Notícias Começou o IFC
Saiba tudo o que vai acontecer no maior evento de aquicultura e pesca da América Latina
O evento conta com mais de 130 empresas na Fish Expo, apresentando soluções diversas, como para mitigação da deficiência hídrica, uso de energia, ganhos de produtividade e segurança alimentar. O Jornal O Presente Rural participa desse evento que molda o futuro da aquicultura e da pesca.
A cidade de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, se torna o epicentro da aquicultura e pesca da América Latina com o início nesta terça-feira (19) da quinta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil. Sob o tema “Das águas à mesa do consumidor: por uma cadeia competitiva, sustentável e focada no mercado global”, o evento, que ocorre até dia 21 de setembro no Maestra Convention Center do Recanto Cataratas Resort, reúne especialistas nacionais e internacionais de 12 países para discutir e apresentar alternativas sustentáveis para a produção de pescados, além de uma exposição com alguns dos principais fornecedores de insumos para a aquicultura. O jornal O Presente Rural é parceiro de mídia e expositor.
O evento conta com mais de 130 empresas na Fish Expo, apresentando soluções diversas, como para mitigação da deficiência hídrica, uso de energia, ganhos de produtividade e segurança alimentar. O Jornal O Presente Rural participa desse evento que molda o futuro da aquicultura e da pesca.
O gerente de contas do Jornal O Presente Rural, Jhonatan Meith, enfatiza a importância da participação no International Fish Congress & Fish Expo 2023 como uma oportunidade única para compartilhar informações relacionadas ao setor de aquicultura e pesca. “Além disso, este evento representa uma plataforma estratégica para estreitar relacionamentos com nossos parceiros comerciais, fortalecendo as conexões existentes e criando novas oportunidades de colaboração. Estamos empenhados em contribuir para o crescimento e o desenvolvimento deste setor crucial, e esta participação ativa nesse importante evento reforça o nosso compromisso com essa missão”.
O gerente de contas do Jornal O Presente Rural, Klaus Zachow, destaca que as novidades que os expositores estão trazendo para a Fish Expo 2023 apresentam tecnologias e soluções de vanguarda que prometem revolucionar a indústria da aquicultura e pesca. “Desde sistemas avançados de monitoramento e automação até produtos de nutrição e manejo de última geração, as novidades apresentadas nessa feira têm o potencial de contribuir para a eficiência, a sustentabilidade e a qualidade dos produtos no setor”, menciona.
O diretor de Comunicação e Marketing do Jornal O Presente Rural, Selmar Marquesin, destaca a amplitude dos debates promovidos no congresso. “Questões cruciais que englobam desde tecnologias de ponta e inteligência artificial até bem-estar animal, nutrição, dinâmicas de mercado e acesso a crédito estão em destaque. É uma oportunidade única para a indústria se aprofundar em tópicos específicos para o seu desenvolvimento. Além disso, a presença de grandes nomes da indústria reforça o caráter do IFC, que não apenas informa, mas também inspira a transformação e o avanço na aquicultura e na pesca”, aponta.
Programação
Dia 19
9H20 – O desenvolvimento da cadeia de pescado à luz das demais proteínas de origem animal – Os caminhos para a consolidação. Osler Desouzart – Consultor Internacional da Empresa ODConsulting Planejamento e Estratégia, membro da Diretoria Consultiva do World Agricultural Forum.
10H – Evolução das exportações brasileiras de pescado e os desafios no mercado internacional
Manoel Xavier Pedroza Filho – Pesquisador em Economia Aquícola da Embrapa
Deborah Rossoni – Analista de Comércio Internacional da APEX Brasil
10H50 – O que esperar para o próximo período em relação ao mercado e a rentabilidade da piscicultura?
Anderson Serafim – Supervisor de Pricing e Inteligência Comercial – Mar &Terra Indústria e Comércio de Pescados LTDA
Luiz Alberto Barreto de Souza – CEO da empresa Riviera Pescados
Ramon Amaral – CEO da empresa Brasilian Fish
13H30 – Políticas públicas para aquicultura com o novo Ministério da Pesca
Tereza Neuma Barbosa de Oliveira – Secretária Nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura
14H10 – Mercado da tilápia em Números
Juliana Rodrigues Ferraz – Gestora de área das cadeias de suínos, frango, ovos e tilápia no CEPEA da ESALQ/USP.
14H40 – Acesso ao crédito no Brasil: Como destravar?
Cresol, Agência de Fomento, Cef, BBSA
15H30 – A Internacionalização dos peixes amazônicos – Desafios e estratégias
André Macedo Brugger – Gerente de Sustentabilidade e Complice da Netuno EUA, empresa que apresentou a costelinha de tambaqui, premiada como melhor produto para food service, na Seafood North América
Glauber Cruvinel – Diretor Comercial da RondoFish
Bruno Leite – Sócio da empresa Zaltana Pescados
19H – Abertura oficial e coquetel de recepção
Dia 20/09
Bloco: Tecnologias: Inteligência Artificial, Automação e Internet das Coisas
8H10 – Perspectivas para o processamento de pescado frente às transformações na demanda dos consumidores
Christian Jensen – Diretor Interino de Vendas da Área de Pescados da Marel – Espanha
8H40 – Inteligência artificial na aquicultura
Revolução tecnológica na aquicultura – Felipe Matias – Dr. em biotecnologia de recursos pesqueiros, engenheiro de pesca e administrador de empresas
Uso da inteligência artificial na alimentação e sanidade na aquicultura – Victor Valério – Empresa AISBERG – Chile
Inteligência territorial no mapeamento de atividades de piscicultura – Patricia Godoi Silva e Kleberson Rodrigo do Nascimento – Parque Tecnológico Itaipu – Itaipu Binacional
9H20 – Rastreabilidade e certificação do pescado:
Anderson Luis Alves – Pesquisador e supervisor da área de negócios da Embrapa Digital – Campinas
Pedro Henrique Di Martino – Relações Governamentais e Institucionais da GS1 Brasil
10H30 – O Bem-estar se paga: melhorar a qualidade de vida dos peixes eleva a produtividade e rentabilidade
Dra. Caroline Marques Maia – FishEthoGroup e Alianima
Dr. Leonardo José Gil Barcellos, Professor da Universidade de Passo Fundo
Bloco: Nutrição
11H10 – Otimizando a nutrição com carboidratos para promover a sustentabilidade econômica e ambiental da aquicultura
Dr. Delbert M. Gatlin – Professor da Texas A&M University – EUA
11H40 – A Tilapicultura no Sudeste Asiático e África: tendências globais de produção e estratégias nutricionais
Maarten Jay van Schoonhoven – Especialista em aquicultura, em gestão de produto e marketing da De Heus – Holanda
13H30 – Como melhorar os índices de conversão alimentar em pisciculturas de alto rendimento?
Dr. Giovani Sampaio Gonçalves – Pesquisador do Instituto de Pesca de São Paulo
14H – Uso de minerais quelatados como ferramenta de sustentabilidade na aquicultura
Dr. Wilson Massamitu Furuya – Professor e Pesquisador da Universidade Estadual de Ponta Grossa
Bloco Sanidade
14H30 – O uso de Saponinas de Quillaja para melhorar a saúde intestinal de tilápias
Benny Shapira – Diretor Senior da Phibro Aqua – Israel
15H – Revolução das vacinas e o controle de enfermidades virais
André Blanch – Gerente de Mercado – Aqua MSD Saúde Animal
15H30 – Painel sobre Sanidade coordenado pela Peixe BR
Lançamento do manual de boas práticas para o controle da salmonela em tambaqui e peixes redondos
Dra. Juliana Galvão – Professora e Pesquisadora no Departamento de Agroindústria da USP/ESALQ
Análise dos 10 anos de vacinação de tilápia no Brasil
Dr. Henrique Figueiredo – Professor e Pesquisador da UFMG
18H – Happy Hour com Festival do Tambaqui na Fish Expo
Dia 21/9
8H10 – Do Diagnóstico à Solução – Vacinas Autógenas para Tilápia
Markus Schrittwieser – Diretor Global de Desenvolvimento de Negócios Aqua da SANVET
Bloco Desenvolvimento e Gestão
8H40 – Produção em Sistema de Recirculação – RAS – Avanços e desafios para o reuso eficiente dos recursos hídricos (15/15)
Marcelo Shei – Sócio fundador da Altamar Sistemas Aquáticos
Yedod Snir – Fundador e CEO da MAP AQUA, Bacharel em Aquicultura e Líder em Design RAS – Estados Unidos
9H20 – Planejamento e Gestão na Aquicultura
Resultados do Campo Futuro da Aquicultura (Análise dos custos de produção na aquicultura) – Larissa Pereira Mouro – Comissão Nacional de Aquicultura da CNA
Eficiência como suporte à gestão à aquicultura – Omar Sabbag – Professor e coordenador do curso de Agronomia na UNESP
10H30 – Perfil da tilapicultura do Paraná e sua importância para a compreensão da aquicultura brasileira e a formulação de políticas públicas
Dr. Dirceu Basso – Professor e Coordenar do Curso de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar da Unila
11H – Estratégias de verticalização e acesso ao mercado para o pequeno aquicultor
Antonio Carlos Chidichima – Professor da FAG – Toledo
Bloco Genética
11H30 – Melhoramento Genético e Tecnologias Genômicas para a Aquicultura Brasileira: status, desafios e oportunidades
Dra. Liane Ney Bassini – Doutora em Aquicultura pela Universidade do Chile e Professora pela Universidade Andres Bello – Chile
Dr Eduardo Sousa Varela – Pesquisador de edição genômica da Embrapa Pesca e Aquicultura
Auditório 2
Dia 20
8H10 – Estação Experimental In Field – A pesquisa moderna na aquicultura
Dr. Wilson Massamitu Furuya – Professor e Pesquisador da Universidade Estadual de Ponta Grossa
8H40 – Avanços na análise da qualidade de rações para uma nutrição de precisão, mais econômica e sustentável
Mariana Dias – Gerente de Suporte Técnico da Buchi Brasil.
Lícia Lundstedt – Pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura
9H20 – Produção consorciada de tilápia e camarão
Eduardo Ballester – Professor e Pesquisador da UFPR, campus Palotina
10H30 – A concessão de outorgas no Paraná
Governo do Paraná
11H20 – Produção de Panga no Brasil
ABCPanga
Feira de tecnologias e negócios
A feira de negócios acontece em paralelo ao congresso com início às 10 horas da manhã.
Inova Aqua
Apresentação de trabalhos científicos sob coordenação da UNIOESTE
Rodada internacional de negócios e workshop de capacitação para exportações
APEX Brasil, em parceria com o IFC, estará realizando no dia 19 à tarde um Workshop de capacitação para exportação de pescado. E no dia 20 acontecerá a Rodada Internacional de Negócios com importadores de vários países, de diferentes continentes, com empresas brasileiras.
Mulheres de aquicultura
Durante o evento haverá uma programação específica promovida pelas mulheres da aquicultura com objetivo de discutir o fortalecimento da organização, direitos e participação na atividade e na sociedade.
Workshop sobre licenciamento ambiental
O Ministério da Pesca e Aquicultura em conjunto com ABEMA e ANAMA, estará realizando um encontro nacional com autoridades estaduais e municipais para discutir a normatização e procedimentos no processo de licenciamento ambiental na aquicultura.
Reuniões setoriais e de empresas
Inúmeras agendas estão sendo organizadas por instituições públicas e empresas privadas para tratar de temas relevantes para a cadeia do pescado.
Notícias
Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
Notícias
Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
Notícias
Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.