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Saiba quais são as principais doenças da estação chuvosa, como prevenir e tratar

Os apontamentos são do médico-veterinário da Embrapa Pecuária Sudeste, Eduardo Luiz de Oliveira.

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O Presente Rural conversou com o médico veterinário da Embrapa Pecuária Sudeste, Eduardo Luiz de Oliveira, para saber quais as principais doenças que afetam o rebanho bovino no período das chuvas. O objetivo é ajudar o pecuarista a se antecipar a possíveis problemas na estação que se aproxima e garantir mais rentabilidade na pecuária de corte e leite. Confira.

Médico-veterinário da Embrapa Pecuária Sudeste, Eduardo Luiz de Oliveira – Foto: Divulgação/Embrapa

O Presente Rural – Como o El Niño pode interferir na próxima estação chuvosa?

Eduardo Luiz de Oliveira – A influência do El Niño na próxima estação chuvosa deverá ser diferente em cada uma das regiões do país. No geral, as chuvas se intensificam com temperatura acima da média na região Sul, enquanto que no Norte tornam-se mais escassas, principalmente na Amazônia, o que aumenta o risco de incêndios. Já no Nordeste o evento poderá ocasionar secas severas da área central até o Norte, reduzindo drasticamente a oferta das pastagens e, consequentemente, a produção econômica pecuária, sendo ainda determinante na mortalidade catastrófica de grandes ruminantes, por inanição, sede e fome. Na região Sudeste o fenômeno praticamente não altera a estação chuvosa, salvo um aumento considerável na temperatura. No Centro-oeste não há mudança nas chuvas nem na temperatura, contudo, para o Sul de Mato Grosso do Sul, temperaturas elevadas com chuvas acima do esperado para a estação chuvosa.

O Presente Rural – Quais as condições da estação chuvosa que mais desafiam os bovinos, tanto de corte quanto de leite?

Eduardo Luiz de Oliveira – A estação chuvosa aliada às altas temperaturas no período de verão intensificam sobremaneira os desafios aos rebanhos em exploração pecuária para produção de leite ou carne em países de clima tropical. Geralmente, uma das piores condições que se estabelece durante as chuvas é o acumulo de água e a formação de atoleiros para bovinos na chegada e no interior dos currais de manejo ou na entrada do barracão ou sala de ordenha, em volta de bebedouros, saleiros e comedouros alocados de forma incorreta em áreas de baixada ou alagadiças, sem a devida preparação do terreno para o escoamento e a drenagem correta do volume de águas acumulado durante as chuvas. Tal situação gera inúmeras perdas, devido ao aumento do estresse e consumo de energia para mantença, redução do ganho de peso/dia em bovinos de corte e leite, com impacto na menor fertilidade, número de partos e bezerros desmamados por ano, menor produção de litros de leite/dia em rebanhos leiteiros, além do alto custo com o tratamento de doenças previsíveis que surgem em surtos, como a pododermatite infecciosa, popularmente conhecida como frieira ou unheira, ou seja, um somatório de prejuízos que impacta negativamente a viabilidade econômica dos sistemas pecuários durante a estação chuvosa.

O Presente Rural – Como a estação chuvosa interfere nos diferentes sistemas de produção, como a pasto, semi confinado ou confinado?

Eduardo Luiz de Oliveira – O sistema de produção a pasto ganha um enorme potencial de exploração durante a estação primavera-verão com clima quente e chuvas abundantes no Brasil. O aumento das chuvas aliado à maior incidência de radiação solar favorece o desenvolvimento, crescimento e perfilhamento das plantas forrageiras tropicais, proporcionando maior produção de matéria seca por hectare, permitindo aumento em várias vezes na taxa de lotação de bovinos nas pastagens (UA/ha).

Os sistemas de produção intensivos, tanto o semiconfinado (pasto e cocho), que mantém alta taxa de lotação animal/ha, quanto os confinamentos em áreas descobertas, com alta lotação animal/m² nos currais, são altamente desafiados na estação chuvosa devido à formação de atoleiros em piquetes rotacionados, corredores para condução dos animais, na entrada, saída e interior dos currais, no entorno de bebedouros, saleiros e comedouros. Nestes casos, a solução passa pela antecipação dos problemas, organizando ainda no período da seca, a devida preparação do terreno com terraplanagem, drenagem e escoamento correto do volume de águas acumulado, evitando o estresse dos animais, alto gasto energético e queda no ganho de peso/dia, além da alta ocorrência de doenças como a pododermatite infeciosa, reduzindo as despesas previsíveis, melhorando a eficiência técnica e econômica do sistema de produção.

O Presente Rural – Quais são os vetores ou agentes patogênicos de interesse da bovinocultura que mais se proliferam nessa época?

Eduardo Luiz de Oliveira – Dentre os principais vetores ou agentes patogênicos que se multiplicam e aumentam seu potencial de disseminação no ambiente durante a temporada de chuvas e calor intenso no Brasil, destacam-se as bactérias, protozoários, helmintos (vermes) e os ectoparasitas (carrapato e moscas) de importância médico-veterinária.

O Presente Rural – Cite as principais enfermidades que afetam os bovinos nesse período no Brasil. Poderia nos dar uma visão geral sobre cada uma delas?

Eduardo Luiz de Oliveira – Dentre as enfermidades que mais afetam os rebanhos bovinos durante a estação chuvosa e quente no Brasil destacam-se as diarreias em bezerros, a leptospirose, a pododermatite infecciosa, as mastites em vacas de leite e as infestações por carrapatos e moscas.

As diarreias em bezerros podem ter causa infecciosa ou não infecciosa. As diarreias de origem infecciosas mais prevalentes na estação chuvosa e quente são causadas principalmente por bactérias, destaque especial para a Escherichia coli (E. coli), causadora da doença conhecida como colibacilose. A E.coli é uma bactéria não patogênica presente naturalmente no trato gastrintestinal de bovinos. A forma de transmissão da bactéria é oral-fecal e sua veiculação ocorre de forma rápida e fácil, via contaminação da água, capim e outros alimentos. A diarreia, geralmente, aparece em bezerros com baixa imunidade, fator determinante para ativar a patogenicidade da bactéria, que pode ocorrer ou não em associação a outros patógenos. A prevenção exige por parte do produtor a organização de um calendário de vacinação para vacas prenhas, utilizando vacinas contra diarreia neonatal de bezerros que inclua a E. coli, seguindo as orientações de um médico veterinário. Além disso, recomenda-se atenção na observação da primeira mamada do colostro, logo nas primeiras 6 horas após o nascimento do bezerro, o que lhe assegura maior imunidade, via absorção das imunoglobulinas do colostro, e proteção contra a doença.

A eimeriose ou coccidiose bovina, doença infecciosa causada por protozoário do gênero Eimeria, é responsável por alterações gastrintestinais, diarreia, desidratação e morte de animais jovens. Por outro lado, é autolimitante em bovinos adultos. No campo é relatada com bastante frequência e conhecida como curso de sangue. A doença apresenta-se de forma endêmica, sua prevalência varia por região geográfica com maior ocorrência em explorações intensivas, principalmente de produção de leite, porém, tem ampla distribuição em rebanhos de corte com estação de nascimentos de bezerros durante a temporada das chuvas. A infecção e a reinfecção dos animais ocorre a partir da ingestão do oocisto esporulado que liberado nas fezes contamina de forma rápida e fácil a água parada na borda de lagoas, riachos ou cacimbas que servem de bebedouros naturais para os bovinos no meio das pastagens. Em sistemas de produção intensivos com alta taxa de lotação animal, confinado ou a pasto, a doença pode aparecer em surtos de diarreia escura, devido à rápida transmissão (oral-fecal) via fezes com oocistos esporulados contaminando a água de bebida, o capim e outros alimentos. A prevenção e controle da doença dependem da adequação do ambiente, evitando o contato dos animais com as fontes de infeção.

A pododermatite infecciosa, popularmente chamada de frieira, unheira ou foot hot, é uma doença causada por duas bactérias anaeróbias, o Dichelobacter nodosus e o Fusobacterium necrophorus, este último, um habitante natural do trato digestivo dos ruminantes, pode sobreviver por vários meses no solo. Essas bactérias aproveitam uma pequena lesão na região entre os dois cascos como porta de entrada para sua instalação e multiplicação, gerando inflamação e necrose purulenta com odor fétido, ocasionando dor, claudicação e lesões profundas que podem levar os animais acometidos ao descarte. As perdas decorrentes da doença ocorrem em função da diminuição da produção leiteira, redução do ganho de peso/dia, da baixa fertilidade, além do alto custo com o tratamento dos animais doentes. A pododermatite infecciosa possui origem multifatorial, tendo como premissas a construção e uso de instalações inapropriadas, práticas errôneas no manejo geral e nutricional do rebanho, além da predisposição de algumas raças de bovinos. Em rebanhos leiteiros o uso de pedilúvio com solução de sulfato de cobre (5%), sulfato de zinco (5%) ou formalina (5%), quinzenalmente no período seco e, uma vez na semana durante a estação chuvosa, contribui sobremaneira na prevenção e controle da doença. No mercado existem vacinas contra a pododermatite infecciosa, seu uso não evita a doença, contudo, diminui significativamente o número de casos no rebanho e o custo com o tratamento.

A helmintose ou verminose é uma doença que compromete de forma silenciosa a eficiência técnica e econômica dos sistemas produtivos de bovinos a campo no país. A maior parte das regiões brasileiras apresentam condições ambientais favoráveis (temperatura, umidade e oxigenação) ao estabelecimento de ovos de parasitos (vermes) gastrintestinais que depositados nas fezes liberam larvas, ambos se desenvolvem e permanecem viáveis no microclima abaixo das touceiras de capim por vários meses. As larvas L3 migram por gotas de água, alcançam as pontas do capim, são ingeridas e infectam os bovinos durante o pastejo. No trato digestivo as larvas L3 se transformam em vermes adultos, começam a se alimentar de nutrientes ou sangue, enquanto colocam ovos que saem nas fezes e contaminam novamente a pastagem. Praticamente todos os animais a campo estão parasitados, podendo apresentar em alguma proporção problemas na digestão de alimentos, na absorção de nutrientes e em seu metabolismo, o que, consequentemente, reduz o ganho de peso/dia, retarda o crescimento, diminui a fertilidade e a produção de carne e leite. Os sinais da doença aparecem, principalmente, em animais jovens, como a perda do apetite, apatia, emagrecimento, abdômen distendido, pelos eriçados e sem brilho, edema de papada, anemia, às vezes, diarreia, com taxa de óbitos oscilando entre 10 e 30% em animais não tratados. Os prejuízos acarretados pela doença nos rebanho incluem a queda de 20 a 30% na produção de leite e carne. O controle da verminose depende da elaboração de programas condizentes com as condições climáticas de cada região, observando as épocas corretas de aplicação de vermífugos, direcionado a cada categoria do rebanho, uso de produtos com eficácia garantida, e respeitando o período de carência na carne e no leite, além da adoção de boas práticas de manejo, como evitar superlotação no pasto, separação de animais jovens e adultos, rodízio de pastagens com áreas de lavoura, manter rotina de limpeza de bebedouros e reserva de pastos descansados para animais recém-desmamados.

A leptospirose bovina é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira. O verão quente e chuvoso facilita sua disseminação e sobrevivência por meses em poças de água ou terras encharcadas, principalmente, em solos com ph neutro ou levemente alcalino, fatores que aumentam sua ocorrência nesta época do ano. Sua transmissão ocorre pela ingestão de água, capim ou solos contaminados, aliás, em condições de baixa umidade e incidência de radiação solar a bactéria sobrevive apenas meia hora no ambiente das pastagens. A doença crônica pode ser quase imperceptível, a suspeita diagnóstica aparece com o abortamento de vacas no terço final da gestação, eliminando na urina e restos placentários grande quantidade de bactérias no pasto, e ainda se mantém como portadores. Na fase aguda da infecção os bovinos podem apresentar lesões renais, eliminação de urina cor de chocolate (hematúria), anemia, icterícia e alguns animais podem evoluir ao óbito. O roedor se mantém como reservatório natural da bactéria que é eliminada na urina. Em casos de suspeita o diagnóstico é feito a partir do exame de sangue dos bovinos. O sorogrupo “Hardjo” é mais encontrado em bovinos, já o sorogrupo “Icteriohaemorhagiae” em ratos. A conclusão do teste indicará como se deve proceder as medidas de prevenção da doença. A adoção de boas práticas no controle de roedores depende da eliminação de abrigos, fontes de água e alimento, limpeza do ambiente, remoção de lixo, acondicionar ração em depósitos fechados, uso de armadilhas e outros. Caso a infecção seja veiculada pela urina de bovinos a profilaxia perpassa pela elaboração de um esquema vacinal para todo rebanho com a aplicação de duas ou três doses anuais, intervalos de seis a quatro meses. A vacina reduz os efeitos da doença, não impede a infecção do animal. Uma medida importante é o monitoramento dos animais por meio de provas sorológicas. Outras estratégias fundamentais incluem: evitar água parada e áreas inundadas, limpeza e desinfecção de bebedouros e comedouros, e adotar o tratamento de todas as vacas que abortaram com antibióticos a base de estreptomicina, visando reduzir a eliminação da bactéria no ambiente.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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