Avicultura
Salmonella Heidelberg é líder absoluta entre variantes no Sul do país
Desafio das empresas é listar as mais prevalentes em seus territórios de atuação para oferecer combate preciso, defende Alberto Back
Alberto Back, médico-veterinário, doutor e pós-doutor em Microbiologia Veterinária pela University of Minnesota (EUA), defende que o combate à salmonella deve ser regionalizado para ser mais eficiente. Mais que isso, ele garante que o ideal é que cada empresa integradora tenha conhecimento das principais variantes da salmonela circulam em seu território de atuação para ter sucesso no combate a esse vírus que causa prejuízos milionários todos os anos para a avicultura brasileira e mundial. Na atualidade, quem tira o sono do setor no Sul do país é a salmonella Heidelberg, dispara entre as encontradas na região.
Back, autor do livro “Manual de Doença de Aves”, coautor de “Desordens do Metabolismo, Crescimento e Produção em Aves” e “Guia de Coleta e Envio de Material para Diagnóstico Laboratorial em Aves”, atua também como diretor técnico do laboratório de diagnóstico MercoLab e consultor nacional e internacional em sanidade e patologia avícola. Seu conhecimento foi exposto durante o 1º Fórum Salmonella – o que há de novo?, promovido pela Ourofino Saúde Animal, evento que integrou o Simpósio Brasil Sul de Avicultura 2016, realizado de 03 a 05 de abril, em Chapecó (SC).
Em sua explanação para dezenas de congressistas, ele fez um resumo sobre a incidência de salmonella na região Sul do país, a principal produtora, e defendeu o uso de mecanismos capazes de identificar quais as salmonellas presentes em determinados ambientes. “São mais de 2,6 mil variantes, mas temos que se preocupar com cerca de 10% que afetam aves. Na região Sul do país a presença da S. Enteritidis caiu muito, mas a S. Heidelberg apareceu e não arredou mais o pé. Temos que prestar mais atenção a isso”, exemplificou.
Em seus estudos a campo com aproximadamente 5,7 mil aves, o especialista listou as dez formas mais frequentes de salmonella em 2015 no Sul. Em ordem: Salmonella Heidelberg, presente em 44,7% das amostras, Muenchen (6,7%), Schwarzengrund (5,5%), Livingstone (3,6%), Senftenberg (2,4%), Minnesota (1,8%), Mbandaka (2,5%), Anatum (2,2%) e as almonellas Infantis e Agona, ambas presentes em 1,9% das amostras.
Entretanto, o pesquisador destacou a importância de cada empresa, por conta das diferenças regionais, ter seu próprio diagnóstico. “As empresas têm que ter o seu top 10. Tem que conhecer as características (da salmonella) para que o combate seja efetivo”, argumentou. Tem que saber qual o habitat de preferência, se é nas matrizes, no meio ambiente”, frisou. Além disso, explicou, “cada um deve ter um programa integrado que contemple matrizes, integração, fábrica de rações, incubatório e frigorífico”.
Prevenção
Outro ponto citado por Back é a importância de evitar a salmonella, com ações que respeitem, por exemplo, a densidade de aves, que em sua opinião é um fator importante na positivação nos aviários. Outros aspectos de prevenção, disse Back, são a manutenção da cama seca/desidratada, que reduz a sobrevivência dos microrganismos, e a obediência no intervalo entre lotes. “Há uma correlação direta entre o aumento de intervalo com a sobrevivência de microrganismos. Quanto maior o intervalo, menor a quantidade de salmonella”, justificou.
Para Back, a rigorosidade na higienização dos ambientes muitas vezes não é a necessária. “Essa área de higienização é parcialmente negligenciada. Temos que ter foco na propriedade como um todo, nos arredores e nos outros animais. No monitoramento, tem que querer encontrar a salmonella. Tudo isso tem um custo, envolvimento com análises, mas o produtor terá lotes saudáveis”, ponderou.
IN 70
O evento teve espaço também para discussão sobre a Instrução Normativa (IN) 70, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que aborda a revisão da proposta de monitoramento da salmonella nos estabelecimentos avícolas. O assunto foi abordado pela professora doutora Anderlise Borsoi.
Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
