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Suínos / Peixes

Saiba quanto custa um dia produtivo na sua granja de suínos

É fundamental fazermos o gerenciamento dos parâmetros produtivos e entender como eles se correlacionam

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Artigo escrito por Marco Antônio Kunrath, zootecnista e Nutricionista de Suínos da Agroceres Multimix

Em períodos de redução nas margens na suinocultura, seja por baixo preço da carne suína pago ao produtor, seja pelo aumento dos custos das commodities usadas na alimentação dos animais, é muito comum que os suinocultores se dediquem a adotar práticas que proporcionem reduções nas despesas diretamente relacionadas às dietas, pois a alimentação pode representar mais de 80% dos custos de produção da atividade. Entretanto, a atenção dos suinocultores e, principalmente dos seus técnicos, deve se voltar para os fatores que podem exercer grande influência dentro do sistema de produção, como por exemplo a produtividade da granja. Para isso, é fundamental fazermos o gerenciamento dos parâmetros produtivos e entender como eles se correlacionam.

Habituamo-nos a avaliar os principais fatores que ocasionam perda de eficiência produtiva de maneira isolada. No setor de reprodução são comuns as discussões sobre taxa de parição, taxa de retorno ao cio e índice de abortos, sendo difícil correlacionar com os resultados econômicos da granja. Uma maneira eficiente de avaliar e quantificar essas falhas é estabelecer os dias não produtivos (DNP), que por definição são os dias nos quais as matrizes – a partir da entrada na fase reprodutiva até a venda/abate – não estão gestando ou lactando. Sob o ponto de vista econômico, esses dias são muito prejudiciais à granja, pois os animais nesse período estão ingerindo ração, ocupando espaço produtivo na granja e necessitando de mão de obra e produtos veterinários, sem gerar receita.

Os DNP podem ser subdivididos em vários intervalos e ao abordar cada componente em separado, os produtores são capazes de aplicar de forma mais eficiente as ferramentas de gestão para os setores específicos. Os intervalos que têm maior potencial para alterar os DNP são o intervalo pré-cobertura e a taxa de retenção de leitoas.

Um dos períodos que mais acumulam DNP é o intervalo entre a entrada da leitoa na granja até a primeira cobertura. Promover adequada adaptação, seguida de um bom manejo de indução à puberdade e formação de grupos de cobertura são imprescindíveis para uma boa produtividade e longevidade da matriz. Dessa maneira conseguimos produzir animais suficientes para alcançar os alvos de cobertura e permitir que estas fêmeas permaneçam na granja por, pelo menos, cinco partos.

Estudo sugere que a taxa de retenção de fêmeas até o terceiro parto deve ser de 70%. O Gráfico 1 ilustra a significância dos dias não produtivos (DNP) de uma de uma fêmea jovem, em comparação com as fêmeas mais velhas. Observa-se que, com o aumento da ordem de parto, tanto o número de dias no rebanho como os dias não produtivos dessa fêmea aumentam, porém em proporções muito diferentes. Assim, uma matriz de ordem de parto 1 tem aproximadamente 220 dias de rebanho, sendo 120 desses não produtivos. Em contrapartida, uma matriz de ordem de parto 6 tem aproximadamente 820 dias de rebanho e 150 dias não produtivos.

 O intervalo desmame-cio (IDC) corresponde ao período compreendido entre o dia do desmame e a nova manifestação do estro da matriz suína. Este intervalo exerce grande impacto sobre os DNP, sendo a sua redução considerada uma importante medida para aumentar a eficiência de produção. Uma granja que se encontra com boa eficiência para esse parâmetro possui 90% de suas fêmeas cobertas até 7 dias pós desmame. O manejo nutricional durante a lactação tem grande influência sobre a velocidade em que as matrizes suínas se recompõem durante esse período e retornam ao cio para receberem uma nova gestação, mas muitas vezes é negligenciado e pode ter um efeito significativo sobre a capacidade da matriz para retornar ao estro. Fornecer uma alimentação que atenda as exigências das porcas nessa fase, evitando assim perda de peso corporal na fase de lactação – superior a 12% -, a adoção de um adequado manejo de estimulação e detecção do cio, são algumas das estratégias para reduzir esse intervalo.

Intervalo Pós-Cobertura

Detectar as porcas que não estão prenhas após a inseminação, o quanto antes, é um fator importante para a redução dos dias não produtivos. O percentual de retorno ao cio esperado numa granja de suínos é entre 6-8%, e em geral a relação entre retornos regulares e irregulares pode ser considerada aceitável na proporção de 2:1. É muito importante o período em que esse retorno é detectado, pois em muitas granjas observamos excelente taxa de parição, porém baixo número de leitões produzidos/matriz/ano, o que certamente pode estar relacionado com detecções tardias de retornos. A correta anotação em fichas individuais da data de cobertura, formação de grupos de acordo com a idade de gestação e a inspeção diária das matrizes, com o auxílio de um rufião, devem fazer parte da rotina do setor de gestação para conseguir antecipar – ao máximo – a identificação dos retornos. A técnica de ultrassonografia também pode ser utilizada como exame complementar no auxílio ao diagnóstico de prenhez.

Intervalo de Remoção

É no momento do desmame que geralmente são tomadas as decisões de descarte das matrizes. A avançada ordem de parto, associada à baixa produtividade, distúrbios reprodutivos e problemas locomotores são as principais causas de descartes. E esse intervalo transcorrido entre o momento da tomada de decisão para o descarte e a efetiva remoção da fêmea da granja pode aumentar os dias não produtivos. A granja deve possuir um planejamento para o destino desses animais, evitando o acúmulo de fêmeas vazias.

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Para o cálculo dos DNP utilizamos a seguinte fórmula: DNP = 365 – ((Lactação + Gestação)*parto/porca/ano)). A duração da gestação é inerente à fisiologia do animal, não sendo possível a alteração. O período de lactação deve ser definido levando em consideração a qualidade dos leitões a serem desmamados e, além disso, precisa respeitar o tempo de recuperação do útero para uma próxima gestação. Geralmente recomenda-se um período médio ideal de lactação, tanto para a porca quanto para os leitões, ao redor de 23 dias, respeitando a idade mínima de 21 dias. Portanto, devemos nos empenhar para reduzir os demais intervalos que interferem nos partos/porca/ano.

Agora que já sabemos quais os intervalos que mais impactam os DNP e em que parte temos condição de atuar, precisamos entender qual é o real impacto dessas falhas produtivas dentro da granja. Utilizando como exemplo uma redução de 50 para 40 DNP numa granja com 1,5 mil matrizes, devemos calcular da seguinte maneira o impacto produtivo:

Primeiramente devemos calcular o valor produtivo da granja durante 1 DNP. Para isso, necessitamos dividir o número de leitões desmamados/fêmea/ano (D/F/A) pela quantidade de dias do ano. Essa granja possui 27 DFA, portanto, o valor produtivo de um DNP será de 0,074 leitões. Com esse valor podemos calcular o impacto produtivo de 10 DNP/matriz dentro desse plantel: 0,074 x 10 x 1500 = 1110 leitões desmamados/ano que estão deixando de gerar receita.

Para traduzir esse valor, economicamente, podemos utilizar o indexador das principais agroindústrias para o preço pago ao leitão desmamado: Peso Leitão (Kg) x Preço Suíno (Kg/PV) x 3,5. Considerando um peso médio ao desmame de 6,5 Kg e o Preço do Suíno de R$ 3,00, 10 DNP/Fêmea/Ano deixam de gerar uma receita de R$ 21.645,00/ano.

Estratégias para reduzir os DNP

– Primeiramente, é fundamental que a granja possua uma metodologia para a gestão. Estabelecer as metas para cada setor e atuar no treinamento das pessoas envolvidas com os manejos é a base do sucesso

– Utilizar um software que permita fazer a gestão da informação e que auxilie na tomada de decisão

– Possuir um programa adequado de reposição de leitoas. Isso tem ainda mais relevância com granjas de Multiplicação de Rebanho Fechado (MRF), em que o acompanhamento da futura matriz inicia-se no momento do nascimento. Adotar critérios bastante rígidos no momento de seleção das leitoas e trabalhar com grupos de animais para cumprir o alvo de cobertura.

– Possuir um manejo nutricional adequado de acordo com as exigências, principalmente na fase de lactação

– Estabelecer um padrão de qualidade para a compra dos ingredientes utilizados nas rações. Muitas falhas reprodutivas são causadas por ingredientes contaminados por micotoxinas, por exemplo

– Revisar periodicamente o protocolo de inseminação e a qualidade do sêmen

– Focar na identificação de possíveis retornos nos primeiros 35 dias de gestação

– Estabelecer critérios para o descarte de fêmeas e remoção efetiva do plantel

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Cadeia do peixe mira profissionalização e negócios

Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global.

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Foto: Jaelson Lucas

A piscicultura e a pesca no Brasil têm se mostrado setores de vital importância econômica e alimentar, com um potencial de crescimento extraordinário. No entanto, para que esse potencial seja plenamente alcançado, é crucial enfatizar a constante profissionalização dessas áreas como uma ferramenta fundamental para impulsionar seu desenvolvimento.

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo no número de congressos e feiras de negócios dedicados à piscicultura e pesca. Recentemente, o evento Inovameat em Toledo e os próximos eventos organizados pelo IFC Brasil em Foz do Iguaçu, Itajaí e Belém até o fim deste ano destacam-se como importantes plataformas para a troca de conhecimento, experiências e tecnologias inovadoras.

Esses eventos não são apenas oportunidades para networking, mas também são catalisadores para a profissionalização do setor. Eles oferecem espaços para debates sobre as melhores práticas, novas técnicas de produção, avanços tecnológicos e questões regulatórias, fundamentais para elevar os padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade da piscicultura brasileira.

É inegável que a profissionalização é um dos principais impulsionadores do crescimento desses setores. Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global. Além disso, a profissionalização contribui para a valorização do trabalho no campo, incentivando a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis.

Um dos aspectos mais promissores é que a produção de peixes no Brasil vem crescendo a uma taxa superior à média das outras proteínas animais. Esse crescimento é resultado não apenas do potencial natural do país, mas também do esforço contínuo de profissionalização e modernização do setor.

É fundamental que os governos, instituições acadêmicas, empresas e profissionais do setor continuem investindo na profissionalização da piscicultura e da pesca. Isso inclui o desenvolvimento de programas educacionais, capacitação técnica, acesso a tecnologias inovadoras e apoio à pesquisa e desenvolvimento.

Ao destacar a importância da profissionalização, reconhecemos que ela não é apenas uma necessidade, mas sim uma oportunidade para transformar a piscicultura e pesca brasileira em um setor ainda mais próspero, sustentável e competitivo no cenário internacional.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural.
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Suínos / Peixes

Primeiro trimestre registra crescimento expressivo nas exportações brasileiras de peixe de cultivo

Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Consideráveis aumentos de 48% em valor e de 20% em peso estão entre os principais resultados das exportações brasileiras da piscicultura nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020, quando a Embrapa começou a acompanhar sistematicamente esse mercado. Detalhando por mês, foram US$ 2,58 milhões em janeiro, US$ 2,61 milhões em fevereiro e US$ 3,54 milhões em março.

Foto: Cláudio Neves

Ainda representando percentual pequeno com relação a toda a produção nacional, as exportações brasileiras da piscicultura têm aumentado de maneira consistente nos últimos anos. De acordo com Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia aquícola, o aumento da produção e da profissionalização da cadeia da piscicultura são alguns dos fatores que explicam o crescimento das exportações. “Apesar do mercado nacional absorver a grande maioria da produção, as empresas do setor têm buscado diversificar os canais de venda por meio das exportações”, expõe.

Entre as categorias de produtos, a mais exportada no primeiro trimestre de 2024 foi a de filés frescos ou refrigerados, que respondeu por 65% de todo o valor movimentado: U$ 5,65 milhões. Na sequência, com 23% do valor movimentado no período, aparece a categoria de peixes inteiros congelados. Esses e outros dados estão disponíveis de maneira gratuita no Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024. O boletim é editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com a parceria da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Série histórica

A edição referente ao primeiro trimestre de 2024 é a 17ª ininterrupta. O trabalho da Embrapa de acompanhamento das exportações brasileiras da piscicultura começou em 2020; portanto, está entrando no quinto ano seguido. O que já permite construir uma série histórica e apontar algumas características desse setor. Manoel explica que a consolidação da tilápia como carro-chefe é a principal característica verificada ao longo desse período. “A importância do mercado norte-americano como principal destino das vendas e o crescimento dos embarques de filés frescos de tilápia são outros pontos de destaque”, ressalta.

Entre janeiro e março deste ano, 95% de todo o peixe exportado pelo Brasil foi tilápia. A espécie movimentou U$ 8,31 milhões. Na sequência, ambos com 2% de participação, aparecem bagres e curimatás.

E, também conforme dito pelo pesquisador, os Estados Unidos, novamente, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024. Com 89% de participação, os valores movimentados chegaram a U$ 7,77 milhões. A seguir, cada país com 2%, estão China, Japão, Colômbia e Canadá. Diferença significativa entre o primeiro e os demais destinos.

Tilápia

Fazendo o recorte para a principal espécie exportada (que também é a mais cultivada no Brasil), dos U$ 8,31 milhões movimentados pela tilápia, U$ 5,64 milhões (ou 68%) foram na categoria de filés frescos ou refrigerados. Na sequência, com 23% da movimentação financeira (U$ 1,87 milhão), aparece a categoria de tilápia inteira congelada.

Com relação ao preço, quatro das cinco categorias tiveram aumento no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. A categoria que conseguiu maior preço foi a de filé fresco ou refrigerado, com U$ 7,57 por kg, registrando aumento de 17% com relação ao preço do primeiro trimestre do ano passado, que foi de U$ 6,45 por kg.

Paraná (com 81% dos valores), São Paulo (responsável por 12%) e Bahia (com 4% do total movimentado) foram os três estados que mais exportaram tilápia no primeiro trimestre de 2024. Nos três, a categoria de filés frescos ou refrigerados foi a líder.

E para os próximos trimestres, alguma mudança relevante pode acontecer? Quem responde é o pesquisador Manoel: “as exportações de outros peixes de cultivo têm crescido, em particular do tambaqui. Organizações e empresas da cadeia do tambaqui têm realizado ações para abertura de mercados no exterior (ex: Estados Unidos) e é possível que isso resulte num aumento das exportações nos próximos meses de 2024”.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Suínos / Peixes

Propriedade no Paraná é reconhecida modelo em sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

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Foto: Divulgação

Quando em 2016 decidiram ingressar na piscicultura, o casal de produtores Jairo e Sandra Zanatta assumiram o compromisso de preservar a área verde, conservar os recursos naturais e adotar boas práticas sustentáveis para garantir a longo prazo o equilíbrio do ecossistema e a sustentabilidade da sua propriedade, localizada na linha Marrecos, distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon (PR).

Casal de piscicultores Sandra e Jairo Zanatta produzem tilápia há oito anos e recentemente recebeu o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável: reconhecimento classificou a propriedade para a etapa nacional da premiação – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com uma área de 12,6 alqueires, a fazenda possui 12 tanques escavados destinados à criação de tilápias, com possibilidade para alojar até 500 mil peixes por ciclo produtivo, que varia de 10 a 11 meses. “São 70 mil metros quadrados de lâmina d’água”, conta o piscicultor. “Dependendo da época que alojamos os peixes, atingimos uma produção de 1,2 a 1,3 lotes por ano”, complementa.

A produção anual alcança entre 400 a 450 toneladas, com uma média de peso de 950 gramas por peixe. De acordo com os produtores, há espaço para ampliar o negócio em mais 30 mil metros quadrados de lâmina d’água, o que possibilitaria chegar até 100 mil metros quadrados em seu sistema produtivo.

Recentemente, Zanatta foi reconhecido entre mais de 300 produtores com o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável, iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob no Paraná, destacando sua propriedade como autossustentável. A premiação o classificou junto com outras 11 propriedades na etapa nacional, sendo ele o único representante do Paraná. “Independente de ganhar ou ficar entre os primeiros, figurar entre as propriedades mais sustentáveis do Brasil é muito gratificante, além de ser uma demonstração do reconhecimento do trabalho que realizamos para preservar e conservar as nascentes e a área verde, do cuidado com o manejo da atividade e o uso da geração de energia limpa”, salienta, contando que uma equipe da cooperativa já esteve na propriedade para validar as informações repassadas e a data prevista para divulgação do resultado da etapa nacional é em meados de maio. “Nossa expectativa é figurar entre os seis melhores do Brasil”, ressalta.

Compromisso inabalável com a sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

Propriedade possui duas usinas de minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas que atende toda a propriedade, incluindo os aeradores, os alimentadores automáticos e o bombeamento de água para os tanques escavados

Sua visão vai além da mera produção, Jairo entende que cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade compartilhada e que, ao adotar práticas sustentáveis, não apenas preserva os recursos naturais, mas também garante a viabilidade de seu negócio a longo prazo. “Ao iniciarmos na piscicultura, priorizei a preservação das nascentes. Hoje são quatro minas de água preservadas. Também priorizamos a mata no entorno da propriedade, inclusive com plantio de novas árvores. Também instalamos duas usinas para minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas e para garantir a qualidade da água nos tanques escavados usamos probióticos uma vez por semana. Além disso, a propriedade foi totalmente automatizada, incluindo a alimentação dos peixes, realizada por alimentadores automáticos em cada açude, integrados ao sistema de geração de energia limpa. E os peixes mortos são destinados à compostagem”, explica.

Na usina principal, instalada em 2021, com 280 placas, é produzida energia para toda a propriedade, incluindo os aeradores e os alimentadores automáticos. Na segunda usina, 28 placas geram energia dedicada exclusivamente ao bombeamento de água para os tanques escavados. O investimento total foi de cerca de R$ 450 mil nos dois sistemas. “Desde que temos as usinas conseguimos uma redução de custos com energia elétrica de aproximadamente 95%. Embora o investimento ainda não esteja totalmente pago, já se mostra altamente vantajoso”, exalta Jairo.

Aprimorar operações

Jairo e Sandra destacam que, embora a propriedade seja considerada autossustentável, a busca por melhores práticas é constante. “Estamos empenhados em aprimorar nossas operações diariamente, buscando tecnologia e inovação para tornar nossa produção ainda mais sustentável”, enaltecem, acrescentando: “É muito gratificante ver que, como resultado desse esforço contínuo, fomos reconhecidos pela cooperativa Sicoob, que nos projetou para buscar o título de propriedade autossustentável a nível nacional”.

Qualidade da água

Para garantir a qualidade da água para o cultivo e o bem-estar dos peixes, Jairo conta que a água utilizada tem origem em uma mina do Rio Marrecos. “Além disso, realizamos medidas sanitárias rigorosas, como manejo adequado e alimentação de qualidade. A qualidade da água é priorizada, sendo tratada semanalmente com probióticos para mitigar o estresse hídrico causado pelo calor excessivo. Contamos também com o suporte da equipe veterinária e técnica da C.Vale, cooperativa à qual somos integrados”, mencionam os produtores.

Propriedade fica localizada na Linha Marrecos, Distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná

Desafios

O casal de piscicultores afirma que o desafio atual que persiste na criação de tilápia é relacionado ao estresse hídrico devido às altas temperaturas, que, em alguns dias chegaram a superar 40ºC. “Isso nos obriga a reduzir a quantidade de alimentação, resultando em um ganho de peso diário menor, o que acaba comprometendo a conversão alimentar. Essa situação afeta não apenas nossa propriedade, mas toda a piscicultura. Apesar dos desafios, realizamos um controle rigoroso e manejo cuidadoso para buscar constantemente melhorias”, enfatizam.

Outra forma de garantir o bem-estar e o conforto térmico para controlar a temperatura da água devido ao calor excessivo é por meio do bombeamento e renovação de água, além da aeração. “Essas práticas de manejo são essenciais para proporcionar conforto aos peixes, controlar a mortalidade e garantir a sanidade do ambiente”, afirma Jairo.

Prêmio Produtor Rural Sustentável

O Prêmio Produtor Rural Sustentável é uma iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob, com o propósito de reconhecer e premiar os produtores rurais cooperados que se destacam por suas práticas sustentáveis no setor agropecuário brasileiro. Nesta edição foram oito produtores do Paraná reconhecidos por suas boas práticas de sustentabilidade. Somente a família Zanatta se classificou para a etapa nacional.

O prêmio valoriza as ações implementadas por produtores rurais financiados pelo Sicoob, que adotam práticas de produção sustentável alinhadas com os princípios do ESG (ambiental, social e governança). Este reconhecimento destaca tanto as iniciativas ambientais quanto as sociais e de governança desses produtores, contribuindo para o avanço da sustentabilidade no campo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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