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Sanções tributárias dos EUA acendem alerta global e exigem ação estratégica imediata das empresas

Empresas precisam agir com velocidade, inteligência tributária e governança sólida para minimizar impactos e manter competitividade.

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Foto: Shutterstock

As recentes sanções tributárias anunciadas pelos Estados Unidos não representam apenas um novo capítulo na política internacional, são um sinal claro de que a era da neutralidade econômica ficou para trás. Em um mundo onde o ambiente tributário se tornou um campo de força geopolítico, empresas que operam além das fronteiras nacionais, especialmente aquelas com cadeias produtivas expostas ao dólar, começam a sentir impactos diretos: aperto no caixa, redução de margens e instabilidade nas operações internacionais. “O jogo mudou”, afirma o estrategista empresarial Anderson Ozawa, professor da FIA Business School e idealizador do método Pentágono de Perdas. “Não sobreviverão as maiores, mas as mais preparadas. A estratégia agora precisa ser ágil, global e brutalmente realista”, acrescenta.

Estrategista empresarial Anderson Ozawa, professor da FIA Business School e idealizador do método Pentágono de Perdas: ” A estratégia agora precisa ser ágil, global e brutalmente realista” – Foto: Divulgação 

Segundo Ozawa, o primeiro passo é técnico e urgente: rever toda a arquitetura fiscal internacional da empresa. “Há corporações ainda operando com estruturas que pareciam eficientes, mas que agora estão vulneráveis. A revisão é necessária antes que os impactos se tornem irreversíveis”, alerta.

Essa reestruturação passa por três ações centrais:

  • Mapear a exposição tributária cruzada, especialmente em subsidiárias americanas, holdings offshore e centros de custo em zonas de risco.
  • Reavaliar o transfer pricing, conjunto de regras que regula transações entre empresas do mesmo grupo em diferentes países. “Isso não é mais questão de ajuste fino, mas de sobrevivência fiscal”, diz Ozawa.
  • Engajar consultorias com visão internacional, deixando de lado o apoio exclusivo em escritórios contábeis locais.

Geopolítica entra no centro da estratégia
Ozawa defende que as empresas mais maduras já entenderam que sanções não dizem respeito apenas a impostos, mas à dinâmica de poder. “A geopolítica entrou definitivamente nas salas de estratégia das empresas. Isso exige redesenhar cadeias de valor e deslocar operações para ambientes mais estáveis”, expõe.

Entre as movimentações mais comuns:

  • Diversificação de fornecedores e realocação de operações críticas.
  • Criação de rotas alternativas para importação/exportação.
  • Uso intensivo de tecnologia para rastrear dependências invisíveis, como componentes embargados ou prestadores de serviço conectados, direta ou indiretamente, a empresas sancionadas.

O tempo do improviso acabou

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A velha lógica do “depois a gente resolve com um bom advogado” perdeu validade. As penalidades por descumprimento de sanções, mesmo involuntárias, podem destruir margens, contratos e reputações. “Compliance tributário agora é pilar de negócio. Não é mais ‘coisa de multinacional’ ou empresa listada”, enfatiza Ozawa.

A recomendação inclui:

  • Implementar protocolos preventivos de compliance, com monitoramento em tempo real de mudanças legislativas e decisões judiciais.
  • Conduzir auditorias internas proativas, mesmo que não exigidas por lei.
  • Envolver o Conselho na tomada de decisões, já que sanções devem ser tratadas como risco estratégico, não jurídico. E se a empresa ainda não possui Conselho, “a hora de criar foi ontem”, pontua o especialista.

Inteligência tributária
Em vez de apenas reagir, o especialista recomenda criar times permanentes de inteligência tributária e regulatória. “Enquanto alguns tentam entender o que está acontecendo, outros já estão estudando o que virá a seguir”, enfatiza.

Esse processo exige:

  • Comitês de crise permanentes com leitura de cenários de curto, médio e longo prazo.
  • Simulações de impacto (war games tributários) para treinar reações organizacionais.
  • Participação em fóruns internacionais, aproximando-se de entes reguladores e diplomáticos para ganhar previsibilidade e posicionamento estratégico.

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Caixa blindado
Sanções não são abstratas. Elas atingem diretamente o caixa das empresas. A proteção da liquidez deve ser obsessiva, segundo Ozawa. “Não é exagero. É sobrevivência”, reforça.

Para isso, é preciso:

  • Renegociar contratos e dívidas dolarizadas.
  • Rever projeções de fluxo de caixa e EBITDA com base nas novas regras.
  • Reforçar programas de recuperação de créditos tributários, frequentemente negligenciados por falhas operacionais.

Liderar exige preparo, não sorte
Na visão de Ozawa, o que está em jogo não é apenas atravessar um período difícil, mas construir empresas antifrágeis, capazes de crescer mesmo sob pressão. “As empresas que esperam para reagir já estão atrasadas. Esse não é um tempo para hesitar — é tempo de agir. Com método, inteligência e coragem para ajustar o rumo”, resume o estrategista, concluindo com um alerta direto: “A questão não é se sua empresa será impactada. A questão é quanto e por quanto tempo.”

Fonte: Assessoria AOzawa Consultoria

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável

Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

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Foto: SAA SP

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.

 

Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.

Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.

A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.

Solos mais saudáveis e produtivos

Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.

Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.

A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.

Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.

Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.

A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.

A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).

O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Cerrados
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