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Santa Catarina amplia produção de cereais de inverno e dá competitividade à pecuária

Desde o início do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, a área plantada com trigo mais que dobrou no estado.

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Entre as safras 2019/20 e 2021/22, as lavouras de trigo cresceram de 50 mil para 102 mil hectares em Santa Catarina

O setor produtivo de Santa Catarina se uniu para alavancar o cultivo de trigo, triticale e centeio e já comemora um salto nas colheitas. Desde o início do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, a área plantada com trigo mais que dobrou no estado: entre as safras 2019/20 e 2021/22, as lavouras cresceram de 50,8 mil para 102,8 mil hectares. No mesmo período, o volume colhido saltou de 154 mil para 347 mil toneladas. O projeto foi lançado em 2021 sob o comando da Secretaria de Estado da Agricultura e tem participação da Epagri, das cooperativas e dos produtores rurais.

Alavancar a produção de cereais de inverno é uma estratégia para abastecer as cadeias produtivas de aves, suínos e bovinos, reduzindo a dependência do estado pelas importações de milho para alimentação animal. Santa Catarina consome mais de 7 milhões de toneladas desse grão por ano, e cerca de 4 milhões são comprados de outros estados ou países.

Aposta em cereais de inverno busca reduzir a dependência do estado pelas importações de milho para alimentação animal – Fotos: Divulgação/Epagri 

Além de reduzir custos e melhorar a competitividade da pecuária, o cultivo de cereais de inverno é uma opção de renda adicional para as famílias rurais, pois aproveita áreas que não estavam sendo usadas economicamente e traz benefícios com a rotação de culturas.

Durante o inverno, as áreas de grãos em muitas propriedades ficam subutilizadas ou protegidas com plantas de cobertura. Quando se ocupa essas áreas com o cultivo comercial de cereais de inverno, o solo se mantém protegido e ainda gera receita para as famílias.

Pesquisas na base do trabalho

Com estudos voltados tanto para o consumo humano quanto para a produção de ração animal, a Epagri desenvolve pesquisas com cereais de inverno há mais de 20 anos. Nesse projeto da Secretaria da Agricultura, o objetivo é avaliar quais são os melhores cultivares e como eles se adaptam em diferentes condições de solo e clima de Santa Catarina.

Epagri está avaliando cultivares de trigo, triticale e centeio em diferentes regiões de Santa Catarina para recomendar aos agricultores

As pesquisas ocorrem em Chapecó, Campos Novos, Canoinhas, Ituporanga, Jacinto Machado e Turvo, onde estão sendo avaliados 30 cultivares – 22 de trigo, cinco de triticale e três de centeio. Ao longo das safras, os pesquisadores avaliam o desenvolvimento das plantas, a resistência a doenças, a produtividade e a qualidade dos grãos para recomendar as melhores opções aos agricultores. A ação conta com apoio das cooperativas Cravil, Coopersulca, Cooperalfa e Cooperja.

Outro objetivo do projeto é viabilizar a produção dos cereais em regiões não tradicionais de cultivo em Santa Catarina. Isso porque, em muitas localidades, ainda não há informações técnicas sobre o comportamento de cultivares, nem mesmo a possibilidade de produção, por falta de zoneamento agrícola para a cultura.

Conhecimento compartilhado
Em 2022, os primeiros resultados dessas pesquisas começaram a ser divulgados para as famílias rurais catarinenses, como recomendações de manejo, escolha de cultivares e épocas de semeadura. As pesquisas apontam que a escolha correta do cultivar pode resultar em incrementos superiores a 40% em produtividade, e a decisão adequada sobre a época de semeadura pode aumentar o rendimento em 25%.

Em 2022, a Epagri atendeu mais de 2,5 mil famílias sobre o cultivo de cereais de inverno, divulgando orientações técnicas e viabilizando o acesso a políticas públicas. Por meio de treinamentos, palestras e dias de campo, foi possível capacitar os agricultores, ampliando a área de cultivo e a produtividade das lavouras.

Programa da Secretaria da Agricultura dá aos agricultores acesso a sementes e insumos para o plantio de cereais de inverno

As famílias rurais catarinenses ainda contam com apoio financeiro da Secretaria de Estado da Agricultura para investir nos cereais de inverno. Por meio das cooperativas participantes, os produtores têm acesso a sementes e insumos para o plantio e realizam o pagamento no fim da safra, quando entregam os grãos e recebem o subsídio de R$350 por hectare cultivado, num limite de até 10 hectares.

Os grãos entregues pelos produtores às cooperativas são destinados a agroindústrias e fábricas de ração. Em 2022, o programa apoiou 567 agricultores no plantio de 4,7 mil hectares, resultando na colheita de 12,4 mil toneladas de grãos.

Além de tornarem a agricultura mais rentável, as famílias que produzem cereais de inverno também contribuem com a preservação ambiental. A manutenção de uma cobertura vegetal viva no solo nesse período é uma forma de conservar o solo e a água. Além disso, o cultivo desses cereais promove a rotação de culturas nas lavouras, diminuindo a necessidade do uso de agrotóxicos, tanto para o controle de plantas daninhas, quanto para combater pragas e doenças.

As lavouras de verão implantadas na sequência dos cereais de inverno chegam a alcançar um incremento de 15% na produtividade. Isso porque a palhada que permanece sobre o solo e a quebra dos ciclos de reprodução de plantas invasoras, pragas e doenças, permitem que a lavoura seguinte germine e se estabeleça melhor.

A conservação do solo e da água na produção de grãos é um trabalho forte da Epagri, que estimula práticas como o plantio direto, com a manutenção de palhada durante todo o ano sobre o solo, o cultivo em nível e a construção de terraços na lavoura. Essas tecnologias impedem a erosão e o assoreamento de rios e lagos, ao mesmo tempo que reduzem a vulnerabilidade das lavouras a estresses climáticos, especialmente às estiagens. Com tecnologia e orientação técnica, a agricultura catarinense cresce sobre bases sustentáveis.

Jovem rural investe no trigo e tem nova fonte de renda no inverno
Ele tem 23 anos e comanda a propriedade rural desde os 18. Nesses cinco anos cultivando grãos em Agronômica, no Vale do Itajaí, Julio Jesuino descobriu que para produzir melhor é preciso preservar o solo. Em cerca de 40 hectares de lavouras, ele planta milho, soja, e, nos últimos anos, experimentou também as vantagens de cultivar trigo no inverno.

Julio passou a aproveitar o inverno para produzir trigo em áreas que não traziam retorno

A produção de trigo na propriedade começou em 2021, em uma área de 5 hectares, e já no ano seguinte o jovem ampliou a lavoura para 11 hectares. Para isso, ele contou com apoio do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, desenvolvido em parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura, a Epagri e as cooperativas. “Fiquei sabendo do programa de incentivo através da divulgação da Epagri. Procurei a Cravil e usei o crédito para adquirir sementes e insumos para a lavoura”, conta.

Julio colheu 65 sacas de trigo por hectare, que foram entregues à cooperativa para produção de ração. “Vale muito a pena produzir trigo no inverno, porque ele traz uma rentabilidade a mais para o produtor. Estou aproveitando uma área que ficava parada e não trazia retorno econômico nesse período”, conta.

Sobre a palhada do trigo que restou após a colheita, Julio plantou soja. Aos poucos, ele está adotando o plantio direto e a rotação de culturas em suas áreas. “A Epagri me ajudou bastante nesse sentido. Vou agora para o segundo ano de plantio direto e já percebo a diferença. Mantendo o solo sempre coberto, tive um aumento de 5% a 6% na produção de grãos. Sem falar que, quando chove muito, o solo fica mais protegido da erosão. Palhada é vida para a terra”, reforça.

Enquanto termina de colher uma safra muito boa de soja, em abril de 2023, Julio já planeja a implantação da lavoura de trigo que virá em sequência, sobre a palhada da cultura anterior. A intenção é cultivar entre 35 e 40 hectares do cereal neste inverno. “Recomendo o cultivo de cereais de inverno a todos os produtores. Temos que aproveitar os incentivos e as tecnologias disponíveis para produzir cada vez melhor”, aconselha.

Fonte: Assessoria Epagri

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Presidente da Lar assume Conselho Diretivo da ABPA

Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial.

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Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, com o Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial e do Conselho Diretivo da ABPA - Foto: Divulgação/Lar

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciou na última semana a continuidade do mandato de Ricardo Santin como presidente, garantindo estabilidade e liderança consistente para a entidade. Simultaneamente, Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, foi nomeado para presidir o Conselho Diretivo, trazendo sua vasta experiência e visão estratégica para fortalecer ainda mais a representatividade do setor.

A reafirmação de Ricardo Santin na presidência da ABPA é um reconhecimento de sua competência e dedicação à indústria de proteína animal. Santin demonstrou habilidade em enfrentar desafios complexos e impulsionar o desenvolvimento sustentável do segmento es ua recondução ao cargo é uma demonstração da confiança depositada pelos membros da ABPA em sua liderança.

Por sua vez, Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial. Sua nomeação para presidir o Conselho Diretivo representa um marco importante na história da ABPA, evidenciando o compromisso da entidade em diversificar sua liderança e garantir representatividade para todos os segmentos da cadeia produtiva.

Em uma entrevista exclusiva ao programa de rádio da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues compartilhou sua visão e expectativas para o novo papel que assumirá na ABPA. Ele enfatizou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre as empresas associadas, destacando a necessidade de buscar o consenso e a harmonia em prol do desenvolvimento sustentável do setor. “Assumir a presidência do Conselho Diretivo da ABPA é uma honra e um desafio que encaro com muita responsabilidade”, afirmou Irineo da Costa Rodrigues durante a entrevista. “Estou comprometido em trabalhar em conjunto com todas as empresas associadas, buscando sempre o interesse comum e contribuindo para o crescimento e a valorização da indústria de proteína animal.”

A renovação de Ricardo Santin na presidência da ABPA e a nomeação de Irineo da Costa Rodrigues para o Conselho Diretivo marcam um momento de continuidade e renovação para a entidade. Com essa combinação de liderança experiente e novas perspectivas, a ABPA se fortalece para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, assegurando seu papel como uma das principais vozes do agronegócio brasileiro.

Importância da ABPA na indústria brasileira de proteína animal

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é uma entidade fundamental para a representação e promoção dos setores de avicultura e suinocultura do Brasil. Como uma organização sem fins lucrativos, a ABPA é administrada por um Conselho Diretivo, com o respaldo de um Conselho Consultivo, e desempenha um papel crucial na defesa dos interesses desses segmentos.

A estrutura funcional da ABPA é composta por câmaras setoriais temáticas, responsáveis por tratar de questões técnicas e conjunturais relevantes para os setores de aves e suínos. Sob a liderança do presidente executivo Ricardo Santin, a ABPA tem como missão primordial representar esses setores em fóruns tanto nacionais quanto internacionais, zelando pela qualidade, sanidade e sustentabilidade dos produtos.

Além de sua atuação representativa, a ABPA também se dedica ao fomento do desenvolvimento tecnológico e à expansão da atuação do setor produtivo nos mercados interno e internacional. Por meio de diversas iniciativas, a associação busca promover a profissionalização e o crescimento sustentável da indústria de proteína animal, contribuindo para a economia brasileira e para a geração de empregos no país.

Um dos principais focos da ABPA é viabilizar novas oportunidades para o setor produtivo, tanto por meio de negociações internacionais quanto através de relações institucionais junto aos stakeholders no Brasil e no exterior. Ações para a abertura de novos mercados e a promoção da qualidade e segurança dos produtos brasileiros também estão entre as prioridades da associação.

Assim, a ABPA desempenha um papel central na promoção e defesa dos interesses da avicultura e da suinocultura brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a competitividade desses setores no cenário nacional e internacional.

Composição do Conselho

O novo conselho diretivo contará ainda, entre titulares e suplentes com a participação de Neivor Canton, diretor presidente da Aurora Coop, José Carlos Garrote de Souza, presidente conselho de administração da São Salvador Alimentos, Cláudio Almeida Faria, gerente geral da Pif Paf Alimentos, Irani Pamplona Peters, presidente da Pamplona Alimentos, José Roberto Fraga Goulart, diretor-presidente da Alibem, José Mayr Bonassi, Rudolph Foods, Fábio Stumpf, diretor vice-presidente de agro e qualidade da BRF, Marcelo Siegmann, diretor de exportações da Seara, Dilvo Grolli, diretor presidente Coopavel, Bernardo Gallo, diretor-geral Cobb-Vantress, Rogério Jacob Kerber, diretor-executivo SIPS, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, CEO Avivar Alimentos, Dilvo Casagranda, diretor de exportações da Aurora Alimentos, Carlos Zanchetta, diretor de Operações da Zanchetta Alimentos, Nestor Freiberger, presidente da Agrosul, Cleiton Pamplona Peters, diretor comercial mercado interno da Pamplona Alimentos, Elias Zydek, diretor-executivo da Frimesa, Gerson Muller, conselheiro Vibra Agroindustrial, Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de mercado internacional e planejamento da BRF, Jerusa Alejarra, Relações Institucionais da JBS, Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol, Mauro Aurélio de Almeida, diretor da Hendrix Genetics para o Brasil, José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav, Jorge Luiz de Lima, Diretor da ACAV/Sindicarne, e Roberto Kaefer, presidente do Sindiavipar.

O ex-ministro e ex-presidente da ABPA, Francisco Turra, também foi reconduzido à presidência do Conselho Consultivo da associação, juntamente com os demais membros do conselho.

Fonte: Assessoria Lar
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41ª Conferência Facta WPSA-Brasil será realizada em setembro de 2025

Tradicional evento da avicultura brasileira agora é bienal. Evento vai trazer como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal” manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário avícola mundial.

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Presidente da Facta, Ariel Mendes: "Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro" - Foto: Divulgação/Facta

A partir de 2025 a Conferência Facta WPSA-Brasil será bienal, a próxima edição ocorrerá entre os dias 02 e 03 de setembro, na Sociedade Hípica de Campinas (SP). O evento, que traz como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal”, manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário mundial da avicultura.

“Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro. Essa escolha se baseia no término das férias na Europa e nos Estados Unidos, o que facilita a participação de palestrantes estrangeiros, além de ser um mês com menos eventos no Brasil. Essa mudança visa otimizar a participação e o aproveitamento do evento pelos profissionais do setor avícola”, explica o presidente da Facta, Ariel Mendes.

A evolução da conferência, desde seus primórdios como um seminário até sua consolidação como a Conferência Facta de Ciência e Tecnologia Avícolas, demonstra seu compromisso contínuo com a excelência e a inovação. Por isso, nesta edição, a organização abordará estratégias eficientes de controle de salmonela, competitividade na produção de frango sem antimicrobianos, temas sobre incubação, manejo da microbiota em poedeiras, automação, gestão de dados e qualidade na produção, uso de inteligência artificial na gestão avícola e gestão integrada de sanidade e dados.

A Conferência Facta é o principal evento técnico da avicultura brasileira, reconhecido por sua qualidade técnica, com palestrantes nacionais e internacionais, o evento aborda temas essenciais ao setor. “O lançamento da próxima conferência está previsto para ocorrer durante o SIAVS 2024, em agosto, com o programa completo já planejado até setembro ou outubro, proporcionando às empresas tempo para incluí-lo em seus orçamentos para o próximo ano”, lembrou Mendes.

Fonte: Assessoria Facta
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Chuvas no Rio Grande do Sul prejudicam lavouras e dificultam logística

Estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

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Foto: Divulgação

A fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última terça-feira (30) deixou um rastro de destruição e prejuízos por onde passou. O estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

O Rio Grande do Sul é segundo maior estado produtor de soja no Brasil. Por isso, as intensas chuvas têm deixado agricultores em alerta. Além de retardar as atividades de campo, as precipitações em excesso vêm gerando preocupações sobre a qualidade das lavouras. O excesso de umidade tente a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto, especialmente para a indústria alimentícia.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil colheu, até agora, 90,5% da área de soja da safra 2023/24. O Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas – no Rio Grande do Sul, somam 60%, contra 70% no mesmo período de 2023, conforme aponta a Conab. A Emater/RS, por sua vez, indica que 76% da área sul-rio-grandense havia sido colhida até o dia 2 de maio, inferior aos 83% na média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina, a colheita alcançou 57,6% da área, abaixo dos 82,8% há um ano (Conab).

Para o milho, a colheita da safra verão está praticamente paralisada no Rio Grande do Sul.  Segundo a Emater/RS, os trabalhos atingiram 83% da área sul-rio-grandense até o dia 2 de maio, avanço semanal de apenas 1 p.p.. No Paraná, foram colhidos 98% da área total até essa segunda-feira, leve aumento de 1 p.p. em relação ao dado divulgado no dia 29 pela Seab/Deral. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 93% no dia 28, segundo a Conab.

Frango, suínos e ovos

De acordo com colaboradores do Rio Grande do Sul consultados pelo Cepea, as fortes chuvas dos últimos dias têm prejudicado as negociações envolvendo frango, suínos e ovos. Com rodovias e pontes interditadas, o transporte do produto para atender à demanda em parte das regiões sul-rio-grandenses e também de fora do estado vem sendo comprometido.

Além disso, produtores relatam dificuldade em adquirir insumos, como rações e também embalagens e caixas, no caso de ovos. Agentes consultados pelo Cepea também indicam que algumas propriedades de produção suinícola e avícola foram danificadas; eles estão à espera de que a situação seja controlada para que os prejuízos sejam calculados.

Pecuária de corte

Agentes consultados pelo Cepea no Rio Grande do Sul indicam que, como as chuvas destruíram pontes e danificaram trechos de estradas, muitos lotes de animais para abate não conseguem ser transportados aos frigoríficos. Com isso, muitos compradores e vendedores estão fora do mercado nestes últimos dias, à espera de que a situação seja controlada.

Arroz

O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz do Brasil, e as intensas chuvas desta semana deixaram orizicultores em alerta. Segundo pesquisadores do Cepea, a colheita, que já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores, pode ser ainda mais prejudicada.

Colaboradores consultados pelo Cepea relatam que as recentes tempestades deixaram as lavouras debaixo d’água, inviabilizando as atividades.

Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal. Esse cenário aumenta as incertezas quanto à produtividade da safra 2023/24, ainda conforme apontam pesquisadores do Cepea.

Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgados no dia 22 de abril indicavam que, até aquele momento, a média era de 8.612 quilos por hectare no estado.

Cenoura

Dentre os produtos hortifrutícolas acompanhados pelo Cepea no Sul, o mais prejudicado foi a cenoura. O Cepea ainda não conseguiu levantar a extensão das perdas na praça produtora de Caxias do Sul (RS), mas o cenário é crítico.

Em Vacaria (RS), localizada em uma altitude mais elevada, os impactos do temporal foram menos severos. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, diante da situação delicada, a amostragem de preços de cenoura desta semana foi significativamente menor.

Estima-se que as inundações resultem em uma janela de oferta e, em muitos casos, dificultem, inclusive, a retomada das áreas afetadas.

De acordo com a prefeitura de Caxias do Sul, a barragem São Miguel está em estado de alerta. Sinal de evacuação já foi emitido, e, em caso de ruptura, tanto a área urbana quanto a rural correm risco de alagamento.

Tomate e batata

As safras de batata em Bom Jesus e de tomate em Caxias do Sul estão próximas do final, mas os danos neste encerramento de safra devem ser grandes, devido aos volumes e à duração das chuvas.

Fonte: Com assessoria Cepea
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