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Avicultura

Saiba porque o presidente da Lar enxerga 2024 com otimismo para a avicultura

Em entrevista exclusiva concedida ao Jornal O Presente Rural, Irineo da Costa Rodrigues destacou os desafios, as estratégias adotadas para superar esse período turbulento no setor e os investimentos feitos para melhorar a infraestrutura e a qualidade na entrega do produto final.

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Fotos: Divulgação/Lar

Os altos custos de produção e a constante ameaça da Influenza aviária fizeram de 2023 um ano extremamente desafiador para a avicultura comercial, levando a atividade a encerrar o ano com margens bem estreitas. Esta análise foi feita pelo diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, Irineo da Costa Rodrigues, em entrevista exclusiva concedida ao Jornal O Presente Rural, em que destacou os desafios, as estratégias adotadas para superar esse período turbulento no setor e os investimentos feitos para melhorar a infraestrutura e a qualidade na entrega do produto final.

Com o valor médio da saca de 60 quilos de soja vendido a R$ 170 e do milho sendo comercializado por R$ 70/sc no início do ano passado impactaram o custo operacional da avicultura, especialmente em relação ao preço de venda da carne de frango, que sofreu uma queda acentuada desde o fim de 2022 e não apresentou recuperação até agosto de 2023. “A atividade operou com margens negativas até setembro, sendo somente a partir de outubro que a avicultura começou a mostrar sinais de recuperação. Entretanto, mesmo com resultados positivos nos últimos meses do ano, não foi possível cobrir as perdas acumuladas de janeiro a agosto de 2023”, evidencia Rodrigues.

Com o aumento dos focos de Influenza aviária, sobretudo em regiões litorâneas do Brasil, a preocupação no setor crescia e o clima de incerteza ganhava cada vez mais força. “Felizmente, o Brasil não registrou nenhum foco na avicultura comercial, o que fez com que mantivéssemos o status de país livre da doença, graças à extraordinária vigilância sanitária promovida por órgãos públicos em conjunto com o setor privado e a cadeia produtiva. A união de esforços entre esses setores é fundamental para preservar essa conquista”, destaca.

Com olhar otimista, o diretor-presidente da Lar afirma que 2024 deve ser de perspectivas mais favoráveis para o setor avícola, com o ano tendo começado com a redução nos custos de produção, impulsionada pelos preços mais baixos da soja e do milho, aliada à leve recuperação nos preços da carne. “Não havendo um alojamento muito alto a atividade poderá se recuperar ao longo de 2024”, ressalta.

Avicultura da Lar em números

A avicultura da Lar engloba a integração de 2.746 aviários, com 1.320 integrados para a engorda de aves, distribuídos em 80 municípios do Paraná, e outros 13 integrados na produção de ovos férteis com 21 núcleos de produção. “Para 2024 vamos oferecer apenas oportunidades pontuais para atender ampliação no vazio sanitário e pequenos ajustes necessários visando uma integração de excelência em resultados”, aponta Rodrigues.

A estrutura avícola da cooperativa conta atualmente com 15 Núcleos de Recria de Aves próprias, com capacidade para recriar 2,35 milhões de matrizes por ano; além de 13 Núcleos de Integração voltados para a produção de ovos férteis, o que tornou a cooperativa capaz de suprir 67% de sua necessidade de ovos para incubação, fortalecendo a cadeia produtiva desde o início do processo.

Ainda possui dois Incubatórios em operação, com capacidade atual de incubação de 24,3 milhões de ovos. Segundo Rodrigues, a expansão prevista para o incubatório de Itaipulândia, no Oeste do Paraná, programada para março de 2024, vai elevar essa capacidade para 36 milhões de ovos, atendendo, em média, 95% da demanda por pintainhos para alojamento da cooperativa.

Para fortalecer a verticalização da produção e garantir a qualidade dos insumos utilizados na criação das aves, a Lar possui sete Unidades Industriais de Rações, com capacidade instalada de produção de ração de 267 mil toneladas por mês, das quais cinco são direcionadas à avicultura.

Desafios para se manter competitivo

As tendências e desafios globais para o Brasil, atualmente o segundo maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango, afetam diretamente empresas exportadoras como a Lar.

Segundo Rodrigues, esses desafios incluem a necessidade de manter um status livre de Influenza aviária em aves comerciais, demonstrar práticas sustentáveis no processo produtivo, assegurar o bem-estar animal, cumprir legislações nas diferentes esferas, além de se adequar aos diferentes requisitos de mercados e clientes internacionais que buscam suprir nichos de mercados para atender as novas demandas de clientes. “A Lar sempre atua com muita transparência junto aos mercados e clientes, demonstrando processos produtivos sustentáveis, e buscando as certificações nacionais e internacionais que, após auditorias, certificam e garantem nossos processos dentro do escopo esperado pelo mercado. Além é claro das práticas diárias na gestão da cooperativa face ao programa de ESG que temos implementado, abrangendo aspectos da sustentabilidade com meio ambiente, práticas sociais com associados, funcionários e comunidade e também as práticas de governança na cooperativa”, frisa.

A Lar já expandiu sua presença para mais de 90 países, operando mensalmente, em média, para 40 a 50 nações, abrangendo operações em mais de 100 portos ao redor do mundo. Os principais destinos de exportação incluem China, Coréia do Sul, União Europeia, África do Sul, México, Oriente Médio, Filipinas e Reino Unido.

Mais de 80 tipos de produtos são exportados mensalmente pela cooperativa. Destacam-se, por exemplo, na Europa, os filés de peito, disponíveis em versões salgadas, in natura e cozidas. No Japão, a empresa oferece coxa com sobrecoxa desossada (BL), enquanto na China, os produtos incluem pés, meio da asa e ponta da asa. África do Sul recebe carne mecanicamente separada (CMS), e no Oriente Médio, a Lar se destaca com shawarma e BL. O México importa filé de peito e coxinha da asa, enquanto a Coreia do Sul recebe o BL. “As nossas indústrias tem padrão de excelência em suas operações e temos 151 países habilitados para exportar entre as quatro plantas frigoríficas, com olhar estratégico sempre vamos continuar analisando as melhores oportunidades em termos de viabilidade comercial, sem deixar de incluir na análise o mercado interno onde a marca Lar tem se fortalecido e atualmente está presente em todos os estados brasileiros nos principais clientes estratégicos que operam o varejo nacional”, salienta.

Melhorias em eficiência e qualidade

Rodrigues destaca que nos últimos anos, os investimentos realizados em todos os segmentos da cadeia avícola na Lar foram focados para alcançar maior eficiência, redução de custos e aumento da produtividade, sempre priorizando a máxima qualidade. “Toda a estrutura na recria de aves é dotada de ambiência e todo processo de manejo é focado em maior uniformidade das aves recriadas, visando atingir todo potencial da genética recriado em ovos produzidos e pintainhos viáveis após incubação”, menciona.

O gestor da cooperativa enfatiza que na produção de ovos férteis é trabalhado com tecnologia de ponta e máxima automação nos processos de recolha e classificação, visando sempre as melhores condições dos ovos férteis para excelência no processo de incubação. “Nos incubatórios, nossos processos utilizam as tecnologias mais modernas com processos de estágio único, com equipamentos de última geração, incluindo manutenção remota por óculos virtuais sendo utilizados pela equipe técnica da Lar junto as nossas estruturas e conectando os especialistas do exterior para rápida identificação e manutenção eficaz”, explica o executivo.

Já nas Indústrias de Ração, Rodrigues afirma que investimentos relevantes foram realizados nos últimos quatro anos, com máxima automação em processos de produção, com 100% da ração sendo peletizada para atendimento das integrações da Lar, com foco em máximo desempenho do campo, visando otimização dos ativos vivos para cooperativa e também levando melhoria de renda aos integrados dedicados aos processos produtivos.

Com um dos parques industriais mais modernos e automatizados do Brasil, o diretor-presidente a Lar diz que os projetos de melhoria nas indústrias de abate são contínuos “Vamos seguir automatizando todos os demais processos ainda possíveis, sempre com olhar de melhoria de processos, redução de custos e padronização do padrão de qualidade dos produtos produzidos tanto para mercado interno como externo”, afirma.

Foto: Jonathan Campos/AEN

Por sua vez, nos processos de produção, o executivo reforça que o olhar está focado em processos sustentáveis, em que o meio ambiente e as relações com as pessoas (associados integrados, funcionários, parceiros e clientes) sempre são pautados na transparência e boa conduta, e o bem estar animal como compromisso maior, sendo certificado para garantia das condições estabelecidas pelo mercado e clientes atendidos ao redor do mundo. “Junto aos avicultores estão sendo adotados cada vez mais equipamentos que fazem a dosagem segura da alimentação, iluminação adequada através de lâmpadas e controle de cortinas, sensores que medem desde temperatura até a concentração de amônia, informando ao produtor e à cooperativa o status do aviário em tempo real, e também a regulagem dos instrumentos de ventilação/exaustão”, pontua Rodrigues.

E na comercialização, o diretor-presidente da Lar é enfático ao afirmar que a cooperativa busca sempre inovar com olhar estratégico para que a marca Lar esteja alinhada as melhores práticas do mercado, atendendo as exigências e necessidades dos diferentes segmentos que a cooperativa atende, tanto no mercado interno como externo. “Seja no formato e tamanho das embalagens, seja na agregação de valor como ocorre nas linhas de cozidos, empanados, linguiças e temperados, como também na busca contínua pela excelência da prestação de serviços em todos os processos desde o embarque, logística, documentação e pós-venda”, menciona.

Práticas sustentáveis

Com o intuito de buscar equilíbrio entre a excelência na criação de aves e o respeito ao meio ambiente, a Lar desenvolve através do Programa Prioridade Ambiental um rigoroso monitoramento em todas as suas atividades, visando manter a qualidade do ar, o controle e gerenciamento dos parâmetros da água, resíduos e efluentes, além de trabalhar para melhorar a eficiência energética, com o uso de fontes alternativas, e de atuar junto à comunidade com temas voltados à educação ambiental.

No que diz respeito à preservação da qualidade do ar e ao sequestro de carbono, a cooperativa conta com extensas áreas de reflorestamento, que totalizam 2.250 hectares, além de mais 1.409 hectares de vegetação nativa no Paraná. No Mato Grosso do Sul, a cooperativa mantém 176 hectares destinados ao reflorestamento. Além disso, monitora o atendimento aos padrões de qualidade do ar em 100% de suas unidades. “Além de investimentos para manter a qualidade do ar, a Lar implantou em 2023 o projeto de reuso de água nas plantas de abate de aves em Rolândia e Matelândia, com objetivo de reduzir em 50% o consumo de água no abate, ou seja, o equivalente ao consumo de uma cidade de aproximadamente 120 mil habitantes”, expõe Rodrigues.

Os gases de efeito estufa (GEE) são os mais prejudiciais ao meio ambiente e a Lar tem implementado estratégias para evitar sua emissão para a atmosfera. Conforme o executivo, na Lar foram implantados biodigestores nas unidades de produção de leitões para canalizar o gás e o transformar em energia elétrica, alimentando geradores e abastecendo as unidades as quais estão instalados. “Através deste sistema evitamos em 2022 a emissão de 33.203 toneladas de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera através da conversão do biogás em energia elétrica, totalizando cerca de 1.186 tonelada de metano evitado no meio ambiente”, menciona o diretor-presidente da Lar, contando que a cooperativa realizou nos últimos dois anos o inventário de carbono e tem como meta neutralizar as emissões relativas ao Escopo 1 e 2 já nos próximos anos.

Com a missão de envolver o quadro social nos temas da agenda de ESG, a cooperativa promove o Prêmio Lar de Sustentabilidade, que reconhece os associados que praticam as boas práticas de sustentabilidade na propriedade. “O objetivo é disseminar e estimular a cultura de sustentabilidade junto aos associados e a comunidade, a partir de critérios de ESG”, assegura Rodrigues, acrescentando: “Outro projeto voltado à sustentabilidade é a recuperação de nascentes degradadas das propriedades dos associados e da própria cooperativa, iniciativa que já recuperou mais de 250 nascentes, devolvendo água pura e abundante à natureza e ao consumo nas propriedades”.

Em relação ao efluente, após o processo de tratamento, a cooperativa realiza a disposição em solo por meio da fertirrigação em uma área de 331 hectares. Neste sentido, além de um aproveitamento da água que retorna à natureza, a Lar também sequestra carbono com o plantio e manejo de florestas de eucalipto.

Para gerenciar os resíduos sólidos, foi implementado a logística reversa de embalagens em diversas unidades, incluindo aves, rações e produção de ovos. Nas instalações dedicadas à produção de pintainhos e leitões, assim como nas propriedades dos associados, é feita também a coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde Animal (RSS). Essa iniciativa resultou na destinação adequada de 79,80 toneladas desses resíduos ao longo de 2023.

Já em resíduos de agrotóxicos foram recolhidas 367 toneladas de embalagens em 15 municípios da Costa Oeste de abrangência da cooperativa.

Rodrigues também destaca que são realizados diversos eventos voltados à conscientização ambiental, entre os quais no Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Água, Dia da Terra, Dia da Árvore, envolvendo a comunidade estudantil de forma a contribuir para uma sociedade mais integrada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Remuneração por eficiência

Com uma trajetória de 24 anos na avicultura, a Lar se consolidou neste período como a terceira maior empresa de abate de frangos no Brasil, com processamento superior a um milhão de aves/dia. As quatro plantas frigoríficas da Lar registraram em 2023 aumento de 11,25% no volume de aves abatidas em comparação com 2022 e em produto final alcançou um acréscimo de 11%, fechando o último ano com mais de 840 mil toneladas de carne. Esse desempenho resultou na geração de mais de 20 mil empregos diretos em toda a cadeia produtiva.

Tamanha responsabilidade requer aprimoramento de processos e foi pensando nisso que a cooperativa remodelou o sistema de integração, em conjunto com os produtores integrados da atividade. “Reunimos todos os integrados da avicultura para uma avaliação e revisão do sistema de integração e, durante esse processo, dedicamos atenção especial às preocupações e sugestões dos produtores, propondo um novo sistema de integração para a avicultura da Lar a partir de 2024, muito mais previsível e fácil de compreender. Além disso, introduzimos um enfoque meritocrático, proporcionando uma remuneração mais vantajosa para os integrados que demonstram maior eficiência. E para aqueles que buscam aprimorar sua eficácia, o novo sistema oferece uma compreensão clara dos pontos que necessitam de melhorias”, expõe Rodrigues.

Em busca de constância e uma melhor qualidade na produção de ovos férteis, a cooperativa ampliou seus dois incubatórios e deverá até o fim do primeiro quadrimestre de 2024 atingir 95% da produção própria de pintainhos. “Com isso a Lar poderá melhorar a avicultura em 2024, tornando-a mais competitiva e também levando aos associados, além de insumos para a nutrição animal, o fornecimento de pintainhos”, enaltece o executivo.

Crescimento para 2024

Para alcançar novos patamares de eficiência operacional em suas indústrias e volume na produção de aves em 2024, o diretor-presidente da Lar destaca que a cooperativa planeja implementar práticas de abate otimizado, visando ampliar o processamento de aves em 4,5% e em produto acabado 6,8%, podendo chegar a marca de 900 mil toneladas de produto final. Rodrigues ressalta que a estratégia por trás desse crescimento reside na modernização dos processos de produção, adoção de tecnologias inovadoras, logística e controle de qualidade, garantindo um fluxo contínuo e eficaz desde a criação até a distribuição do produto final.

Visando novos projetos de melhoria contínua e eficácia produtiva, Rodrigues antecipa que em 2024 serão feitos investimentos na ordem de R$ 75 milhões em projetos de automação nas quatro indústrias de abate, com foco em mitigar a necessidade de mão de obra para processos básicos e repetitivos, trazendo com isso uma melhor padronização e qualidade final do produto. “O foco da Lar nos processos industriais é sempre atuar de forma mais otimizada possível, seja no aproveitamento de todos os dias da semana, e também em não ter interrupção dos trabalhos no decorrer do dia, sempre otimizando abate em todas as pausas e intervalos, com devido cumprimento de toda legislação pertinente aos trabalhadores que cumprem jornada de trabalho de cinco dias por semana, com dois dias de folga. A otimização se faz necessária para que os investimentos feitos em toda cadeia produtiva possam ser devidamente viabilizados”, explica o executivo.

Ainda em relação as perspectivas para o ano que se inicia, Rodrigues aponta a necessidade de manter a sanidade das aves comerciais, com especial atenção para a ausência de Influenza aviária, bem como prevê possíveis flutuações nos preços de milho e da soja devido a questões climáticas relacionadas ao fenômeno El Niño. “Temos expectativas positivas com relação as exportações e consumo interno prospectado em 47 kg per capita, além de melhor equilíbrio entre oferta e demanda no setor”, exalta.

Fonte: O Presente Rural

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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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MBRF avança na sustentabilidade com transição global para ovos cage-free

Empresa anunciou a conclusão da mudança para ovos livres de gaiolas em todas as suas operações internacionais, um marco que reforça o compromisso com o bem-estar animal e a ética produtiva.

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A MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, anuncia a conclusão da transição para o uso exclusivo de ovos cage-free em seus processos industriais globais. O compromisso, já cumprido no Brasil desde 2020, agora se estende às operações internacionais, consolidando um importante avanço em sustentabilidade e bem-estar animal e antecipando a meta global prevista para dezembro de 2025.

A implementação do uso de ovos cage-free nas operações internacionais envolveu uma construção conjunta com fornecedores locais, especialmente em mercados como Turquia e Emirados Árabes Unidos, onde a produção de ovos livres de gaiolas ainda representa um desafio. A companhia trabalhou em parceria com os produtores para viabilizar investimentos, incorporar novas práticas e assegurar a oferta de insumos alinhados aos mais altos padrões de bem-estar animal. Além disso, implementou protocolos voltados à rastreabilidade e à conformidade com referências internacionais, mantendo acompanhamento contínuo para garantir a sustentabilidade da meta alcançada.

A adoção global do sistema cage-free reflete o compromisso da MBRF com práticas produtivas mais éticas e sustentáveis. “O modelo elimina o confinamento das aves em gaiolas, permitindo que expressem comportamentos naturais e movimentem-se livremente. Alinhada aos princípios de Saúde Única na produção de alimentos, essa prática contribui de forma significativa para o bem-estar animal e atende às expectativas de clientes e consumidores cada vez mais atentos à origem e à responsabilidade das empresas,” explica Josiane Busatta, consultora de bem-estar animal da MBRF.

A conclusão da transição para o sistema cage-free é apenas uma entre as diversas metas de bem-estar animal estabelecidas pela MBRF. A companhia já atingiu outros compromissos relevantes, como garantir que 100% das aves do sistema de integração sejam criadas livres de gaiolas. Além disso, concluiu a certificação de 100% das unidades de abate em bem-estar animal globalmente e a eliminação da castração cirúrgicas na cadeia de suinocultura. Como resultado desses e outros avanços, a companhia se mantém entre as mais bem posicionadas do setor em importantes rankings e índices internacionais, como o BBFAW (Business Benchmark on Farm Animal Welfare), o mais importante índice global de gestão do bem-estar dos animais de fazenda.

Sustentabilidade na MBRF

O bem-estar animal é um dos seis pilares que sustentam a Plataforma de Sustentabilidade da MBRF, que busca conciliar produtividade com a preservação dos recursos naturais e da biodiversidade. A companhia adota práticas que protegem biomas, promovem o bem-estar animal e respeitam os direitos humanos. As iniciativas incluem o uso eficiente de água e energia, o melhor aproveitamento dos alimentos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a gestão responsável da cadeia de fornecimento — com foco no controle de origem, no combate ao desmatamento e na promoção da inclusão social.

A MBRF adota altos padrões de bem-estar animal em toda a cadeia produtiva, com compromissos voltados à criação de aves, suínos e bovinos, guiados por diretrizes nacionais e internacionais que asseguram cuidados adequados e abate humanitário, tanto nas operações próprias quanto junto aos fornecedores.

Durante o manejo do gado, das aves e dos suínos — desde a propriedade rural até as unidades de produção —, a companhia garante o respeito aos Cinco Domínios dos animais: nutrição adequada, boa saúde, ambiente confortável, comportamento natural e estado mental. Esses princípios surgiram como uma expansão das Cinco Liberdades dos Animais, oferecendo uma abordagem mais abrangente e holística para avaliar o bem-estar animal que foram estabelecidos pelo Farm Animal Welfare Council, conselho britânico independente que é referência global na definição de parâmetros de bem-estar animal.

Fonte: Assessoria MBRF
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