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Saiba quem é o maior criador de jersey do Brasil

Por sete vezes a propriedade venceu premiação nacional em qualidade e quantidade de leite produzido

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Foto: Francisco Miranda

Há 25 anos, o carioca Francisco Bastos de Miranda percebeu a importância dos sólidos na melhor remuneração do leite. Em uma época que não se tratava disso como fator para elevação dos ganhos, mas que já começava a se pensar na Europa, Miranda apostou e se especializou em produzir um leite com ampla capacidade de gordura e proteína, um diferencial que, anos depois, se confirmou para a elevação da rentabilidade na fazenda. A propriedade do cooperado da Frísia, o Sítio do Urso, está localizada em Carambeí (PR) e tem um rebanho somente da raça jersey, com 1,2 mil animais, sendo 600 em lactação.

Foto: Shutterstock

“Naquele momento isso era uma coisa incipiente, mas que viria com força no futuro, e a raça que coloca mais sólidos no leite é a jersey”, conta Miranda. No Rio de Janeiro, ele já tinha experiência com um rebanho pequeno, de cerca de 30 vacas jersey, ou seja, já conhecia e gostava da raça devido a várias características, como eficiência, melhor retorno ao criador e ótima adaptação às condições climáticas locais. “Na época, tivemos a sorte de uma oportunidade de compra de um plantel de jersey de um criador dos Campos Gerais, com genética voltada para produção”, destaca.

Atualmente, os animais dos 41 hectares da propriedade produzem 18,5 mil litros de leite por dia, com uma produtividade média diária que varia de 30 a 32 litros por cabeça, tudo com altos índices de sólidos. Apesar desses números elevados, o Sítio do Urso tem outra característica que se sobressai: ter a melhor remuneração de todo o sistema Pool do Leite. O pool é uma entidade idealizada pelas cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal para captar e mediar as relações entre produtores e indústrias do sistema de intercooperação, organizando os processos de pagamento e logística de coleta.

Tripé fundamental

Para Francisco Miranda, os resultados alcançados têm como base um tripé fundamental, que orienta a forma de realizar a criação dos animais. Manejo, nutrição e genética, juntos, são a resposta para os índices obtidos pelos jerseys na propriedade.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

“Como estamos criando há 25 anos, a parte genética nós viemos trazendo, com a excelência da raça. No manejo, fomos nos adaptando e fazendo de forma bastante eficaz. Já na nutrição, temos o trabalho do nutricionista da Frísia e um médico-veterinário, que trabalha forte em qualidade de leite e criação de novilhas”, conta Miranda. Ele defende que o principal na criação é a capacidade produtiva do animal, e não somente o fenótipo.

O especialista em Nutrição da Cooperativa Frísia, Fernando Solano, é responsável por fazer a formulação da dieta dos animais. Ele conta que a gestão da propriedade é muito organizada, fazendo o “básico bem feito”. “No dia a dia da fazenda, eles estão em cima, qualquer coisa que sai um pouco do padrão já nos acionam. Eles dão muito valor aos processos, e envolvem nós, da assistência técnica, junto com os funcionários deles. Lá, há uma constância”, afirma Solano.

Essa forma de trabalhar, que leva em consideração o tripé manejo, nutrição e genética, foi reconhecida, por sete vezes, no programa “Qualidade do Leite Começa Aqui!”, da empresa Dsm-Firmenich, detentora da marca Tortuga, de suplementos nutricionais. O prêmio reconhece os pecuaristas que produzem leite com excelência, e o Sítio do Urso foi o vencedor nas categorias “Qualidade” e “Qualidade e Quantidade”, que contemplam as raças holandesa, jersey e mestiças.

“Ganhar uma vez, ok. Mas o Francisco ganhou sete anos. Ele tem uma estabilidade, um padrão de qualidade de leite muito linear. Muitas vezes, o produtor oscila, tem um desafio diferente, uma época um calor mais intenso, por isso ele acaba oscilando. Porém, o Francisco não, ele é muito estável e sempre apresenta um bom resultado”, reforça Solano. O especialista da Frísia explica que a propriedade conta com uma ração específica, desenvolvida pela Rações Batavo, para uma nutrição de precisão.

Feito em casa

A questão reprodutiva dos animais também é de alto padrão, com uma taxa na propriedade de crescimento na casa dos 15% ao ano. A reprodução é 100% por Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), ou seja, ocorrendo com o rebanho de forma sincronizada. “Nós não compramos vaca fora, todo o nosso crescimento é interno”, conta.

Além da questão leiteira, Francisco faz um cruzamento entre jersey e angus para pecuária de corte, o que proporciona um acabamento de carcaça muito bom, com uma carne marmorizada. Nesse sistema, ele utiliza a Unidade de Engorda de Bovinos Frísia, entregando os animais com 135 quilos para a terminação ocorrer na unidade.

“A criação leiteira é uma atividade que demanda um forte investimento. Continuamos investindo e não nos arrependemos. O fato de termos enxergado isso, e termos coragem de fazer esse investimento, é que nos coloca na posição que estamos hoje. Temos o pé no chão e fazemos as coisas com muito zelo e capricho”, conclui Miranda.

Fonte: Assessoria Frísia

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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