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Santa Catarina terá 117 feiras e eventos agropecuários no ano
Regiões serrana, extremo e meio oeste programam maior número de exposições no Estado. Abril, maio e setembro têm programação mais extensa
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), em parceria com os 92 Sindicatos Rurais associados no Estado, elaborou o calendário de feiras e eventos agropecuários para 2021. Ao todo, serão 117 exposições entre janeiro a dezembro em todas as regiões catarinenses.
De acordo com o vice-presidente de Finanças da FAESC e coordenador dos programas de bovinocultura e ovinocultura de corte, Antônio Marcos Pagani de Souza, com o controle da pandemia e a vacinação prevista no Estado, a maioria dos eventos voltará a ser presencial. Porém, segundo o dirigente, muitos municípios também manterão o modelo virtual dos leilões e feiras adotado em 2020 durante a crise sanitária.
“Os leilões on-line surgiram para evitar aglomerações na pandemia, porém foi um modelo aprovado pelos produtores e compradores, devido à maior facilidade na organização e o maior alcance na comercialização. A maioria dos compradores prefere leilões presenciais para conferir de perto os animais ofertados, mas, com certeza, o formato virtual é uma inovação que veio para ficar no Estado”, ressalta Pagani.
O maior município da serra catarinense, Lages, tem mais de 20 feiras e eventos programados para o ano. De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Márcio Pamplona, os leilões do primeiro semestre serão virtuais. “Decidimos pelo formato on-line para maior prevenção e para anteciparmos a organização dos eventos que acontecem antes da vacina e do controle total da pandemia. A nossa expectativa para o ano é a melhor possível”, ressalta.
Água Doce, no meio oeste catarinense, programa mais de 10 eventos no ano. O presidente do Sindicato Rural, Nilton Bedin, afirma que os leilões e feiras serão mistos, mesclando os dois formatos durante o ano todo, conforme autoriza Portaria nº 999 do Governo do Estado. “Esperamos mais público durante o ano, pois a procura por animais é muito grande”, projeta.
O presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, demonstra otimismo para 2021, com o fim da pandemia e crescimento do setor em todo o País. “O Agro não parou em 2020 e registrou o segundo maior aumento no número de empregos no Brasil, atrás apenas da construção civil. Para 2021, prevemos alta de 3% do PIB do agronegócio (R$ 1,8 trilhões) e de 4,2% no Valor Bruto da Produção (R$ 941 bilhões), além da maior demanda do mercado externo. Santa Catarina lidera esse crescimento e as feiras e eventos são fundamentais para movimentar o setor”, sublinha Pedrozo.
Confira a Programação
Nome do Evento | Local | Janeiro |
Feira de Gado Geral | Água Doce | 23 |
Nome do Evento | Local | Fevereiro |
Remate do Gado Geral | São Miguel do Oeste | 13 |
Potros & Potrancas – Cabanha Maior | Lages | 20 |
Leilão Fazenda Santa Rita e São Joaquim | Caçador | 21 |
Nome do Evento | Local | Março |
Campo Demonstrativo – 6º Clube da Bezerra | Videira | 3 a 5 |
Feira do Gado Geral | Painel | 6 |
Leilão de Terneiro e Terneira | Campos Novos | 6 |
Remate do Gado Geral | São Miguel do Oeste | 20 |
Feira do Gado Geral | Lages | 20 |
Leilão do Gado Geral | Concórdia | 27 |
Leilão do Gado Geral | São Lourenço do Oeste | 28 |
Nome do Evento | Local | Abril |
Feira de Gado de Leite de Seara | Seara | 1 |
Feira do Gado Geral e Feira do Terneiro | Capão Alto | 6 |
Feira do Terneiro | Caçador | 4 |
Leilão do Gado Geral | Campo Erê | 10 |
Feira de Bovinos | Mafra | 10 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Urupema | 10 |
Leilão do Gado Geral | Capinzal | 10 |
Leilão do Terneiro e da Terneira | Capinzal | 10 |
Feira do Terneiro e Gado Geral | Matos Costa | 11 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Bom Retiro | 11 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Fraiburgo | 17 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Água Doce | 18 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Anita Garibaldi | 18 |
Feira do Terneiro e da Terneira | São Joaquim | 21 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Campo Belo do Sul | 24 |
Feira do Terneiro, Terneira, Novilha, Reprodutores Bovinos e Arremate de Gado Geral | Santa Cecília | 24 |
Remate de Gado Geral | São Miguel do Oeste | 24 |
Bovicorte – Feira do Gado de Corte Programa ATeG | Chapecó | 24 |
Amostra Regional Gado de Corte e Gado de Leite | Major Vieira | 24 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Urubici | 24 |
EXPOTÍLIAS | Treze Tílias | 25 |
Feira da Terneira | Bom Jardim da Serra | 25 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Joaçaba | 25 |
Feira do Terneiro e da Terneira | São José do Cerrito | 25 |
Nome do Evento | Local | Maio |
Feira do Terneiro | Bom Jardim da Serra | 1 |
Feira do Terneiro e da Terneira – Etapa I | Lages | 3 |
Exposição Morfológica de Cavalos Crioulos | Lages | 5 a 9 |
Exposição e Feira de Ovinos | Mafra | 8 |
Feira de Bovinos | Mafra | 8 |
Leilão Doma e Laço – Crioulos da Serra | Lages | 8 |
Feira do Terneiro e da Terneira – Etapa II | Lages | 8 |
Feira do Terneiro e Feira de Gado Geral | Ponte Serrada | 8 |
Feira da Terneira | Curitibanos | 9 |
Feira do Terneiro | Curitibanos | 9 |
Feira do Gado Geral e Reprodutores e Ovinos | Bom Jardim da Serra | 9 |
Feira do Gado Geral | Curitibanos | 10 |
Feira de Reprodutores Bovinos | Curitibanos | 10 |
Feira do Gado Geral | Lages | 10 |
Expocampos | Campos Novos | 13 a 16 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Correia Pinto | 15 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Campos Novos | 15 |
Remate Pecuária Abdonense | Abdon Batista | 16 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Bocaina do Sul | 22 |
Remate do Gado Geral | São Miguel do Oeste | 22 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Capão Alto | 22 |
Expofeira a Feira de Gado Geral | Água Doce | 23 |
Feira do Terneiro e da Terneira | Painel | 23 |
Feira de Gado Geral | Concórdia | 28 |
Pecuária Show Catarinense – Feira de Terneiros e Terneiras | Tubarão | 29 |
Leilão do Gado Geral | São Lourenço do Oeste | 30 |
Feira do Terneiro e Gado Geral | Caçador | 30 |
Nome do Evento | Local | Junho |
Leilão Genética e Produção | Água Doce | 5 |
Feira de Inverno – Gado Geral | Lages | 14 |
Leilão do Gado Geral | Zortéa | 19 |
Leilão de Reprodutores Multiraças | São Miguel do Oeste | 25 |
Exposição Passaporte Expointer – Cavalos Crioulos | Lages | 25 e 26 |
Remate do Gado Geral | São Miguel do Oeste | 26 |
Nome do Evento | Local | Julho |
Feira de Gado Geral | Capão Alto | 3 |
Leilão Charolês do Contestado | Água Doce | 3 |
FEAGRO | Braço do Norte | 8 a 11 |
Freio do Proprietário e Freio Jovem – Cavalos Crioulos | Lages | 16 e 17 |
Feira da Novilha e Reprodutor | Água Doce | 17 |
Leilão Branco de Charolês | Caçador | 18 |
Leilão – Genética Planalto Norte | Mafra | 24 |
Leilão do Gado Geral | Concórdia | 25 |
Dia de Campo e Negócios 3 Maria Agronegócios | Videira | 31 |
Leilão – Genética Planalto Norte | Mafra | 31 |
Nome do Evento | Local | Agosto |
Leilão e Shoppin Fazenda Sonho e Realidade | Água Doce | 15 |
Leilão Guarda Mór – Genética | Lages | 18 |
Remate do Gado Geral | São Miguel do Oeste | 21 |
Feira da Primavera | Campos Novos | 28 |
Nome do Evento | Local | Setembro |
Feira da Primavera | Fraiburgo | 4 |
Leilão Amigos da Pecuária | Caçador | 5 |
Leilão Fazendas Mãe Rainha e Meia Lua – Matrizes | Lages | 9 |
Exposição e Feira de Ovinos | Mafra | 11 |
Exposição e Feira Agropecuária | Mafra | 11 |
Leilão Fazendas Mãe Rainha e Meia Lua – Touros | Lages | 11 |
Leilão Virtual – Cabanha São Luiz – Ivo Tadeu Bianchini | Lages | 15 |
Leilão Primavera | Ponte Serrada | 18 |
Leilão VP – Angus e Brangus | Lages | 18 |
Feira da Primavera de Caçador | Caçador | 19 |
Feira do Gado Geral | Biguaçú | 19 |
Leilão de Gado – Programa ATEG | São José do Cerrito | 19 |
Leilão de Produção – Fazenda Guarda Mór Angus e Brangus | Lages | 21 |
Leilão Top Devon – Cruzas | Lages | 24 |
Leilão Top Devon – Reprodutores e Matrizes | Lages | 25 |
Feira da Primavera | Água Doce | 25 |
EXPOARCS | São Joaquim | 26 |
Nome do Evento | Local | Outubro |
Feira de Gado Geral | Capinzal | 2 |
Feira de Gado Geral Fêmas | Curitibanos | 2 |
Feira de Gado Geral Machos | Curitibanos | 3 |
Feira de Reprodutores Bovinos | Curitibanos | 3 |
Feira de Gado Geral e Reprodutor | Correia Pinto | 9 |
EXPOLAGES 2021 | Lages | 12 a 17 |
Feira do Gado Geral | Santa Cecília | 17 |
Feira do Gado Geral | Biguaçu | 17 |
BOVIEXPO 2021 | Chapecó | 21 a 23 |
Feira do Gado Geral e Reprodutores | Tijucas | 23 |
Remate do Gado Geral | São Miguel do Oeste | 30 |
Nome do Evento | Local | Novembro |
Feira de Gado Geral e Reprodutores | Anita Garibaldi | 6 |
Feira da Novilha, Novilho, Reprodutor e Gado Geral | São José do Cerrito | 7 |
EXPOIOMERÊ | Iomerê | 12 a 14 |
Feira de Gado Geral | Zorteia | 13 |
Feira de Gado Geral e Reprodutor | Capão Alto | 13 |
Leilão do Gado Geral | Concórdia | 20 |
Feira do Gado Geral | Lages | 22 |
Nome do Evento | Local | Dezembro |
Remate de Gado Geral | São Miguel do Oeste | 4 |
Leilão Prenhez Positiva | Caçador | 11 |
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.