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Sanidade: proteção necessária para produção de alta performance
Sanidade é responsável por pequena parcela do custo de produção, porém, se não feita corretamente, pode proporcionar grandes perdas na operação
Artigo escrito por Matheus Marinho, gerente de Produtos – Gado de Corte – da Bayer Saúde Animal
Estudos realizados pela FAO mostram que a população mundial cresce a cada ano, com expectativa de atingir 9 bilhões de pessoas no mundo até 2050. Segundo este mesmo estudo, para atender à demanda desta população, a produção mundial de alimentos deverá crescer 70%. Neste cenário, as proteínas de origem animal têm grande destaque, com potencial de crescimentos acima de 50%.
Avaliando as vantagens competitivas do Brasil, o país conta com o maior rebanho comercial do mundo. Além disso, as áreas de terra e água disponíveis são grandes forças brasileiras, visto que o aumento de produção por hectare possibilitará ganhos de produtividade sem necessidade de abrir novas áreas para a pecuária.
É sempre importante destacar que existe a necessidade da modernização da pecuária brasileira. Atualmente com índices médios ainda bastante baixos, a produção de carne bovina precisará adotar cada vez mais tecnologia para seguir competitiva com outras atividades. Além disso, a preocupação com segurança alimentar e bem-estar animal farão parte cada dia mais da rotina dos pecuaristas.
Estudos da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) mostram que o lucro operacional obtido na atividade pecuária está relacionado com o nível de produtividade da fazenda. Para atingir tais níveis, o produtor precisa se atentar aos cinco pilares da produção pecuária: gestão, nutrição, genética, pessoas e sanidade. A sanidade é responsável por uma pequena parcela do custo de produção (2 a 5%), porém, se não feita corretamente, pode proporcionar grandes perdas na operação.
Fazendas de cria convivem com grandes desafios sanitários, visto que os bezerros são uma das categorias mais suscetíveis às doenças. Um exemplo disso é a coccidiose bovina, doença causada por protozoário que está presente em praticamente todas as propriedades do Brasil, segundo estudo do professor Elias Facury (UFMG). Em alguns casos pode haver quadros de diarreia sanguinolenta (curso negro), mas a grande maioria é subclínica, ou seja, o animal não apresenta nenhum sinal clínico, apenas um desempenho aquém do esperado. Um estudo recente realizado no Paraná demonstrou que animais que receberam um tratamento preventivo contra a coccidiose tiveram em média 5kg a mais de peso no desmame, além de taxas de diarreia muito inferiores aos animais que não foram tratados.
O controle de parasitas também é um grande desafio para os pecuaristas. Carrapatos, verminose, bernes, moscas e bicheiras podem causar perdas da ordem de R$ 200 por animal por ano, segundo estudo do professor Laerte Grisi (UFRJ). Diversos estudos mostram que o uso das ferramentas corretas no momento certo ajuda a diminuir bastante esse prejuízo. Um ponto importante quando se fala em controle de parasitas é a atenção ao controle estratégico. Existem diversos produtos no mercado, mas é importante que o produtor conte com um suporte técnico para saber qual deles utilizar e principalmente em qual momento, visando melhor resultado. Além dos parasiticidas, em muitos casos o uso de suplementos vitamínicos como as vitaminas A, D e E pode ser muito benéfico para os animais, estimulando o consumo de alimento e proporcionando maior ganho de peso.
Confinamentos
As propriedades que trabalham com confinamento também passam por grandes desafios sanitários, especialmente o complexo Doença Respiratória Bovina (DRB). Em outros países do mundo, esta é a principal causa de prejuízos nos confinamentos, porém no Brasil existem poucos estudos mostrando os impactos dessa doença. Um trabalho realizado pela UFMT em confinamento no estado do Mato Grosso demonstrou que animais que receberam vacina para prevenção da DRB durante o processamento tiveram maior ganho de peso do que os animais do grupo controle, mesmo estes não apresentando quadros clínicos de DRB. Ou seja, o impacto da doença subclínica também se mostrou bastante importante nesse caso.
Investimento certo
Pode-se concluir então que o Brasil tem todas as condições necessárias para continuar sendo um importante player no mercado de proteína animal. Para isso, porém, deve-se sempre atentar para questões importantes, como segurança alimentar e bem-estar animal. Além disso, o investimento em tecnologia melhora a rentabilidade da atividade pecuária, permitindo maior competitividade dentro do setor do agronegócio. Por fim, a sanidade tem papel muito importante dentro deste cenário, visto que possui baixo custo de implementação e alto potencial de retorno através do aumento de performance dos animais.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2019.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran