Avicultura Indústria
“Se você achar que a coisa não funciona assim, eu tenho a caneta pra fechar teu frigorífico”
14 pequenas e médias indústrias de abate de aves em SC desapareceram na última década por excesso de penalizações e ações trabalhistas, revela ex-empresário do setor
“Se você achar que a coisa não funciona assim, eu tenho a caneta pra fechar teu frigorífico”. Essa foi uma das respostas que o empresário Valdir Luiz Sperandio diz ter recebido de um funcionário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dentro de sua própria empresa. Esse tipo de comportamento ameaçador, o excesso de punições e as relações trabalhistas foram determinantes para que o grupo empresarial que Sperandio faz parte abandonasse a avicultura industrial, no ano de 2012, depois de anos de sucesso.
A unidade de abate de frango da Bondio Alimentos começou a ser planejada no ano de 2002. Em dezembro de 2012, começou o abate de 70 mil aves por dia. Entre 60 e 70% da produção era destinada à Europa e a empresa logo decolou. Mas pouco tempo depois, uma série de penalizações impostas pelo Mapa e pelo Ministério do Trabalho, aliado a uma crise, fez o empreendimento desmoronar. Em 2012, já vivendo a base de remédios, Sperandio decidiu vender o negócio. Uma experiência que, segundo ele, o levou do céu ao inferno e deixou traumas.
A Reportagem do jornal O Presente Rural encontrou Sperandio em agosto deste ano em Chapecó, SC, para saber um pouco mais sobre os motivos que levaram o grupo empresarial de sucesso a desistir da avicultura brasileira. E os motivos são muitos.
“Muita coisa eu deletei porque foi um pouco traumática nossa saída da avicultura. Nós (grupo) sempre viemos do setor de vendas de automóveis e caminhões, desde 1947, mas tínhamos o anseio de fazer uma indústria de alimentos. Acabou nos sendo proposto um abatedouro de matrizes. No entanto, era um negócio muito pequeno, então eu disse, se é para se botar em um negócio diferente, eu quero algo que faça a diferença para o grupo empresarial. Apareceram duas pessoas que eram oriundas do antigo frigorífico Chapecó, que estava fechando por dificuldades financeiras, e propusemos uma parceria de 10% para eles ficarem conosco para trazer o know how do negócio. A indústria tinha o objetivo de abater 70 mil aves por dia, só que o negócio deu tão certo – a gente partiu para o mercado internacional com frango desossado -, que tratamos esse negócio de forma diferente”, lembra Sperandio.
“Em 2000, três municípios se uniram para dar a infraestrutura para a agroindústria se estabelecer no município de Guatambu (Sudoeste de Santa Catarina). Essa união foi inédita a nível de Brasil. Começamos o abate em 2002. Houve esse sucesso no mercado, pois atingimos todas as habilitações possíveis, como mercado europeu, mercado japonês, abate hallal. Em 2007 atingimos a capacidade plena de 70 mil aves, então partimos para aumentar o abate para 100 mil aves”, recorda o empresário.
Mas a partir de 2008 as coisas começaram a piorar, revela Sperandio. “Toda nossa planta era automatizada, tudo que havia de tecnologia nós tínhamos implantado no processo. Estávamos no ápice. Como aqui é uma região que tem muitas agroindústrias, a mão-de-obra é fértil. Só que veio a crise de 2008, tivemos dificuldades nas exportações, mas especialmente dificuldades com liberação de linhas de crédito. Foi no auge em que o governo do PT (Partido dos Trabalhadores) elegeu os grandes players do mercado para jogar. A JBS foi uma. Tu batias na porta do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tinha dinheiro para a JBS, mas para as pequenas e médias empresas não havia nada. Para se ter uma ideia, éramos 14 pequenas e médias indústrias de Santa Catarina que abatiam frango. Não existe mais nenhuma. Todas estão nos grandes grupos, ou Aurora, ou BRF ou JBS. Você pode me dizer que uma ou outra foi mal gerida, eu poderia até concordar, mas todas as 14? Foi porque o setor estava contaminado. E isso ficou claro depois das revelações dos escândalos do governo federal”, menciona.
Mas para Sperandio, um dos fatores mais determinantes para a saída do setor foi o relacionamento com os profissionais do Ministério da Agricultura. Ele conta que sua experiência com a estrutura de fiscalização foi traumática. “Existe muita dificuldade na estrutura que o governo passado criou no Mapa no setor de fiscalização. Além de você ter um mercado extremamente competitivo, tem também que conviver com os entraves do Ministério. Eu vejo que a principal função da fiscalização é detectar os problemas, orientar e sanar, não o papel era de ser um punidor do empresário”, recorda.
A caneta e o cigarro
O papel punidor, diz Sperandio, ficou mais claro na mesma época da crise e do entrave em financiamentos. “Tínhamos um médico-veterinário (do Mapa) trabalhando na nossa empresa, que em função de ser concursado, ninguém tira ele. E ele ter um perfil de punir. Tivemos grandes problemas com ele. Para se ter uma ideia, na crise de 2008, uma das maiores que o setor passou, ele chegou ao ponto de pedir uma nova sala de SIF. Ele não teve a sensibilidade de observar que o mercado estava extremamente difícil e pediu um novo escritório do SIF, de 300 metros quadrados, onde tinha que ter TV de plasma, que à época nem os diretores tinham, micro-ondas, uma série de coisas. Peguei aquelas exigências e levei para o diretor do Mapa e disse: “é possível isso?. Me respondeu que ele tinha poder para pedir, mas geralmente com sensibilidade a pessoa retroagia. Aí fui tentar falar com esse senhor, que eu gostaria nunca mais me encontrar com ele novamente, e eu disse: vamos deixar passar a crise. Ele respondeu: “não estou pedindo, estou determinando. Se você achar que a coisa não funciona assim, eu tenho a caneta para fechar teu frigorífico”, lembra Sperandio. “Essa foi só uma conversa entre tantas. Essas pessoas têm o poder para fechar um frigorífico. Ao invés de se sensibilizar com o setor, ao invés de ajudar, orientar, ele saia notificando. Isso nos desmotivou”, sustenta.
Sperandio relembra um episódio que o deixou ainda mais indignado com as punições no Brasil, quando estava comprando uma máquina europeia. “Estávamos comprando uma desossadora de uma empresa europeia e os representantes vieram e nos mostraram alguns vídeos de como era o abate, como ela funcionava. Aí você via o funcionário com roupa civil, em algum momento tinha até um cidadão fumando. Isso me chamou muito a minha atenção a ponto de eu questionar eles. Porque as regras para nós são tão rígidas e lá fora, que é o grande mercado consumidor, que paga, não são. Vamos nos moldar às necessidades que temos e não penalizar”, diz.
Para Sperandio, apesar de fora da avicultura, mas como bom empreendedor, pouca coisa deve ter mudado. “Eu acredito que as indústrias de abate de aves estejam hoje sofrendo internamente as mesmas dificuldades que nós vivíamos. O Mapa precisa evoluir como tudo está evoluindo. As empresas cresceram, o governo está abrindo a mente com o mercado. O próprio Ministério tem que tirar essas amarras que o liga a ideologias políticas, e tenho certeza disso, para fazer ficar mais leve o cenário, para facilitar a vida do empresário. Houve um período, quando a esquerda assumiu o governo, que teve uma estruturação para um projeto de poder. E assim estavam estruturados todos os níveis de ministérios. De uma forma mais liberal, que é como o novo governo está entrando (e não digo que esteja totalmente certo), vai levar algum tempo para desmontar toda essa estrutura montada em governos anteriores. Aí sim vamos ser competitivos”, acredita o empresário catarinense.
Relações trabalhistas
A alta carga tributária e as relações de trabalho também desgastaram o grupo empresarial. Na época, as leis trabalhistas provocaram uma enxurrada de ações de ex-funcionários contra a Bondio Alimentos. “A alta carga trabalhista também determinou nossa saída do setor de abate de aves. Primeiro é um setor que tem muito turnover. Agora acredito que tenha mudado um pouco, mas era uma indústria de ações trabalhistas que surgiu. Os advogados trabalhistas viviam para tal. Os funcionários saíam da empresa, pediam demissão ou forçavam a demissão, pegavam o seguro desemprego por uns meses, entravam em outra indústria. A gente tinha que pegar funcionários a 300 quilômetros daqui. Quando vendemos a nossa unidade para a Aurora, em outubro de 2012, nós tínhamos 1,4 mil colaboradores e tivemos perto de mil ações trabalhistas. Ainda tenho ações que estão em última instância para resolver”, revela.
“Foi demandado um valor extremante alto, e o peso e à medida que se ajusta no Ministério do Trabalho não é o mesmo. O empregador já entra perdendo na sala de audiência. O melhor resultado de cada ação era perder menos, mesmo que a empresa tivesse direitos. Tu sentava na frente de um juiz trabalhista e ele que eu tinha razão, mas mesmo assim eu era intimado a fazer um acordo. Isso também desmotivou muito”, menciona o empresário.
Além disso, lembra Sperandio, a crise do milho ajudou a esmagar as pequenas empresas. “Fora tudo isso, veio a crise do milho. O preço do milho subiu demais e as pequenas agroindústrias evaporaram”.
Era o momento de parar
As dificuldades impostas pela avicultura industrial começaram a abalar até a saúde do empresário, que não conseguia mais dormir sem ajuda de medicação. Era a hora de parar. “Chegou um momento que me perguntei porque estava fazendo aquilo. Por ser empreendedor, tentei fazer um negócio diferenciado, mas essas dificuldades todas se impondo, percebi que não valia a pena. Vivia a base de remédios para poder dormir. Chegou o momento que dissemos, não é pra nós”, lamenta.
No entanto, Sperandio fica feliz pelo legado que deixou, afinal os empregos não foram perdidos. “Eu tenho a sensação de missão cumprida, mesmo que não tenhamos saído de forma satisfatória do negócio, pois os empregos foram mantidos, a cidade ganhou muito pois estourou a arrecadação de ICMS; nós fizemos pelo social. Foram quase dez anos, eu deletei muitas coisas porque a parte ruim você tem que deletar, mas fizemos muitas coisas certas”, aponta.
“No nosso caso, saímos de forma altiva, sem dever nada, mas muitos grupos perderam capital, deixaram na avicultura o que tinham ganhado em outros setores. Ficaram só a BRF, JBS e as grandes cooperativas. A própria Tysson (multinacional americana fundada em 1931) que veio para o Brasil não aguentou todas as dificuldades que estamos falando e foi embora”, recorda.
Mudanças
O empresário clama por mudanças que oportunizem melhores cenários para o setor avícola produzir. “A estrutura montada no Ministério espero e rogo que seja desmontada. Deve ser criada estrutura para orientar. A nossa região vive de frigoríficos, emprega muito, irriga muito a economia local, é um setor que distribui o PIB, precisa ser apoiado, não punido”, orienta.
Hoje, sete anos após deixar a avicultura, Sperandio tem convicção de que não volta para esse ramo. “Se tu me pedisse, voltaria a fazer hoje? Não voltaria!”.
Outras notícias você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2019 ou online.
Avicultura
Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
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Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
Avicultura
Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.