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Saúde e produtividade: o papel da robustez imunológica das matrizes

Existe a necessidade de direcionar um maior foco na melhora da imunidade das matrizes, pois a ocorrência de infecções nesses animais gera um grande impacto na produtividade de toda a granja.

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Fotos: Divulgação/Topgen

Por João Cella, Gestor Comercial da Topgen

Na suinocultura, é comum a atenção com a imunidade estar mais concentrada nos leitões. Isso ocorre tanto com os recém-nascidos, em que há um empenho em garantir a mamada do colostro, como nas fases de maior risco de contaminação e infecções, ou seja, o crescimento e a terminação.

Entretanto, existe a necessidade de direcionar um maior foco na melhora da imunidade das matrizes, pois a ocorrência de infecções nesses animais gera um grande impacto na produtividade de toda a granja.

Embora a matriz seja um animal com sistema imunológico mais desenvolvido e menos exposto a maiores contaminações, é muito importante ressaltar que essas fêmeas são submetidas a períodos fisiológicos que reduzem a efetividade de seu sistema imune. Esses períodos são a gestação e o puerpério. Por isso, garantir sua robustez imunológica é fundamental para minimizar as perdas na capacidade dessas fêmeas enfrentarem agentes patogênicos.

Por que a imunidade das matrizes afeta tanto a rentabilidade da granja?

Naturalmente, uma imunidade falha aumenta o risco de infecções. Sem um funcionamento efetivo do sistema de defesa da matriz, os contaminantes disseminados no ambiente trazem um maior risco da ocorrência de doenças, principalmente de caráter respiratório e digestivo.

Os primeiros prejuízos a serem considerados são aqueles voltados à morbidade e mortalidade das matrizes. A mortalidade dessa categoria animal é um grande desafio em boa parte das granjas, o que impacta de forma significativa o retorno sobre o investimento. Muitas fêmeas podem vir a óbito sem desmamar nenhum leitão.

Apesar de a mortalidade representar uma grande perda produtiva, matrizes com baixa resistência imune podem apresentar prejuízos “silenciosos” que reduzem ainda mais a lucratividade.

Perdas que vão além da mortalidade

Um desses prejuízos está relacionado às falhas reprodutivas. Uma fêmea com baixa robustez imunológica possui maior suscetibilidade a patógenos que se multiplicam no sistema reprodutor, impedindo a fecundação e/ou o progresso da gestação e ocasionando repetição de cio.

Outro exemplo de prejuízo “silencioso” é a piora na digestibilidade e na conversão alimentar. Isso é decorrente de uma menor proteção da barreira gastrintestinal, favorecendo a multiplicação desses patógenos e gerando inflamação na mucosa, comprometendo o funcionamento das células absortivas. Com a menor absorção de nutrientes, a fêmea precisa consumir mais alimento, o que gera também um maior custo, para não ocorrer perda de desempenho.

Um outro prejuízo apresentado por matrizes menos resistentes é a menor qualidade do leite e do colostro. Com a menor capacidade de absorção intestinal e a alteração de vias bioquímicas decorrente da infecção, ocorre uma grande dificuldade de produzir e concentrar proteína e gordura, tanto no colostro quanto no leite. Como consequência, observa-se o comprometimento na sobrevivência e no ganho de peso dos leitões lactentes, o que também vai afetar o número de leitões que sobrevivem na creche.

Imunidade x eficiência produtiva

Como a matriz precisa de várias gestações para trazer o retorno sobre o investimento, a mortalidade confere uma perda econômica significativa, não apenas pela perda da matriz, mas também das leitegadas que deixam de ser produzidas.

Além disso, as matrizes podem ser uma fonte de contaminação para os leitões recém-nascidos. Uma melhor imunidade reduz a capacidade de replicação de patógenos no organismo da matriz, o que também impacta na disseminação dos agentes patogênicos para os leitões.

O que é a robustez imunológica?

É uma maior resistência natural a infecções, que pode ser obtida por meio de estratégias de manejo, de nutrição e de melhoramento genético que fortaleçam o sistema imune das matrizes. A robustez imunológica das matrizes é, portanto, um fator fundamental para uma produção economicamente sustentável.

A atenção a pontos estratégicos é crucial para fortalecimento da imunidade das matrizes. Um programa de vacinação eficiente é o primeiro passo. A implementação de um protocolo sanitário eficaz na granja, seguindo as melhores práticas, aumenta significativamente a capacidade de combater infecções, graças ao fortalecimento do sistema imunológico.

A redução do estresse também possui grande relevância sobre a robustez da imunidade do animal, pois leva a um acréscimo nos níveis do hormônio cortisol, um agente com propriedades imunossupressoras que enfraquece diversos elementos do sistema imunológico.

A nutrição também possui um papel decisivo na imunidade dessas fêmeas. Uma nutrição balanceada garante que as moléculas e as células do sistema imune sejam produzidas em quantidade e qualidade adequadas. Além disso, aditivos melhoradores de desempenho melhoram a imunidade da mucosa intestinal, diminuindo o risco de infecções.

Seleção genética: uma abordagem efetiva para aumentar a robustez imunológica das matrizes

O melhoramento genético possibilita a seleção de diversas características que contribuem para uma melhor capacidade de enfrentar desafios. A rusticidade, por exemplo, traz uma maior resistência natural a infecções, diminuindo a ocorrência de doenças e a mortalidade.

O temperamento das matrizes, selecionando animais mais dóceis e, portanto, com maior facilidade de adaptação, permite um manejo mais tranquilo, reduzindo a secreção de cortisol e a queda da imunidade associada ao estresse.

Por fim, a capacidade de manter uma ingestão de ração satisfatória mesmo no calor, associada a uma boa conversação alimentar, assegura uma nutrição adequada que supre a regeneração celular e a produção de energia. Ambas as características também são selecionadas geneticamente, e combinadas com outros atributos, colaboram de forma efetiva para uma maior robustez imunológica.

Conclusão

A seleção genética é, portanto, uma excelente ferramenta para obtenção de fêmeas com maior robustez imunológica, apresentando maior resistência, prolificidade, sobrevivência de leitões e menos dias não produtivos, tendo como plano de fundo uma boa conversão alimentar e maximizando o retorno sobre o investimento.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com João Cella

Suínos

Nova edição de Suínos evidencia os impactos da PSA na suinocultura chinesa e iniciativas sustentáveis no Brasil 

A publicação também destaca o início de um estudo fundamental para o futuro da suinocultura brasileira: o Projeto Suinocultura Sustentável do Brasil, liderado pela Embrapa Suínos e Aves.

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A mais recente edição de Suínos de O Presente Rural já está disponível na versão digital, trazendo à tona temas de grande relevância para o setor agropecuário global. A matéria de capa oferece uma análise detalhada sobre como a Peste Suína Africana (PSA) está transformando o cenário da suinocultura na China, o maior produtor e consumidor de carne suína do mundo. O país, responsável por mais de 50% da produção mundial de carne suína, depende fortemente da suinocultura para garantir a segurança alimentar de sua população de 1,4 bilhão de pessoas.

Embora a China esteja investindo em tecnologias de ponta e métodos de alta eficiência em algumas áreas, a reportagem expõe uma realidade contraditória, onde muitas fazendas ainda operam de maneira tradicional e, por vezes, rudimentar. Essa disparidade acentua os desafios enfrentados pelo país em um momento de choque causado pela PSA, doença que já devastou parte significativa da produção chinesa, provocando um abalo nas cadeias de abastecimento globais.

A edição também destaca o início de um estudo fundamental para o futuro da suinocultura brasileira: o Projeto Suinocultura Sustentável do Brasil, liderado pela Embrapa Suínos e Aves. A iniciativa visa padronizar a mensuração da sustentabilidade no setor, oferecendo métricas adequadas à realidade nacional. A importância desse estudo reside na crescente demanda por práticas sustentáveis, tanto por parte dos consumidores quanto dos mercados internacionais, e o Brasil busca se posicionar como um exemplo global de sustentabilidade na produção de carne suína.

Além disso, a publicação traz uma série de reportagens sobre as agroindústrias de carne suína que já estão adotando práticas sustentáveis. Em Minas Gerais, por exemplo, uma fazenda conseguiu neutralizar suas emissões de gases do efeito estufa e ainda capturar carbono, um modelo que pode servir de inspiração para outras propriedades do setor.

O conteúdo desta edição também explora debates de alto nível ocorridos no Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), onde grandes indústrias da carne suína nacional compartilharam suas perspectivas e desafios. A publicação apresenta ainda uma análise do mercado de rações no Brasil, com previsão de um crescimento de 2,4% na produção em 2024 em comparação com o ano anterior.

Há ainda artigos técnicos escritos por profissionais de renome do setor falando sobre manejo, inovação, produtos, bem-estar e as novas tecnologias existentes no mercado. A publicação conta ainda com matérias que trazem novidades das principais e mais importantes empresas do agronegócio nacional e internacional.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos Editorial

Sustentabilidade invisível prejudica o agro

Sem dados concretos e específicos para o Brasil, a sustentabilidade dessas iniciativas permanece invisível aos olhos dos mercados internacionais, o setor acaba sendo avaliado por métricas globais genéricas que não refletem nossa realidade.

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Foto: Divulgação

Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do O Presente Rural

É com grande expectativa que acompanhamos o início de um estudo fundamental para a suinocultura brasileira, que promete lançar luz sobre um dos maiores desafios enfrentados pelo setor: a mensuração real e padronizada da sustentabilidade. Liderado pela Embrapa Suínos e Aves, o “Projeto Suinocultura Sustentável do Brasil” busca criar métricas adaptadas à realidade brasileira, oferecendo ao setor um caminho claro para comprovar seus esforços sustentáveis. Contudo, uma pergunta inevitável paira no ar: por que esse projeto, tão crucial, demorou tanto a sair do papel?

Há muito tempo, a suinocultura brasileira vem adotando práticas sustentáveis, seja na redução do uso de antibióticos, no manejo eficiente de água e ração, ou na utilização de biodigestores para gerar energia limpa. No entanto, sem dados concretos e específicos para o Brasil, a sustentabilidade dessas iniciativas permanece invisível aos olhos dos mercados internacionais – e, pior ainda, o setor acaba sendo avaliado por métricas globais genéricas que não refletem nossa realidade. Isso prejudica a competitividade de nossos produtos no cenário global, uma vez que, sem indicadores precisos, os avanços feitos pelos produtores brasileiros ficam no plano do discurso, o famoso “gogó”.

Esse estudo, que está apenas começando, deveria ter sido uma prioridade há anos. Não é segredo que os mercados internacionais são cada vez mais exigentes quando o assunto é sustentabilidade. E não há dúvida de que a criação de um protocolo nacional de indicadores, adaptados ao nosso contexto, será um divisor de águas. Não apenas para a suinocultura, mas para todas as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.

O agronegócio brasileiro é diversificado e poderoso, e a suinocultura está longe de ser a única cadeia que sofre por não ter métricas precisas de sustentabilidade. Setores como a avicultura, bovinocultura, agricultura de grãos e tantos outros enfrentam os mesmos desafios. O que estamos assistindo com este projeto pioneiro pode – e deve – servir de exemplo para todas as cadeias produtivas do agro. Precisamos de indicadores próprios que nos permitam medir com precisão o impacto ambiental de nossa produção, além de mostrar ao mundo que o Brasil é, de fato, sustentável.

É o momento de deixar para trás a “sustentabilidade de gogó” e abraçar a mensuração real dos nossos progressos. Mais do que uma ferramenta de comunicação, esses dados serão um pilar estratégico para garantir nossa competitividade e, consequentemente, nossa presença em mercados internacionais cada vez mais criteriosos.

O Projeto Suinocultura Sustentável do Brasil é uma peça-chave nesse processo, mas é apenas o começo de um movimento maior. Este estudo precisa abrir caminho para que todos os setores do agronegócio adotem a mesma postura: mensurar, aprimorar e, finalmente, mostrar ao mundo que o Brasil não só fala de sustentabilidade – o Brasil a pratica.

Se quisermos continuar a ser líderes globais em produção agropecuária, precisamos garantir que nossas ações estejam respaldadas por dados concretos. O caminho da sustentabilidade passa, antes de tudo, pela transparência e pela responsabilidade. E este estudo é o primeiro passo para que todas as cadeias produtivas do Brasil sigam essa jornada essencial.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Giuliano De Luca
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Suínos

Eficiência no uso de fontes alternativas ao Óxido de Zinco

Prática comum em dietas de leitões recém desmamados, sendo considerado um importante agente antimicrobiano no controle da incidência de diarreias por E.coli.

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Foto: Shutterstock

Por Andréia Vilas Boas, Zootecnista, mestre em Produção Animal Sustentável e Coordenadora Técnico Comercial na Vidara do Brasil

A promoção da saúde intestinal de leitões na fase pós-desmame é fundamental para um melhor aproveitamento dos nutrientes, manutenção de saúde, melhor desempenho e redução de perdas na fase de creche.

O zinco é um micronutriente essencial que influencia de maneira significativa o crescimento e produtividade de leitões, atuando como cofator para diversas enzimas, na função imune, digestão, defesa antioxidante, expressão de citocinas inflamatórias, entre diversas outras reações metabólicas.

A utilização do zinco na forma de Óxido de Zinco é uma prática comum em dietas de leitões recém desmamados, sendo considerado um importante agente antimicrobiano no controle da incidência de diarreias por E.coli.

Doses farmacológicas de Óxido de Zinco (entre 2.400 e 3.000ppm), aliadas a mecanismos multifatoriais de ação, atuam de forma benéfica no controle de diarréia por E.coli, inibindo e/ou reduzindo a atividade desta no trato gastrointestinal dos animais.

Interferências negativas

Apesar do Óxido de Zinco ser conhecido como uma importante ferramenta para controle de diarreia, seu uso em elevada concentração e tempo prolongado pode interferir negativamente no metabolismo por diferentes vias, como no acúmulo excessivo nos tecidos, redução de consumo, resistência antimicrobiana, além dos riscos significativos ao meio ambiente, com destaque para seu potencial poluidor e de acúmulo de metais pesados em solo e lâmina d’água.

Estudos recentes apontam que altos níveis de óxido de zinco nas dietas não são eficientemente regulados nos diferentes órgãos, alterando o metabolismo de minerais traço como cobre e ferro. Sua absorção é inversamente proporcional ao seu consumo, e seu excesso prejudica a absorção de cobre e o metabolismo de ferro, podendo inclusive induzir os animais à anemia e gerar perdas significativas.

Alternativas

Dessa forma, fontes alternativas comumente utilizadas na Europa, como o Óxido de Zinco Ativado, vêm sendo empregadas em diferentes regiões do Brasil, permitindo uma substituição significativa da fonte padrão por fonte ativada em doses reduzidas,  devido sua tecnologia patenteada que ativa suas moléculas, reduzindo o tamanho de partículas e aumentando significativamente sua superfície de ação, promovendo assim maior biodisponibilidade com impacto significativo na função intestinal e melhoria de desempenho zootécnico em leitões e bezerros.

No mercado brasileiro existe fonte ativada de oxido de zinco com excelente biodisponibilidade, que auxilia efetivamente no controle de diarreia pós-desmame, permitindo uma substituição segura e econômica, além de reduções significativas do potencial poluidor desse mineral.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Andréia Vilas Boas
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