Bovinos / Grãos / Máquinas Safra 2018/19
Seca e calor reduzem estimativa da produção de grãos no Paraná
Projeção inicial era de 22,5 milhões de toneladas e foi revista para 20,4 milhões de toneladas de grãos
O clima seco e altas temperaturas registrados, principalmente, nos meses de novembro e dezembro do ano passado frustraram a expectativa com a safra paranaense de grãos de verão 2018/19. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, estimava uma produção de 22,5 milhões de toneladas. A projeção foi revista para 20,4 milhões de toneladas de grãos.
A estimativa de produção de grãos de verão 2018 foi apresentada pelo secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, na quinta-feira (24), em Apucarana. Ele ressaltou que a queda se dá após sete anos de boas safras. A lavoura mais afetada foi a de soja, seguida do feijão e milho da primeira safra.
A produção de soja deve registrar uma redução de 14%, de acordo com o Deral. A estimativa inicial, de uma safra de 19,5 milhões de toneladas, foi reduzida para 16,8 milhões de toneladas. Se a nova projeção for confirmada, a receita dos produtores cairá R$ 3 bilhões, considerando os preços de mercado.
Ortigara lamentou o resultado provocado pelo clima adverso, que frustrou as expectativas dos agricultores de continuar com boa produtividade em suas lavouras. Mas não descarta que perdas possam ser compensadas em áreas onde houve plantio tardio de soja.
“Mesmo assim, o Paraná ainda colhe uma grande safra de verão, acima de 20 milhões de toneladas, que não é fácil diante de um clima tão hostil”, afirmou o secretário. “Eventualmente essas perdas poderão ser compensadas pela produção em áreas onde ocorreram plantios tardios de soja e que não foram tão afetadas”, completou.
Outros Estados
A mesma seca atingiu também outros estados produtores de grãos como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Tocantins. “Com isso, o Brasil deverá retardar em assumir a condição de líder mundial na produção de soja”, disse Ortigara.
Para o diretor do Deral, economista Salatiel Turra, as perdas de grãos da safra de verão concentram-se em regiões que anteciparam o plantio e foram impactadas pelo clima seco durante o desenvolvimento vegetativo das plantas nos meses de novembro e dezembro. “Com isso, plantios mais tardios mas realizados dentro do zoneamento agrícola podem apresentar resultados melhores e compensar as perdas já registradas”, acredita.
Soja
As regiões mais afetadas com as perdas de soja até agora foram as de Toledo, com redução de 39% em relação à estimativa oficial; seguida de Umuarama (25%), Campo Mourão ( 23%), Francisco Beltrão (22%), Paranavaí (19%) e (14%).
Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, desde a safra 2011/12, o Paraná não registrava grande frustração de safra com a soja. Neste ano, o calor excessivo antecipou a colheita que hoje encontra-se com 15% da área plantada (5,4 milhões de hecatre). “No ano passado nessa mesma época a colheita ainda não tinha iniciado”, comparou.
“As primeiras áreas colhidas são as mais atingidas. Quem plantou a partir da metade de outubro para frente, que são as lavouras mais tardias, não deve ser tão impactado pelo clima”, disse o economista. Segundo ele, os reflexos no mercado já são evidentes. A soja está sendo comercializada, pelo produtor, em média por R$ 69,00 a saca, cerca de 6% acima dos preços praticados em igual período do ano passado, quando o produto era vendido por R$ 62,00 a saca.
Milho
A safra de milho foi menos afetada pelo clima em função da resistência das lavouras com o clima seco. A projeção para esse período do ano apontava para uma colheita de 3,3 milhões de toneladas, contra uma estimativa atual de 3,1 milhões de toneladas.
A situação climática impactou principalmente a região Oeste. Já na região Sul, que tem mais de 67% da área de milho da primeira safra, o impacto foi menor. Porém, o clima continua influenciando negativamente e isso pode refletir em uma produtividade menor que o esperado.
Para o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, o cenário para a produção paranaense do grão não é ruim. As estimativas de produtividade permanecem no intervalo esperado de 8,7 mil e 9,7 mil quilos por hectare, para essa época do ano.” Mesmo com rendimentos elevados, a primeira safra de milho é pouco expressiva no Estado, não tendo a mesma representatividade que tinha antes”, disse o analista.
A colheita já iniciou, com cerca de 3% da área plantada (352.000 hectares) já colhida. Os preços do milho permanecem estáveis, em torno de R$ 29,00 a saca, sem grandes oscilações.
Mercado
Cerca de 80% da área plantada (162.306 hectares) já foi colhida e as perdas já estão refletindo no mercado. O feijão de cor teve uma alta de 41% de dezembro até está penúltima semana de janeiro.
O feijão de cor que era vendido por R$ 123,52 a saca de feijão em dezembro, está sendo negociado agora em média por R$ 174,76 a saca. O feijão preto que era vendido a R$ 123,84 a saca em dezembro, está sendo vendido em média por R$ 156,6 a saca, em janeiro.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran