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São Paulo projeta safra de 340 mil toneladas para 2025

Estimativas da Câmara Setorial apontam safra entre as melhores dos últimos três anos, impulsionada por clima favorável e baixa incidência de doenças.

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Foto: Gilson Abreu

Com estimativas que apontam uma das melhores colheitas dos últimos três anos, e produtividade média entre 3.500 e 4.000 toneladas, com expectativa de alcançar 340 mil toneladas no total, o cenário do trigo em São Paulo é de otimismo. Os números foram apresentados durante a segunda reunião da Câmara Setorial do Trigo, realizada nesta quinta-feira (31), na sede da Ouro Safra, em Pilar do Sul (SP). O encontro, transmitido ao vivo pelo YouTube, reuniu representantes da cadeia produtiva, além do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e especialistas da consultoria Lastro e da StoneX.

Estimativa da Câmara Setorial do Trigo considera clima favorável e baixa incidência de doenças, apontando uma das melhores produção dos últimos três anos – Fotos: Divulgação/Sindustrigo

A atual safra, segundo o vice-presidente da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, José Reinaldo Oliveira, representa um momento animador para o setor. “Apesar de um breve período de instabilidade, o clima neutro predominante favoreceu o desenvolvimento das lavouras e contribuiu para a baixa ocorrência de doenças, o que reduziu a necessidade de intervenções no campo. A sanidade das plantas está excelente, e tudo indica que os produtores colherão volumes superiores aos das últimas safras”, avaliou.

As projeções de produtividade podem ser ainda maiores em áreas irrigadas ou conduzidas com manejo mais intensivo. “Com base nos dados discutidos na Câmara, São Paulo deve ultrapassar as 340 mil toneladas. Embora já tenhamos registrado números superiores em anos anteriores, essa será uma marca positiva, especialmente diante da redução de área e da competição com o milho safrinha”, pontuou Oliveira.

Entre os principais desafios enfrentados pelos produtores nesta safra estão os altos custos de produção e o aumento dos juros sobre o crédito rural. De acordo com o vice-presidente, esses fatores impactaram diretamente o planejamento das lavouras e limitaram a expansão de área cultivada. “A insegurança financeira levou muitos agricultores a optarem por culturas de menor investimento ou até mesmo a não plantar”, lembrou.

Reflexos de um estado alinhado ao agronegócio

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Filizzola, o fortalecimento da cadeia produtiva é o principal motor de crescimento do setor. “Quando a cadeia está bem estruturada e organizada, ela avança mesmo sem depender tanto do poder público. Mas o nosso papel é apoiar — é uma obrigação”, destacou.

Segundo ele, as câmaras setoriais têm papel estratégico por reunirem todos os elos da produção, desde o agricultor até a agroindústria e o exportador. “Esse formato é fundamental para o fortalecimento do setor”, pontuou.

O secretário também destacou o papel do agronegócio no desempenho da economia paulista. “Em 2025, o agro puxou o crescimento do PIB estadual, com alta de 8%, enquanto os serviços cresceram 3% e a indústria, apenas 0,9%. É o campo que está impulsionando São Paulo”, contextualizou, ao destacar que a região é uma potência agroambiental. “Produzimos com sustentabilidade e preservamos como nenhum outro país. Temos a maior diversidade de culturas e um papel decisivo na segurança alimentar global”, frisou, ao usar a produção de trigo como exemplo.

Mercado global deve pressionar preços do trigo brasileiro

Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Filizzola

Durante o evento, o analista da StoneX, Jonathan Pinheiro, destacou os riscos de mercado que cercam a safra atual na região, que deve ser ligeiramente menor em comparação ao ciclo anterior.

Segundo ele, o cenário global impõe uma forte pressão sobre os preços, já que cerca de 80% da safra mundial está sendo colhida neste momento. “Estamos muito próximos do piso de mercado, o que exige atenção redobrada na gestão de risco”, afirmou.

No mercado internacional, a demanda segue aquecida, mas estoques elevados na Argentina geram uma pressão adicional sobre os preços no Brasil, mesmo com uma produção nacional menor, o que aumenta a necessidade de importações.

“O momento no Brasil é de consolidação da safra, e ainda precisamos aguardar para ter uma noção mais precisa do volume final. Enquanto isso, fatores cambiais seguem sendo determinantes”, explicou.

ICMS permite maior previsibilidade financeira e reinvestimento na produção de trigo

Durante o encerramento da reunião, os consultores da Lastro, Gustavo Lopes Venâncio e Viviane Morales, apresentaram detalhes sobre o benefício fiscal de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) voltado ao produtor rural. São Paulo é um dos poucos estados que permitem a recuperação eletrônica e segura do imposto, desde que respeitadas as exigências legais.

Segundo os especialistas, muitos produtores ainda desconhecem a possibilidade de reaver o ICMS pago na compra de insumos como fertilizantes, embalagens, óleo diesel, bens de ativo imobilizado e mercadorias adquiridas fora do estado. “O crédito pode ser resgatado referente aos últimos cinco anos. Em uma compra de R$ 10 mil em adubos, por exemplo, é possível recuperar R$ 400; já em sacarias e embalagens, o valor pode chegar a R$ 1.800”, explicou o consultor.

Para acessar o benefício, o produtor deve estar regularizado com inscrição estadual e CNPJ, apresentar notas fiscais em nome próprio e comprovar a posse ou exploração da terra.

A solicitação deve ser feita à Secretaria da Fazenda, com documentação específica elaborada conforme as normas vigentes. “O valor recuperado não é devolvido em dinheiro, mas creditado em uma conta vinculada ao sistema da Fazenda, podendo ser usado para pagar fornecedores de insumos, máquinas ou embalagens, por meio de cessão de créditos aprovada pelo Fisco. Além de reduzir custos de produção, o benefício permite maior previsibilidade financeira e reinvestimento direto na lavoura”, complementou Viviane. A reunião completa pode ser assistida no canal do Sindustrigo no YouTube.

Fonte: Assessoria Sindustrigo

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Alta umidade do solo cria ambiente favorável para desenvolvimento da safra verão

Volume acima da média favorece germinação e crescimento inicial, mas excesso hídrico aumenta risco fitossanitário em regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste; monitoramento permanece essencial.

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Foto: José Fernando Ogura

Nos últimos dias, o volume de chuva acumulado ultrapassou 70 milímetros em grande parte das regiões produtoras da safra de verão. Em vários polos produtivos, os índices registrados ficaram entre 10% e mais de 200% acima da média histórica, indicando episódios de precipitação intensa, segundo o relatório técnico da EarthDaily. “Do ponto de vista agronômico, esse excesso hídrico favorece a fase inicial do ciclo das culturas, beneficiando germinação, estabelecimento das plantas e expansão vegetativa, além de reduzir riscos associados à semeadura tardia ou irregular. Porém, chuvas concentradas em determinadas áreas podem gerar encharcamento, atrasar operações de campo e elevar o risco fitossanitário em locais mais vulneráveis”, afirma Felippe Reis, analista de cultura da EarthDaily.

Apesar da elevação da umidade do solo, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) permanece próximo da média histórica, porém com trajetória desfavorável, semelhante ao padrão observado na safra 2024. A recuperação hídrica recente deve apoiar o avanço do desenvolvimento das lavouras, mas ainda será necessário acompanhar a resposta do NDVI nas próximas semanas para confirmar se essa melhora se traduzirá em ganhos consistentes de vigor e condição produtiva ao longo do ciclo.

Em Goiás, o NDVI encontra-se no menor nível dos últimos cinco ciclos, porém permanece em patamar semelhante ao da safra 2020/21, que apresentou produtividade satisfatória. Esse fator reduz a preocupação no momento. O aumento recente da umidade do solo e a previsão de manutenção de níveis elevados no curto prazo  podem favorecer a recuperação das lavouras de soja no estado.

No Mato Grosso do Sul, o NDVI está próximo da média, porém com dinâmica pouco favorável, também semelhante ao comportamento observado no ano ruim de 2024. Ainda assim, a umidade do solo registrou forte elevação nos últimos dias e deve permanecer alta no curto prazo, com as lavouras se recuperando, embora o excesso hídrico possa ampliar o risco fitossanitário.

Em Minas Gerais, o vigor da vegetação continua abaixo da média nas áreas de lavouras de verão. No entanto, a umidade do solo apresenta tendência de aumento e deve seguir nesse movimento no curto prazo, criando condições favoráveis para a recuperação das lavouras.

 Atenção no Sul

Na região Norte do Paraná, as chuvas intensas registradas recentemente podem ter provocado efeitos adversos sobre as lavouras de verão, especialmente em solos mais suscetíveis ao encharcamento. Entre os principais riscos estão atrasos no desenvolvimento vegetativo e aumento da incidência de doenças associadas ao excesso de umidade. A previsão de continuidade de precipitações elevadas reforça a necessidade de monitoramento constante para identificação precoce de eventuais perdas e avaliação de impactos sobre o manejo e o cronograma das próximas fases do ciclo.

Após os episódios de chuva intensa observados nos últimos dias, as projeções dos modelos ECMWF e GFS indicam volumes reduzidos de precipitação no curto prazo no Rio Grande do Sul. Essa condição deve contribuir para a diminuição do risco de encharcamento do solo, favorecendo a recuperação das áreas afetadas e a normalização das operações de campo, especialmente nas regiões com maior saturação hídrica recente.

Os modelos ECMWF e GFS apontam precipitações acima da média para grande parte da zona produtora de soja no curto prazo, mantendo um cenário predominantemente úmido. No entanto, algumas áreas devem registrar volumes mais modestos, especialmente no extremo Sul e em porções do Norte da região sojicultora. Essa heterogeneidade pode resultar em condições contrastantes, com risco de excesso hídrico em algumas lavouras e manutenção de limitações pontuais em áreas menos favorecidas.

Entre 10 e 17 de dezembro, as projeções indicam manutenção de níveis elevados de umidade do solo na maior parte da área agrícola, com possibilidade de excedente hídrico, sobretudo entre Paraná e São Paulo. Nessas regiões, o risco agronômico está associado à saturação do solo, restrição do desenvolvimento radicular e maior suscetibilidade a doenças.

Em sentido oposto, o oeste da Bahia tende a apresentar redução da umidade no período, o que pode reintroduzir limitações hídricas pontuais em áreas onde o avanço vegetativo ainda depende de maior regularidade das chuvas para consolidação do potencial produtivo neste início de ciclo.

Fonte: Assessoria EarthDaily
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USDA mantém projeção de esmagamento recorde de soja para 2025/26

Projeção segue em 69,5 milhões de toneladas enquanto Argentina reduz impostos sobre grãos e a União Europeia adia a entrada em vigor da lei antidesmatamento.

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Foto: Daiane Mendonça

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a projeção de esmagamento recorde de soja na safra 2025/26, estimada em 69,5 milhões de toneladas, mesmo diante da retração das margens de processamento observada nos últimos meses. A manutenção do volume reflete a expectativa de que a demanda siga sustentada, especialmente em função das políticas de combustíveis renováveis. Segundo o órgão, a definição das metas obrigatórias e das possíveis isenções deve ocorrer no início de 2026, fator que será determinante para o ritmo de consumo de óleo de soja no país.

Foto: Divulgação/OP Rural

Na América do Sul, o governo da Argentina anunciou a redução permanente das alíquotas de exportação para grãos e derivados, em uma tentativa de aliviar a carga tributária sobre o setor agropecuário. A taxa aplicada à soja foi reduzida de 26% para 24%, enquanto os subprodutos tiveram corte de 24,5% para 22,5%. Para trigo e cevada, a alíquota caiu de 9,5% para 7,5%; milho e sorgo passaram de 9,5% para 8,5%; e o girassol, de 5,5% para 4,5%. De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, a medida busca reforçar a competitividade da agroindústria argentina, responsável por cerca de 60% das exportações do país.

Na Europa, o Conselho Europeu e o Parlamento chegaram a um acordo provisório para adiar em um ano a entrada em vigor da Lei Antidesmatamento (EUDR). A proposta ainda precisa ser votada, com previsão entre os dias 15 e 18 de dezembro. Caso seja aprovada, grandes operadores terão prazo até 30 de dezembro de 2026 para se adequar às exigências, enquanto pequenos operadores — incluindo pessoas físicas e micro ou pequenas empresas — terão até 30 de junho de 2027.

A EUDR proíbe a comercialização, no mercado europeu, de produtos ligados às cadeias de cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha e pecuária oriundos de áreas desmatadas após 30 de dezembro de 2020. O regulamento exige ainda que importadores garantam a rastreabilidade das mercadorias, com o objetivo de assegurar que o consumo europeu não esteja associado a novos desmatamentos.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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Corte de incentivos acende alerta no campo e pressiona custos da produção

Redução de benefícios tributários pode elevar impostos sobre insumos e alimentos em meio a perdas climáticas e alto endividamento dos produtores.

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Foto: Shutterstock

O Sistema Faep vê com preocupação a aprovação do PLP 128/2025, pelo Congresso Nacional, que promove a redução mínima de 10% dos benefícios federais de natureza tributária, financeira e creditícia. A diminuição prevista se refere aos incentivos e benefícios que já incidem sobre os seguintes tributos federais: PIS/Pasep; PIS/Pasep-Importação; Cofins; Cofins-Importação; IPI; IRPJ; CSLL; imposto de importação; e contribuição previdenciária do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada.

“Esses benefícios são importantes para a gestão no meio rural, com impacto significativo nas contas do produtor rural. Num momento complicado como o atual, onde as intempéries climáticas têm gerado perdas no campo e o endividamento do setor está alto, não podemos aceitar uma medida como essa”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Vamos continuar trabalhando para tentar reverter essa decisão ou, ao menos, procurar uma saída que possa compensar a redução”, complementa.

O projeto prevê redução em 10% dos benefícios tributários, impactando a produção, com aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre insumos, e a venda de produtos agropecuários (corte do crédito presumido). Ainda, a medida reduz o crédito presumido da indústria de alimentos e rações e o lucro presumido.

“É preciso que os setores produtivos sejam ouvidos. A agropecuária, principal pilar da economia do país, será severamente atingida com essa medida, pois vai penalizar quem produz, desestimular o investimento, comprometer a competitividade e colocar ainda mais pressão de custos sobre a produção de alimentos”, afirma Meneguette.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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