Conectado com

Suínos Produção

Saiba os detalhes antes e após o parto que geram leitões mais viáveis

Um dos principais objetivos do manejo de alimentação pré-parto é maximizar a produção de leite e colostro da fêmea, garantindo maior ingestão de colostro aos leitões

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Miqueias Vale Vargas, consultor de serviços técnicos da divisão de suinocultura na Agroceres Multimix

Os últimos dias de gestação da matriz suína são de extrema importância no que se refere ao evento do parto. É recomendado que o manejo pré-parto comece uma semana antes da data prevista para a parição, envolvendo cuidados com o ambiente destinado ao alojamento, a transferência e adaptação dos animais à instalação da maternidade. É importante levar em consideração que será nesse local que a fêmea permanecerá durante o período de parto e lactação, portanto se faz necessário adotar práticas que contribuam para que haja a menor perda possível.

Para que isso ocorra de forma eficiente, é necessário que a sala esteja completamente vazia, sem a presença de animais do lote anterior. Esse processo se inicia com uma detalhada e profunda limpeza das gaiolas, comedouros, pisos, fossos e canaletas, além de qualquer outra superfície presente na sala de maternidade. É importante fazer uso de detergentes para remoção de todos os resíduos da superfície, uma vez que desinfetantes não atuam sobre a matéria orgânica, lembrando também que excesso de desinfetante não substitui uma limpeza bem realizada. Após a desinfecção, é preconizado pelo menos 72 horas de vazio sanitário. Lembrando que antes da entrada das matrizes é necessário inspecionar cada item no que diz respeito a uma sala de parto, chupetas, comedouros, bandeja de equipamentos para o parto, tapete permeável, aquecedores para os leitões (30 a 32ºC).

No dia da transferência das matrizes, a higienização das fêmeas na saída da gestação pode ser uma boa alternativa para contribuir na minimização da contaminação da sala de parto.

No momento da condução das matrizes é interessante considerar alguns fatores como: a distância entre a gestação e a sala de maternidade, esta deve ser a menor possível, visando a redução do estresse das fêmeas por calor ou exaustão pela caminhada. Pelo mesmo motivo esse manejo deve ser realizado em horas frescas do dia, fazendo uso de tábuas de condução e em corredores com altura adequada.

Nas 24 a 48 horas que antecedem o parto é possível observar gotas de leite quando os tetos são estimulados. Da mesma forma, em 12 a 24 horas antes do parto, em que é possível observar jatos de leite. E por fim, nas últimas 6 horas já é possível ordenhar colostro, indicando uma iminência de parto nas próximas horas. Outro sinal bem marcante da fêmea suína é o instinto de preparação do ninho. Nesse momento os equipamentos necessários ao parto já devem estar nas proximidades da baia.

Um dos principais objetivos do manejo de alimentação pré-parto é maximizar a produção de leite e colostro da fêmea, garantindo maior ingestão de colostro aos leitões. Nesse período, é recomendada a mesma quantidade de ração que foi anteriormente ajustada para o final da gestação. Vale ressaltar que o fornecimento de água deve ser à vontade.

Assistência ao parto

Conhecer os sinais que antecedem imediatamente o parto é importante para que haja uma maior observação da fêmea e seja oferecido a ela todo o suporte necessário para uma parição com qualidade. O trabalho de parto tem o sinal característico de um corrimento translúcido sanguinolento da vagina. Isso indica rompimento de uma das placentas, sinalizando que já existe contração uterina, ou seja, se não haver complicações, em menos de uma hora nascerá o primeiro leitão.

Anotar o horário do início do parto é importante no acompanhamento do mesmo, repetindo essa ação em cada nascimento. Esse procedimento ajudará na tomada de decisão para o momento exato de se fazer uma intervenção ao parto. Podemos listar uma sequência de possíveis eventos e as condutas que devem ser tomadas.

Seria interessante que algumas recomendações ativessem presentes – de uma forma didática – na sala de parto.

Intervenções

O fluxograma da figura 1 traz uma observação relevante a ser considerada quanto ao uso de medicamentos à base de ocitócina e o toque vaginal, uma vez que são condutas arriscadas e invasivas, as quais devem ser evitadas sempre que possível. Sempre que for realizado o toque vaginal, deve-se anotar na ficha de parto da matriz para que fique registrado em seu histórico, além disso, é recomendado tratamento parenteral (consultar o médico veterinário) ao final do parto das matrizes que sofrerem este tipo de intervenção, pois os riscos de contaminação e desenvolvimento de processos infecciosos são altos. Nas 48 horas que se sucedem ao parto é possível que estas fêmeas apresentem descargas vulvares, portanto, a atenção em matrizes que foram submetidas a intervenção invasiva deve ser redobrada.

A massagem das glândulas mamárias ativa o mecanismo hormonal de liberação da ocitocina, assim como o estímulo natural realizado pelos leitões durante a mamada. Esse estímulo, resumidamente, promoverá a liberação de ocitocina endógena que, além de ajudar a liberar o leite, estimulará também que ocorra aumento das contrações uterinas, diminuindo a necessidade da utilização desse medicamento.

Ao nascerem, os leitões devem ser preferencialmente levados à primeira mamada, fazendo com que consigam mamar de forma eficiente até conseguirem sozinhos. O intuito é que aproveitem ao máximo o tempo após o nascimento, para que façam a ingestão do colostro o mais rápido possível. O colostro fornecerá aos leitões energia, para que mantenham seu aquecimento e obtenham a imunidade passiva. Para que todos façam a ingestão do colostro em quantidades suficientes, uma sugestão é prender a primeira metade dos leitões por 20 a 30 minutos, os que tomaram o colostro, sempre observando se os leitões já o consumiram em quantidades suficientes, o que pode ser avaliado através do exame da plenitude do abdômen. Depois, efetuar a troca, devendo prender os primeiros e soltar a outra metade. Para uma adequada ingestão de colostro, é sugerido que este manejo seja repetido por no mínimo três vezes durante as primeiras 12 horas de vida do leitão.

Leitões de baixa viabilidade

Esse manejo tem como objetivo minimizar as perdas diretamente relacionadas à morte de leitões na maternidade, uma vez que a mortalidade nesse setor está concentrada – em sua maioria – na primeira semana de vida dos leitões, mais especificamente nos três primeiros dias. Leitões com peso inferior a 1kg ao nascer apresentam menores reservas de energia, necessitando de maior tempo na primeira mamada. Pesquisas apontam que os leitões com baixa viabilidade que sobrevivem na maternidade e chegam à creche tendem a ser menos eficientes no ganho de peso durante toda sua vida, chegando ao abate com peso inferior quando comparado aos outros animais.

Entretanto, pesquisadores provaram que leitões com baixo peso ao nascer podem ter potencial para pleno desempenho ao longo da vida, o que os torna economicamente viáveis. Por esse motivo o fator linhagem deve ser considerado nessas situações, pois sabemos que a condução do melhoramento genético pode interferir na viabilidade dos leitões de baixo peso. Em qualquer uma das adversas situações haverá sempre baixo peso ao nascimento; o ideal a ser feito é a condução de um manejo adequado a cada situação, com o objetivo de minimizar os efeitos causados pela redução do peso ao nascimento.

Três recomendações

Podemos listar três importantes recomendações para uma boa condução desses animais:

  • Uniformização: para um manejo eficiente desses leitões, é recomendado agrupar todos com baixo peso em uma mesma matriz. Dessa forma, o funcionário poderá assistir àquela leitegada separadamente de forma homogênea e organizada, durante a primeira semana. É preciso ser criterioso na escolha das mães de leite para esta categoria de leitão: fêmeas de segundo parto, ou fêmeas mais velhas com tetos finos, se tornam uma boa opção nesse caso;
  • Colostro: na assistência aos leitões nascidos leves é necessário garantir que o leitão ingira quantidades suficientes de leite por dia. Caso esse leitão não consiga mamar o colostro, faz-se necessário administrá-lo a esse animal de forma artificial, através de mamadeira ou sonda oro-gástrica;
  • Temperatura: a manutenção da temperatura ideal nas primeiras horas de vida dos leitões é um fator decisivo no sucesso desse manejo, devendo se estender esse cuidado pelos próximos dias de vida. A diminuição da temperatura corporal, hipotermia, está entre os principais vilões para os leitões de baixa viabilidade.

Relevante para a vida toda

Talvez, período compreendido entre o pré-parto e a primeira semana de vida dos leitões não seja a chave para o sucesso na atividade, entretanto, trata-se de um importantíssimo aspecto a ser lembrado. É impossível considerar esse um fator irrelevante ao bom desempenho da vida do leitão até chegar ao abate. Uma boa nutrição, excelente genética, somada a uma notável sanidade, não se sustentam caso o manejo esteja limitado. Ao conduzir as atividades da maneira correta, atendendo as expectativas da matriz e os leitões, assegurando a eles qualidade de vida, não haverá barreiras para que os objetivos sejam alcançados.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.