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Suínos / Peixes DTA’s em humanos

Salmonella: um agente relevante do campo à mesa

A Salmonella é um agente de alta relevância na saúde pública e causa prejuízos também a saúde e produtividade de suínos, faz-se necessária a adoção de medidas de biosseguridade que reduzam a presença desse patógeno no ambiente.

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Fotos: Divulgação/Boehringer Ingelheim

Você já ouviu falar de casos de pessoas que apresentaram sintomas como dores abdominais, febre, diarreia e/ou vômitos? Esses podem ser sintomas de salmonelose, uma das doenças transmitidas por alimentos (DTA’s) mais frequente em humanos. Esta é causada pela Salmonella, uma bactéria Gram-negativa, da família das Enterobacteriaceae. Este agente pode causar intoxicação alimentar e, em casos raros, dependendo da imunidade de cada indivíduo, provocar graves infecções e até mesmo a morte. Dentre os sorovares de Salmonella mais isolados em casos de DTA’s no mundo, estão a S. Enteritides, S. Typhimurium e S. Minnessota.

As fontes de infecção para este agente são variadas, envolvendo água, alimentos contaminados, transmissão entre humanos e animais domésticos, como cães, gatos e tartarugas. Os animais de produção, como aves, suínos e bovinos também podem ser portadores e transmissores da Salmonella. A pressão pela redução do risco de transmissão através de ovos e carne de frango, levou a implantação do controle e monitoramento rígidos de Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais e de abate de frangos e perus, com objetivo de reduzir a prevalência desse agente e estabelecer um nível adequado de proteção ao consumidor (Normativa SDA -20, de 21/10/2016).

Imagem 1 – Presença de fezes liquidas a pastosas no piso da baia.

Imagem 2 – Enterite causada pela Salmonella em suíno.

Já na suinocultura, a Salmonella é comumente associada a enterites, levando a quadros de diarreia em animais nas fases de crescimento e terminação, ou mais raramente em animais adultos (Imagens 1 e 2).

Estes sintomas são causados na maioria dos casos pela Salmonella Typhimurium. Contudo, a partir de 2011, surtos na forma septicêmica passaram a ser cada vez mais registrados, levando a alta refugagem (Imagem 3) e mortalidade de leitões, principalmente na fase de creche.

Imagem 3 – Leitões com diarreia, desidratação e acentuado emagrecimento.

Nestes casos, o sorovar mais isolado foi o Choleraesuis, podendo também ser por Typhimurium. Recentemente, tem se tornado ainda mais comum o isolamento da S. Typhimurium monofásica em casos de enterocolites e septicêmicos (Imagem 4).

Adaptado de Meneguzzi et al., 2021

A preocupação com a Salmonella em suínos aumentou com a instrução normativa 60, de 20 de dezembro de 2018, que estabeleceu o controle microbiológico, incluindo a Salmonella em carcaças de suínos em frigoríficos. Desta forma, o controle deste agente passou a ser mais rigoroso não apenas nos abatedouros, mas vem se estendendo para as fases anteriores. Isso porque, o suíno é um potencial portador, muitas vezes assintomático, da Salmonella nos linfonodos e intestino e, fatores estressantes como o manejo de carregamento e transporte para abate podem elevar exponencialmente a excreção desse agente nas fezes em poucas horas, resultando na alta contaminação do ambiente.

O uso recorrente de antimicrobianos, como forma de prevenção ou cura, em casos de salmonelose na produção animal, tem contribuído para o surgimento de cepas resistentes a uma ou várias moléculas (Imagem 5). Desta forma, assim como já é de costume na avicultura, aprimorar as formas de prevenção da contaminação e disseminação da Salmonella tem se tornado cada vez mais necessário também na produção de suínos.

Imagem 5 – Percentual de resistência a antimicrobianos in vitro de 130 cepas de Salmonella, provenientes de suínos com salmonelose, frente a 14 antimicrobianos, pelo método de disco de difusão. A resistência a Colistina foi determinada pela concentração mínima inibitória (MIC) usando o método de microdiluição em caldo. Resultados de ambos testes foi interpretado de acordo com o EUCAST versão 9.0.

Reduzir a carga infectante no meio e proteger os suínos da infecção é de suma importância. Para isto, a adoção de medidas de biosseguridade, como controle de roedores, adequada limpeza e desinfecção do ambiente, cuidados com a fonte de ingredientes para ração e com a entrada de reprodutores portadores do agente, são fundamentais. Porém, sabe-se da dificuldade em reduzir a presença deste agente no ambiente, acima de tudo pela existência de animais portadores e excretores assintomáticos. Por isso, é importante incluir a vacinação dos suínos para Salmonella para garantir que os animais nos lotes a campo estejam mais protegidos contra este agente, disseminando menos o patógeno no ambiente e, assim, possam expressar todo seu potencial genético em desempenho.

É importante frisar que a vacinação frente a Salmonella em suínos tem 2 objetivos principais:

1 – redução da mortalidade e sinais clínicos a campo causados por esse agente (diarreia, pneumonia, septicemia, etc.)

2 – redução de suínos portadores assintomáticos, diminuindo, assim, o risco da contaminação pela Salmonella no abatedouro

Foco na escolha

Luciana Fiorin Hernig, médica-veterinária e coordenadora técnica de Território da Boehringer Ingelheim.

Deve-se levar em consideração na escolha da vacina, que a Salmonella é um agente intracelular facultativo e está presente nas células do intestino, ou seja, a imunidade local (IgA) e celular devem ser o foco maior na proteção. Assim sendo, optar por uma vacina viva atenuada, no caso de agentes intracelulares faz mais sentido. Além disso, a imunidade cruzada entre sorovares não é alta. Desta forma, a escolha por um produto que contemple os sorovares mais relevantes para suínos (Choleraesuis e Typhimurium) leva a maior proteção. Porém, é muito relevante considerar ainda que o imunógeno promova proteção para S. Typhimurium monofásica.

Tendo em vista, por tanto, que a Salmonella é um agente de alta relevância na saúde pública e causa prejuízos também a saúde e produtividade de suínos, faz-se necessária a adoção de medidas de biosseguridade que reduzam a presença desse patógeno no ambiente. A vacinação é uma ferramenta primordial na proteção dos suínos contra essa bactéria do campo ao frigorífico. É importante que se opte por uma vacina que promova a proteção de forma mais eficaz e segura, sem causar reações adversas, respeitando também o bem-estar animal.

Fonte: Por Luciana Fiorin Hernig, médica-veterinária e coordenadora técnica de Território da Boehringer Ingelheim

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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