Suínos Mercado Externo
Santa Catarina segue com alta nas exportações de carne suína
Mês de março foi marcado pela alta nos embarques para China, retomada do mercado russo e crescimento nas vendas para o Japão

Maior produtor nacional de carne suína, Santa Catarina continua expandindo seus mercados internacionais. O mês de março foi marcado pela alta nos embarques para a China, a retomada do mercado russo e o crescimento nas vendas para o Japão. Como resultado, o estado exportou 29,7 mil toneladas de carne suína, faturando mais de US$ 57,8 milhões – um aumento de 13,4% em relação ao mesmo período de 2018.
“A qualidade dos produtos catarinenses e o cuidado com a sanidade animal, fazem do estado o maior exportador de carne suína do país. Hoje 55% das exportações brasileiras de carne suína têm origem em Santa Catarina. Podemos nos orgulhar em dizer que a produção catarinense é capaz de competir nos mercados mais exigentes do mundo”, ressalta o secretário da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa.
No último mês, Santa Catarina exportou 29,7 mil toneladas de carne suína, 16,2% a mais do que no ano anterior e 6,3% a mais do que em fevereiro. As exportações geraram receitas que passam de US$ 57,8 milhões, uma alta de 13,4% em relação a março de 2018 e de 10,3% na comparação com fevereiro. Os bons números são resultado do aumento nas vendas para os principais países importadores.
A China segue como o maior comprador da carne suína produzida em Santa Catarina e a tendência é de que as compras aumentem ainda mais nos próximos meses. “A suinocultura chinesa vem atravessando uma séria crise, decorrente da ocorrência de mais de uma centena de focos de peste suína africana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima uma queda de 5% na produção chinesa de carne suína em 2019. Com isso, alguns analistas acreditam que o país pode dobrar o volume de carne suína importada”, explica o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Alexandre Giehl.
Em março, 40% das exportações catarinenses do produto foram para abastecer o mercado chinês. No último mês, os chineses compraram 12 mil toneladas de carne suína, gerando receitas de mais de US$ 23,8 milhões – um aumento de, respectivamente, 23,6% e 21% em relação a março de 2018.
Rússia
Aos poucos, a Rússia retoma as importações de carne suína, que ficaram suspensas de novembro de 2017 a novembro de 2018. No último mês, esse foi o quarto maior destino para o produto catarinense, com 1,86 mil toneladas e US$ 4,7 milhões de faturamento. Lembrando que o mercado russo já foi o principal comprador da carne suína catarinense, chegando a 102,1 mil toneladas em 2017.
Japão
O grande destaque do mês de março foi o Japão, que ampliou as compras em 208,5%. Santa Catarina exportou 1,4 mil toneladas para aquele país no último mês. “Os volumes ainda são pequenos, mas o mercado japonês é uma grande conquista para Santa Catarina. Esse é o país mais exigente do mundo para a importação de carnes, o que demonstra a qualidade e a credibilidade da produção catarinense”, destaca o secretário Ricardo de Gouvêa.
Acumulado do ano
De janeiro a março de 2019, Santa Catarina respondeu por 54% das exportações brasileiras de carne suína. Foram 83,2 mil toneladas embarcadas, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2019. Em faturamento o crescimento é de 9%, chegando a US$ 157,4 milhões.
Diferenciais da carne suína catarinense
A sanidade agropecuária é o grande diferencial de Santa Catarina. O estado se mantém como única zona livre de febre aftosa sem vacinação do Brasil, além de zona livre de peste suína clássica, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal. É esse status sanitário que garante o acesso aos mercados mais exigentes.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



