Avicultura
Sanidade é destaque nos debates do 25º SBSA
Nesta quinta-feira (10), último dia de debates do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), especialistas discutiram sobre formas de enfrentar a laringotraqueíte infecciosa aviária e artrites infecciosas.

A sanidade na avicultura evoluiu exponencialmente ao longo dos anos, mas ainda há desafios que demandam atenção nas granjas para evitar perdas no setor. Nesta quinta-feira (10), último dia de debates do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), especialistas discutiram sobre formas de enfrentar a laringotraqueíte infecciosa aviária e artrites infecciosas.
A laringotraqueíte infecciosa (LTI) aviária é uma doença altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório das aves. O doutor Horacio Gamero abriu o bloco sanidade trazendo uma abordagem prática sobre a doença. De acordo com o médico veterinário, se trata de uma enfermidade que pode se manifestar de duas formas: crônica ou aguda. A doença, muitas vezes, é silenciosa, quase não demonstra sintomas, por isso o diagnóstico precoce é fundamental para controlá-la. Entre os sintomas que caracterizam a inflamação na traqueia e laringe estão os corrimentos nasal ocular, dispneia, hemoptise, redução na produção de ovos e letargia.

Doutor Marcos Morés: “Essas lesões, associadas ao ganho de peso rápido, predispõe as aves a infecções bacterianas e virais oportunistas, que podem tornar as lesões mais severas e, até mesmo, levar à condena” – Foto: Liziane N. MB Comunicação
Embora seja controlada em muitos países, podem ocorrer surtos esporádicos e grandes perdas econômicas. Os fatores que podem desencadear surtos da LTI são a ausência ou erros nos programas de biossegurança, especialmente em áreas onde a doença é endêmica; aves de quintal em fazendas vizinhas que podem atuar como distribuidoras do vírus; má limpeza e desinfecção dos aviários; eliminação de camas ou aves mortas de propriedades suspeitas sem compostagem; e transferir aves para abate com sintomas clínicos ou viremia, pois podem espalhar o vírus.
O controle desse patógeno passa por três pilares fundamentais: comunicação, estratégias de biosseguridade e vacinação. “É preciso ter um sistema de comunicação ou alerta entre empresas parceiras na área. Relate o caso e forneça detalhes sobre local, sinais clínicos, medidas tomadas, plano de saúde e plano de contingência”, explicou o doutor.
Outro ponto fundamental do protocolo de prevenção é a biosseguridade. “Lembre-se que a LTI não tem tratamento. Só podemos tentar terapia sintomática para prevenir doenças oportunistas ou secundárias. Tem que trabalhar no dia a dia para conseguir bons resultados de biosseguridade”. As vacinas também são uma ferramenta indispensável. Contribuem para produzir imunidade, prevenir doenças secundárias e reduzem significativamente a propagação de vírus.
Ações para combater as artrites infecciosas
A incidência de artrites infecciosas é relativamente comum na avicultura, por isso adotar estratégias de manejo para prevenir e controlar são fundamentais para evitar prejuízos. O doutor Marcos Morés explicou que os frangos apresentam altos índices de problemas locomotores, especialmente por ganharem peso e massa muscular muito rápido, o que torna os ossos menos mineralizados, mais porosos e suscetíveis a microfraturas. “Essas lesões, associadas ao ganho de peso rápido, predispõe as aves a infecções bacterianas e virais oportunistas, que podem tornar as lesões mais severas e, até mesmo, levar à condena”.
Segundo o médico veterinário, entre os principais agentes envolvidos no quadro de artrite infecciosa estão: o reovírus aviário; o Mycoplasma synoviae; o Enterococcus spp, o Staphylococcus spp, e a E. Coli. O controle das artrites infecciosas passa por um diagnóstico correto. “É muito importante que tenhamos um diagnóstico bem feito, para ter certeza que o que estou isolando é o que de fato está causando o problema clínico”, salientou o doutor, ao apresentar sugestões de coleta de amostras para o diagnóstico.
No campo, é preciso adotar uma abordagem multidisciplinar. “Preciso atingir um equilíbrio entre pressão de infecção e resistências das aves, trabalhar a cama para manter essa pressão de infecção baixa. É importante, ainda, trabalhar com programas de vacinação para o reovírus, ter condições ambientais de manejo adequadas para evitar imunossupressão dessas aves, adotar cuidados com a saúde intestinal, e proporcionar aspectos nutricionais que vão favorecer a saúde óssea, usando minerais e enzimas”.
Morés ainda pontuou a relevância do vazio sanitário no combate a agentes virais. Quanto maior o período de vazio, menor será a concentração viral nas instalações. Sem deixar de lado as práticas de biosseguridade, tanto em granjas quanto incubatórios.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




