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Suínos / Peixes

Salmonelose na suinocultura: o que precisamos saber?

Investimento constante em biosseguridade, associada ao bem-estar, promovendo menor estresse possível aos suínos, bem como a busca pela melhoria da integridade intestinal, são formas importantes de prevenção para este agente.

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Foto: Arquivo/Marina Beatriz

A Salmonella é uma bactéria amplamente disseminada no ambiente. Na subespécie entérica já foram identificados mais de 2.600 sorovares, dentre os quais encontram-se a Salmonella Choleraesuis e Typhimurium (com relevância para suínos). Atualmente, tem-se isolado cada vez mais, a nível mundial, um sorovar conhecido como Salmonella Typhimurium variante monofásica, a qual apresenta alta resistência a antimicrobianos e metais como cobre, por exemplo. Os quadros clínicos causados por estas em suínos a campo já são bastante conhecidos e podem se manifestar, em diferentes idades, principalmente nas fases de creche e crescimento, como:

  • Enterocolites, caracterizadas por diarreia, normalmente líquida, que pode apresentar odor fétido, variar sua coloração e ter traços de sangue.
  • Septicêmicos, com cianose de extremidades, febre, tosse, diarreia, refugagem e morte dos animais.

Em granjas que utilizam antimicrobiano de forma preventiva por longos períodos, os sinais clínicos podem ser confundidos com os causados por outros patógenos que causam doenças em suínos, como evidente redução no ganho de peso dos animais nos lotes afetados, refugagem e aumento da mortalidade na fase. Os trabalhos mostram que a soroprevalência para Salmonella em suínos no abate gira em torno de 75 a 98%, mostrando que os animais têm contato com este agente a campo e pode haver perdas tanto no desempenho, como financeiras.

Além disso, os suínos podem ser portadores da Salmonella, ou seja, apresentar a bactéria, principalmente em linfonodos, sem manifestar sinais clínicos. Nestes casos, quando o animal sofre algum estresse, como manejo de transferência entre granjas ou para frigoríficos, por exemplo, a Salmonella pode em minutos se disseminar pelo organismo e ser excretada, contaminando o ambiente e outros animais. Assim sendo, os suínos portadores são uma grande preocupação até o momento do abate, pois podem ser fonte de contaminação nas baias de espera e durante o processamento até o produto final.

Já se sabe que a Salmonella é uma das principais bactérias envolvidas em casos de doenças transmitidas por alimentos no mundo, sendo, portanto, também um problema de saúde pública. Neste sentido, existem monitorias e boas práticas de produção adotadas pelos frigoríficos para minimizar riscos como este e outros agentes nas carcaças e nos produtos finais. Além disso, o Ministério da Saúde estabeleceu através da IN60, de 2018, padrões biológicos, bem como o plano de amostragem e periodicidade das análises nos frigoríficos, visando o controle da salmonelose.

Frente a preocupação com este agente tão relevante que, além de altamente prevalente no Brasil, já apresenta resistência aos antimicrobianos mais usados, o foco deve passar pelo correto diagnóstico da doença e do agente envolvido, para se optar pela melhor forma de controle e prevenção. As medidas de biosseguridade são de extrema importância para redução dos riscos de entrada da Salmonella na granja e sua disseminação, bem como redução da pressão de infecção. Além disso, a vacinação, com o intuito de imunizar os suínos para que estes estejam protegidos ao entrar em contato com o agente no ambiente, é uma estratégia muito importante. Quanto mais protegidos os suínos estiverem, menos irão se contaminar e excretar a Salmonella, reduzindo assim as chances de casos da doença e o número de portadores até o abate.

Desta forma, precisamos saber que a Salmonella é um agente de grande relevância, desde a granja (quadros de enterocolite e septicemia) até o produto final no frigorífico e na mesa do consumidor, sendo assim uma preocupação de saúde pública. Sua alta prevalência e resistência a antimicrobianos tornam cada vez mais necessário que se foque nas medidas de prevenção frente a este agente.

O investimento constante em biosseguridade, associada ao bem-estar, promovendo menor estresse possível aos suínos, bem como a busca pela melhoria da integridade intestinal, são formas importantes de prevenção para este agente. Além disso, o uso de uma vacina eficaz, que proteja contra o sorovar identificado na granja, reduz os riscos de infecção, manifestação da doença e disseminação da bactéria, promovendo assim a proteção dos suínos até o abate.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: Por Luciana Fiori Hernig, coordenadora técnica responsável pelas vacinas vivas da Boehringer Ingelheim.

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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