Avicultura
Saúde intestinal como ferramenta para aumentar a produtividade de frangos de corte
Existe uma gama de ferramentas que podem ser utilizadas para melhorar a saúde intestinal dos frangos de corte como os aditivos fitogênicos, probióticos e prebióticos.

Para que os animais consigam expressar todo o seu potencial genético e com menor variabilidade, é essencial que a saúde intestinal esteja bem equilibrada, com todas as suas características estruturais e fisiológicas em perfeita sintonia, capazes de atender as necessidades de digestão, absorção de nutrientes e de defesa do organismo. Alterações na microbiota intestinal podem acarretar doenças, diminuição da digestibilidade e de desempenho, levando a perdas na conversão alimentar e consequente prejuízos econômicos ao produtor, visto que mais de 60% dos custos totais de produção são gastos na nutrição das aves.
A fim de entender a complexa relação de como a nutrição, a microbiota intestinal e a imunidade interferem no desempenho zootécnico dos animais, quais fatores predispõem o desequilíbrio deste sistema e perspectivas para o futuro da avicultura, a doutora em Zootecnia e professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Priscila de Oliveira Moraes, foi convidada para palestrar para profissionais do setor avícola nacional durante a 6ª edição do Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat), evento promovido de 28 a 30 de novembro nas dependências da Federação e Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), na cidade de Porto Alegre, RS. O evento foi promovido em parceria pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) e pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS).

Doutora em Zootecnia e professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Priscila de Oliveira Moraes: “É preciso entender o que exatamente é um intestino saudável e, mais do que isso, como mantê-lo saudável” – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural
“Muitos já ouviram a frase ‘toda doença começa no intestino’, no entanto, estamos passando a enxergá-la por uma outra visão: que ‘toda a saúde começa no intestino’. Quando falamos que a doença inicia pelo intestino passamos a investigar como ela funciona e como devemos tratá-la. Nossa forma de estudar o intestino mudou para saber o que exatamente é um intestino saudável e, mais do que isso, como mantê-lo saudável. Esse é o grande desafio que os nutricionistas e demais profissionais do setor têm pela frente, uma vez que o desempenho do animal está intimamente relacionado com o intestino saudável”, enfatiza Priscila.
Conforme a docente, além de fazer todas as funções fisiológicas do intestino, que vão da digestão e absorção de nutrientes, esse ambiente precisa ser capaz de oferecer ao animal a capacidade de suportar estressores infecciosos e não infecciosos. “O intestino tem uma relação complexa e dinâmica dentro do corpo do animal. Para que as aves consigam ser resilientes aos fatores estressores possuem algumas estruturas protetoras, a primeira delas é uma barreira de microrganismos comensais, bactérias que são benéficas e que vão melhorar seu desempenho produtivo. A segunda é uma camada de muco que age como uma barreira química, depois vem a camada epitelial que forma uma barreira física, além da camada de lâmina própria, que é rica em células do sistema imune”, explica Priscila.
A professora da UFSC diz que uma das formas para verificar o estado da saúde intestinal das aves está em avaliar de forma visual as características das fezes nas unidades produtivas. “Quando enxergamos no aviário um material mal digerido, com muco e uma grande quantidade de água é sinal de que alguma coisa está perturbando a saúde intestinal dos animais, fazendo com que haja um desequilíbrio entre microbiota, imunidade e nutrição, ocorrência que precisa ser investigada. Nestes casos geralmente é abatida um percentual de aves do plantel para verificar a saúde intestinal a partir da visualização. Quando o intestino apresenta congestão (acúmulo de sangue tecidual), não absorve nenhum nutriente, o que prejudica o desempenho dos animais”, aponta a doutora em Zootecnia.
O que provoca o desequilíbrio intestinal
São vários os fatores que podem influenciar o equilíbrio intestinal, entre eles Patricia cita dietas com autoproteínas, que dificultam a digestão no intestino delgado; a contaminação por micotoxinas, que causa danos as células epiteliais intestinais; infecção por coccidiose, doença que prejudica o desenvolvimento das aves e causa diminuição da absorção de nutrientes, além de facilitar o surgimento de outras patologias; presença de polissacarídeos não amiláceos (PNAs) alteram a proporção de muco, modificando totalmente o ambiente intestinal da ave.
“Esse aumento de proteína é absorvido pelo ceco, que através da fermentação microbiana produz ácidos graxos voláteis, entretanto é sabido que animais que possuem um percentual maior de bactérias fermentadoras de proteína apresentam desempenho produtivo menor, uma vez que no intestino são necessárias bactérias fermentadoras de carboidrato para garantir maior eficiência do animal. Ademais, quando se tem o aumento de muco junto com a proteína favorece a entrada da bactéria Clostridium perfringens, que causa uma lesão na parede intestinal e favorece o aumento de outras bactérias como Prevotellaceae, a Escherichia coli e a Shigella, acarretando na diminuição de bactérias benéficas como a Ruminococcaceae e Lactobacillus sp.”, reforça a doutora em Zootecnia.
Ambiente tolerante
O sistema imunológico tem um papel fundamental na defesa do organismo, evitando que agentes externos nocivos afetem a saúde das aves. Conforme Patricia, esse é um sistema complexo que abrange uma série de células que funcionam, em conjunto, como uma grande barreira de proteção. “Grande quantidade de bactérias comensais, proporção ideal de muco e alta vilosidade do tecido intestinal garantem um ambiente tolerante à entrada de patógenos. Quando as células dendríticas reconhecem estes microrganismos comensais liberam interleucinas 10 e 17, as quais sinalizam ao sistema imune que ele pode ficar tolerante”, detalha Patricia.
No entanto, quando ocorre um distúrbio no intestino, o sistema imune fica responsivo, devido à alta carga de patógenos, que aumentam a mucogênese e reduzem a vilosidade da parede intestinal, apresentando problemas de absorção dos nutrientes. “O sistema imune do animal funciona como um seguro de carro, pagamos mensalmente com um pouco de nutrientes. Por sua vez, a demanda dele quando está num sistema tolerante é baixa, porém, quando apresenta um processo infeccioso é preciso pagar e a gente sabe que a franquia é cara, ou seja, o custo nutricional do sistema imune fica bastante caro quando ele está ativo e responsivo, porque, afinal, é o sistema imune que vai manter esse animal vivo”, enfatiza a professora da UFSC.
Segundo Patricia, quando as duas bactérias mais temidas da avicultura industrial – Clostridium perfringens e Eimeria spp. – são identificadas nas aves, o organismo ativa os sinalizadores moleculares – citocinas interleucina 1, interferon e fator de necrose tumoral – para acionar as células Th1, responsáveis por fazer a imunidade intracelular contra esses parasitas. “Acontece que o fator de necrose tumoral e a interleucina 1 não orquestram apenas a resposta imunológica no local do estresse, eles agem a nível sistêmico”, acentua.
Pesquisa com aditivos
Em uma pesquisa realizada recentemente com coccidiose, relacionado a aditivos fitogênicos e monensina, foram observados a variação no consumo de alimentos em relação a variação no ganho de peso dos animais desafiados sem nenhum tipo de aditivo, animais desafiados com aditivos fitogênicos ou monensina em comparação aos animais não desafiados.

Priscila de Oliveira Moraes foi convidada para palestrar para profissionais do setor avícola nacional durante a 6ª edição do Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat)
De acordo com a profissional, as amostras do jejuno foram coletadas no sétimo dia após a infecção, tendo os animais desafiados com monensina obtido menor variação no ganho de peso em relação ao controle dos animais não desafiados. Quando comparado os animais sem nenhum aditivo ou com fitogênicos ambos perderam a mesma quantidade de peso, mas a variação da fração do porquê perderam peso foi diferente. “Enquanto no controle os animais deixaram de ganhar peso porque pararam de comer, no fitogênico esses animais deixaram de ganhar peso porque estavam com o sistema imune muito alto. Quando avaliamos a interleucina 1, o interferon e NF-κB (que desempenha as funções como fator de transcrição e é o responsável por ativar mais citocinas pró-inflamatórias) todos estavam em níveis elevados”, explica Priscila.
Na semana seguinte, aos 28 dias, enquanto os animais desafiados no controle e com a monensina ainda perdiam peso, aqueles que receberam aditivo fitogênico diminuíram a expressão de interleucinas e o ganho de peso deles foi melhor do que quando comparado ao grupo de controle e de monensina, demonstrando o quanto o sistema imune estava influenciando no ganho de peso dos animais. “No entanto, quando tínhamos uma menor expressão gênica dessas citocinas pró inflamatórias os animais tiveram melhor ganho de peso”.
Ferramentas nutricionais
A professora da UFSC destaca que existe uma gama de ferramentas que podem ser utilizadas para melhorar a saúde intestinal dos frangos de corte, citando os fitogênicos, os probióticos e prebióticos, os quais modulam o perfil de bactérias, diminuindo a expressão gênica de interleucinas pró inflamatórias, principalmente melhorando a parte de junção firme entre os enterócitos. “Existem vários trabalhos que mostram quando usamos probióticos com cepas de Lactobacillus e Bacilos diminuímos a comunidade de Prevotellaceae e Escherichia coli, o que é ideal quando trabalhamos com esse tipo de ferramenta nutricional para manter o equilíbrio da microbiota intestinal”, expõe.
Contudo, a docente realça que o setor não possui ferramentas nutricionais que funcionem em todas as ocasiões, com exceção dos antibióticos. “Os mecanismos de ação não são totalmente elucidados quando falamos de probióticos, prebióticos e fitogênicos, ainda há resultados muito contraditórios na literatura, porque não temos modelos de desafios, a idade da ave é muito diferente quando infectada no desafio, o local, as formas de coleta e o grau de infecção são diferentes. Muitas vezes quando fazemos trabalhos com coccidiose usamos cepas vacinais e com isso percebemos que o resultado é completamente diferente de cepas de campo, então ainda é preciso criar um modelo nutricional padrão para o setor”, evidencia Patricia.
Perspectivas
Em relação as perspectivas o setor, Patricia reconhece que existe uma alta demanda por biomarcadores precoces, simples e confiáveis de saúde intestinal em aves. “Além de biomarcadores da Prevotellaceae e Escherichia coli, temos ainda biomarcadores relacionados à microbiota, status imune e à função da barreira das células do intestino. Só que percebo que a maioria deles são coletadas via sangue, urina e fezes, tendo que o material ser levado a um laboratório para que seja feita análise, então, provavelmente, quando o resultado chegar na mão do produtor o lote já estará vendido. Percebo que a disbiose ainda é, provavelmente, o maior desafio para o setor produtivo”, declara Patricia, complementando: “Há alguns projetos em estudo com biomarcadores precoces voltados para prevenção de doenças no rebanho, a fim de que não seja necessário adentrar ao aviário para encontrar fezes mal digeridas para só então iniciar um tratamento”.
Soluções que conectam o mundo físico e o digital fazem cada vez mais parte do dia a dia do campo, acelerando processos e aumentando a eficiência de atividades como da avicultura de corte, com destaque para a Internet das Coisas (IoT) e a biotecnologia. “A biotecnologia nos ajuda a melhorar os dados coletados para trabalhar e melhorar a eficiência produtiva das aves, porque eu não posso olhar apenas para uma ou duas espécies de bactérias, é preciso analisar o perfil de cada microbiota intestinal, porque das aves saudáveis é diferente de aves que estão em desequilíbrio, por isso que a nossa ‘bala de prata’ é associar um diagnóstico eficaz com as ferramentas nutricionais utilizando biomarcadores, que permitam nortear o setor avícola de forma prática”, menciona Priscila.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.






