hubs de inovação e 10 para startups, além de programação de palestras em estrutura multipalco. Expositores e programação estarão tanto no ambiente físico quanto no virtual.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



